IstoÉ Dinheiro - SP 05/11/2025
A CSN apresentou lucro líquido de R$ 76 milhões no terceiro trimestre de 2025, revertendo, assim, o prejuízo de R$ 751 milhões registrado em igual período de 2024, bem como o prejuízo de R$ 130 milhões verificado no trimestre imediatamente anterior.
“Essa foi a primeira vez no ano em que a CSN conseguiu registrar lucro, refletindo toda a melhora operacional observada no período, além do efeito positivo da variação cambial nas despesas financeiras e a reversão de impostos registrada no trimestre”, pontua a gestão no release de resultados.
O Ebitda ajustado foi de R$ 3,319 bilhões no trimestre, avanço anual de 45,3%. A margem Ebitda ajustada do período foi de 26,8%, 3,3 pontos porcentuais (p.p.) acima da registrada no trimestre imediatamente anterior.
A melhora na rentabilidade reflete, ainda segundo a companhia, o resultado operacional alcançado do período, com recordes de produção e vendas na mineração, o segundo maior desempenho de vendas da história em cimentos, o maior Ebitda já registrado no segmento de logística com aumento de eficiência na movimentação de cargas, além de uma maior gestão no processo siderúrgico, com o menor custo de produção de placas dos últimos quatro anos.
A empresa credita o movimento ainda ao ambiente favorável de preços tanto na mineração quanto em cimentos, que também contribuíram para essa performance no período. “Nesse sentido, o único segmento que verificou uma pressão de preços neste trimestre foi o da siderurgia em razão do cenário ainda hostil em relação ao impacto do material importado na dinâmica concorrencial do mercado doméstico”, explica a CSN.
A companhia ressalta, porém, que esse cenário já começa a apresentar sinais de melhora, com reajustes sendo aplicados no início do quarto trimestre, “o que pode se configurar como uma importante alavanca para os próximos trimestres”.
A receita líquida da CSN somou R$ 11,794 bilhões no terceiro trimestre, alta de 6,6% em relação com o mesmo período de 2024.
Valor - SP 05/11/2025
A Nippon Steel iniciará a produção comercial de aço de alta qualidade utilizado em data centers nos Estados Unidos, segundo apurou o “Nikkei Asia”.
A U.S. Steel, adquirida pela Nippon Steel por US$ 14,1 bilhões em junho, construirá novas instalações de produção em uma planta já existente no Arkansas. O investimento total deverá chegar a bilhões de dólares.
A siderúrgica pretende atender à demanda que a inteligência artificial vem gerando por data center, especialmente entre as principais empresas de tecnologia americanas. A Nippon Steel também planeja reformar instalações antigas e deterioradas.
O aço de alta qualidade que a Nippon Steel planeja produzir nos Estados Unidos é baseado em tecnologia que sustenta a infraestrutura de inteligência artificial, um pilar da cooperação em segurança econômica entre Japão e Estados Unidos.
A infraestrutura de inteligência artificial também desempenha um papel central em projetos anunciados por ambos os governos durante o recente encontro entre a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
As instalações que a U.S. Steel está construindo fabricarão chapas de aço elétrico com grãos orientados, utilizadas em transformadores de data centers, que convertem eletricidade de uma voltagem para outra por meio de indução eletromagnética. A Nippon Steel desenvolveu a tecnologia por trás da fabricação de chapas de aço elétrico de classe mundial.
A produção em massa dessas chapas de aço de alta qualidade e eficiência energética está prevista para começar em 2028.
Atualmente, a única produtora de aço elétrico com grãos orientados nos Estados Unidos é a concorrente Cleveland-Cliffs.
Os Estados Unidos são um dos maiores mercados mundiais de aço de alta qualidade e, em alguns casos, produtos inferiores aos da Nippon Steel são comercializados a preços cerca de duas vezes maiores do que no Japão.
A Nippon Steel espera alavancar sua tecnologia de ponta para quebrar o domínio da Cleveland-Cliffs no mercado e aumentar a participação de mercado da U.S. Steel.
O “boom” da inteligência artificial está impulsionando esse crescimento. O investimento de capital de gigantes da tecnologia dos Estados Unidos, como Amazon e Meta, atingiu um recorde no terceiro trimestre. Com o investimento em data centers de inteligência artificial em alta, a demanda por transformadores também deverá aumentar.
Portal Fator Brasil - RJ 05/11/2025
Maior produtora brasileira de aço foi reconhecida pelo projeto Gerdau Tech Ecomachining, que oferece usinabilidade, alta performance com sustentabilidade para a cadeia automotiva.
A Gerdau, maior empresa brasileira produtora de aço e uma das principais fornecedoras de aços especiais para o setor automotivo do mundo, foi a grande vencedora da categoria Inovação Tecnológica e ESG do Prêmio AutoData 2025, a mais tradicional e prestigiada premiação da indústria automotiva nacional, que celebra as empresas e os profissionais que mais se destacaram no setor.
O reconhecimento foi concedido ao projeto Gerdau Tech Ecomachining, uma linha de aços especiais, com ligas atóxicas desenvolvida especialmente para processos de usinagem de alta precisão, um processo essencial para a fabricação de peças como motores, eixos e sistemas de transmissão, sem comprometer o meio ambiente. Voltado a setores como o automotivo e agrícola, o novo aço alia sustentabilidade, performance e segurança operacional.
O desenvolvimento da nova linha reforça o compromisso da empresa com o pilar de sustentabilidade e a geração de valor para os clientes, entregando soluções que contribuem com a melhora da competitividade da cadeia automotiva. Testes realizados em parceria com o SENAI São José dos Campos comprovaram ganhos significativos, incluindo o aumento de até 40% na vida útil das ferramentas de corte e uma redução de 30% nas trocas, impactando diretamente a produtividade e a redução de resíduos para seus clientes.
—A inovação e a sustentabilidade são pilares estratégicos para a Gerdau. A nova linha reforça o papel da companhia como fornecedora estratégica de soluções em aço, agregando valor real aos produtos dos clientes e contribuindo para um setor mais sustentável e competitivo. Ser a primeira produtora de aço a vencer esta categoria do Prêmio AutoData demonstra nosso compromisso com o futuro da cadeia do aço —afirma Rafael Reifschneider, líder de Marketing da Gerdau Aços Especiais.
Criado em 2000, o Prêmio AutoData foi pioneiro em destacar o trabalho realizado pelas empresas, líderes setoriais e produtos na indústria automotiva brasileira. A edição deste ano contou com 39 finalistas em onze categorias e a votação foi aberta ao público.
O Estado de S.Paulo - SP 05/11/2025
A produção industrial caiu 0,4% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, informou nesta terça-feira, 4, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a setembro de 2024, a produção subiu 2,0%.
No acumulado do ano, a indústria subiu 1,0%. No acumulado em 12 meses, houve alta de 1,5%, ante aumento de 1,6% até agosto.
O índice de Média Móvel Trimestral da indústria registrou alta de 0,1% em setembro.
No terceiro trimestre de 2025 ante o segundo trimestre do ano, a produção industrial brasileira cresceu 0,1%. O resultado significa o terceiro trimestre consecutivo positivo, na série em comparação ao trimestre imediatamente anterior, com ajuste sazonal.
No quarto trimestre de 2024, a produção tinha recuado 0,1%, voltando ao positivo no primeiro trimestre de 2025, alta de 0,2%, e no segundo trimestre de 2025, elevação de 0,2%.
A queda de 0,4% na produção industrial nacional em setembro ante agosto foi puxada, sobretudo, pela retração nas atividades de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,7%), indústrias extrativas (-1,6%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,5%).
Na passagem de agosto para setembro, houve recuos em 12 dos 25 ramos industriais pesquisados. Houve influência negativa relevante também de artigos do vestuário e acessórios (-2,9%), produtos químicos (-0,4%), produtos diversos (-2,7%) e outros equipamentos de transporte (-1,9%).
Na direção oposta, entre as 13 atividades com avanços, o principal impacto positivo foi de produtos alimentícios (1,9%). Outras altas significativas ocorreram em fumo (19,5%), produtos de madeira (5,5%), produtos de borracha e de material plástico (1,3%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (1,7%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (2,0%), artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (2,3%), bebidas (1,1%) e metalurgia (0,5%).
Comparação anual
O aumento de 2,0% na indústria brasileira em setembro de 2025 ante setembro de 2024 foi puxado, sobretudo, pelos avanços nos produtos alimentícios (7,1%) e indústrias extrativas (5,2%).
Em setembro de 2025 ante setembro de 2024, houve crescimento na produção de 16 dos 25 ramos investigados. Houve contribuições positivas relevantes também de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (10,2%), celulose, papel e produtos de papel (5,9%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (12,0%), impressão e reprodução de gravações (26,0%), máquinas e equipamentos (4,7%), produtos têxteis (11,8%), produtos do fumo (35,0%), outros equipamentos de transporte (8,6%) e produtos de borracha e de material plástico (3,1%).
Segundo Macedo, do IBGE, houve influência do efeito calendário, uma vez que setembro de 2025 teve um dia útil a mais que igual mês do ano anterior.
“Temos a questão do efeito calendário atuando favoravelmente na produção em setembro, dado que setembro de 2025 teve um dia útil a mais que setembro de 2024”, ressaltou.
Na direção oposta, entre as nove atividades com retração, a principal influência negativa partiu de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-7,2%). Outros impactos significativos foram registrados em produtos de metal (-4,0%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-1,4%) e produtos de madeira (-9,5%).
O índice de difusão, que mostra a proporção de produtos com avanço na produção em relação ao mesmo mês do ano anterior, passou de 40,3% em agosto para 53,0% em setembro.
O Estado de S.Paulo - SP 05/11/2025
O desfecho da reunião do Copom nesta quarta-feira, 5, não será surpresa alguma para ninguém: manutenção da taxa Selic em 15%. Isso já foi amplamente telegrafado pelo Banco Central. Mas a grande expectativa de analistas e investidores está concentrada num simples sintagma nominal do comunicado a ser divulgado com a decisão: se o Copom irá deixar ou retirar do texto o advérbio “bastante” que acompanha o adjetivo “prolongado” da sua sinalização sobre os próximos passos da política monetária.
Desde julho, quando deixou os juros parados em 15%, o Copom vem avisando que iria manter a taxa básica inalterada nesse patamar por “um período bastante prolongado”.
Nas contas do mercado, não fazia sentido o BC dizer “bastante prolongado” e iniciar um novo ciclo de corte de juros antes de duas ou três reuniões. Ou seja, julho, setembro e novembro estão fora dos cálculos de analistas.
Uma minoria aposta num corte em dezembro. Por achar que um movimento prematuro, diante de condições macroeconômicas ainda insuficientes, poderia ferir a credibilidade do Copom, a maioria do mercado se divide entre as reuniões de janeiro e de março na aposta para o início do afrouxamento monetário.
Se o comunicado for alterado para sinalizar a manutenção dos juros em 15% apenas por “um período prolongado”, é possível que muitos analistas e investidores antecipem de março para janeiro a aposta para o início do corte da Selic.
A leitura dessa mudança no texto seria a de que, se a inflação corrente seguir surpreendendo para baixo e as expectativas inflacionárias de 2026 e 2027 seguirem recuando, o Copom já poderia preparar o terreno na reunião de dezembro para dizer que um ciclo gradual de redução dos juros seria iminente, ou algo que possa deixar a porta aberta para um corte em janeiro.
Outro fator que pode influenciar as apostas do mercado será a projeção de inflação do Copom ao longo do horizonte relevante da política monetária. Na última reunião, essa projeção foi de 3,4% para o primeiro trimestre de 2027.
Como, desde então, o dólar permaneceu comportado (abaixo de R$ 5,40), a inflação desacelerou e as expectativas recuaram, se o Copom revisar essa projeção para 3,2%, por exemplo, nível mais próximo da meta de 3%, isso seria um sinal de que a Selic já não precisaria ficar no nível restritivo atual por tanto tempo.
Por outro lado, o mercado de trabalho segue robusto e a perda de fôlego da atividade econômica está mais lenta do que o esperado. Isso exigiria cautela. Qual será a interpretação do Copom? A resposta depende de um advérbio.
Globo Online - RJ 05/11/2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira durante evento em São Paulo que se fosse o presidente do Banco Central iria baixar os juros.
— Eles vão ter que cair. Por mais pressão que os bancos façam sobre o Banco Central para não baixar juros, elas vão ter que cair. Não tem como sustentar 15% de juros reais com a inflação batendo 4,5% — disse. — Eu não sou diretor do Banco Central. Se eu fosse, votava pela queda.
A declaração foi dada ao jornalista Walter Brandimarte, da Bloomberg, durante entrevista concedida no palco de fórum que a empresa realizou sobre investimentos na área de ambiente.
O ministro disse que não acredita que, com a lacuna que existe hoje entre a taxa de juros real e a inflação, esta possa voltar a ser pressionada. Pelo contrário, sugeriu que os juros é que podem prejudicar a economia agora.
— Eu tenho alergia à inflação, e sei o que a inflação provoca, mas tem uma questão de razoabilidade — afirmou. — A dose do remédio, para se transformar em veneno, tem muito pouca diferença.
O depoimento do ministro foi dado em dia de reunião do Copom, que deve decidir se altera ou não a taxa. Na reunião de setembro, o BC manteve a Selic em 15%.
Haddad afirmou também durante a conversa que um setor ideológico do mercado financeiro está torcendo contra o desempenho do governo e perdendo dinheiro com isso.
— O que eu vejo gente torcendo contra esse país é impressionante no mercado financeiro. O cara tem uma ideologia dele. Aí ele aposta que o dólar vai subir. O dólar cai, ele perde uma montanha de dinheiro, e culpa o governo — disse. — É uma coisa realmente que precisa ser estudada. O cara perdeu dinheiro porque ele apostou errado. É só isso que aconteceu. Ele tem que se conformar com o que ele perdeu e torcer para dar certo.
Agenda verde
A entrevista do ministro foi concedida em meio a apresentações de investidores sobre economia verde e a transição energética, às vésperas da COP 30, a conferência do clima de Belém.
Haddad disse que a aposta do governo na criação do Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF) com outros 11 países deve ser o carro chefe para puxar políticas de incentivo à preservação ambiental no país.
O ministro afirma também que o Brasil está em posição privilegiada para a transição energética, porque a matriz energética do país já está ancorada em hidroeletricidade, que é uma fonte de baixa emissão de CO2.
— As vantagens competitivas do Brasil são aderentes à agenda climática — disse. — O Brasil tem energia limpa e barata, então não faz nem sentido a gente trocar por energia suja e cara.
Haddad falou que espera, também, que o álcool de cana-de-açúcar seja outro trunfo na transformação econômica global que precisa ocorrer para conter as emissões de gases do efeito estufa e a crise do clima.
— A questão dos biocombustíveis também importa. A gente vai abdicar de uma uma agenda em que o Brasil tem de 30 a 40 anos de tradição em biocombustível? Ele é só melhor do ponto de vista tecnológico, e tem uma série de vantagens.
Money Times - SP 05/11/2025
O mercado financeiro continua na expectativa pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre os juros no Brasil, que será divulgada nesta quarta-feira (5). Para Rafael Passos, sócio da Ajax Asset, não há espaço para surpresas.
No Giro do Mercado desta terça-feira (4), apresentado pela jornalista Paula Comassetto, o especialista reforçou o consenso de que a Selic deve ser mantida em 15% ao ano, e que o tom do comunicado deve ser o foco da atenção.
“A decisão já está dada, não vai ser surpresa. Mantém os juros nos 15%. Mas há muita discussão no mercado com relação ao comunicado e, principalmente, no trecho que fala sobre manter essa taxa de juros por um período prolongado”, afirmou Passos.
Segundo o gestor, indicadores recentes mostram redução nas projeções de inflação, tanto nos dados correntes quanto nas expectativas captadas pelo boletim Focus. Apesar disso, o Banco Central (BC) deve manter um discurso cauteloso.
“Acho que o discurso do BC provavelmente continua um pouco mais duro, mas não vejo grandes impactos com relação à bolsa, que ainda surfa um cenário mais construtivo e de fluxo positivo”, disse.
Passos destacou, ainda, que o fluxo estrangeiro tem sustentado o desempenho da Bolsa brasileira, enquanto o investidor local segue concentrado na renda fixa.
Destaques da temporada de resultados
O especialista também comentou sobre a temporada de resultados corporativos no terceiro trimestre de 2025 (3T25).
Comentando a forte movimentação da Cosan (CSAN3), que chegou a cair mais de 5% após anunciar a oferta pública de ações superior a R$ 9 bilhões, Passos afirmou que o movimento inicial é natural, mas que o reforço de capital é positivo para a companhia.
“Essa oferta é muito positiva para a Cosan. Melhora a estrutura de dívida e de capital, reduz a alavancagem financeira, que era uma preocupação do mercado, e diminui a pressão por venda de ativos”, disse.
Sobre os números da Embraer (EMBJ3), que reportou lucro ajustado de R$ 289 milhões no terceiro trimestre, uma queda de cerca de 70% na comparação anual, Passos avaliou que o balanço veio sólido, ainda que sem surpresas relevantes.
O programa ainda abordou o desempenho dos mercados globais e outros destaques corporativos, como Klabin (KLBN11) e BB Seguridade (BBSE3). Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
IstoÉ Dinheiro - SP 05/11/2025
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,27% em outubro, desacelerando significativamente em relação ao acréscimo de 0,65% de setembro e também ante o ganho de 0,52% da terceira quadrissemana do mês passado, segundo dados publicados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) nesta terça-feira.
Entre janeiro e outubro, o IPC-Fipe acumulou inflação de 3,30%. Nos 12 meses até outubro, a alta do índice foi de 4,86%. No 10º mês do ano, quatro dos sete componentes do IPC-Fipe subiram em ritmo mais lento: Habitação (de 1,66% em setembro a 0,22% em outubro), Transportes (de 1,01% a 0,32%), Despesas Pessoais (de 0,52% a 0,26%) e Saúde (de 0,80% a 0,37%). Por outro lado, os itens restantes ganharam força de um mês para o outro: Alimentação (de -0,52% a 0,38%), Vestuário (de -0,03% a 0,10%) e Educação (de 0,00% a 0,03%).
Veja abaixo como ficaram os componentes do IPC-Fipe em outubro:
– Habitação: 0,22%
– Alimentação: 0,38%
– Transportes: 0,32%
– Despesas Pessoais: 0,26%
– Saúde: 0,37%
– Vestuário: 0,10%
– Educação: 0,03%
– Índice Geral: 0,27%
O Estado de S.Paulo - SP 05/11/2025
O mercado consolidou a aposta de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar 2025 muito próximo do teto da meta inflacionária, de 4,5%, após estouro da meta em 2024 (4,83%). Economistas consultados pelo Projeções Broadcast consideram que a moderação dos preços de alimentos, o movimento de apreciação cambial, e a redução do preço da gasolina pela Petrobras na última semana ajudaram a aliviar as estimativas para o ano.
A mediana da pesquisa Projeções Broadcast indica alta de 4,51% para o IPCA do ano, resultado menor do que o apontado pelo mais recente boletim Focus, que teve a estimativa intermediária para inflação de 2025 reduzida de 4,70% para 4,56%. Economistas não descartam mais uma redução da mediana do Focus na próxima divulgação. Até setembro, o IPCA acumula alta de 3,64% no ano e de 5,17% em 12 meses.
O cenário atual para a inflação é mais benigno do que o mercado desenhava no início do ano, sobretudo pelo movimento da taxa de câmbio no final de 2024. Para efeito de comparação, a mediana para o IPCA 2025 do Focus chegou a atingir 5,68% em março.
Diretores do Banco Central reforçaram ao longo do ano o desconforto com a desancoragem das expectativas de inflação, um fator importante para determinar quando o Comitê de Política Monetária (Copom) deve iniciar o processo de afrouxamento monetário.
Caso o IPCA de 2025 cumpra, de fato, o limite da meta, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, estaria dispensado de escrever mais uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre os motivos que levaram ao estouro da meta de inflação.
No início do ano, a projeção para o IPCA de 2025 do head de macroeconomia da Kínitro Capital, João Savignon, era uma das mais altas do mercado, de 6,5%, muito influenciada pela perspectiva de uma taxa de câmbio mais depreciada. Hoje, o economista aposta em uma alta de 4,46% para a inflação no ano, abaixo do teto da meta.
Além da dinâmica mais favorável da taxa de câmbio, a inflação de bens industriais e alimentos, na esteira da queda dos preços das commodities, foi o “grande diferencial” para a revisão na estimativa, segundo ele. A expectativa é de bandeira amarela na tarifa de energia elétrica em dezembro — se for verde, a estimativa deve sofrer um decréscimo de 10 pontos-base.
Para o economista Fabio Romão, da 4intelligence, o IPCA deve encerrar o ano em 4,52%, em um cenário que prevê bandeira tarifária amarela em dezembro. Segundo ele, a estimativa do ano perdeu força neste mês devido à redução do preço da gasolina pela Petrobras, mas já vinha dando sinais de moderação. A alimentação no domicílio, por exemplo, chegou a rodar em 7,5% em maio, e pode fechar em 4% em 2025.
O IPCA dentro do teto da meta de inflação — de 4,5% — ou muito próximo dela eleva a aposta pelo início do ciclo de flexibilização monetária já em janeiro, segundo economistas, embora esse não seja o cenário-base da maioria.
O mercado de trabalho resiliente e a inflação de serviços em níveis altos — ainda que esteja em desaceleração e apresentando uma melhora qualitativa — podem ser um freio para o Banco Central na decisão de reduzir ou não a taxa Selic em janeiro.
A economista Andréa Angelo considera que a desaceleração dos serviços aumenta a aposta por uma queda de juros em janeiro, de 0,25 ponto porcentual. Segundo ela, o qualitativo do IPCA mostrou melhora em setembro e na leitura do IPCA-15 de outubro. Contudo, a parte de serviços intensivos no trabalho, ligado ao mercado de trabalho, foi a única que voltou a acelerar neste mês.
Para João Savignon, da Kínitro Capital, o cenário atual para a inflação aumenta a probabilidade de uma eventual antecipação do ciclo de cortes da taxa Selic, mas avalia que ainda é cedo para o Copom baixar a guarda e antecipar o ciclo de redução da taxa Selic. “É preciso aguardar o efeito positivo da dinâmica para gerar uma expectativa inflacionária menor, especialmente para 2027, que é o horizonte do BC. A autarquia precisa consolidar o ganho de credibilidade”, observa. A Kínitro prevê o primeiro corte na Selic entre março e abril, mas não descarta um início em janeiro.
Fabio Romão, da 4intelligence, considera que a projeção do IPCA a 4,5% em 2025 será a mais frequente no mercado, visto que o cenário para ela se concretizar ficou mais provável. “Certamente as apostas de o primeiro corte na Selic ser em janeiro vão crescer, mas ainda não veremos uma moderação no mercado de trabalho neste ano”, observa.
Para ele, o IPCA deve fechar abaixo da meta — a projeção da 4intelligence é de alta de 4,52% —, mas os serviços devem continuar em níveis incômodos para o BC, rodando em 6% no fim deste ano. Para 2026, o economista projeta IPCA de 4,2% e inflação de serviços de 5,4%. “É mais difícil ver uma descompressão em serviços como vimos em alimentação”, diz. A 4intelligence projeta o primeiro corte na Selic em março de 2026, de 0,25 ponto porcentual.
O economista Alexandre Maluf, da XP Investimentos, também avalia que o cumprimento do teto da meta da inflação aumenta a aposta de corte no juro básico em janeiro. “O cenário ainda está aberto, contudo, com as incertezas fiscais e o ciclo de cortes do Federal Reserve”, diz. A corretora mantém o call de início do afrouxamento monetário em março, com uma redução de 0,50 ponto.
Ele também aponta que a melhora qualitativa da inflação de serviços traz certo alívio para o Banco Central. “Existia uma desancoragem, essa inflação de serviços rodou perto de 8%”, diz. “Mas será difícil ver uma inflação consistentemente na meta com tantos estímulos fiscais e de crédito contratados para 2026”, pondera.
Infomoney - SP 05/11/2025
ça e quarta-feira, 4 e 5 de novembro, para decidir a nova taxa de juros. O consenso do mercado é que a Selic será mantida em 15%, com o Copom de olho na convergência da inflação para a meta dentro do horizonte relevante. A expectativa é se o tom do comunicado se manterá duro (hawkish) ou será suavizado (dovish), o que deve dar uma indicação sobre o início do ciclo de corte de juros.
Economistas ouvidos pelo InfoMoney avaliam que, embora alguns indicadores apontem para a desaceleração da atividade econômica, ainda há fatores que devem pesar na avaliação do Copom para manter os juros em patamar elevado por período prolongado.
Cenário macro: alívios e pressões
Desde a última reunião do Copom, os indicadores da atividade econômica apontam sinais de desaceleração, a perda de tração do crédito e o recuo da inflação, o que reflete o impacto da política de juros sobre a economia.
No entanto, o mercado de trabalho ainda aponta resiliência – a taxa de desemprego ficou na mínima histórica pela terceira vez, o país segue gerando novas vagas embora tenha ficado abaixo da expectativa no último mês.
No campo fiscal, o cenário de estabilização da dívida pública segue desafiador, avalia Arnaldo Lima, líder de RI da Polo Capital, embora ele cite que há indícios de menor impulso fiscal. “Isso ficou evidenciado pela queda de 0,6% no consumo do governo frente ao avanço de 0,4% do PIB na comparação trimestral com ajuste sazonal”, compara.
Ele destaca que a ampliação das faixas de isenção tende a estimular a demanda agregada, mas a reação da oferta ainda é incerta.
Divisor de águas: inflação
Ainda há incertezas fiscais e externas, e o olhar sobre a inflação deve ser o “divisor de águas” entre um comunicado dovish ou hawkish, na avaliação de Luis Otávio Leal, sócio e economista-chefe da G5 Partners.
O relatório Focus vem indicando recuo na projeção da inflação. A expectativa para o indicador foi de 4,8% há quatro semana para 4,55% em 2025, na última pesquisa ; de 4,28% para 4,20% em 2026; e de 3,9% para 3,8% em 2027. Mas isso pode não ser suficiente para o Copom.
“Teremos que ver se ele vai focar nos resultados correntes melhores do que o esperado e na queda das expectativas de inflação, ou no fato de que estes movimentos ainda são incipientes por serem incompatíveis com a meta de inflação”, avalia Leal.
Atenções voltadas ao comunicado
A principal dúvida para esta reunião do Copom é se o comitê irá manter a sinalização de que poderia retomar o ciclo de alta de juros, se for apropriado, ou se irá retirar este trecho do comunicado.
“Entendemos que esse trecho pode ser retirado, deixando as portas abertas para o início do ciclo de corte de juros no início do próximo ano”, afirma Júlio Barros, economista do Daycoval. Caso o trecho seja mantido, o mercado vai entender que o início do ciclo de cortes pode ser “mais para a frente” do que o esperado, que atualmente está entre janeiro e março do ano que vem.
Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú, destaca que a estabilização do mercado de trabalho está perto da mínima histórica da taxa de desemprego, e a inflação corrente segue distante do objetivo da política monetária.
“A melhora de expectativas, mesmo que expressiva, ainda deixa as projeções de mercado consistentemente acima da meta – de forma que o Copom reconhecer esse movimento de melhora, nesse momento, pode ser contraproducente”, avalia. Para ele, o Copom não vai mudar a sinalização de manter os juros altos por período bastante prolongado em razão da desancoragem das expectativas.
Copom hawkish? Ou há espaços para dovish?
Na mesma linha, Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, destaca que o mercado de trabalho e o consumo podem pesar na análise do Comitê, que deve manter uma postura cautelosa.
“O mercado de trabalho resiliente mantém o consumo em níveis relativamente elevados, e continua sustentando parte da pressão sobre os preços de serviços”, afirma. “Esse e outros componentes subjacentes de inflação, como os núcleos, permanecem acima da meta. Além disso, mesmo com a melhora recente, as projeções de inflação do mercado seguem distantes do centro da meta, o que reforça a necessidade de manutenção da postura cautelosa por mais tempo”, avalia.
No campo internacional, Arnaldo Lima, líder de RI da Polo Capital, avalia que, embora a guerra tarifária não tenha produzido impactos tão negativos quanto se temia, o cenário global ainda impõe cautela à Autoridade Monetária. Além disso, a resiliência do mercado de trabalho ainda reflete um desequilíbrio entre oferta e demanda que mantém a inflação de serviços pressionada — exigindo, portanto, “a manutenção de uma política monetária contracionista por um período prolongado”, afirma.
Luis Felipe Vital, chefe de Estratégia Macro e Dívida Pública da Warren, espera que o comitê reitere que os riscos seguem mais elevados do que o usual, e que não faça alterações relevantes no balanço de riscos apresentado nas comunicações anteriores.
“Não se espera nenhuma mudança relevante na comunicação do Banco Central. O elemento hawkish que o Banco Central pode trazer diz respeito à perseguição do centro da meta de 3,0%. Embora o tema não seja novo e já tenha aparecido em documentos anteriores, o momento atual seria propício para o reforço dessa mensagem”, diz.
Corte da Selic
Além desta reunião de novembro, o Copom fará uma última reunião neste ano, marcada para 9 e 10 de dezembro. Em 2026, as reuniões do primeiro trimestre serão em 27 e 28 de janeiro e em 17 e 18 de março.
Os economistas são unânimes em dizer que o Copom não deverá dar início ao ciclo de corte de juros deste ano, mas se dividem na projeção para quando virá o corte no ano que vem.
G5 Partners e Polo Capital projetam corte em janeiro; Suno e C6 Bank estão com projeção para março de 2026.
A XP tem projeção de corte da Selic para março. “Projetamos que a taxa Selic atingirá 12,00% ao final de um ciclo de seis cortes consecutivos de 0,50 p.p., com início em março de 2026”, escreveu em seu relatório a área de research. Com isso, a taxa básica se estabilizaria em torno de 7,5% em termos reais. “Ou seja, acima do que consideramos como nível neutro, refletindo os desafios fiscais previstos para o próximo mandato presidencial.”
Já a Reach revisou para abril sua projeção de início do ciclo de cortes.
Independemente do início do corte, a projeção é que a Selic termine em 12,25% em 2026, de acordo com o relatório Focus. A estimativa para 2027 permaneceu em 10,50%. Para 2028, a estimativa permaneceu em 10% por 45 semanas.
O Estado de S.Paulo - SP 05/11/2025
A China anunciou nesta quarta-feira, 5, que vai prorrogar por mais um ano a suspensão da tarifa adicional de 24% imposta sobre produtos importados dos Estados Unidos, mantendo a tarifa geral de 10%.
Uma declaração publicada no site do Ministério das Finanças, citando o Conselho de Estado em Pequim, afirma que “a tarifa de 24% sobre produtos dos EUA permanecerá suspensa por mais um ano, e uma tarifa de 10% será mantida”.
A declaração indica que a suspensão segue “o consenso alcançado nas consultas econômicas e comerciais entre a China e os Estados Unidos” e entrará em vigor em 10 de novembro.
Os presidentes Xi Jinping e Donald Trump se reuniram na última semana na Coreia do Sul e prorrogaram a frágil trégua comercial por mais um ano, após várias rodadas de negociações.
Na terça, 4, Trump formalizou um acordo pelo qual Washington deve reduzir tarifas adicionais sobre as importações chinesas de 20% para 10%, também com vigência a partir de 10 de novembro.
Em um comunicado separado, a China anunciou, no mesmo dia, que havia suspendido as tarifas de até 15% sobre a soja e outros produtos agrícolas americanos.
As tensões entre as duas maiores economias do mundo aumentaram este ano, à medida que Washington e Pequim impuseram tarifas cada vez mais altas uma à outra.
Em determinado momento, as tarifas de ambos os lados chegaram a três dígitos, perturbando os mercados e paralisando as cadeias de suprimentos. /AFP
Infomoney - SP 05/11/2025
A CSN Mineração (CMIN3) reportou lucro líquido de R$ 696 milhões no terceiro trimestre de 2025, uma alta de 56% sobre o mesmo período de 2024. A companhia destaca que o resultado é 5 vezes superior ao verificado no trimestre imediatamente anterior e foi impulsionado pela combinação de recordes operacionais verificados no período com uma conjuntura favorável de preços e menores despesas financeiras em razão da menor variação cambial no período.
O Ebitda ajustado da companhia foi de R$ 1,991 bilhão, com alta de 74,9% ante o trimestre correspondente do ano anterior. A margem Ebitda Ajustada foi de 45,2%, o que representa um aumento de 8,0 ponto porcentual (p.p.) e 6,9 p.p. quando comparado com o segundo trimestre de 2025 e com o terceiro trimestre de 2024, respectivamente.
“Esse aumento na rentabilidade reflete a retomada no preço do minério aos níveis acima de US$ 100 por tonelada, acompanhado da melhor performance operacional já registrada na história da Companhia e da eficiente gestão de custo”, diz a gestão da companhia.
A receita líquida ajustada, por sua vez, foi de R$ 4,405 bilhões no terceiro trimestre, com alta de 48,2% ante o mesmo período de 2024. O resultado reflete, na visão da empresa, a combinação de volumes recordes de embarques com a melhora no preço realizado, em linha com a tendência favorável de demanda verificada no mercado chinês.
O Custo dos Produtos Vendidos foi de R$ 2,645 bilhões no trimestre, um crescimento de 11,3% frente ao trimestre anterior, como reflexo do maior preço do minério, volume de compras de terceiros e vendas. Já o custo C1 (da mina ao porto) atingiu US$ 21,1 por tonelada, o que representa um crescimento de 1,4% em relação ao trimestre anterior e 9,9% em relação ao mesmo período de 2024, “resultado exclusivo da variação cambial que mais do que compensou a maior diluição de custos fixos em razão do crescimento de volume”, diz a companhia.
Ao fim do terceiro trimestre de 2025, a CSN Mineração possuía um total de R$ 13,6 bilhões em disponibilidades, o que representa uma redução de 5,3% em relação ao trimestre anterior em razão do pagamento de proventos realizado no período que acabou por compensar a geração de caixa e a rolagem de parte dos vencimentos dos contratos de pré-pagamentos.
Como consequência, a posição de caixa líquido da CSN Mineração passou a ser de R$ 3,9 bilhões e com o indicador de alavancagem medido pela relação Dívida Líquida/Ebitda dos últimos 12 meses em 0,59 vez negativo.
Proventos
O Conselho de Administração ainda aprovou a distribuição de R$ 903,2 milhões aos seus acionistas, em forma de dividendos intercalares e juros sobre o capital próprio (JCP).
Do montante total, R$ 424,2 milhões serão pagos como dividendos intercalares, com base no lucro apurado no balanço de 30 de setembro de 2025. O valor corresponde a R$ 0,0780931987417 por ação.
Já os R$ 479 milhões restantes serão distribuídos como juros sobre o capital próprio, sendo:
R$ 448,1 milhões provenientes de lucros acumulados de exercícios anteriores;
R$ 30,8 milhões referentes ao lucro do terceiro trimestre de 2025.
O valor bruto por ação referente ao JCP será de R$ 0,0881804257401, sujeito à retenção de Imposto de Renda na fonte, com alíquota padrão de 15%. Com isso, o valor líquido a ser recebido pelos acionistas será de R$ 0,0751925220511 por ação, exceto para investidores imunes ou isentos. Para acionistas domiciliados em países com tributação inferior a 20%, a alíquota aplicada será de 25%, conforme determina a Lei nº 9.779/99.
Os acionistas com posição até o dia 7 de novembro de 2025 terão direito ao recebimento. A partir de 10 de novembro, as ações passarão a ser negociadas ex-dividendos e ex-direitos sobre JCP.
O pagamento dos valores será realizado a partir de 19 de novembro de 2025, sem atualização monetária ou incidência de juros entre a data da deliberação e o pagamento efetivo.
Valor - SP 05/11/2025
Rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, completa dez anos sem condenações
O rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), considerada a pior tragédia ambiental do Brasil até hoje, completa dez anos nesta quarta-feira (5), com R$ 68,4 bilhões em ações de reparação e indenizações desembolsados, de um total de R$ 170 bilhões a serem aplicados até 2044. Apesar dos valores bilionários pagos pela Samarco, dona da barragem, e as sócias Vale e BHP, os atingidos reclamam da demora dos trabalhos e da falta de punições aos que consideram responsáveis pelo evento.
O colapso da estrutura causou o derrame de 39,2 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério, provocando a morte de 19 pessoas. A onda de rejeitos percorreu o Rio Doce até o litoral do Espírito Santo, afetando no total 49 municípios.
“Estamos aguardando uma reparação que vem a conta-gotas e não é suficiente para sanar todos os problemas causados”. A fala de Mauro Marcos da Silva, membro da Comissão de Atingidos pela Barragem de Fundão, resume o sentimento de boa parte das famílias atingidas.
Mas para além das indenizações, o maior incômodo para os atingidos é a falta de punição aos responsáveis pelo colapso da barragem. Em 2016, o Ministério Público Federal abriu processo contra a Samarco, Vale, BHP e a consultoria VogBR, que atestou a estabilidade da estrutura, e 22 pessoas entre diretores e membros do conselho de administração da mineradora. Em novembro de 2024, a juíza federal substituta Patricia Alencar Teixeira de Carvalho absolveu os denunciados, alegando que os documentos e testemunhos não provaram que condutas individuais contribuíram para o colapso da barragem.
O Ministério Público Federal entrou com recurso no mês seguinte. Entre as acusações está a de gerar poluição ambiental com resultado de morte. “A expectativa é que o caso seja julgado o mais breve possível, considerando que as partes já apresentaram argumentos e a ação foi remetida para julgamento”, diz o procurador da República, Eduardo Henrique de Almeida Aguiar. Para ele, os gestores da Samarco tinham ciência dos riscos de colapso da barragem e se omitiram.
Entregaram as casas, mas não saem de nossas vidas”
— Luzia Queiroz
Na Inglaterra, o escritório Pogust Goodhead move desde 2018 uma ação, representando 640 mil atingidos, contra a BHP, na qual pede indenização de R$ 230 bilhões. Em um acordo posterior, a Vale acordou com a BHP dividir igualmente o valor das indenizações, se for condenada. A primeira fase do julgamento tratou da responsabilidade da BHP no colapso e foi concluída em março deste ano. A decisão deve ser publicada até dezembro pela Justiça.
“A BHP segue com sua defesa na ação do Reino Unido e nega as alegações em sua totalidade. A ação duplica questões já resolvidas e trabalhadas no Brasil por processos judiciais perante as Cortes brasileiras, pelos programas implementados desde 2016 e pelo Novo Acordo do Rio Doce assinado em 2024”, afirmou a BHP em nota.
O Pogust Goodhead informou que aguarda a decisão da justiça e já trabalha na segunda fase do processo. “É inaceitável que tantas vítimas ainda estejam lutando pela justiça e pela compensação que merecem”, afirmou Alicia Alinia, CEO do Pogust Goodhead. Em meio a disputa judicial, o fundador e antigo CEO, Tom Goodhead, foi afastado do escritório em setembro, após tensões internas com o fundo Gramercy, principal financiador do processo.
No Brasil, o escritório foi acusado em ação movida pelo Ministério Público do Espírito Santo de práticas contratuais abusivas e danos morais às vítimas de Mariana. O escritório foi condenado a suspender as cláusulas e corrigir informações falsas publicadas em suas redes sociais.
Outro problema para os atingidos é a demora na reparação. Em março de 2016, o governo de Minas Gerais fechou com a Samarco e suas sócias um acordo de R$ 24,4 bilhões. As ações de reparação e indenizações eram executadas pela Fundação Renova, mantida pelas mineradoras. Mas a sua atuação foi alvo de críticas e ações na Justiça.
Após anos de negociações, em novembro de 2024, Samarco, Vale, BHP, União, governos de Minas Gerais e Espírito Santo, Ministérios Públicos federal e estaduais e Defensorias Públicas firmaram o Novo Acordo Rio Doce, de R$ 170 bilhões. Do total, R$ 100 bilhões serão transferidos aos governos para ações de educação, saúde, saneamento, transferência de renda e outras iniciativas. Até setembro, foram repassados R$ 10,9 bilhões.
Outros R$ 32 bilhões serão aplicados pela Samarco em indenizações, recuperação ambiental e na conclusão dos distritos de Novo Bento Rodrigues e Paracatu, em Mariana. Outros R$ 19,5 bilhões foram executados até setembro. Os R$ 38 bilhões restantes foram usados em indenizações e ações de reparação pela Fundação Renova.
Najla Ribeiro Nazar Lamounier, diretora jurídica, de riscos e conformidade da Samarco, diz que no primeiro ano do Novo Acordo Rio Doce foram pagos R$ 14 bilhões para 288,6 mil pessoas. A Samarco tem até dezembro de 2026 para concluir as indenizações. As obras nos distritos de Novo Bento Rodrigues e Paracatu foram concluídas. “Resta a conclusão de seis casas cuja escolha foi feita após acordo”, diz. “Nossa avaliação é que estamos fazendo o nosso dever de fazer a reparação e a compensação pelos danos causados.”
“Entregaram as casas, mas não saem de nossas vidas, devido a reparos intermináveis e estressantes”, diz Luzia Queiroz, representante da comunidade de Paracatu na Comissão dos Atingidos pela Barragem de Fundão. Segundo o MPF, as obras são fiscalizadas e os reparos são feitos pela Samarco.
Thiago Alves da Silva, da coordenação nacional do MAB criticou a demora na reparação mas considerou um avanço a participação dos atingidos na definição de obras do novo acordo.
“O Novo Acordo do Rio Doce trouxe segurança jurídica e representa uma solução definitiva e eficiente para os atingidos e o meio ambiente”, diz a Vale em nota.
Valor - SP 05/11/2025
Construção de diques a montante, iguais aos que romperam em Mariana e Brumadinho, foi proibida no país
O rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG), que completa dez anos nesta quarta-feira (5), ajudou a mudar as regras de segurança do setor de mineração brasileiro. Tanto a tragédia na barragem de Fundão, quanto o desastre da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG) em 2019, levaram as autoridades brasileiras a estabelecer novos limites para a indústria, conforme especialistas ouvidos pelo Valor.
O acidente com o dique da Samarco, controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, matou 19 pessoas e jogou no Rio Doce 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, naquela que é considerada uma das maiores tragédias ambientais do país. Em outubro de 2024, Vale e BHP, junto com a Samarco, fecharam acordo definitivo com a União para o pagamento de R$ 170 bilhões para reparação dos danos do desastre.
Do total, R$ 100 bilhões serão pagos pelas empresas em 20 anos para o governo federal, os Estados do Espírito Santo e Minas Gerais e municípios. Os demais R$ 38 bilhões já haviam sido desembolsados pela Fundação Renova e outros R$ 32 bilhões são obrigações de execução da Samarco.
Desde 2019, a construção de barragens a montante, do tipo que se rompeu em Mariana e Brumadinho, foi proibida por resolução da Agência Nacional de Mineração (ANM), assim como a obrigação de descomissionamento dos rejeitos alterados por esse método. Em 2020, as regras foram levadas à legislação federal. Por esse formato, a barragem é elevada em diques de contenção que se apoiam sobre o próprio rejeito ou sedimento previamente lançado e depositado, conforme definição da ANM.
Júlio Nery, diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), afirma que os acidentes levaram a mudanças como a proibição de barragens a montante. “O Brasil chegou a um ponto em que não teremos mais acidentes como esses. Nos últimos seis anos, não houve evento significativo em barragens”, disse ao Valor.
Segundo o especialista, a ANM recebeu recursos depois de uma ação civil pública para conseguir cumprir as inspeções de barragens. A agência desenvolveu um monitoramento online das estruturas: “Qualquer anomalia pode ser comunicada muito rápido. A agência tem geotécnicos nesses centros de monitoramento 24 horas, que já funcionam há dois anos.”
Para Nery, as empresas do setor também ajustaram padrões para atender às novas regras: “Hoje temos uma situação melhor em termos de segurança. Há uma mudança nas empresas, que têm equipes dedicadas e consultores para acompanhar barragens. Houve também uma mudança tecnológica para deixar de usar barragens e passar a usar pilhas, com potencial menor de riscos.”
O diretor técnico e de projetos da Samarco, Reuber Koury, disse que a companhia tem consciência das lições aprendidas depois da tragédia em 2015. “Tivemos mudanças na empresa, como um monitoramento mais tecnológico. Mudamos aspectos culturais e a parte técnica, para alcançarmos padrões internacionais, buscando atender melhores práticas. Evoluímos e procuramos disseminar na estratégia essa obrigação de difundir os aprendizados.”
A Samarco começou o trabalho de descaracterização de barragens e diques em 2016, com investimentos de R$ 3,5 bilhões. As obras de descaracterização da cava (mina) do Germano, em Mariana (MG), foram concluídas em 2023. Segundo Koury, a descaracterização da barragem de Germano está em andamento. A previsão inicial era de conclusão em 2029, mas a companhia quer antecipar para 2026, disse o diretor.
A ANM tem 35 barragens embargadas, sendo sete em nível de emergência 2 e uma em nível 3, o mais alto. Procurada pelo Valor, a agência diz que esses números refletem a efetividade da fiscalização e do acompanhamento técnico: “Hoje, a agência dispõe de regulamento e ferramentas de supervisão mais robustos. O fato de existirem barragens em emergência ou embargadas não significa que o risco aumentou, mas sim que ele está sendo identificado e tratado com rigor. O Brasil possui mais de 917 barragens de mineração cadastradas. A existência de um número restrito em situação crítica demonstra que o sistema de gestão e fiscalização tem funcionado para evitar acidentes.”
Segundo a ANM, depois dos acidentes foi criada uma estrutura de segurança de barragens e padrões técnicos mais elevados. “Barragens construídas ou alteradas pelo método a montante estão embargadas e não recebem mais rejeitos. A ANM acompanha com rigor a descaracterização das barragens remanescentes, que consiste na eliminação definitiva, garantindo que não voltem a exercer contenção de rejeitos e eliminando o risco desse método construtivo.”
Infomoney - SP 05/11/2025
O fundo soberano da Noruega, avaliado em US$ 2,1 trilhões e um dos dez maiores acionistas da Tesla, anunciou que votará contra o novo pacote de remuneração de US$ 1 trilhão proposto para Elon Musk. A decisão ocorre dois dias antes da assembleia anual da montadora, marcada para quinta-feira (6), e pressiona os papéis da empresa, que caíam 2,4% nas negociações de pré-mercado em Nova York, em meio a um dia de aversão ao risco nas bolsas americanas.
Em comunicado, o fundo afirmou reconhecer “o valor significativo criado sob o papel visionário do Sr. Musk”, mas destacou preocupações com “o tamanho total da premiação, a diluição e a falta de mitigação do risco de dependência de uma única pessoa”, reafirmando sua política sobre remuneração executiva.
O fundo norueguês já havia votado contra o pacote anterior de US$ 56 bilhões, aprovado por acionistas em junho e posteriormente anulado por um tribunal de Delaware em dezembro. O novo plano, ainda mais ambicioso, vincula o pagamento a metas de valorização das ações e de desempenho operacional da companhia.
O pacote enfrenta forte resistência de sindicatos, enquanto parte dos investidores o defendem por entenderem que Musk, que já disse que abandonaria o cargo caso o plano não fosse aprovado, é mais importante. A presidente do conselho da Tesla, Robyn Denholm, classificou a votação como essencial para manter Musk à frente da empresa.
No entanto, o fundo norueguês não está sozinho contra a medida. As consultorias de governança Glass Lewis e ISS também recomendaram que investidores rejeitem o plano. Um grupo de grandes fundos de pensão publicou carta aberta criticando o conselho da Tesla por, segundo eles, colocar a permanência de Musk acima das boas práticas corporativas.
Musk respondeu às críticas em postagens na rede X: “A Tesla vale mais que todas as outras montadoras juntas. Qual desses CEOs vocês gostariam que comandasse a Tesla? Não serei eu.” Ele também chamou as consultorias ISS e Glass Lewis de “terroristas corporativos”.
O patrimônio do bilionário, o maior do mundo, está concentrado em ações da Tesla, que triplicaram de valor nos últimos cinco anos e elevaram o valor de mercado da companhia a cerca de US$ 1,5 trilhão.
Exame - SP 05/11/2025
A General Motors (GM) entrou para o grupo de montadoras que está apostando na tecnologia de direção parcialmente automatizada, com um sistema chamado “eyes-off driving”. Essa tecnologia permite que motoristas tirem as mãos do volante e até mesmo os olhos da estrada em alguns trechos de rodovias dos Estados Unidos, marcando um avanço significativo no caminho para os carros totalmente autônomos.
De acordo com a GM, o objetivo é levar esse sistema para o mercado até 2028, começando com o Cadillac Escalade IQ. Na escala de seis níveis de autonomia, o eyes-off driving está classificado como nível 3. Recentemente, uma pesquisa avaliando assistentes de engarrafamento (nível 2 de autonomia) verificou que os motoristas precisaram intervir a cada 9 minutos para corrigir a direção e garantir a segurança.
Portanto, embora a promessa de uma condução mais relaxada, em que os motoristas poderiam até assistir a vídeos ou jogar no celular, seja atraente, a novidade levanta questões cruciais sobre a responsabilidade em caso de falhas.
No nível 3, motoristas ainda precisam estar prontos para retomar o controle do veículo, caso o sistema de automação falhe ou se depare com uma situação imprevista. Se não conseguirem reagir a tempo, podem ser responsabilizados, uma situação que já gera preocupações, como destacou a Dra. Alexandra Mueller, do Instituto de Segurança no Trânsito.
Além da GM, montadoras como Ford, Stellantis (dona de marcas como Jeep), Honda e Mercedes-Benz também estão desenvolvendo e implementando sistemas com nível 3 de autonomia. Em paralelo, empresas como Waymo, da Alphabet/Google, e Tesla, de Elon Musk, expandem seus serviços de robotáxi nos EUA, adicionando desafios para garantir a segurança e assegurar responsabilização por acidentes no trânsito.
Desafios
O maior desafio está na falta de clareza sobre como dividir a responsabilidade em caso de acidentes. Atualmente, sistemas como o “Drive Pilot”, da Mercedes-Benz, já operam em nível 3 em algumas rodovias de Califórnia e Nevada, mas a regulamentação sobre o uso dessas tecnologias ainda é restrita e incerta. Por isso, mesmo com o avanço da tecnologia de direção autônoma, na maior parte dos EUA o nível 3 de autonomia ainda é proibido.
Especialistas apontam que os carros autônomos também representam um desafio para os tribunais, onde a falta de conhecimento técnico pode gerar decisões imprevisíveis, especialmente sobre como dividir a responsabilidade entre o motorista e a montadora.
Dessa forma, a transparência se torna fundamental para o avanço dos sistemas de piloto automático, garantindo que não se prejudique a segurança daqueles que deveriam auxiliar, sejam eles humanos nos bancos dos motoristas, mãos no volante e olhos na estrada (ou não), ou os pedestres nas ruas.
Revista Ferroviaria - RJ 05/11/2025
O leilão da primeira concessão de ferrovia da atual gestão Lula (PT) prevê um aporte público de R$ 1,86 bilhão, com o objetivo de equilibrar o impacto financeiro do projeto e atrair interessados da iniciativa privada. O valor total do novo trecho é estimado em R$ 5,2 bilhões.
O governo federal tem renovado várias concessões que incluem repasses financeiros por parte da iniciativa privada. Desse dinheiro, que transita pelos cofres públicos, virá o R$ 1,86 bilhão.
Nos próximos dias, o Ministério dos Transportes enviará ao TCU (Tribunal de Contas da União) a minuta do edital de concessão do Anel Ferroviário do Sudeste, como tem sido chamada a Estrada de Ferro 118, prevista para ligar Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Conforme detalhes do projeto obtidos pela Folha, a licitação vai se concentrar em um novo corredor ferroviário de aproximadamente 246 quilômetros de extensão, que ligará São João da Barra (RJ), onde fica o Porto do Açu, ao município de Santa Leopoldina (ES).
A partir do litoral fluminense, o traçado segue rumo ao norte até chegar aos municípios de Presidente Kennedy e Anchieta, já em território capixaba, terminando na conexão com a EFVM (Estrada de Ferro Vitória-Minas), controlada pela Vale.
A inclusão deste último trecho (Anchieta-Santa Leopoldina) faz parte de mudanças recentes feitas no plano de concessão. Inicialmente, o trecho seria incorporado à malha da EFVM, por ter sua construção realizada pela Vale, em troca da renovação antecipada. Ficou decidido, porém, que esse trecho vai entrar na concessão do Anel Ferroviário do Sudeste.
A mudança se deve à conclusão de que não incluir o trecho poderia impactar a viabilidade financeira da futura concessionária. A avaliação é que o traçado aumenta a autonomia operacional.
O leilão abrange a construção integral da infraestrutura ferroviária, com obras de terraplenagem, drenagem, túneis e pontes, além de pátios operacionais e a instalação de dormentes e trilhos em si.
O prazo da concessão previsto é de 50 anos, e a principal fonte de receita prevista é o chamado direito de passagem, o pagamento feito por operadores ferroviários para trafegar na via, embora a empresa também possa, se quiser, operar seus próprios trens e vagões.
A proposta atual deixou fora da concessão um trecho adicional de 325 quilômetros que pretende ligar o Porto do Açu a Nova Iguaçu (RJ), onde a malha se conectaria à rede da concessionária MRS, que segue até o porto de Santos (SP).
A ideia do governo é que esse trecho possa ser requerido futuramente, por meio de “gatilhos de demanda”, conforme se jugar necessário, levando a um possível reequilíbrio financeiro do contrato.
Na avaliação do Ministério dos Transportes, as mudanças tornam o projeto mais competitivo e financeiramente viável, já que estudos mostraram que havia um vácuo econômico elevado, que poderia comprometer a viabilidade do projeto.
A previsão é que o leilão ocorra no primeiro semestre de 2026, como parte de uma carteira que reúne outros empreendimentos ferroviários, como o chamado Corredor Ferroviário Leste-Oeste, que vai integrar as obras da Fico (Ferrovia de Integração do Centro-Oeste), de Água Boa (MT) a Mara Rosa (GO), ao traçado da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste), que cruza toda a Bahia até chegar ao porto de Ilhéus (BA).
O projeto ferroviário do Sudeste é acompanhado de perto pelo Porto do Açu, hoje o maior complexo privado de porto-indústria da América Latina. Em operação há apenas dez anos, o Porto do Açu (RJ) já recebeu investimentos de R$ 22 bilhões.
Controlado pela Prumo Logística, empresa do fundo americano EIG Global Energy Partners e da Mubadala Investment Company, dos Emirados Árabes, o Açu é dono de uma carteira de mais de R$ 22 bilhões em projetos de expansão para os próximos cinco anos.
O porto administra uma área total de 130 km², dos quais 40 km² são reserva ambiental. Dos 90 km² restantes, metade está ocupada. Cerca 45 km² estão disponíveis para novos projetos.
sta Ferroviária traz reportagens aprofundadas, estudos de mercado e entrevistas exclusivas sobre os temas que realmente importam: de novos VLTs e projetos privados a desafios de manutenção, o futuro da tecnologia e muito mais.
Revista Ferroviaria - RJ 05/11/2025
O primeiro dos 24 novos trens do Metrô BH iniciou nesta quinta-feira (31) sua viagem da China com destino à Região Metropolitana de Belo Horizonte. Produzido pela fabricante CRRC Changchun, o trem será embalado e encaminhado ao porto chinês, de onde seguirá em transporte marítimo de aproximadamente 45 dias até o Porto de Itaguaí (RJ). Após a liberação alfandegária, a composição será levada por via terrestre até Belo Horizonte, em um trajeto estimado em cinco dias. A previsão é que o trem chegue à capital mineira na segunda quinzena de dezembro.
A nova composição passou por testes estáticos e dinâmicos, realizados desde agosto, totalizando cerca de 60 procedimentos para avaliar o desempenho dos sistemas. Em Belo Horizonte, o trem será submetido a três meses de testes na via operacional antes de iniciar o transporte de passageiros.
Tecnologia e novos padrões de conforto
O modelo, identificado como série 2000, representa um avanço tecnológico em relação aos trens da série 900, da Cobrasma, em circulação desde a década de 1980. As novas composições contarão com ar-condicionado, bancos mais largos, passagens entre carros, pega-mãos redesenhados e melhor controle de abertura de portas.
Em eficiência energética, os trens terão sistema de frenagem regenerativa, que devolve à rede elétrica a energia gerada nas frenagens, além de iluminação e circuitos auxiliares modernos, que reduzem o consumo de eletricidade.
Outra inovação é o monitoramento em tempo real por telemetria, que permitirá o envio de dados sobre ocupação, temperatura de componentes e alarmes de falha diretamente ao Centro de Controle Operacional.
O trem também conta com automação dos pantógrafos, responsáveis por captar energia da rede aérea. O sistema recolhe o equipamento automaticamente em caso de impacto acidental e possui recursos de aterramento e seleção automática para reforçar a segurança.
O sistema multimídia inclui telas digitais em cada porta com mapas dinâmicos da linha, informações sobre direção da viagem e lado de abertura das portas. O trem dispõe ainda de câmeras de vigilância (CFTV), sistema de som e comunicação audiovisual modernos, detectores de incêndio e descarrilamento, e compressores livres de óleo, que reduzem falhas e custos de manutenção.
Entregas e cronograma de operação
Segundo o cronograma do Metrô BH, quatro novos trens devem entrar em operação até junho de 2026, e outros seis até dezembro do mesmo ano, após o processo de comissionamento — que inclui montagem, testes, certificações de segurança e revisão final. Todas as 24 unidades devem estar fabricadas até o fim de 2026, e a frota completa deve estar operacional até 2027.
A Linha 2 do Metrô BH, atualmente em expansão, terá sete novas estações, com previsão de operação até o Barreiro em 2028. Duas delas — Nova Suíça e Amazonas — devem iniciar operação já em julho de 2026, com os novos trens da série 2000.
Acompanhamento técnico e fabricação
Desde dezembro de 2024, uma equipe técnica do Metrô BH acompanha todas as etapas de fabricação e testes na China para garantir conformidade com os padrões internacionais de segurança e qualidade, além de reduzir a necessidade de ajustes após a chegada ao Brasil.
O presidente do Metrô BH, Cláudio Andrade, destacou o impacto da nova frota na modernização do sistema. “Esses trens vão marcar um novo padrão de conforto e eficiência para nossos passageiros, com tecnologias que reduzem o consumo de energia e melhoram a performance da operação”, afirmou.
Com a chegada da nova frota, o Metrô BH avança em um marco considerado histórico para o transporte sobre trilhos da capital mineira, com foco em modernização, sustentabilidade e eficiência operacional.
Revista Ferroviaria - RJ 05/11/2025
Uma disputa bilionária está em andamento no setor ferroviário, envolvendo duas das maiores companhias logísticas do país: a VLI, empresa de transporte controlada pela Vale e pela canadense Brookfield, e a Rumo, braço de infraestrutura do grupo Cosan.
Está em jogo o controle do transporte de grãos do país, a partir de uma nova ferrovia que está em construção entre Mato Grosso e Goiás e que vai se conectar a diferentes saídas portuárias.
A Folha teve acesso a um documento elaborado pela VLI e enviado à cúpula do governo em 31 de julho. No documento, tratado pela empresa como sigiloso, a companhia despeja críticas ao edital do governo para a concessão do chamado Corredor Ferroviário Leste-Oeste, malha de cerca de 2,4 mil km de extensão que vai integrar a Fico (Ferrovia de Integração do Centro-Oeste), que liga Água Boa (MT) a Mara Rosa (GO), ao traçado da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste), que cruza a Bahia até o porto de Ilhéus (BA).
O material da VLI, apresentado quatro meses depois das audiências públicas do edital, etapa realizada justamente para debater de forma transparente as regras do edital, afirma que, da forma como está, o texto favorece diretamente a maior rival, a Rumo.
Em suas “contribuições adicionais ao edital”, a VLI diz que o texto cria uma “clara vantagem artificial” para a Rumo e pode levar a licitação ao fracasso.
Segundo a VLI, a estrutura econômica e regulatória do edital “desestimula novos concorrentes” e mantém o domínio da Rumo sobre o escoamento de grãos do Centro-Oeste, jogando toda a carga da região no colo da rival.
O argumento central da VLI é que a Rumo já controla as principais ferrovias que conectam Goiás e Mato Grosso até a chegada ao porto de Santos, o que inclui a Malha Central (RMC) e a Malha Paulista (RMP). Por isso, mesmo que a Rumo não vença a licitação da nova ferrovia, diz a VLI, continuaria a comandar o acesso à rota de exportação mais usada do país, o porto de Santos (SP).
A malha da Rumo chega ao litoral paulista, mas não entra efetivamente no porto de Santos. Na baixada, ela se conecta a alguns quilômetros de trilhos controlados pela MRS, empresa que tem a Vale entre os sócios.
“A Fico estará pronta para operação antes da Fiol II e Fiol III, ou seja, antes que o sistema tenha saída para o mar por Ilhéus (BA) e seja autossuficiente para escoamento para exportação”, diz a VLI, ao afirmar que qualquer operador que assumir a nova ferrovia dependeria de trechos já controlados pela Rumo para chegar ao litoral.
“A concentração de mercado pode aumentar em até 10%, pois, de fato, a Fico restará completamente à mercê do Grupo Rumo, independente de quem seja o subconcessionário, uma vez que o Grupo Rumo já possui posição dominante via malha própria”, diz a rival.
Nos cálculos da VLI, a Rumo teria custos operacionais bem menores que qualquer novo concorrente, o que geraria um diferencial de até R$ 70 por tonelada transportada sobre os demais. Esse cenário, diz a empresa, abre espaço para que a rival use sua posição para “sufocar” a concorrência, por meio da prática artificial de “compressão de margens”.
O documento também diz que, em um cenário em que a VLI viesse a ganhar o leilão, seria mais vantajoso para a Rumo reduzir a tarifa cobrada em seus trechos do que utilizar a Fico e ter que pagar pelo direito de passagem à concorrente. A VLI faz uma análise sobre o interesse da Rumo em entrar na disputa.
“A estratégia de redução tarifária pela Rumo torna-se cada vez mais plausível e provável, especialmente porque a empresa não demonstra interesse em participar do certame da Fico na modelagem blocada”, afirma a VLI, referindo-se à oferta integrada aos trechos já em construção na Bahia.
Ao falar de “abuso de posição dominante”, a VLI diz que o grupo Rumo detém mais de 80% do mercado de transporte ferroviário de grãos no país e que teria condições de “capturar integralmente as cargas da Fico”, mesmo sem fazer aporte, capacitação e operação da infraestrutura.
“Em termos de efeitos sobre o mercado, a mera perspectiva de tal estratégia já é elemento suficiente a desencorajar a entrada de agentes bem informados”, diz a VLI, ao cobrar mudanças no texto.
O acordo que viabilizou a construção da Fico foi firmado com a Vale no governo anterior, durante o processo de renovação antecipada da concessão da Estrada de Ferro Vitória-Minas. Com a paralisação das obras da Fiol nos últimos anos, a Fico acabou, consequentemente, tendo sua conclusão antecipada em relação à ferrovia da Bahia.
Procurada pela Folha, a VLI declarou que “acompanha com atenção as políticas públicas, os debates sobre a expansão da infraestrutura ferroviária brasileira e tem contribuído de forma construtiva e colaborativa com o poder público para o aperfeiçoamento de um sistema logístico”.
Sobre os apontamentos feitos no documento, a companhia declarou que “não acredita que o edital tenha sido elaborado com a intenção de privilegiar qualquer empresa”.
A Rumo declarou que “participou das fases de audiência e consulta pública da modelagem nos canais institucionais adequados, apresentando contribuições técnicas, como previsto pelas regras do processo licitatório, com base em dados objetivos e visando à melhoria do projeto”.
A empresa pontuou ainda que é “uma operadora logística, não proprietária da carga, que presta serviços a terceiros e atua em regime de livre acesso e concorrência”.
O Ministério dos Transportes afirmou que o edital está em estágio final de modelagem e que “é natural e salutar que empresas interessadas em participar da licitação apresentem suas visões a respeito do projeto”. A VLI, inclusive, participou de reuniões técnicas na pasta e, segundo o ministério, suas contribuições estão sendo consideradas.
O ministério refutou, porém, alegações de que o edital em elaboração possa reduzir a competição no setor. “O Ministério dos Transportes leva a sério a concorrência, a integridade e a transparência. A carteira de projetos atualmente em estruturação pela pasta revolucionará o cenário logístico nacional, o que gera incômodo natural aos incumbentes [como VLI e Rumo] desse setor historicamente oligopolizado”, declarou.
Segundo o ministério, o objetivo do leilão é “liberar os embarcadores das duas alternativas logísticas ferroviárias atualmente existentes no país, uma delas via Santos (SP), operada pela Rumo, e a outra via Itaqui (MA), operada preponderantemente pela própria VLI e pela Vale, empresa de seu grupo econômico”.
A estatal Infra S.A. informou que os estudos estão em fase de ajustes para serem submetidos ao Tribunal de Contas da União.
Diário do Comércio - MG 05/11/2025
A concessionária Elovias iniciou, nesta segunda-feira (4), a operação integral do sistema rodoviário BR-040/495, que liga Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira, ao município do Rio de Janeiro. Com o início da nova fase, a empresa assume todos os serviços de conservação, manutenção e operação ao longo dos 218,9 quilômetros de rodovia.
A transição começou em 29 de setembro com a assinatura do contrato de concessão com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Desde então, a concessionária realizou um diagnóstico técnico da infraestrutura existente e capacitou suas equipes.
Conforme a empresa, com o início da operação, começa também a execução do “Plano de 100 Dias”, elaborado em conjunto com a ANTT. O programa prevê intervenções emergenciais e melhorias de curto prazo, com prioridade para a recuperação do pavimento, revitalização da sinalização e reforço nos serviços de conservação.
Descontos e isenções no pedágio
Com o início da nova gestão, entram em vigor mudanças nas tarifas de pedágio, definidas pela ANTT e publicadas no Diário Oficial da União. Os motoristas que utilizarem sistemas eletrônicos de pagamento terão desconto automático de 5% sobre o valor da tarifa, por meio do Desconto Básico de Tarifa (DBT).
Outra modalidade, o Desconto para Usuário Frequente (DUF), prevê abatimentos progressivos de 20,3% a 57,5% para quem passar mais de uma vez ao mês pela mesma praça de pedágio, no mesmo sentido. Motocicletas, motonetas, triciclos e bicicletas a motor terão isenção da cobrança. Para conferir o preço das tarifas consulte o site da Elovias.
Obras e investimentos
A Elovias planeja investir ao longo dos 30 anos de concessão na modernização da rodovia, com destaque para a retomada e conclusão das obras da Nova Subida da Serra de Petrópolis, considerada uma das principais intervenções do contrato.
IstoÉ Online - SP 05/11/2025
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse, nesta terça-feira, que a meta é assinar o contrato do túnel Santos-Guarujá até o fim do ano e iniciar as obras na 2ª quinzena de janeiro. Ele concede entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro” da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
“Nossa meta é que o contrato seja assinado até dezembro e eu tive, recentemente, conversando com a construtora, que teve institucionalmente no nosso ministério, e a nossa expectativa é que entre o dia 15 de janeiro a dia 30 nós possamos iniciar a obra”, afirmou.
Sobre leilões em geral, ele declarou que o governo espera fazer mais 25 leilões até o fim do governo, em 2026. “Já fizemos 26 nesses dois anos à frente do Ministério. E a gente espera fazer, nesse próximo um ano e meio, o equivalente a mais de 25 leilões”, disse.
Grandes Construções - SP 05/11/2025
O Moegão, maior obra pública portuária do Brasil, alcançou 75,1% de execução, de acordo com as medições técnicas realizadas na primeira quinzena de outubro.
Até o momento, foram concluídos 83,17% da parte civil (estrutura física), 80,33% da mecânica e 48,93% da parte elétrica. De acordo com o cronograma, a conclusão total deve ocorrer até janeiro de 2026.
Após entrar em operação, o Moegão poderá receber 24 milhões de toneladas de grãos e farelos por ano, atendendo aos terminais do Corredor de Exportação Leste (Corex).
O Moegão é uma obra que fará muita diferença no presente, mas que também prepara o Porto de Paranaguá para o futuro.
“Estamos antecipando o aumento da movimentação de cargas que chegará por aqui a partir dos investimentos na ampliação do modal ferroviário que ocorrerão em breve. Paranaguá não será um gargalo para o receptivo de trens”, afirma o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
O Governo do Estado do Paraná, por meio da Portos do Paraná, está investindo mais de R$ 650 milhões na construção do Moegão, com recursos próprios e aplicados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em termos de investimentos, o Moegão equivale a quase duas pontes de Guaratuba - outra grande obra realizada pelo governo estadual.
Atualmente, em média, 550 vagões podem ser descarregados diariamente nos terminais de exportação. Com o Moegão, esse processo será padronizado em um único ponto de descarga: 180 vagões poderão ser descarregados a cada cinco horas - o que equivale a aproximadamente 900 vagões por dia. Os granéis vegetais seguirão por correias transportadoras até 11 terminais interligados ao sistema e, de lá, para os navios.
Como as composições férreas não precisarão mais entrar nos armazéns para descarregar, as manobras, hoje necessárias, deixarão de existir. O número de cruzamentos com interrupções nas vias de acesso à área portuária cairá de 16 para cinco.
Projetos que se conectam - O Moegão não é uma estrutura isolada. O projeto integra um conjunto de obras e investimentos que estão em execução e que irão potencializar a operacionalização de cargas no Porto de Paranaguá, que já é uma referência em todo o mundo.
Entre os terminais conectados ao Moegão estão as áreas arrendadas por meio de leilões. Desde 2019, a Portos do Paraná já leiloou 09 áreas portuárias e trouxe R$ 5,1 bilhões em investimentos, garantindo regularização das áreas, segurança jurídica às parcerias público-privadas e investimentos expressivos para a modernização e ampliação da infraestrutura portuária.
Petro Notícias - SP 05/11/2025
Três embarcações de apoio à instalação de dutos (PLSVs) pertencentes à joint venture entre a DOF e a TechnipFMC tiveram seus contratos estendidos com a Petrobrás. Os acordos dos navios Skandi Vitória e Skandi Niterói, ambos com 142 metros de comprimento, foram prorrogados do quarto trimestre de 2025 até o primeiro trimestre de 2027. Os contratos de três anos, anunciados originalmente em junho de 2024, passarão a vigorar após o término desse novo período de extensão.
Além disso, a Skandi Açu teve seu contrato atual estendido do terceiro trimestre de 2026 até o primeiro trimestre de 2027. O novo contrato de três anos, anunciado em agosto de 2024, também começará após o fim da extensão. Segundo a DOF, as prorrogações adicionam cerca de US$ 100 milhões ao backlog da empresa, mantendo inalterados os demais termos e condições previamente acordados.
O CEO do grupo DOF, Mons Aase, destacou que “a extensão do backlog firme dessas três embarcações de alto desempenho até 2030 reforça a posição da empresa no Brasil”. Com os novos contratos, a DOF passa a ter 17 embarcações em operação no país, com compromissos firmes que se estendem até a próxima década. Em setembro, a companhia havia anunciado três novos contratos no litoral brasileiro, totalizando aproximadamente US$ 390 milhões, e em outubro revelou dois acordos adicionais de longo prazo com a Petrobras, avaliados em cerca de US$ 200 milhões, envolvendo as embarcações Skandi Chieftain e Skandi Olympia.
Portos e Navios - SP 05/11/2025
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, na última segunda-feira (3), a aprovação de financiamento de R$ 848 milhões, com recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), para obras de modernização e expansão do terminal de contêineres de Salvador (BA), operado pela Wilson Sons. O valor compreende a ampliação do pátio de armazenamento, a compra de equipamentos, melhoria da infraestrutura e modernização tecnológica.
Após as obras e a modernização, o Tecon Salvador prevê aumento da capacidade de movimentação anual dos atuais 553.000 TEUs para mais de 1 milhão de TEUs. Além disso, o número de contêineres movimentados por hora passará de 70 para, pelo menos, 100. A expectativa é de que os trabalhos gerem 1.400 empregos diretos e indiretos.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, disse que a expansão do terminal reduzirá gargalos logísticos e vai fortalecer a integração comercial entre os estados das regiões Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sudeste e do Norte, sobretudo Bahia, Minas Gerais, Goiás e Tocantins, e com mercados externos. Segundo Mercadante, a localização do terminal, equidistante do Canal do Panamá e do Cabo Horn, facilita conexões com as rotas marítimas para a Europa, a África, a Ásia e a América do Norte.
A Tribuna - SP 05/11/2025
O Governo Federal cancelou o leilão do STS08, na Margem Direita do Porto de Santos. A área, que seria arrendada a operador privado para movimentação de combustíveis, será repassada à Petrobras, que ocupa o terminal ao lado (STS08A) e pediu o adensamento. A estatal deverá apresentar um plano de investimentos nos próximos dias.
A informação foi confirmada pelo ministro de Portos e Aeroportos (MPor), Silvio Costa Filho, na manhã desta terça-feira (4), no programa “Bom Dia, Ministro!”, do Governo Federal, transmitido ao vivo pelo CanalGov, no Youtube.
O STS08 é um ativo estratégico localizado no cluster de granéis líquidos do complexo portuário santista. A área, de 152,3 mil metros quadrados, fica na Alemoa, em Santos, e é destinada à movimentação, armazenagem e distribuição de combustíveis. Trata-se do maior terminal do tipo no Porto.
A decisão foi capitaneada pela Casa Civil, diz o ministro. “Sabemos da importância do terminal para as operações de combustíveis no Porto de Santos. O presidente Lula (PT) e a Casa Civil tomaram uma decisão, acompanhada pela posição do nosso ministério, de que o Governo assumirá a gestão do STS08 para atender à Petrobras com um adensamento”, afirmou o Costa Filho em resposta para A Tribuna.
O ministro disse ainda que a Petrobras deverá apresentar um plano de investimentos nos próximos dias. “A ideia é que possamos ter um conjunto de investimentos no Porto de Santos, através do STS08, dando mais segurança nacional, fortalecendo as operações da Petrobras e garantindo investimentos efetivos já a partir do início de 2026”, explicou.
Ele reiterou que a decisão do Governo Federal de suspender o leilão visa “facilitar a operacionalização e o fortalecimento das operações de granéis líquidos no Porto de Santos”.
Histórico
O processo licitatório estava sendo conduzido pela Autoridade Portuária de Santos (APS), que pretendia lançar o edital neste mês. Após pedido da Petrobras, a gestora do Porto de Santos comunicou, via ofício, ao Tribunal de Contas da União (TCU), que passaria a atuar apenas “em caráter técnico e colaborativo”.
Contudo, a APS enfatizou, em nota, que “o projeto licitatório envolvendo a área encontrava-se em estágio avançado de instrução, que incluiu chamamento público lançado em dezembro de 2023” e que “providenciava as recomendações de ajustes no edital em atenção ao que fora solicitado pelo TCU”.
Em agosto, a Corte de Contas determinou à APS que fizesse mudanças no edital de leilão, exigindo que o modelo econômico-financeiro do projeto e a minuta de contrato fossem compatíveis com o cronograma de conclusão do novo píer da Alemoa, que é uma obrigação da Petrobras estabelecida no contrato de arrendamento 06/2022. O intuito era evitar conflitos no processo de transição das operações de granéis líquidos.
O primeiro edital foi lançado em 2021, mas não houve interessados. Assim, a APS resolveu, no fim de 2023, fazer o chamamento público e não mais licitação. O resultado saiu em março de 2024, com seis empresas interessadas. Diante da quantidade, a gestora do Porto precisou voltar a modelo de licitação.
STS08A
A Petrobras arrendou a área vizinha, o STS08A, em 2021, para movimentação e armazenagem de granéis líquidos. O contrato é de 25 anos e tem investimento estimado em R$ 678 milhões.
Em nota, a Petrobras informou apenas que “o tema está sendo tratado internamente com a Secretaria Nacional de Portos (SNP), Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e Autoridade Portuária de Santos (APS)”.
Ligação com o PCC
No último dia 12 de setembro, A Tribuna publicou reportagem mostrando que uma das empresas citadas na Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto contra o crime organizado, se interessou em assumir o STS08. Ela teve a participação habilitada no chamamento público feito pela Autoridade Portuária de Santos (APS) em 2024.
A Operação Carbono Oculto, realizada por uma força-tarefa liderada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), investiga empresas que seriam usadas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) em crimes como lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e outras fraudes. O chamamento público não foi levado adiante pela APS porque outras cinco empresas se interessaram, obrigando a gestora do Porto a fazer uma licitação.
IstoÉ Online - SP 05/11/2025
Os preços do petróleo retrocederam nesta terça-feira (4), em um contexto de cautela crescente após a última reunião da Opep+ pela possibilidade de um excesso de oferta no mercado.
Nesse contexto, o barril de tipo Brent, negociado em Londres para entrega em janeiro, recuou 0,69%, para 64,44 dólares. Seu equivalente no mercado americano, o barril de tipo West Texas Intermediate (WTI), com vencimento em dezembro, caiu 0,80%, para 60,56 dólares.
O mercado “volta a concentrar sua atenção na dinâmica da oferta” após a reunião de domingo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+), explicou à AFP John Kilduff, da Again Capital.
Oito membros do grupo acordaram elevar a produção em 137 mil barris por dia, um aumento que já tinha sido amplamente antecipado pelos analistas.
Contudo, “devido à estacionalidade”, os países também decidiram suspender o aumento da produção em janeiro, fevereiro e março de 2026.
“Sua ação busca evitar uma queda pronunciada dos preços”, declarou Kilduff, mas, ao anunciarem uma pausa, “de alguma maneira confirmaram” que o mercado poderia enfrentar um excesso de oferta.
Além disso, a paralisação orçamentária nos Estados Unidos continua e com ela a ausência de dados econômicos oficiais desde 1º de outubro.
O bloqueio provocou a suspensão temporária de centenas de milhares de funcionários públicos e afetou gravemente a distribuição de ajudas sociais.
“Os operadores do mercado avançam às cegas, preocupados com a solidez da economia americana e com dúvidas sobre se isso se traduzirá em uma desaceleração da demanda”, assegurou Kilduff.
Segundo o analista, “o único fator que sustenta o mercado são os ataques ucranianos persistentes contra infraestruturas petrolíferas russas”, que geram temores de possíveis interrupções no fornecimento.
Petro Notícias - SP 05/11/2025
Os oito países da OPEP+ (Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão, Argélia e Omã) concordaram em aumentar a produção do grupo em 137 mil barris por dia no mês de dezembro. A medida foi anunciada após reunião virtual do cartel realizada no domingo (2). Contudo, em razão da sazonalidade, os países optaram por manter a produção inalterada entre janeiro e março de 2026, pausando assim a expansão da produção durante o primeiro trimestre de 2026.
O período entre janeiro e março é normalmente um período de demanda mais fraca. Os oito países comprometeram-se a cumprir integralmente a Declaração de Cooperação e realizarão reuniões mensais para monitorar o mercado, a conformidade e o progresso das compensações, com o próximo encontro marcado para 30 de novembro de 2025.
Em outubro, os preços do petróleo recuaram para o patamar mais baixo em cinco meses, atingindo cerca de US$ 60 por barril no último dia 20, em meio a preocupações com um possível excesso de oferta. Desde então, porém, se recuperaram para aproximadamente US$ 65 por barril, impulsionados pelas sanções impostas à Rússia e pelo otimismo em torno das negociações comerciais dos Estados Unidos com seus parceiros.
Globo Online - RJ 05/11/2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira a concessão, pelo Ibama, da licença de operação para que a Petrobras perfure um poço exploratório localizado em águas profundas do Amapá, a 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas e a 175 quilômetros da costa, na Margem Equatorial brasileira. Lula disse que seria irresponsável afirmar que o Brasil não vai explorar petróleo porque o país não pode, ainda, substituir o combustível fóssil.
— Eu não quero ser líder ambiental. Nunca reivindiquei. Quero fazer as coisas que os especialistas e meu governo, as pessoas de minha confiança, dizem que tem que fazer. Seria incoerente se eu, em um ato de irresponsabilidade, dissesse que não vamos mais usar petróleo. Porque não sobreviveríamos sem isso. E poucos países estão mais próximos do que nós de sobreviver sem isso — diz Lula.
Por meio desta pesquisa exploratória, a Petrobras busca obter mais informações geológicas e avaliar se há petróleo e gás na área em escala econômica e em que concentração. Não há produção de petróleo nessa fase.
Lula diz não ver contradição entre a realização da COP30 e o anúncio da licença pelo Ibama, que enfrenta ressalva de ambientalistas, mas é defendida por aliados-chave do governo, como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
— Se eu fosse um líder falso e mentiroso, eu esperaria passar a COP para anunciar (a licença para a realização de estudos na Margem Equatorial). Mas, se eu fizesse isso, estaria sendo pequeno diante da importância do que significa você fazer um teste na Margem Equatorial. Temos autorização para fazer o teste. Se a gente encontrar o petróleo que se pensa que tem, vai ter que começar tudo outra vez para dar a licença — afirmou Lula a jornalistas.
O presidente concedeu uma entrevista a agências internacionais em Belém, cidade que vai sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima nas próximas semanas.
— Nós iremos fazer, se tiver que explorar, da forma mais cuidadosa que alguém pode fazer. Nós não vamos colocar em risco uma coisa que nós acreditamos que faz bem para a humanidade (a região Amazônica). Agora, o Brasil é um país pobre. (...) Se você tiver (petróleo), tem que saber como explorar e como evitar qualquer risco — disse Lula.
Lula voltou a dizer que a Petrobras "é a empresa mundial com a maior competência de prospecção em águas profundas do mundo" e que "os cuidados já foram tomados" para evitar eventuais desastres ambientais na região.
— Não haverá improvisação. Não é porque a gente precisa (explorar petróleo) que a gente vai fazer as coisas mal feitas, porque o prejuízo seria maior — afirmou o presidente.
O presidente também criticou discursos que defendem o fim imediato da exploração de petróleo no mundo.
— Temos gente que acha que nós não devemos explorar petróleo em lugar nenhum. Está cheio de gente que fala isso. Mas isso sim é incoerente, se você não apresenta uma alternativa. Eu acabo o petróleo e vou utilizar o quê? Temos que ter responsabilidade como chefe de Estado — disse.
Lula disse que o momento de fazer a prospecção na Margem Equatorial é agora pelo que chamou de "oportunidade tecnológica" . — Não tem muita sonda no mundo à disposição. Então nós fizemos proveito do tempo e vamos lá, deixa eu testar para ver o que é que tem e depois nós vamos saber como é que a gente vai fazer para explorar aquilo com o cuidado que temos que ter com a nossa Amazônia.
Agrolink - RS 05/11/2025
O modelo de autofinanciamento ganhou protagonismo no agronegócio brasileiro em 2025. Segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), o setor de máquinas agrícolas registrou crescimento de 47% nos créditos concedidos, somando R$ 9,13 bilhões de janeiro a setembro, que é o melhor resultado da série histórica. O movimento mostra que produtores estão recorrendo cada vez mais ao consórcio para adquirir tratores, colheitadeiras e implementos, aproveitando a ausência de juros e os prazos mais longos para pagamento.
Mesmo com queda de 16,8% nas adesões, o volume total de negócios avançou 15,2%, atingindo R$ 19,7 bilhões, impulsionado pelo aumento de 46,9% no tíquete médio, que chegou a R$ 257,19 mil. Para Fernando Lamounier, sócio da Multimarcas Consórcios, o modelo tornou-se uma alternativa viável diante dos altos juros do crédito tradicional. O número de cotas contempladas cresceu 7,5%, totalizando 36,4 mil, e o de participantes ativos subiu 9,3%, alcançando 465,8 mil.
A pesquisa da ABAC também aponta expansão do consórcio em outros segmentos de veículos pesados, como caminhões, embarcações e aeronaves. Nos caminhões, os créditos somaram R$ 7,34 bilhões, alta de 47,1%, com 29,3 mil consorciados contemplados, o equivalente a um em cada quatro caminhões vendidos no país, segundo a Fenabrave.
“Embora existam opções de financiamento, os altos juros tornam-nas as opções muitas vezes inviáveis. Já o consórcio se ajusta perfeitamente às necessidades do setor, conquistando uma crescente credibilidade. Por isso, cada vez mais, os produtores, ao planejar suas compras, optam por essa modalidade como uma solução econômica para alcançar seus objetivos", afirma Fernando Lamounier, sócio da Multimarcas Consórcios.
IstoÉ Dinheiro - SP 05/11/2025
As vendas de tratores tiveram crescimento de 27,5% em setembro, frente ao mesmo mês de 2024, somando 6 mil unidades. Na comparação com agosto, a alta foi de 15,7%, segundo levantamento divulgado hoje pela Fenabrave, associação que, além das concessionárias de carros, representa revendedores de equipamentos usados no campo.
No acumulado de janeiro a setembro, as vendas de tratores tiveram crescimento de 19,6%, totalizando 39,9 mil unidades. Enquanto as vendas de carros podem ser atualizadas diariamente com base nos licenciamentos de veículos, os números de máquinas agrícolas precisam ser levantados com os fabricantes. Por isso, as estatísticas têm defasagem de um mês em relação ao balanço das vendas de automóveis, divulgado hoje pela Fenabrave com dados já relativos a outubro.
Conforme o presidente da associação, Arcelio Junior, é possível que as revendas estejam repondo estoques de máquinas agrícolas diante da expectativa de uma ótima safra. “Contudo, as altas taxas de juros praticadas no mercado, o atual nível de endividamento dos produtores rurais e a baixa rentabilidade podem ser fatores impeditivos para que estes mesmos resultados sejam observados no varejo até o fim deste ano”, pondera Arcelio Junior.
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