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06 de Julho de 2023

SIDERURGIA

Infomoney - SP   06/07/2023

A Usiminas (USIM5) aprovou a eleição de Marcelo Chara como diretor presidente da siderúrgica em substituição de Alberto Akikazu Ono, além da nomeação de novos membros para o Conselho de Administração, o que foi considerado ligeiramente positiva pelo Credit Suisse.

O anúncio ocorreu um dia após o anúncio do fechamento do acordo entre Usiminas e Ternium e a publicação do novo acordo de acionistas.
Segundo o banco suíço, a mudança é um forte e claro indicador que a Ternium, nova controlada da Usiminas, provavelmente será muito ativa nas tomadas de decisão da siderúrgica. “O foco deve estar na melhoria do desempenho operacional por meio de ganhos de eficiência e sinergias.”

O JPMorgan, por sua vez, avaliou as mudanças como neutras e esperadas, dado que, com a transação, a Ternium está efetivamente se tornando o principal acionista controlador da Usiminas.

Money Times - SP   06/07/2023

A XP Investimentos rebaixou as recomendações de Vale e CSN Mineração para neutro ao reassumir a cobertura das ações de mineração & siderurgia. O preço-alvo de VALE3 é de R$73, enquanto o de CMIN3 é R$ 4,50.

A Gerdau (GGBR4), por sua vez, foi eleita a favorita do setor pela corretora, com indicação de compra e alvo em R$ 32,80. Já para CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5), os analistas mantiveram as recomendações de compra e neutra e preços de R$ 17 e R$ 8, respectivamente.

Segundo Lucas Laghi e equipe, a postura “mais cautelosa” em relação aos nomes expostos ao minério de ferro — como Vale e CSN Mineração — reflete a expectativa de queda do preço da commodity. A XP estima que o minério seja cotado a US$ 75 por tonelada no longo prazo.

Já no universo do aço, os analistas veem o portfólio diversificado da Gerdau e o potencial de valorização positivo da CSN como os principais destaques. Por outro lado, as incertezas da economia doméstica pesam sobre a falta de diversificação e alta exposição da Usiminas ao Brasil.
Porque Vale não é mais compra?

Os analistas da XP veem iniciativas promissoras de longo prazo para a Vale. Entre elas estão os maiores teores e prêmios do minério de ferro nos próximos anos, e um múltiplo de valuation relativo elevado para a divisão de metais básicos.

No entanto, uma perspectiva de tendência de queda para os preços do minério de ferro, apoiada pela menor demanda pela produção de aço na China, pode limitar o potencial de alta das ações, dizem.

Um valor potencial a ser destravado para a Vale pode vir da divisão de metais básicos. Os analistas esperam que o valuation avaliado em US$ 25 bilhões para o segmento — mais alto do que os sistemas de cobre e níquel — reflita na participação da Vale no mercado.

“Em nossa visão, o segmento de metais básicos incorpora premissas de crescimento mais altas do que cobre e níquel dada a demanda aquecida por segmentos relacionados à eletrificação”, avaliam.
E CSN Mineração?

Assim como a Vale, CSN Mineração sofre com a tendência de queda para os preços do minério de ferro e menor demanda na China. “Isso limita o potencial de alta para ações como CMIN3”, dizem os analistas.

Laghi e equipe da XP esperam que o Ebitda da companhia siga as tendências de queda para os preços das commodities no curto prazo, mas veem que os planos de crescimento em direção ao aumento da produção estão alinhados.

A melhoria do teor de minério de ferro, por sua vez, limita um potencial negativo para as ações, destacam.

Gerdau é a top pick

Os analistas da XP afirmam que o portfólio diversificado da Gerdau é o principal destaque da tese, mitigando os riscos de recessão doméstica em regiões específicas.

“Vemos o posicionamento da empresa nos Estados Unidos se beneficiando de incentivos governamentais para infraestrutura e energia verde”, ressaltam.

Além disso, embora a rentabilidade da companhia se normalize em níveis mais baixos, a equipe acredita que o nível de valuation fornece uma margem de segurança.

O que fazer com CSN e Usiminas?

Laghi e equipe da XP dizem que a visão positiva em relação à CSN está atrelada ao potencial de valorização quando analisado todo o portfólio combinado. “Nessa análise de soma das partes dos ativos implica em um desconto de 39% em relação ao seu valor de mercado atual”, dizem.

Ainda assim, eles lembram dos riscos de alavancagem, especialmente em um ambiente doméstico desafiador para os preços dos aços planos.

Já em relação à Usiminas, os analistas afirmam que o ambiente desafiador de curto prazo para a companhia vem da falta de diversificação, que implica um risco maior, dado ao ambiente doméstico prejudicado.

Valor - SP   06/07/2023

Útima reunião do Comitê do Aço, da OCDE, estima que excesso de capacidade produtiva mundial pode saltar para cerca de 650 milhões de toneladas

Alejandro Wagner, diretor-executivo da Alacero: “Se forem adicionadas 80 milhões de toneladas ao atual excesso de capacidade, é uma estimativa muito preocupante” — Foto: Carol Carquejeiro/Valor

Empresas fabricantes de aço na América Latina continuam a ser assombradas por um fantasma: o excesso de capacidade de produção existente no mundo. Segundo dados da última reunião do Comitê do Aço da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o volume poderá crescer entre 70 milhões e 80 milhões de toneladas sobre o atual patamar até 2025.

Atualmente, o excesso na capacidade mundial de aço é da ordem 578 milhões de toneladas, sendo a maior parcela na Ásia, com destaque para China. A capacidade instalada, segundo os dados compilados pelada OCDE, World Steel Association (WSA) e pela Asociación Latino Americana del Ácero (Alacero), somava 2,46 bilhões de toneladas ao final de 2022. A produção de aço bruto foi de 1,895 bilhão de bilhão de toneladas.

“É uma grande preocupação para as siderúrgicas na América Latina”, disse ao Valor Alejandro Wagner, diretor-executivo da Alacero, entidade que reúne as fabricantes de aço na região.

O problema, observa o dirigente da Alacero, é que a situação de exportações para países da região pode se agravar. Atualmente, os produtores já vivem sob a pressão da entrada de produtos importados de diversas origens, principalmente da China, Coreia do Sul, Taiwan e Rússia.

Segundo os dados compilados, a Ásia respondia por excedente produtivo de 246 milhões de toneladas - 132 milhões da China, 48 milhões de outros países (Coreia do Sul, Indonésia, Tailândia...) e 13 milhões da Índia. Ou seja, quase 43% do excesso está na região.

“Agora, se forem adicionadas 80 milhões, o volume saltará para faixa de 660 milhões de toneladas de capacidade adicional. Essa estimativa é muito preocupante”, observa o executivo da Alacero.

Em seguida à região asiática, o excesso de capacidade produtiva instalada se localiza na União Europeia e Reino Unido, com 83,5 milhões de toneladas, e na Comunidade de Países Independentes (CIS), que inclui a Rússia, com cerca de 85 milhões de toneladas.

A região da America do Norte (somando EUA e Canadá) aparece com excesso 43,6 milhões de toneladas. Já a América Latina - do México à Argentina - soma volume pouco abaixo, de 43,8 milhões de toneladas, conforme os números baseados em dados da OCDE, Worldsteel e Alacero.

O México é ainda um país importador - tem consumo superior ao que consegue produzir internamente. Mas novos investimentos estão programados no país visando reduzir a dependência externa. O Brasil é o grande produtor da região, dispondo de uma capacidade instalada apta a fazer 51 milhões de toneladas de aço bruto por ano.

Em 2023, a produção prevista pelo Instituto Aço Brasil é de 35 milhões de toneladas, o que representa utilização de 68%.

“O problema é que isso vai aumentar a sobreoferta de aço no mercado”, afirma Wagner. “A região precisa de mais aço para atender as necessidades futuras de consumo, mas que seja produzido na própria região”, diz.

O consumo per capita médio na América Latina é de 110 quilos de aço por habitante ao ano. Na China, está na faixa de 600 e no México, 140 quilos. A região latino-americana produziu 62,1 milhões de toneladas em 2022, 58,6% da capacidade instalada de 105, 9 milhões de toneladas.

A média mundial de uso de capacidade produtiva foi de 76,5% - com destaque para Ásia, com média de 85%. Na Índia atingiu 90%, enquanto a China alcançou 88%.

O dirigente da Alacero alega que países da Ásia têm incentivos para exportar, o que gera distorção na concorrência internacional e desvio de mercado. Várias ações de salvaguardas foram abertas nos Estados Unidos, Europa e outros países nos últimos anos para coibir a entrada voraz de aço chinês.

Em muitos países da America Latina esses mecanismos não foram adotados - por exemplo, o Brasil. A China é o maior exportador de aço para o mercado brasileiro - em 2000, conforme o Aço Brasil, respondia por 1,4% do total importado pelo país. Outras fontes da Ásia, por 8,8%. No ano passado, a China abocanhou 53,4% e os demais países asiáticos, como Coreia do Sul, ficaram com 15,4%.

Segundo Wagner, há outro ponto crítico a ser observado: além da ameaça a empregos e causar depressão dos preços com excesso de oferta, a siderurgia chinesa contribui com aço fabricado com elevada carbonização. “A pegada de carbono na America Latina tem média de 1,66 tonelada de CO2 equivalente por tonelada de aço produzida; a do mundo, 1,8 tonelada. Já a da China é de 2,2 toneladas de CO2”, informa o executivo.

ECONOMIA

Money Times - SP   06/07/2023

O mercado já precificou uma queda da Selic a partir de agosto. E até a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) já sinaliza que o Banco Central estuda dar início ao ciclo de afrouxamento da taxa básica de juros. A Selic vem sendo mantida no patamar de 13,75% ao ano desde agosto do ano passado.

No entanto, para o plano sair do papel, a autoridade monetária deixou claro que a inflação precisa seguir um movimento de queda.

“O Comitê unanimemente avalia que flexibilizações do grau de aperto monetário exigem confiança na trajetória do processo de desinflação, uma vez que flexibilizações prematuras podem ensejar reacelerações do processo inflacionário e, consequentemente, levar a uma reversão do próprio processo de relaxamento monetário”, destacou a última ata do Copom.

Inflação jogando contra

O problema é que as projeções de inflação para o segundo semestre não são as melhores, tanto que o próprio Roberto Campos Neto já alertou para a pressão nos preços.

No final de maio, Campos Neto apontou que a inflação cheia no Brasil foi a que mais caiu entre os países emergentes, mas que os núcleos ainda demandam atenção. “Vemos que a média de núcleos está caindo, o que é bom, mas mais lentamente que o esperado”, disse durante a Prêmio Inovação para o Desenvolvimento Econômico. “Ainda temos expectativas de inflação de longo prazo elevadas”, completou.

Outra questão é o acumulado nos últimos 12 meses. Entre julho e setembro do ano passado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação mensal; com isso, é esperada uma variação negativa em junho. No entanto, o índice registrou altas depois, o que pode influenciar os números dos próximos meses.

Além disso, mudanças nos impostos também podem afetar o bolso dos brasileiros. No final do mês passado, o governo reonerou totalmente os tributos para gasolina e etanol.

“Veremos uma alta nos preços, principalmente na gasolina, impulsionado pela volta da cobrança do ICMS que pode ter um impacto próximo a 0,5 no IPCA. Nas contas de água e luz o período de seca pode pressionar os custos de geração e distribuição refletindo no preço ao consumidor”, afirma Robson Casagrande, especialista em investimentos e sócio da GT Capital.

Já Luciana Rabello, economista do Itaú Unibanco, alerta para o aumento dos salários. Os dados mostram que os reajustes estão acima da inflação. Quando isso acontece, a tendência é de que os trabalhadores passem a consumir mais, pressionando os preços, em especial de serviços que ainda seguem altos.

Infomoney - SP   06/07/2023

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços no Brasil recuou de 54,1 em maio para 53,3 em junho, segundo dados com ajustes sazonais divulgados nesta quarta-feira (5) pela S&P Global. Apesar do recuo na margem, os responsáveis pela pesquisa destacaram que o último resultado é consistente com uma expectativa de expansão sólida.

O índice composto, que agrega serviços e indústria, caiu de 52,3 em maio para 51,5, indicando a expansão mais fraca desde março. O setor industrial foi responsável pelo maior entrave no desempenho geral, registrando uma contração acentuada e mais acelerada na produção.

Os dados de serviços junho indicaram um aumento significativo em novos negócios fechados por provedores de serviços. O aumento nas vendas fundamentou também criou a necessidade de mão de obra adicional, conforme a pesquisa. Com as empresas mantendo uma visão otimista em relação a perspectivas de crescimento, foi registrado um aumento no emprego pelo quarto mês consecutivo.
A desaceleração da inflação no período contribuiu para uma disposição mais favorável dos consumidores, mas as empresas também disseram ter registrado um aumento mais acelerado nos custos dos insumos.

Os novos negócios não só aumentaram pelo quarto mês consecutivo em junho, mas também a um ritmo acentuado que foi o mais forte desde outubro de 2022. De acordo com os participantes da pesquisa, a melhoria nas vendas refletiu a expansão da carteira de clientes e um ambiente de demanda saudável.

Pollyanna De Lima, diretora associada da S&P Global Market Intelligence, comentou em nota que o PMI do setor de serviços do Brasil mostrou uma força notável em junho, especialmente considerando o ambiente econômico atual.

“O aumento da demanda impulsionou o crescimento de novos negócios e evidenciou outro aumento na atividade de serviços no final do segundo trimestre. A diminuição bem-vinda da inflação de preços permitiu que as empresas captassem novos clientes e alavancassem as vendas. As expectativas de inflação reduzida e as perspectivas de cortes nas taxas de juros aumentaram o otimismo em relação aos prognósticos para a atividade de negócios ao longo do próximo ano”, disse.

Exame - SP   06/07/2023

A maioria dos dirigentes do Federal Reserve (Fed) destacou que observa incerteza na economia americana, em meio à política restritiva do banco central americano e com a possibilidade de aperto adicional nas condições de crédito devido à turbulência recente no setor bancário. A informação consta na ata da última decisão de política monetária da instituição, divulgada nesta quarta-feira, 5.

Sobre o sistema financeiro, os dirigentes apontam que os bancos são sólidos e resilientes, mas a maioria acredita que é necessário observar de perto o possível aperto, apesar de os efeitos do acontecimento seguirem incertos. Ainda, os dirigentes apontam que a atividade econômica continuou a expandir em ritmo moderado nos últimos meses, com ganhos de emprego robustos, enquanto o desemprego continuou baixo.

Inflação

Os dirigentes concordaram que permaneceram extremamente atentos aos riscos de inflação nos Estados Unidos, que se manteve elevada, segundo ata da última reunião monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês). Os participantes do encontro ressaltaram que, com o fortalecimento apropriado da política monetária, expectativas de inflação de longo prazo bem ancoradas apoiariam um retorno da inflação à meta de 2% de longo prazo do Comitê ao longo do tempo.

Todos os dirigentes afirmaram que estão fortemente comprometidos em retornar a inflação ao seu objetivo de 2%, de acordo com o documento. A inflação diminuiu desde meados do ano passado, refletindo quedas nos preços de energia ao consumidor, o que suavizou a inflação dos preços de alimentos, mas leituras recentes para o núcleo da inflação de preços do índice de gastos de consumo (PCE, na sigla em inglês) pouco mudaram, apontaram o dirigentes, sinalizando que esta é uma medida menos volátil.

Taxa de juro

Alguns dirigentes indicaram que eram a favor de aumentar a faixa-alvo dos Fed funds em 25 pontos-base na última reunião ou que poderiam ter apoiado tal proposta. Na ocasião, a autoridade manteve as taxas após dez elevações seguidas. As informações constam na ata do evento, divulgada nesta quarta-feira, 5. Segundo o documento, os participantes a favor de um aumento de 25 pontos observaram que o mercado de trabalho permaneceu muito apertado, o ímpeto da atividade econômica foi mais forte do que o previsto anteriormente e que havia poucos sinais claros de que a inflação estava a caminho de retornar ao objetivo de 2% do Comitê.

Quase todos os participantes do encontro notaram que, em suas projeções econômicas, eles julgaram que aumentos adicionais na taxa dos Fed funds durante 2023 seriam apropriados, segundo a ata. Todos os dirigentes continuaram antecipando que, com a inflação ainda bem acima da meta de 2% do Comitê e o mercado de trabalho permanecendo muito apertado, a manutenção de uma postura restritiva da política monetária seria adequada para atingir os objetivos do Comitê, diz a ata.

A maioria dos participantes da reunião observou que deixar a taxa inalterada lhes daria mais tempo para avaliar o progresso da economia em direção às metas do Comitê de máximo emprego e estabilidade de preços. Os dirigentes concordaram que suas decisões em cada reunião continuariam se baseando na totalidade das informações recebidas e suas implicações para as perspectivas econômicas, bem como o equilíbrio dos riscos.

Expansão da economia

A equipe técnica (staff) do Federal Reserve (Fed) analisou que existe possibilidade de que a economia dos Estados Unidos continue expandindo e evite uma crise forte â ¤ e esta chance teria probabilidade quase semelhante ao cenário atualmente previsto, de recessão leve no final do ano. A análise foi revelada pela ata da última reunião monetária, divulgada nesta quarta-feira, 5.

A equipe, contudo, manteve seu cenário base de que os efeitos do aperto nas condições de crédito bancário, somados à política monetária restritiva, devem levar a uma desaceleração no crescimento do produto interno bruto (PIB) neste e no próximo trimestre. No quarto trimestre, a economia apresentaria contração e continuaria caindo no primeiro trimestre de 2024, o que configuraria recessão no país. Após este período, os Estados Unidos teriam recuperação moderada na atividade econômica entre 2024 e 2025.

Também de acordo com o documento, a taxa de desemprego deve subir neste ano, atingir pico em 2024 e manter este nível até 2025.

A equipe ainda reiterou que os riscos de inflação elevada e persistente são predominantes nas projeções para os Estados Unidos, tendo maior probabilidade do que os cenários de inflação baixa nos próximos meses.

Os técnicos ainda preveem que os efeitos de um esperado aperto maior nas condições de crédito bancário, em meio a condições financeiras já apertadas, devem levar a uma recessão moderada a partir do quarto trimestre deste ano.

Agência Brasil - DF   06/07/2023

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), diante dos avanços observados na economia brasileira nos três primeiros meses do ano, reviu as previsões econômicas e espera que o Brasil cresça mais e que a inflação seja menor do que o esperado anteriormente para 2023. As novas previsões e as análises do instituto foram divulgadas hoje (5), na Visão Geral da Conjuntura.

A nova previsão do instituto é que o Produto Interno Bruto (soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país - PIB) cresça 2,2% em 2023. A antiga previsão, até março, era de um crescimento de 1,4%. Já a inflação deve ser menor. A previsão da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,6% para 5,1% em 2023.

De acordo com o relatório, a revisão da previsão do PIB em 2023 ocorreu após o crescimento dos primeiros três meses do ano ter superado as expectativas do Ipea. A previsão do instituto para o período era um crescimento de 1,2% em relação ao período anterior, ou seja, em relação aos últimos três meses de 2022, e que avançasse 2,7% em comparação com os primeiros três meses de 2022. O crescimento, no entanto, foi maior, 1,9% em relação ao trimestre anterior e 4% em relação ao mesmo período de 2022.

A inflação menor que a esperada, por sua vez, ocorre também devido à valorização do real brasileiro, que junto com a deflação das cotações das commodities resulta em força que pressiona para baixo os preços no atacado, induzindo a um cenário de desinflação no varejo e nos preços ao consumidor. Para o restante do ano, portanto, a perspectiva é, segundo a análise divulgada, de estabilidade.

No documento, os pesquisadores detalham alguns fatores que contribuem com o cenário projetado. Dentre eles, o aumento da demanda por commodities brasileiras, motivada, entre outros fatores, pela reabertura econômica da China. Este ano, o Brasil registrou recordes de superávit mensal na balança comercial para o mês, puxados pelo aumento das exportações de commodities como petróleo, minério de ferro, milho e soja.

Dentro do país, o Ipea aponta duas forças distintas em direções opostas. De um lado, a manutenção por período prolongado de taxas de juros elevadas por parte da autoridade monetária, alcançando o valor médio anualizado de 45% no mercado de crédito, o que pressiona para baixo o crescimento. De outro, impulsionam o crescimento, as medidas fiscais que permitem a sustentação da renda das famílias, assim como a elevação da demanda pública, tanto do consumo do governo como dos investimentos públicos.

O Ipea destaca ainda que novas medidas continuam atuando no sentido de sustentar a renda das famílias no segundo trimestre do ano como um novo aumento do salário mínimo, reajuste dos salários dos funcionários públicos federais, antecipações do abono salarial e os ajustes do valor do Bolsa Família.

O relatório pode ser acessado na íntegra na internet.

O Estado de S.Paulo - SP   06/07/2023

Mais de 130 entidades e sindicatos do setor produtivo assinaram um manifesto que será publicado nesta quinta-feira, 6, nos principais jornais do País, em apoio à aprovação rápida da reforma tributária. Intitulado Reforma Tributária Já!, o documento sustenta que o País tem pressa para atrair mais investimentos, competitividade e empregos, objetivos que exigem uma reforma tributária “abrangente, homogênea e moderna”.

Puxado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o movimento tem entre seus signatários associações que representam os mais diversos setores industriais — entre eles, as indústrias de automóveis, bens de capital, aparelhos eletroeletrônicos, aço e plástico. São responsáveis pela maior parte da arrecadação de impostos no País.

Entre os signatários estão a Associação Brasileira da Indústria de Autopeças (Abipeças), a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o Instituto Aço Brasil, o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) e o Sindicato Nacional da Indústria do Aço.

A iniciativa da indústria ocorre um dia depois da divulgação de um manifesto assinado por mais de 60 economistas e empresários também em apoio à reforma tributária. Com o título Crescimento econômico e Justiça Social: um manifesto pela reforma tributária, o texto endossa a atual proposta que tramita na Câmara.

O manifesto pede a adoção do imposto sobre o valor adicionado, o IVA, que é proposto pela reforma e tem o potencial de reduzir substancialmente a carga de tributos pagos pela indústria. “Apoiamos com convicção essa causa porque ela é boa e necessária para o País”, pregam as entidades, citando também estudos que apontam, em 15 anos, um impulso de 12% a 20% ao Produto Interno Bruto (PIB) a partir da aprovação da reforma. “Isso significa, em dinheiro de hoje, R$ 1,2 trilhão a mais circulando na economia”, acrescentam.

Em resposta a críticas dos setores de serviços e do agronegócio, que terão maior carga se a reforma passar como está, o documento sustenta que todos os setores econômicos e sociais vão ganhar se o Brasil tiver um sistema de recolhimento de impostos mais racional. “O tempo e os recursos desperdiçados com a burocracia dos impostos poderão ser investidos de maneira mais produtiva”, assinalam as associações.

Leia o manifesto na íntegra:

Reforma Tributária Já!

Façamos do Brasil o país que todos almejam

O Brasil tem pressa. Precisa de mais investimentos, mais inovação, menos burocracia, ser mais competitivo, mais eficiente, criar melhores empregos para desenvolver-se e garantir o bem-estar de todos. Tais objetivos exigem uma reforma tributária abrangente, homogênea e moderna.

O caminho a seguir, em conformidade com as melhores práticas internacionais, recomenda alinhamento aos 90% dos países do mundo que adotam o imposto sobre o valor adicionado para todos os setores, desonerando as exportações e os investimentos, além de valorizar a produção, o comércio e os serviços.

Apoiamos com convicção essa causa porque ela é boa e necessária para o país.

A aprovação da reforma tributária dos impostos sobre o consumo, numa primeira etapa, tem o potencial de aumentar o produto interno bruto (PIB) em 12% a 20% em até 15 anos, segundo estudos disponíveis. Isso significa, em dinheiro de hoje, R$ 1,2 trilhão a mais circulando na economia.

Um Brasil mais dinâmico, competitivo e rico vai emergir, incentivando o crescimento alavancado pelo fim da tributação em cascata e outras práticas nocivas ao desenvolvimento.

Todos os setores econômicos e sociais vão ganhar se o país tiver um sistema tributário racional - o que há muitos anos deixou de existir. O tempo e os recursos desperdiçados com a burocracia dos impostos poderão ser investidos de maneira mais produtiva.

As empresas optantes do Simples continuarão nesse sistema. No caso do setor de serviços, essas empresas constituem a grande maioria.

Para superar os principais desafios e ter um país próspero, justo e solidário, os brasileiros precisam abraçar a causa que é de todos.

Chega de perder oportunidades! Façamos do Brasil o país que todos almejam!

As entidades abaixo assinadas representam atividades que geram milhões de empregos e respondem pela maior parte da arrecadação de impostos no país.

Elas manifestam o seu apoio à reforma tributária em tramitação na Câmara Federal, com a expectativa de sua aprovação.

IstoÉ Dinheiro - SP   06/07/2023

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços da China recuou de 57,1 em maio para 53,9 em junho, segundo pesquisa da S&P Global com a Caixin. O PMI composto chinês, que engloba serviços e indústria, caiu de 55,6 para 52,5 no mesmo período. As leituras acima do nível de 50 indicam que a atividade econômica da China está em território de expansão.

MINERAÇÃO

Money Times - SP   06/07/2023

Os contratos futuros de minério de ferro foram negociados em uma faixa limitada nesta quarta-feira (5), uma vez que a principal cidade produtora de aço da China, Tangshan, ordenou um corte na produção para julho em meio à deterioração da qualidade do ar.

Com isso, traders avaliam as perspectivas de demanda.

O contrato de minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com alta de 0,7%, a 828 iuanes (US$ 114,39 ) por tonelada métrica.

Na Bolsa de Cingapura, o contrato de agosto de referência do ingrediente siderúrgico subiu 0,7%, para US$ 109,60 por tonelada métrica, revertendo as perdas registradas mais cedo.

Os sinais de aumento da oferta global de minério de ferro também estão reduzindo os preços, com as exportações brasileiras da commodity em junho atingindo 34,41 milhões de toneladas, ante 32,02 milhões de toneladas no mesmo mês do ano passado.

Os embarques de minério de ferro da Austrália e do Brasil aumentaram na semana 2,7 milhões de toneladas métricas, ou 9,9%, para 29,4 milhões de toneladas métricas entre 26 de junho e 2 de julho, informou a consultoria  Mysteel.

Ainda assim, o sentimento geral na indústria de metais ferrosos se mostrou relativamente fraco, já que os traders continuaram a antecipar estímulos adicionais do governo chinês para apoiar o setor imobiliário doméstico em dificuldades, em particular.

“Os preços do aço chinês encontrarão um impulso de alta com a provável introdução do governo central de novas políticas de estímulo econômico este mês, embora os fundamentos enfraquecidos do mercado de aço ameacem ser um empecilho”, disse a Mysteel em sua perspectiva mensal.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   06/07/2023

Nova etapa definirá imposto para carro elétrico e mudará cálculo de emissões

Uallace Moreira, secretário do MDIC: “Nós não temos preferência. O que importa é saber se o que for decidido dará ao Brasil inserção internacional” — Foto: Wenderson Araujo/Valor

Passado o período dos incentivos para a compra de carros com desconto, o foco das discussões entre setor automotivo e governo federal se voltam para a segunda fase do programa Rota 2030. Entre as mais importantes e polêmicas novidades, estão a definição sobre a tributação de carros 100% elétricos, isentos de Imposto de Importação desde 2015, e mudanças no sistema de medição das emissões de poluentes dos veículos. Segundo o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços, Uallace Moreira, as regras da próxima etapa do programa, para o período entre 2023 e 2028, serão anunciadas até o fim deste mês ou, no máximo, início do próximo.

Moreira não revela se o governo já decidiu pelo fim da isenção do Imposto de Importação para carros 100% elétricos, como pede grande parte das montadoras com fábricas no país. Por ser ele um dos principais responsáveis pelas discussões que levam à definição das regras governamentais voltadas para a indústria automotiva é na porta do seu gabinete que batem, com frequência, os representantes do setor.

“Há um debate acalorado”, afirma. “Mas isonomia é o papel da política pública. Temos que observar o efeito final para o país e para a sociedade”. Para Moreira, a política industrial no Brasil “foi sempre vista como aquela que beneficiava A ou B”.

Política industrial no país foi sempre vista como a que beneficiava A ou B”

— Uallace Moreira

A volta do Imposto de Importação para carros elétricos está diretamente ligada às estratégias que cada montadora tem definido para o país. Duas grandes - Volkswagen e Stellantis -- defendem a produção de carros híbridos que possam ser abastecidos com etanol, como já faz a Toyota. As empresas que começam a preparar fábricas no Brasil, como as chinesas Great Wall e BYD, querem um tempo mais longo de importação livre de imposto para o Brasil conseguir se preparar para a produção de carros totalmente elétricos. É o que também defende a General Motors e importadores.

“Nós não temos preferência. O que importa é saber se o que for decidido dará ao Brasil inserção internacional”, destaca o secretário. “Queremos avaliar as melhores rotas e sua inserção externa de forma mais competitiva”.

Professor, mestre e doutor em desenvolvimento econômico, Moreira é pesquisador do setor automotivo há muitos anos e desenvolveu diversos trabalhos acadêmicos sobre o tema. Percebeu, ao longo dos estudos, o avanço da globalização integrada do setor automotivo. Por isso, para ele as discussões sobre rotas tecnológicas e políticas setoriais devem envolver o mercado externo. “Temos um coeficiente de exportação baixo”, afirma. “Historicamente, a exportação se transformou na saída quando o mercado interno ia mal”, destaca.

Para o secretário, o setor automotivo no Brasil tem demonstrado capacidade de consolidar investimentos em inovação e conta com boa engenharia. “É um dos setores que pode avançar internacionalmente, incluindo as autopeças”, afirma. Para as autopeças, segundo ele, seria saudável diminuir a dependência das montadoras no mercado interno.

Daí a importância de programas como o Rota 2030 direcionarem os incentivos à pesquisa e desenvolvimento. O Rota 2030 foi lançado no fim do governo de Michel Temer, dando sequência a outros programas - Regime Automotivo em 1996 e Inovar-Auto em 2012 -, criados para promover a competitividade de setor. Com a volta do Ministério da Indústria, em janeiro, quando Moreira se juntou à pasta, os diálogos têm avançado.

Num momento em que muitos discutem se a indústria automotiva instalada no Brasil corre o risco de ficar ultrapassada por não acompanhar o processo de eletrificação global, Moreira aposta que o parque brasileiro “consegue se transformar”. E se algumas fábricas fecharam outras estão chegando.

No caso da tributação dos elétricos, na mesa do governo estão duas propostas principais. A da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) defende o aumento do Imposto de Importação de carros elétricos de zero para a alíquota máxima, de 35%, com sistema de cotas, que poderão variar. Um dos critérios é o grau de investimentos para produção local. As cotas estariam limitadas a um volume equivalente a 2% da produção local.

Do lado oposto está a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), que representa importadores e parte de empresas com fábricas instaladas ou prestes a produzir. “Acreditamos que não é o momento ainda para acabar com o benefício. A venda somada de elétricos e híbridos em 2022 foi equivalente a 2% do mercado total; a dos 100% elétricos (que são isentos de Imposto de Importação) não chegou a 0,5%”, destaca Ricardo Bastos, presidente da ABVE. “O aumento do imposto agora limitaria o acesso do consumidor à nova tecnologia”, completa.

Outra mudança que vai marcar a segunda fase do Rota 2030 diz respeito à forma de medir as emissões dos veículos. A regra atual é chamada no setor de “tanque à roda”. Ou seja, calcula apenas as emissões associadas ao uso do veículo e o que sai do seu escapamento. A nova metodologia vai levar em conta o chamado “do poço à roda”, no caso dos combustíveis fósseis ou “do campo à roda” no caso de biocombustíveis como etanol. Nessa conta, entram as emissões dos processos de cultivo e extração de recursos para a geração daquela energia.

Essa mudança é bastante aguardada pela indústria. Os defensores do etanol apontam a metodologia “do poço à roda” como a melhor para desmistificar a ideia de que todo carro elétrico usa energia limpa. Embora no Brasil, a eletricidade seja, em grande parte, gerada de fontes limpas, outros países usam usinas termelétricas, que são poluentes.

Alheio às brigas no setor empresarial, Moreira defende programas como os automotivos como uma forma de promover a inovação. “O Rota 2030 veio preencher uma lacuna que foi aproximar a indústria dos institutos de pesquisa”, destaca.

Para o secretário, o país não deve temer a inovação. O professor que é baiano e vinha de uma temporada na Coreia do Sul, onde atuava como pesquisador visitante ao ser convidado pelo ministro Geraldo Alckmin a integrar sua equipe, aponta o caso coreano. “A Coreia do Sul tem o maior nível de robotização do mundo e tem uma taxa de desemprego de 3,7%”, destaca.

“Às vezes me perguntam: por que discutir política industrial? A política industrial que queremos tem que se voltar para a sociedade e gerar emprego e renda. Qualquer país rico gera emprego de alta renda”, destaca.

O Estado de S.Paulo - SP   06/07/2023

A montadora chinesa BYD anunciou, nesta semana, a implantação de um complexo industrial para a produção de veículos elétricos em Camaçari, na Bahia, com investimento de R$ 3 bilhões. O complexo será composto por três fábricas. Uma será dedicada à produção de carros elétricos e híbridos, com capacidade estimada em 150 mil unidades ao ano na primeira fase, podendo chegar a 300 mil unidades.

No mesmo dia, a Volkswagen anunciou um investimento de 1 bilhão de euros no País, e que pretende lançar dois modelos totalmente elétricos no Brasil este ano. Até 2025, de acordo com a montadora, 15 novos veículos elétricos e híbridos deverão ser lançados no país.

Um dos problemas é o alto preço desses automóveis. Os modelos híbridos, mais comuns no País, com um motor elétrico e outro a combustão, são vendidos por um valor cerca de 30% maior que os veículos convencionais. O número de veículos elétricos leves em circulação no país, incluindo os modelos híbridos, chegou a 90 mil no mês de abril do ano passado.

Outro problema é o ambiental. A mineração de componentes que formam a bateria dos carros elétricos aumentaram consideravelmente, levando a um esgotamento das minas, e questões como o refino e o descarte do lítio que agridem o meio ambiente, causando degradação do solo, perda de biodiversidade, e contaminando a água e o ar.

Afinal, como aumentar a produção sem degradar o meio ambiente? No Brasil, haverá incentivos para a troca por carros elétricos? No 'Estadão Notícias' de hoje, vamos conversar sobre o assunto com o coordenador de Cursos Automotivos da FGV, Antônio Jorge Martins.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Valor - SP   06/07/2023

Incorporadora inadimplente Shimao Group não conseguiu encontrar um comprador para um projeto de US$ 1,8 bilhão em um leilão forçado, mesmo com um grande desconto

Surgem novos sinais de que a China enfrenta ainda mais desafios em sua crise de dívida imobiliária.

Nesta quarta-feira, a incorporadora inadimplente Shimao Group não conseguiu encontrar um comprador para um projeto de US$ 1,8 bilhão em um leilão forçado, mesmo com um grande desconto. Os títulos da Sino-Ocean caíram depois de a construtora apoiada pelo estado dizer a alguns credores que trabalha em sua dívida com dois grandes acionistas.

São as mais recentes indicações de que a crise imobiliária da China, que já dura dois anos, deve seguir como um dos maiores obstáculos para a segunda maior economia do mundo. Uma breve recuperação depois que o país abandonou as restrições da Covid desapareceu rapidamente: as vendas de imóveis voltaram a cair e o investimento imobiliário encolheu, o que afetou mercados que vão desde minério de ferro a títulos de alto rendimento.

“Os investidores estão desapontados com a lenta recuperação do mercado imobiliário”, disse Anitza Nip, chefe de pesquisa de renda fixa para a Ásia do Union Bancaire Privee. “O caminho da recuperação parece ser ainda mais longo do que o mercado havia previsto no começo deste ano.”

A China Vanke, segunda maior incorporadora do país em vendas, disse na semana passada que o mercado doméstico está em situação “pior do que o esperado”, fazendo coro a investidores e analistas que se mostram pessimistas em relação ao setor. O Goldman Sachs elevou recentemente sua projeção para a taxa de default de títulos imobiliários chineses de alto rendimento.

Nenhum comprador fez uma oferta pelo portfólio de terras da Shimao em Shenzhen, embora o ativo tenha sido oferecido a um preço 20% menor do que sua avaliação, de acordo com os resultados publicados no site de leilões online JD.com.

O resultado deve aumentar os obstáculos para a reestruturação da dívida da Shimao, escreveram em nota Kristy Hung e Lisa Zhou, analistas do setor imobiliário da Bloomberg Intelligence. A unidade de imóveis comerciais onshore da incorporadora comprou o terreno — que abrange uma área equivalente a 34 campos de futebol — em 2017 por 24 bilhões de yuans (US$ 3,3 bilhões), um recorde em Shenzhen na época.

Seu plano original era construir um complexo com um arranha-céu de 500 metros, mas o projeto teve problemas no ano passado depois que a empresa deixou de fazer alguns pagamentos de produtos fiduciários de alto rendimento usados para financiar a construção. A Citic Trust Co., que administra o projeto fiduciário, assumiu o controle do ativo e processou a unidade da Shimao, de acordo com os documentos do leilão e o registro regulatório da empresa da construtora.

Enquanto isso, a China Life Insurance e a Dajia Life Insurance enviaram um grupo de trabalho à Sino-Ocean para um plano de mitigação de riscos, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. Isso aumentou a preocupação de que mesmo incorporadoras apoiadas pelo governo da China não estão imunes ao aperto de liquidez sem precedentes do setor.

Títulos da Sino-Ocean

Os títulos da Sino-Ocean caíram ainda mais na quarta-feira, com os preços equivalentes a apenas metade dos níveis do início da semana. Uma nota onshore de 2 bilhões de yuans com vencimento no próximo mês chegou a cair 34,6% e teve a negociação suspensa duas vezes. Um título em dólar da Sino-Ocean, com vencimento em 2024, atingiu uma mínima histórica, para cerca de 15 centavos. As ações registraram queda de até 4,4% em Hong Kong.

A onda vendedora de títulos da Sino-Ocean nesta semana começou depois que pessoas com conhecimento do assunto disseram que um grupo de trabalho liderado por acionistas estatais da incorporadora havia contratado a China International Capital para conduzir uma diligência prévia na empresa.

A nova onda da crise imobiliária da China reforçou expectativas de que o governo adote mais medidas de estímulo. Somando-se aos problemas da economia, dados divulgados nesta quarta-feira mostraram que o setor de serviços da China se desacelerou em junho.

No entanto, as medidas de apoio até agora foram modestas, o que mantém a pressão sobre incorporadoras que enfrentam dívidas crescentes.

“Os investidores estão preocupados não apenas com o risco de crédito de nomes individuais agora, mas também com o setor como um todo, já que o processo de reestruturação continua lento”, disse Nip, do UBP.

(Colaborou Pearl Liu)

O Estado de S.Paulo - SP   06/07/2023

As concessionárias de serviços públicos estão preocupadas com a capacidade financeira das construtoras especializadas em obras pesadas. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) deve ser lançado em breve e promete mover cerca de 3 mil obras de infraestrutura no País. Há, porém, um senão: as construtoras com capacidade e excelência para executar grandes obras estão com a corda no pescoço - e muitas em reestruturação financeira, sem condições de arcar com qualquer projeto. Na maioria das obras públicas, não há adiantamento de recursos para sua execução e as construtoras têm de usar seu próprio caixa no início do projeto.

A falência da OAS é um exemplo claro dessa crise. Além dela, todas as grandes construtoras do País - que antes da Lava Jato chamavam-se Odebrecht, Camargo Corrêa, Queiróz Galvão, UTC e Andrade Gutierrez - estão há oito anos praticamente sem acesso a crédito. Desde a operação, que trouxe a luz um esquema de corrupção em contratos com o governo, algumas mudaram de nome e tinham planos apresentados aos credores de crescer baseadas em obras. Nada disso aconteceu, bem como a expectativa de que as construtoras médias e estrangeiras passassem a ocupar o lugar que um dia pertenceu às gigantes.

Mas a turbulência macroeconômica e política vivida de lá para cá no País, com impacto direto nos investimentos em infraestrutura e nas obras públicas, impuseram outra realidade. Não houve espaço para o crescimento das médias e tampouco ambiente de negócios atraente para que estrangeiros entrarem no Brasil. As obras públicas, diferentemente das privadas, exigem capital de giro próprio, uma vez que não há adiantamento de recursos para fazer a chamada mobilização do contrato, ou seja, montar o “canteiro da obra”. Também é exigido um seguro garantia para assegurar a contratação, igualmente limitado, especialmente para as gigantes da Lava Jato.

Na expectativa de solução que contemple crédito, construtoras já mapeiam profissionais que deixaram setor

A visão entre gestores de infraestrutura e empresas é de que esse vácuo precisa ser preenchido e, para isso, é necessário irrigar as construtoras com crédito. Mão de obra e equipamentos neste momento não são problemas para as construtoras, na visão de Claudio Medeiros, presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada-Infraestrutura (Sinicon). Segundo ele, porém, há um movimento para contornar a escassez de crédito.

“Existe diálogo entre o setor e o governo para a modelagem de uma solução estruturada para o financiamento de projetos envolvendo seguro e garantias”, afirmou Medeiros. Técnicos qualificados podem ser um problema no futuro, diz ele, à medida que os investimentos em infraestrutura e obras públicas ganharem tração. “As construtoras já estão mapeando os profissionais experientes que perderam seus empregos e buscaram caminhos fora da indústria, muitos em atividades autônomas”, afirma.

Nos últimos 20 anos houve retração nas obras públicas, especialmente a partir de 2014, após as obras para o País sediar a Copa do Mundo. Os patamares de investimento do governo Bolsonaro ficaram em R$ 78,4 bilhões por ano, contra R$ 84,2 bilhões da primeira gestão Lula.

Investimento menor do governo limitou interesse de novatas e prejudicou retomada das empreiteiras nacionais

O ápice dos gastos na área foi durante o governo Dilma Rousseff, de R$ 179,8 bilhões, segundo o Sinicon. Esse cenário limitou a chegada das novas companhias e prejudicou as tentativas de retomada das envolvidas na Lava Jato, muitas delas contando somente com seu próprio caixa para operar.

As estrangeiras precisam de atestado de capacidade técnica de serviços para operar no Brasil, o que exige tempo para a criação de um histórico de obras e, obviamente, estímulo para isso. No entanto, esbarraram na insegurança jurídica e política ocasionada pela sequencia de eventos que marcaram o Brasil nos últimos anos, mesmo por meio de parcerias com players locais.

Paralelamente, as grandes construtoras tentam renegociar individualmente as dívidas que têm por conta dos acordos de leniência firmados com o poder público no âmbito da Lava Jato. São dívidas gigantes, muito longas e estabelecidas a partir de uma agenda de obras que não se concretizou.

Uma das opções que chegaram a ser ventiladas para diminuir a pressão contra as construtoras da Lava Jato seria o pagamento dos acordos de leniência com precatórios - créditos de discussões jurídicas perdidas pelo poder público. O problema é que, em meio à crise de liquidez, muitas dessas empresas já venderam seus precatórios para gerar caixa.

FERROVIÁRIO

Diário do Comércio - MG   06/07/2023

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), revelou, ontem, durante a abertura da 24ª reunião plenária do Conselho Empresarial Brasil-Japão (Cebraj), que existem investidores japoneses interessados em participar do ramal ferroviário Pirapora-Unaí. O trecho é uma antiga demanda da região Noroeste, área importadora de fertilizantes e exportadora de grãos.

“Estamos tentando levar adiante a expansão da malha ferroviária. Tivemos aperfeiçoamentos com relação à autorização, que é muito mais simples do que concessão, e há realmente um interesse de investidores japoneses de estarem participando, principalmente daquele ramal, que tem um potencial gigantesco conectando Pirapora ao Noroeste do Estado, até Unaí, que é o novo polo agrícola de Minas e que ainda terá uma grande ampliação na produção”, disse.

Em entrevista exclusiva ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, o embaixador do Japão no Brasil, Teiji Hayashi, também afirmou que a área de infraestrutura brasileira é alvo dos japoneses. Sobre aportes futuros nas ferrovias, porém, ele ressaltou que vai depender das circunstâncias.

“No Brasil, a Mitsui tem investimentos em linhas ferroviárias, por exemplo, na SuperVia, no Rio de Janeiro. Outras empresas também têm interesse em investir na área de infraestrutura. São negócios, então depende das condições. Mas queremos compartilhar essas informações sobre uma melhora na infraestrutura mineira entre as empresas japonesas”, ressaltou.

O ramal Pirapora-Unaí é objeto de estudos do governo há algum tempo. O trecho faz parte do Plano Estratégico Ferroviário de Minas Gerais (PEF), composto por projetos priorizados para a implantação e operação de uma nova estrutura ferroviária no Estado.

Até o momento, Minas Gerais já soma oito contratos de adesão formalizados com seis requerentes diferentes, com valor total de R$ 62,98 bilhões estimados em investimentos em novas ferrovias. A extensão, somando todos os projetos, é de 6.988 quilômetros e a estimativa de geração de empregos se aproxima dos 500 mil entre diretos e indiretos.

Fortalecimento das relações – Promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Federação das Indústrias do Japão (Keidanren), com o apoio da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o Cebraj acontece em Belo Horizonte até esta quinta-feira (6).

O objetivo do evento, considerado a maior reunião bilateral entre Brasil e Japão, é debater iniciativas para a ampliação do fluxo de comércio e investimento entre brasileiros e japoneses. As discussões dessa edição visam ainda fomentar a cooperação entre os dois países em temas classificados como essenciais, como a descarbonização e a Indústria 4.0.

Vale lembrar que os dois países mantêm uma importante parceria econômica, no entanto, essa relação vem perdendo relevância nos últimos anos. Conforme a CNI, entre 2013 e 2022, a corrente de comércio bilateral teve uma queda de 21,2%, sendo que o valor exportado do Brasil para o Japão caiu 16,9% e o valor importado, 25,2%.

Do mesmo modo, de acordo com a entidade, os investimentos entre brasileiros e japoneses diminuíram no período de 2012 a 2021. Nesse intervalo, o estoque de investimentos do Japão no Brasil caiu 33,8% e de maneira inversa, a queda foi de 40,1%.

Retomada – O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, lamentou essa situação e disse que os países estão buscando retomar o relacionamento bilateral após o fim da crise sanitária de Covid-19.

“Nós estamos trabalhando para que possamos aumentar tanto a corrente de comércio, as exportações e as importações, quanto aumentar os investimentos das empresas japonesas no Brasil e de empresas brasileiras no Japão. Tenho certeza que cada vez que realizamos um encontro como esse, as possibilidades para a indústria brasileira aumentam muito”, destacou.

Conforme o embaixador do Japão no Brasil, cerca de 100 empresários japoneses vieram à Capital para participar do encontro. “Isso significa que há um grande interesse das empresas japonesas de investir e fazer comércio com o Brasil e Minas Gerais”, enfatizou Hayashi.

Rodoviário

Valor - SP   06/07/2023

Os juros altos e a inadimplência são apontados como os principais responsáveis pelos números até o momento

Os fabricantes de implementos rodoviários fecharam o primeiro semestre com queda de 2,77% no volume de entregas. Os juros altos e a inadimplência são apontados como os principais responsáveis pelos números até o momento, na avaliação da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir). Por outro lado, a entidade destaca que as novas previsões de crescimento do PIB para o ano indicam que o segundo semestre pode ser melhor para a indústria de implementos.

Segundo números divulgados na manhã desta quarta-feira (5), foram licenciadas 73 mil unidades entre janeiro e junho deste ano, contra 75 mil no mesmo período de 2022. Esse resultado é fruto de desempenhos bem diferentes entre os dois segmentos que compõem o setor.

No caso do segmento de pesados, os chamados reboques e semirreboques, as entregas cresceram 4,63% no ano. Com forte influência do agronegócio, além da mineração e infraestrutura, foram emplacados 42,1 mil implementos. No primeiro semestre do ano passado, foram 40,2 mil produtos entregues.

Há diferença de desempenho dentro do próprio segmento. Produtos como tanque inox e silos cresceram 104% e 77%, respectivamente, enquanto os implementos para transporte de toras e porta-contêiner caíram 32,5% e 22% na comparação anual. A expectativa da Anfir é fechar o ano com entrega de 75 mil produtos pesados.

Por sua vez, o segmento de leves, chamado no jargão do setor de “carrocerias sobre chassis”, puxou os números do setor para baixo e levou ao resultado negativo no acumulado do semestre. Esse segmento, que tem influência maior da distribuição de cargas nos grandes centros urbanos, registrou queda de 11,3%. Foram 30,9 mil implementos entregues até o fim de junho em 2023 contra 34,8 mil há um ano.

Apenas uma família de produtos apresentou crescimento, de baú lonado (17%). As demais estão todas no vermelho. A maior queda foi na linha de betoneiras (21,4%), muito usada na construção civil. Para este segmento, a estimativa da associação é fechar o ano com 60 mil entregas.

“Os negócios que suportam o segmento pesado, como agronegócio e construção civil, seguem em alta e estamos atendendo a demanda”, disse José Carlos Spricigo, presidente da Anfir, em nota. Já no segmento de leves, onde a obtenção de financiamento é mais difícil, a realidade é outra.

Para mostrar otimismo com o restante de 2023, Spricigo cita o boletim Focus, divulgado na segunda-feira (3), com previsão de crescimento do PIB para este ano de 2,19%. “Essa foi a oitava vez que o [relatório do] BC elevou sua previsão o que de certa forma ajuda a balizar nossa expectativa que a reação positiva segue”, afirmou.

Mesmo assim, houve revisão de projeções. A estimativa da Anfir no início do ano era de entrega de 140 mil implementos em 2023. Os novos números indicam agora previsão de 135 mil produtos até dezembro, o que representa queda de 12,7% em relação a 2022, que fechou com 154,7 mil unidades.

Diário do Comércio - MG   06/07/2023

Em mais um capítulo da novela envolvendo a duplicação da BR-381, no trecho que liga Belo Horizonte a Governador Valadares (Vale do Rio Doce), são grandes as expectativas acerca da publicação do edital de concessão da famosa “Rodovia da Morte”. O assunto será pauta prioritária da reunião da Diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) nesta quinta-feira (6) e o edital pode ser publicado amanhã (7).

A informação é do Ministério dos Transportes, que comentou a aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU) às sugestões apresentadas pela Pasta e pela autarquia ao projeto aprovado pela Corte, no início do mês passado. “A diretoria colegiada da ANTT poderá analisar a proposta amanhã (6), permitindo a publicação do edital na sexta-feira (7)”, disse o Ministério em nota.

Segundo a ANTT, os próximos passos para o leilão serão divulgados apenas quando o edital for aprovado para publicação no Diário Oficial da União (DOU). Mas, o ministro dos Transportes, Renan Filho, já disse em outras ocasiões que a concorrência deve ser realizada em novembro.

Para tal, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, por unanimidade, o parecer favorável à desestatização de 296 quilômetros da estrada no dia 7 de junho. Na época, o relator do processo na Corte, ministro Antonio Anastasia, ex-governador de Minas Gerais, classificou o projeto como “histórico e revolucionário” e pediu ajustes, que chamou de pertinentes, à Agência. Anastasia ainda estabeleceu o prazo de 60 dias para o retorno acerca das determinações e recomendações.

“Senhores ministros, conhecedor da importância dessa rodovia para o estado de Minas Gerais e a região Leste do País, fico na expectativa do sucesso, não apenas na realização do leilão, mas também ao longo de toda a vigência do contrato, no sentido de que sejam atingidos benefícios tão esperados pela população mineira e que se dê fim a tão famigerada Rodovia da Morte”, declarou Anastasia ao ler seu relatório no plenário do TCU.

Apesar da aprovação, a autarquia informou que foi protocolado pelo Ministério dos Transportes junto ao Tribunal, no fim do mês passado, recurso de embargo de declaração referente aos estudos de viabilidade em relação aos riscos geológicos para a construção e manutenção da rodovia. O tema foi a julgamento em plenário do TCU ontem (5) e, aprovado por unanimidade. Conforme a ANTT, o edital já será publicado com as devidas alterações da Corte.

Vale dizer que a ANTT encaminhou as propostas de intervenção na BR-381 ao Tribunal em setembro do ano passado. Depois de duas tentativas fracassadas, em julho passado, a Agência lançou um novo projeto para a concessão. E agora prevê R$ 5,5 bilhões em investimentos. Desse total, a empresa deverá aportar R$ 4 bilhões nos primeiros oito anos de execução do contrato.

Projeto – A versão original incluía um trecho da BR-262 até o Espírito Santo. Ou seja, a opção então foi desmembrar as concessões e reservar recursos do Acordo de Mariana para a BR-262. Na época, a ANTT informou que as mudanças se justificam pela necessidade de tornar o projeto mais atrativo e atual. Assim, o Ministério da Infraestrutura cortou pela metade a extensão a conceder. Saiu de 686 quilômetros para 304 km.

Já o prazo de concessão foi mantido em 30 anos. A empresa ou consórcio vencedor deverá fazer a recuperação, operação, manutenção e implantação de melhorias, entre elas, obras de duplicação.

No início de junho, o ministro dos Transportes, Renan Filho, foi às redes sociais comemorar a apreciação do projeto pelo plenário do TCU. “Com uma decisão favorável, vamos publicar o edital em julho e fazer o leilão já em novembro”, disse à época.

O otimismo do governo federal quanto ao sucesso do novo certame se justifica pelas mudanças realizadas no edital. Primeiramente, a separação dos projetos da BRs 381 e 262, a redução da matriz de risco, um aporte para minimizar o investimento por parte da iniciativa privada e a alteração no modelo do edital, a partir de sugestões do próprio mercado.

PETROLÍFERO

Infomoney - SP   06/07/2023

A PRIO (PRIO3) produziu 91 mil barris de petróleo equivalente por dia (boepd) no segundo trimestre de 2023, uma alta de 49% ante os primeiros três meses do ano, segundo dados operacionais divulgados nesta terça-feira.

A petrolífera havia produzido 61 mil boepd no primeiro trimestre deste ano, com os níveis de janeiro, fevereiro e março abaixo dos patamares de produção de abril, maio e junho.

Infomoney - SP   06/07/2023

Os ministros de Energia e Petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) agradeceram à Arábia Saudita, à Rússia e à Algéria por ampliarem cortes voluntários de produção, informou a instituição em comunicado.

Os representantes se encontraram no 8º Seminário Internacional da Opep em Viena nesta quarta-feira.

Os ministros conversaram sobre as condições de mercado e concordaram em continuar se consultando com seus parceiros de fora da Opep no seu objetivo de apoiar um mercado de petróleo estável e equilibrado, segundo a nota.

Petro Notícias - SP   06/07/2023

A Petrobrás e 3R Petroleum iniciaram nesta semana o compartilhamento da infraestrutura de processamento na Unidade de Tratamento de Gás Natural de Cacimbas – UTGC, localizada no município de Linhares (ES). O acordo torna possível o acesso ao mercado dos volumes de gás natural produzidos pela 3R no Campo de Peroá, na Bacia do Espírito Santo. Com essa medida, a Petrobrás agora possui contratos de acesso válidos em todas as instalações de processamento onde outras empresas manifestaram interesse.

Atualmente, a Petrobrás possui contratos de compartilhamento de capacidade de processamento em várias unidades: UTG-Catu, localizada em Catu (BA), UTGCA, em Caraguatatuba (SP), UTGCAB em Macaé (RJ) e UTGC-Cacimbas, em Linhares (ES). A única unidade conectada à malha integrada que não possui contrato de compartilhamento é a UTG Sul, situada em Anchieta (ES), devido à falta de manifestação de interesse.

“Com esses contratos, a empresa já disponibiliza acesso a infraestruturas de processamento com capacidade total de mais de 60 milhões de m³/dia. E os investimentos da Petrobras em novas infraestruturas agregarão uma capacidade de até 21 milhões m³/dia em processamento de gás nacional com a entrada do Projeto Integrado Rota 3, previsto para o ano que vem, que também conta com contratos de processamento celebrados”, disse a Petrobrás em um comunicado. As manifestações de interesse podem ser realizadas seguindo os procedimentos descritos no site criado especificamente para as ofertas de processamento, disponível neste link.

Valor - SP   06/07/2023

Indústria defende a entrada de novos players, aumento da oferta, redução da reinjeção e preços mais competitivos

O setor industrial brasileiro segue uma intensa agenda com o governo com vistas a tentar viabilizar maior oferta de gás natural para o que vem chamando de “neoindustrialização” impulsionada pelo choque de energia barata.

Por conta da conjuntura nacional, o excesso de energia elétrica está beneficiando os grandes consumidores. Entretanto, o calcanhar de Aquiles tem sido a oferta de gás natural a preços competitivos. O setor defende a entrada de novos fornecedores do produto no mercado, já que hoje a Petrobras ainda detém mais de 80% do mercado firme de gás natural.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem capitaneado uma empreitada que cobra das petroleiras que atuam no Brasil mais disponibilidade do energético ao mercado nacional. Segundo dados do Fórum de Associações Empresariais Pro-Desenvolvimento do Mercado do Gás Natural (Fórum do Gás), o Brasil tem um enorme potencial de elevar substancialmente sua produção e oferta de gás natural.

As propostas do setor não são novas: falam em elevar o investimento da indústria nacional a partir de novas plantas e expansões, aumentar a oferta de gás natural nacional a preços competitivos, no curto e longo prazos, reduzir o montante de gás natural reinjetado, baixar a concentração na oferta e harmonizar as regulações dos Estados e da União.

A realidade, todavia, impõe desafios. A reinjeção de gás tem como maior objetivo o aumento da produtividade do petróleo. Há a expectativa de finalização do projeto Rota 3 até o fim de 2024, com potencial de disponibilizar 21 milhões m3 /dia. Por outro lado, a entrada em produção deste projeto pode não provocar aumento líquido de oferta, já que há expectativa de redução do gás da Bolívia e da Rota 1.

A construção de novos gasodutos representa um grande investimento, que as produtoras ainda não se sentem seguras em fazer. O diretor de gás natural da Abrace, entidade que representa os grandes consumidores de energia, Adrianno Lorenzon, diz que o programa Gás para Empresar, vem com foco no aumento de oferta e no papel da PPSA. Segundo ele, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) deveria ser o agente responsável por mediar os diferentes interesses, mas não tem se posicionado.

“Há muita assimetria de informações. A Petrobras cita grandes números de que reinjeta por conta do CO2, para recuperar petróleo. Precisa baixar mais o nível e entrar no detalhamento técnico para convencer o mercado e a sociedade de que isso é verdade ou não. Nada melhor do que a ANP para chegar nesse nível”, diz. Procurada, a ANP não quis se manifestar.

O presidente do grupo Coalizão pela Competitividade Gás Natural (CCGNMP), Joaquim Maia, afirma que o gás reinjetado chegou a 62% por conta de problemas na Rota 1 e demora na conclusão da Rota 3. Segundo Maia, há disponibilidade de gás, mas algumas medidas precisam ser tomadas.

“O Brasil precisa deste gás para fertilizantes, químicos e área industrial, incluindo setor siderúrgico (...). Com o fechamento das fábricas da Unigel, estamos importando 99% dos fertilizantes nitrogenados do país. O Brasil, que é uma potência agrícola importantíssima para a segurança alimentar do mundo, depende da importação”, afirma.

Maia diz que este é um problema de soberania e o objetivo é tornar o país menos dependente de importações, estimulando o surgimento de um novo ciclo de desenvolvimento econômico.

Diário do Comércio - MG   06/07/2023

A Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) vai investir cerca de R$ 350 milhões na implantação do Gasoduto Sul, conectando os municípios de Extrema e Pouso Alegre. A expansão da rede de gás natural vai beneficiar seis municípios da região, a partir do transporte de aproximadamente 150 mil metros cúbicos de gás por dia por meio de 150 quilômetros de extensão do duto.

Segundo a estatal, a expansão nessa região vai começar pelo ponto de interconexão na divisa com São Paulo até Extrema, estendendo-se até Pouso Alegre. Após atendimento a aglomerações industriais, haverá a construção de redes na mancha urbana. Vale dizer que os municípios de Pouso Alegre e de Extrema já são atendidos via “gasoduto virtual”, por projeto estruturante.

A licitação do projeto executivo está em andamento e o mesmo deverá ser iniciado no próximo mês, enquanto as obras estão previstas para 2025. Já o início do consumo por parte dos clientes deve ocorrer até 2027.

ALMG – Este e outros projetos foram apresentados ontem (5) pelo presidente da estatal, Gilberto Valle, durante reunião da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em uma solicitação do presidente da comissão, deputado Gil Pereira (PSD). Na oportunidade, o executivo falou sobre o mercado de gás natural, o histórico operacional e financeiro e os programas de investimentos da companhia.

Ele ressaltou que a Gasmig pretende investir R$ 2,3 bilhões no seu programa de expansão até 2027. E que o maior gargalo é justamente a infraestrutura de transporte do gás, uma vez que por não ser banhado pelo oceano, o suprimento mineiro ocorre por dois gasodutos que fazem esta conexão. Um vem da refinaria em Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, e vai até Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e outro transporta o gás de Paulínia, em São Paulo, até Jacutinga, no Sul de Minas.

Já dentro do Estado, há outros gasodutos que fazem a distribuição do gás natural. Neste sentido, atualmente, a rede da Gasmig conta com 1.537 quilômetros e atende 46 municípios, cerca de 5% das 853 cidades mineiras.

Até 2026, a meta da Gasmig é atender 100 mil clientes em sete mesorregiões. Hoje, são cinco, uma delas o Vale do Aço, com o gasoduto que leva o gás natural de São Brás do Suaçuí, na região Central, a Belo Oriente.

Centro-Oeste: oito cidades atendidas

Outro projeto destacado pelo presidente foi a implantação do Gasoduto Centro-Oeste. Sob investimentos de R$ 780 milhões, este ramal vai beneficiar oito municípios que, juntos, representam 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Betim, Sarzedo, São Joaquim de Bicas, Igarapé, Juatuba, Mateus Leme, Itaúna e Divinópolis receberão a infraestrutura.

Conforme publicado, o edital de contratação das obras foi publicado no fim de março. Já o início das obras está previsto para os próximos meses e terá duração de dois anos. Além disso, há a perspectiva da criação de 15 mil empregos.

A implantação do Gasoduto Centro-Oeste representa uma ampliação de cerca de 300 quilômetros da atual rede da Gasmig. Estima-se que cerca de 1 milhão de cidadãos serão beneficiados pelo projeto, ou seja, 5% da população total do Estado. (MB)

Infomoney - SP   06/07/2023

O Instituto Nacional do Desenvolvimento da Química (idQ) estima que a ampliação da oferta de gás natural ao preço médio de US$ 6 por milhão de BTU no mercado nacional – sinalizado como piso da meta do governo dentro de seu programa “Gás para Empregar” – tem potencial de gerar R$ 70 bilhões de investimentos em novas fábricas, na retomada de produção das unidades já existentes e no desenvolvimento de produtos que atualmente são importados.

Hoje, o valor médio pago pela indústria é de US$ 16 por milhão de BTU, o que na visão da entidade torna o preço do insumo um dos mais elevados do mundo, afetando a competitividade da indústria química, hoje responsável por quase 30% do consumo industrial da molécula no País.
Em nota, a entidade cobra o aumento da competitividade e a expansão na oferta do gás natural. Também defende que isso deve acontecer norteado pelo princípio da isonomia. “Todos os setores, empresas e atores do mercado de gás natural devem ter condições iguais de preço, disponibilidade e concorrência. Nenhum privilégio pode ser dado a uma companhia, planta, associação ou setor”, diz trecho do documento.

O instituto diz, ainda, que tornar o insumo mais competitivo poderá melhorar seu uso para fins energéticos e viabilizará novas cadeias produtivas, diminuindo a vulnerabilidade do País no agronegócio a partir da produção de fertilizantes.

Esses temas serão debatidos amanhã, 05, no seminário “Gás natural – Química, neoindustrialização e geração de empregos”. O evento será realizado pela Frente Parlamentar da Química (FPQuímica) no Auditório Freitas Nobre, na Câmara dos Deputados, em Brasília, a partir das 8h.

O idQ é composto pelas associações Abiquim, Abiclor, Abifina, Abipla, Abiquifi, Abrafati, Croplife Brasil, Ibpvc, Sinprifert e Conselho Federal de Química.

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