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05 de Abril de 2023

SIDERURGIA

Diário do Aço - MG   05/04/2023

Uma notícia veiculada no site da Usiminas relata a inclusão da empresa no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE I) da B3 (Bolsa Balcão Brasil). “O ISE, criado em 2005, é uma iniciativa pioneira na América Latina, voltada para a construção de uma carteira de ações de empresas comprometidas com a sustentabilidade. O índice apoia os investidores na tomada de decisões em relação à prática ESG (sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa) das empresas e é um indutor do avanço da agenda pelas companhias. Este ano foram selecionadas 69 empresas, dentre as duzentas que mais negociam ações na bolsa de valores”, informa o site da empresa.

A Usiminas é a primeira e única siderúrgica a participar deste índice, explica o economista Antônio Nahas Júnior, para quem a conquista é ainda mais importante se for analisada a extensão das atividades da Companhia e os impactos ambientais decorrentes das suas atividades produtivas. “A transformação do minério de ferro em aço inclui a queima de combustível fóssil – o carvão – e a consequente liberação de CO2 na atmosfera”, lembra o economista Antônio Nahas Júnior.

A entrada no ISE é permitida por meio do preenchimento de um questionário de avaliação muito completo, abrangendo itens como Capital Social; Meio Ambiente; Mudança de Clima; Governança Corporativa e Alta Gestão; Meio Ambiente; Modelo de Negócio e Inovação; Capital Humano; Governança Corporativa e Alta Gestão. O questionário está organizado em 5 dimensões, subdivididas em 28 temas (cada um correspondendo a um questionário temático). Uma sexta dimensão, referente às mudanças no clima, será avaliada por meio do score do CDP-Clima.

O vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, Thiago Rodrigues, destaca que a entrada no ISE pode trazer, também, impactos positivos nas ações da Usiminas. “Com os investidores e agentes de crédito cada dia mais atentos à Agenda ESG das empresas, figurar nesse que é um dos índices mais importantes do mercado, é um diferencial relevante para a Usiminas”, afirma no site da Companhia.

Transição energética

A Usiminas se comprometeu nas suas metas ambientais em zerar a emissão de CO2 até o ano de 2050. A empresa tem feito um grande esforço para diminuição das emissões, porém o desafio tecnológico inclui a substituição do uso do carvão por outras fontes de energia.

Atualmente, a planta de Ipatinga emite 6.835.407,03 toneladas métricas de CO2, enquanto Cubatão emite 220.602,63 (dados de 2021). Há pesquisas em todo mundo para substituição da utilização de combustível fóssil na siderurgia, entre as quais destaca-se a utilização de hidrogênio verde, que é neutro em carbono.

"As mudanças tecnológicas da siderurgia em busca da sustentabilidade ambiental representam o futuro da siderurgia, especialmente em empresas modernas e competitivas como a Usiminas. Com seu quadro técnico e acervo tecnológico logo alcançará a transformação em bons negócios a transição energética em curso em todo o mundo", conclui Nahas.

Valor - SP   05/04/2023

Com a saída da Nippon Steel do bloco de controle da Usiminas, caminha-se, no país, para uma estrutura dominada por três grandes players: ArcelorMittal, Gerdau e Ternium

Após dois movimentos relevantes de aquisições de ativos na siderurgia do país em menos de um ano, feitos por grupos internacionais que atuam no Brasil, a pergunta que se faz agora é se o processo de consolidação de ativos na indústria do aço local atingiu seu ápice ou ainda há oportunidades para outros negócios.

Fazendo um corte no tempo, da 2012 para cá algumas transações de compra de controle evidenciaram uma rota de concentração de ativos siderúrgicos no mercado brasileiro. No início daquele ano, o grupo ítalo-argentino Ternium, controlado pela Techint da família Rocca, carimbou sua entrada no capital da Usiminas.

Maiores possibilidades de consolidação, no futuro, estão no setor de aços longos, afirmam especialistas do setor

A avaliação é que a siderurgia brasileira passou por um considerável processo de consolidação, mas bastante coerente com a dinâmica do mercado mundial, no qual o processos de fusões e aquisições são recorrentes. Dessa forma, caminhou-se na última década para um grupo mais restrito de operadores no setor.

Com o recente acordo de saída da japonesa Nippon Steel do bloco controlador da Usiminas, em favor da Ternium, caminha-se, no país, para uma estrutura dominada por três grandes players - ArcelorMittal, Gerdau e Ternium. Os três grupos também possuem uma grande relevância na indústria do aço latino-americana.

Na verdade, no âmbito da América Latina, este desenho já vem se configurando há alguns anos, com a grande diferença de que a Usiminas tinha um papel de liderança até quando era uma das principais acionistas da Ternium.

A companhia mineira - que tinha Nippon Steel e os grupos Camargo Corrêa e Votorantim como controladores - participou da criação da Ternium ao converter suas ações na siderúrgica venezuelana Sidor em participação de controle da nova companhia comandada por Paolo Rocca. Mas acabou, alguns anos depois, engolida pela própria Ternium.

Evidentemente, existem empresas relevantes em vários mercados latino-americanos, além das “Big 3” companhias mencionadas. No Brasil, o caso mais importante é o da CSN, em aços planos, cuja estratégia privilegiou uma maior diversificação produtiva no Brasil (minério de ferro, cimento e energia, por exemplo) e a internacionalização em países desenvolvidos (Estados Unidos, Portugal e Alemanha).

Com peso menor, destacam-se ainda companhias com foco bem definido em aços inoxidáveis (Aperam), tubos sem costura (Vallourec) e laminados longos (Simec, Sinobras e AVB). A Aperam, apesar de ter se desgarrado da ArcelorMittal, tem a família Mittal no seu bloco de controle.

Visivelmente, as maiores possibilidades de consolidação, no futuro, estão no mercado de aços laminados longos, afirmam especialistas do setor siderúrgico. Nesse caso, ArcelorMittal e Gerdau, devido ao elevado poder de mercado que já detêm nesse segmento, devem ter limitações do Cade, órgão antitruste brasileiro.

Desde a entrada da Ternium na Usiminas, que ofuscou uma tentativa de tomada de controle pela rival CSN, os principais movimentos envolveram a venda da CSA, usina de semiacabado (placas) da Thyssenkrupp, para a Ternium; compra da Votorantim Siderurgia pela ArcelorMittal; expansão do grupo mexicano Simec ao ficar com duas usinas da ArcelorMittal Aços Longos por exigência do Cade para aprovar o negócio.

O último grande negócio foi anunciado em julho de 2022 pelo ArcelorMittal, envolvendo a aquisição da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) - usina produtora de placas controlada por Vale, Dongkuk e Posco. O valor da transação foi de US$ 2,2 bilhões (mais de R$ 11 bilhões). No início de março, o grupo indo-europeu da família Mittal assumiu a gestão da siderúrgica.

Um movimento, pequeno e localizado no Nordeste, foi a compra da Silat, de um grupo espanhol, pela Gerdau. Situada também no Ceará, teve aprovação sem qualquer restrição do Cade, mesmo o grupo gaúcho detendo uma operação similar na região.

Por ordem de grandeza, com os últimos movimentos, ArcelorMittal, Gerdau, Ternium e CSN controlam quase 90% da capacidade instalada de produção de aço bruto do país, de 51 milhões de toneladas, envolvendo aços planos, longos, inoxidáveis e especiais. No todo são 31 usinas em operação, sob a gestão de 10 grupos - quatro nacionais e seis estrangeiros.

Especialistas ressaltam que nem sempre as fusões e aquisições acarretam maior consolidação. Por exemplo, fora do Brasil o grupo Votorantim vendeu a Acerías Paz del Rio (na Colômbia) para investidores financeiros e a Gerdau se desfez de seus ativos no Chile também para um grupo de investidores. Diferente do que ocorreu no Brasil.

No âmbito da siderurgia latino-americana, apontam os mesmos especialistas, as maiores perspectivas de consolidação encontram-se no mercado mexicano de aços longos - que possui uma escala similar ao brasileiro -, onde sete companhias disputam o mercado de vergalhões.

ECONOMIA

CNN Brasil - SP   05/04/2023

O governo federal avalia que se o ciclo de queda de juros não tiver início em junho deste ano a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2024, hoje em 2,3%, pode ser reduzida.

O Palácio do Planalto não considera provável uma diminuição da taxa de juros na reunião de maio do Copom (Comitê de Política Monetária), que hoje está em 13,75% ao ano, mas avalia como possível o início de um ciclo de queda a partir de junho.

Em conversas com a CNN, integrantes da equipe econômica lembram que a redução da taxa Selic tem efeitos no mercado de crédito em um horizonte de 12 a 18 meses. Ou seja, uma diminuição em junho só seria sentida de forma efetiva no segundo semestre do próximo ano.

Na segunda-feira (3), em reunião com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou detalhes da nova regra fiscal, uma tentativa de diminuir a apreensão sobre um cenário, apresentado pela autoridade monetária, de incerteza fiscal.

Para maio, mesmo sem redução da taxa de juros, a expectativa é de que o comunicado do Banco Central seja mais suave, sinalizando o fim do ciclo de manutenção da taxa de juros em 13,75% ao ano.

Nas palavras de um assessor do governo, a definição do Copom deve ter impacto direto nos mercados de capital e de crédito para o ano que vem, além da atividade do mercado do varejo.

A equipe econômica também avalia que o corte da produção de petróleo pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), de mais de 6%, não deve causar grande aumento no preço dos combustíveis no país.

A expectativa é de que, em curto prazo, os preços devem se acomodar.

Infomoney - SP   05/04/2023

A política fiscal pode apoiar a política monetária para lidar com a inflação porque também afeta a demanda agregada. A afirmação está na edição de abril do Monitor Fiscal, divulgada nesta semana pelo Fundo Monetário Internacional. O documento diz que a inflação alta e volátil torna a gestão fiscal mais desafiadora, podendo prejudicar a credibilidade das instituições econômicas e do próprio arcabouço fiscal dos países.

Assim, o planejamento fiscal e a elaboração e execução do orçamento público tornam-se mais complexos não apenas devido à incerteza em relação a preços, salários e taxas de juros, mas também porque a postura fiscal geral afeta a inflação por meio da demanda agregada e das expectativas de inflação

No capítulo “Evidências Históricas do Impacto da Política Fiscal na Inflação”, os autores usaram dados históricos coletados em 17 economias avançadas e dividindo a análise em dois períodos: entre 1950 até 1985 e entre 1985 até 2019. Essa divisão em 1985 foi feita pela percepção que a política monetária era mais passiva nessas economias. Após esse período, a atuação dos Bancos Centrais passou a ser mais ativa e focada na ancoragem das expectativas de inflação.

O estudo diz que o efeito dos gastos públicos sobre a inflação variou ao longo do tempo. Por exemplo, um aumento de 1% do PIB nos gastos de governos no período anterior a 1985 levava a um aumento médio da inflação de quase 1 ponto percentual no mesmo ano, efeito que desaparecia gradualmente.

Para o período pós-1985, o mesmo choque levou a um aumento médio da inflação de cerca de metade desse tamanho (0,5 ponto porcentual) e, diferentemente do primeiro caso, se estabilizou após três a quatro anos.

As respostas da política monetária às forças que pressionam a inflação em ambos os períodos também variaram consideravelmente. Na parte inicial da amostra, os bancos centrais eram mais propensos a acomodar as expansões fiscais, permitindo assim um maior repasse dessas expansões para a inflação.
Depois de 1985, os bancos centrais apertaram com mais frequência a política monetária em resposta às expansões fiscais para atenuar seus efeitos inflacionários.

O Monitor Fiscal do FMI também analisou como a inflação afeta as finanças públicas e chegou à conclusão que uma inflação inesperada – como no episódio recente desde 2021 – corrói o valor real da dívida do governo às custas dos detentores de títulos. Para países com dívida superior a 50% do PIB, cada ponto porcentual de aumento inesperado da inflação reduz a dívida pública em 0,6 ponto porcentual do PIB, com efeito que dura vários anos.

Segundo o FMI, à medida que a inflação se torna persistente e mais bem antecipada, entretanto, ela deixa de contribuir para a queda dos índices de endividamento. Da mesma forma, as relações dívida/PIB inicialmente diminuem à medida que os gastos não acompanham o ritmo do aumento do valor monetário da produção da economia. Mas esses efeitos desaparecem ainda mais rápido, diz o relatório.
Aumento da pobreza

Ao analisar essa inflação recente, o Monitor utilizou pesquisas públicas de milhares de famílias em seis economias (Colômbia, Finlândia, França, Quênia, México e Senegal) e descobriu que a inflação de meados de 2021 a meados de 2022 impactou as pessoas por meio de três canais principais: seus padrões de consumo, sua renda salarial, de pensões ou transferências e, por fim, seus ativos e passivos.

Durante o período considerado, a taxa de pobreza aumentou 1 ponto percentual ou mais em três países da amostra (França, México, Senegal).

Embora o impacto tenha variado entre os países da análise e entre os grupos de renda, essas pesquisas revelaram que o aumento mais rápido dos preços dos alimentos em comparação com outros preços prejudicou desproporcionalmente as famílias pobres. O motivo é que os alimentos representam uma parcela maior de do consumo total dessas famílias. Esse efeito foi mais pronunciado em países de baixa renda.

Outra constatação foi que a inflação erodiu os rendimentos reais nos países importadores de commodities, pois os salários em todos os grupos de renda não acompanharam os preços. Além disso, a variação acelerada dos preços internos corroeu o valor monetário dos ativos e passivos. Assim, as famílias com patrimônio líquido negativo se beneficiaram às custas dos credores, principalmente em países com mercados financeiros e de crédito desenvolvidos.

E os efeitos redistributivos da riqueza da inflação também foram influenciados pela idade do chefe da família: as famílias jovens, que tendem a ser devedoras líquidas, experimentaram ganhos por meio dos canais de riqueza, enquanto as famílias mais velhas viram sua riqueza ser corroída.

IstoÉ Online - SP   05/04/2023

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira, 4, que é possível ter mais de uma alíquota na reforma tributária para atender a setores que estão “preocupados” com as mudanças negociadas no Congresso.

“A reforma tributária vai melhorar, porque vai estimular o investimento, vai simplificar, vai estimular exportação. Alguns tipos de indústria se não exportarem, fecham. A empresa que exporta consegue avançar mais”, disse Alckmin, durante discurso em evento de posse da nova diretoria da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, presidida pelo deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP).

“Para alguns setores que estão preocupados, tem solução, resolve. Nós precisamos ter um imposto, mas podemos ter até mais de uma alíquota. É simplificar o modelo”, emendou o vice-presidente. O jantar contou com a participação de diversos representantes do setor produtivo, como Jorge Gerdau, presidente do conselho de administração da Gerdau, empresa produtora de aço.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, por sua vez, disse mais cedo, durante audiência pública do grupo de trabalho da reforma na Câmara, que é possível discutir alíquotas diferenciadas para o setor de serviços, principalmente educação e saúde, na tributária.

O GT da reforma discute hoje uma fusão entre as Propostas de Emenda à Constituição (PECs) 45/19, de autoria da Câmara, e 110/19, que tem origem no Senado. A ideia é criar um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, ou seja, com uma alíquota cobrada pela União e outra pelos Estados. O imposto único substituiria cinco tributos sobre o consumo: ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins.

Investing - SP   05/04/2023

A presidente do Federal Reserve de Cleveland, Loretta Mester, disse nesta terça-feira que, embora a economia pareça estar em um caminho de desaceleração, o banco central norte-americano provavelmente elevará mais vezes a taxa de juros.

"Para colocar a inflação em uma trajetória de queda sustentada para 2% e manter as expectativas de inflação ancoradas, a política monetária avançará um pouco mais em território restritivo neste ano, com a taxa movendo-se acima de 5%", disse Mester, citando sua projeção.

Segundo ela, a taxa real de juros permaneceria em território positivo "por algum tempo".

Os comentários estão em discurso preparado para antes de um encontro com um grupo de economistas em Nova York.

"Precisamente o quanto a taxa de juros precisará subir e por quanto tempo a política (monetária) deverá permanecer restritiva dependerá de quanto a inflação e as expectativas de inflação estão diminuindo, e isso dependerá de quanto a demanda está reduzindo, os desafios de oferta estão sendo resolvidos e as pressões de preços estão diminuindo", afirmou.

Mester, que não tem voto no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) neste ano, expressou confiança de que os problemas do setor bancário devem, em última instância, ser contidos.

"O sistema bancário dos EUA é sólido e resistente", disse ela, acrescentando que "as tensões experimentadas no sistema bancário em março diminuíram, mas o Fed continua a monitorar cuidadosamente as condições e está preparado para tomar outras medidas, conforme necessário, para garantir a estabilidade financeira".

Mester disse esperar que o crescimento e as contratações diminuam e que as pressões inflacionárias reduzam. Segundo ela, é esperada uma "melhora significativa" na inflação, com as pressões sobre os preços saindo do atual aumento de 5% ao ano para 3,75% neste ano e para 2% até 2025.

MINERAÇÃO

CNN Brasil - SP   05/04/2023

Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Singapura caíram pela segunda sessão nesta terça-feira (4), pressionados por embarques mais altos, demanda fraca por aço na tradicionalmente alta temporada de construção e preocupações persistentes sobre intervenção do governo.

“A atual demanda aparente (de aço) está mais fraca do que o esperado, pressionando o mercado de matérias-primas para baixo”, disse um analista de minério de ferro de Tianjin.

As conversas no mercado de que a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China se reuniu com várias empresas de futuros em Pequim na segunda-feira (3) para discutir o mercado de minério de ferro levantaram temores de mais ações do governo contra o acúmulo e as atividades especulativas, disseram analistas.

O contrato futuro de minério de ferro para maio mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou as negociações diurnas com queda de 2,06%, a 881,5 iuanes (US$ 128,10) a tonelada, o menor nível desde 28 de março.

Na Bolsa de Singapura, o minério de ferro de referência em maio caiu 2,11%, para US$ 118,25 a tonelada, após atingir a mínima de uma semana de US$ 117,05.

Os mercados na China estarão fechados na quarta-feira (5) devido a um feriado.

Outras matérias-primas siderúrgicas, o carvão de coque e o coque tiveram quedas acentuadas, arrastadas pela oferta abundante e demanda fraca. O carvão de coque perdeu 3,51% e coque retraiu 4,21%.

Algumas usinas nas províncias de Hebei, Shanxi e Shandong, no norte da China, reduziram com sucesso seus preços de compra de coque em 50-100 iuanes por tonelada, mostraram informações da consultoria Mysteel.

“Os preços spot caíram devido à oferta superando a demanda no momento, pressionando também o mercado futuro. Esperamos que a segunda rodada de propostas de queda no preço (do coque) esteja a caminho”, disse um analista do segmento.

Veja - SP   05/04/2023

Uma das mais respeitadas agências de análises de assembleias e nomeações de conselhos corporativos, a ISS emitiu nesta segunda avaliação favorável ao ingresso de Luis Henrique Guimarães, CEO da Cosan, no Conselho de Administração da Vale.

Trata-se, neste caso, de uma mudança de postura da agência, que inicialmente havia vetado o nome por considerar que o executivo já integrava muitos conselhos no mundo corporativo. A eleição ocorrerá no dia 28 deste mês.

Guimarães comanda a Cosan desde 2020, tendo em seu portfólio companhias como Compass, Moove, Raízen e Rumo.

Acionista de 4,5% da Vale desde outubro de 2022, a Cosan é vista nos bastidores como um sócio que pode ter papel bastante significativo no objetivo de aprimorar a gestão e acelerar a transição energética do setor siderúrgico a partir do seu movimento na gigante brasileira do minério.

Money Times - SP   05/04/2023

Movimentou o noticiário na semana passada a notícia de que a Justiça Federal determinou que a Vale (VALE3) e a BHP devem realizar um depósito judicial no valor de R$ 10,3 bilhões (cerca de US$ 2 bilhões), dividido igualmente entre ambas as companhias, para garantir a execução dos projetos da Fundação Renova.

O depósito, a ser realizado em 10 parcelas com intervalo de 40 dias entre cada uma, de acordo com o G1, faz parte das obrigações reparatórias pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana, Minas Gerais.

Ainda segundo informações do portal, a decisão estabelece o reconhecimento de comunidades localizadas no Espírito Santo, de Nova Almeida até Conceição da Barra, como impactadas pela tragédia. No entanto, instituições de Justiça e o estado do Espírito Santo alegam que a Fundação Renova nunca cumpriu essa deliberação.

Após a repercussão do caso, a Vale se manifestou na sexta-feira (31) dizendo que não foi notificada sobre a decisão.

A mineradora afirmou manter os repasses feitos em favor da Fundação Renova, e que, até janeiro deste ano, foram indenizadas mais de 410,8 mil pessoas, com mais de R$ 28,4 bilhões destinados às ações executadas pela fundação.

“A companhia se manifestará oportunamente no processo sobre a decisão, contra a qual cabe recurso”, afirmou a Vale, em fato relevante divulgado ao mercado.
Desfecho se aproxima?

O depósito judicial é mais um passo no processo de renegociação, ainda em andamento, da reparação pela tragédia em Mariana.

As partes teriam chegado a um acordo final de R$ 112 bilhões no ano passado, sendo que R$ 28 bilhões já foram gastos pela Fundação Renova, enquanto US$ 3,1 bilhões foram provisionados pela Vale e outros US$ 3,3 bilhões provisionados pela BHP, totalizando montante aproximado de R$ 32,3 bilhões, destaca o Bank of America (BofA).

“Então, essencialmente, aproximadamente R$ 60 bilhões relacionados ao acidente da Samarco já foram gastos ou provisionados. Com isso, ainda haveria, na teoria, um gap de cerca de R$ 52 bilhões entre o valor provisionado/gasto e o novo montante acordado de R$ 112 bilhões”, afirma a instituição, em relatório publicado nesta segunda-feira (3).

Vale lembrar, no entanto, que um acordo final não foi assinado, e um acerto de R$ 155 bilhões não está descartado.

O BofA estima que, caso o valor do novo acordo seja de R$ 112 bilhões, as novas provisões podem atingir US$ 2-3 bilhões para Vale e BHP.

“Nossa percepção é de que os investidores com quem conversamos já assumem uma provisão adicional em uma faixa similar às nossas estimativas, assumindo um acordo de R$ 112 bilhões”, afirma o banco americano.
Impacto nos dividendos

Na avaliação do BofA, o fechamento do acordo poderia reduzir significativamente as incertezas legais, removendo um overhang para a ação da Vale.

“Além disso, acreditamos que, com a resolução, a Vale poderia ver, potencialmente, progresso com seu licenciamento e acelerar a recuperação dos volumes para a divisão de minério de ferro, ajudando a destravar valor”, comenta.

No entanto, o BofA acredita que as provisões adicionais podem impactar na remuneração aos acionistas da mineradora, visto que deve levar a dívida líquida expandida da Vale (métrica-chave para determinar o potencial de dividendos extraordinários) perto do limite máximo da faixa de US$ 10-20 bilhões.

O BofA tem recomendação “neutro” para a Vale. Para a BHP, a classificação é de “compra”.

IstoÉ Online - SP   05/04/2023

A China intensificará a supervisão dos mercados de minério de ferro, disse a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) nesta terça-feira.

As empresas de futuros de minério de ferro não devem exagerar deliberadamente os aumentos de preço e devem fortalecer os alertas de risco de mercado para os investidores, disse a NDRC.

O planejador estatal disse que recentemente realizou uma reunião com algumas empresas de futuros para discutir o mercado e os preços do minério de ferro.

As empresas participantes da reunião disseram que os preços do minério de ferro provavelmente cairão, principalmente no segundo semestre deste ano, devido aos aumentos graduais na oferta global e na oferta doméstica de sucata de aço, de acordo com a nota da NDRC.

Os temores de uma repressão do governo aos preços já haviam pressionado os preços do minério de ferro nesta semana, após uma alta semanal de 6,3% na semana anterior.

O contrato futuro de minério de ferro para maio mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou as negociações diurnas na terça-feira com queda de 2,06%, a 881,5 iuanes (128,10 dólares) a tonelada, a menor cotação desde 28 de março.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   05/04/2023

Alta nas vendas, segundo a Fenabrave, não pode ser levada em conta porque a base de comparação é muito fraca

As vendas de veículos em março e no primeiro trimestre de 2023 revelam um expressivo crescimento na comparação com iguais períodos de 2022. Mas esses resultados não podem ser levados em conta porque a base de comparação é muito fraca, disse o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave), Andreta Júnior. A entidade representa os concessionários de veículos do país.

Com 198,9 mil unidades, a venda de veículos cresceu 35,5% em março na comparação com o mesmo mês de 2022. Já no acumulado do ano, foram emplacados 471,6 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, segundo a Fenabrave com base em dados dos órgãos de trânsito. Isso representou um avanço de 16,3% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

Segundo Andreta Júnior, o resultado “não reflete a realidade do mercado”. Para o dirigente, a comparação mais correta seria com o primeiro trimestre de 2019, período anterior à pandemia. No caso, o resultado deste ano estaria em torno de 20% mais baixo. “O cenário está mascarado pelo fraco crescimento do primeiro trimestre de 2022”, destacou.

A Fenabrave manteve as previsões apresentadas em janeiro: zero de crescimento do mercado de automóveis, comerciais leves e de caminhões e 5% de aumento nas vendas de ônibus. Andreta afirma que a entidade prefere aguardar o desempenho da economia e os mecanismos para manter o equilíbrio fiscal nos próximos meses para fazer previsões mais otimistas. Ele diz que espera fazer isso em julho. “Tudo depende das medidas do governo; na dúvida, todo o mundo se retrai”, destacou.

Embora reconheçam que taxas de juros e as restrições ao crédito sejam fatores que inibem as vendas de veículos, os representantes das concessionárias apoiam a posição do Banco Central, que tem mantido a taxa Selic em nível elevado. “O remédio é amargo. Mas o papel do Banco Central é manter o poder de compra da moeda e evitar a inflação”, destacou o diretor-executivo da Fenabrave, Marcelo Franciulli.

Carro popular

Uma das opções que têm sido discutidas no setor para estimular a recuperação das vendas gira em torno da possibilidade de um programa voltado à venda de carros mais baratos. Seria uma espécie de resgate do carro “popular”.

As discussões já envolvem a indústria. Andreta sugere um programa voltado a modelos mais acessíveis, com mais garantia de aprovação de crédito por meio de algum mecanismo como fundo garantidor.

“Não sei se vai se chamar carro popular ou de entrada. Os carros mudaram desde o Fusca e Uno Mille. Mas, para fazer o mercado girar precisamos de escala e isso não vamos conseguir com carros de R$ 300 mil ou R$ 500 mil”, disse.

Veja o ranking dos carros mais vendidos até março:

Automóveis

1º GM/ONIX 21.528

2º GM/ONIX PLUS 18.392

3º HYUNDAI/HB20 16.194

4º JEEP/COMPASS 15.556

5º HYUNDAI/CRETA 15.424

6º FIAT/ARGO 14.988

7º FIAT/MOBI 14.666

8º GM/TRACKER 14.496

9º VW/T CROSS 14.168

10º VW/POLO 14.074

11º RENAULT/KWID 13.838

12º NISSAN/KICKS 11.322

13º JEEP/RENEGADE 10.742

14º TOYOTA/COROLLA CROSS 10.449

15º FIAT/PULSE 10.050

16º VW/NIVUS 9.084

17º TOYOTA/COROLLA 8.950

18º FIAT/FASTBACK 8.705

19º FIAT/CRONOS 7.576

20º HONDA/HR-V 6.470

Comerciais leves

1º FIAT/STRADA 23.772

2º FIAT/TORO 12.079

3º TOYOTA/HILUX 10.611

4º VW/SAVEIRO 7.442

5º GM/S10 6.252

6º GM/MONTANA 4.428

7º FORD/RANGER 3.980

8º FIAT/FIORINO 3.848

9º RENAULT/OROCH 2.642

10º MITSUBISHI/L200 2.522

11º RENAULT/MASTER 1.934

12º NISSAN/FRONTIER 1.661

13º VW/AMAROK 1.621

14º RAM/3500 1.062

15º FIAT/SCUDO 880

16º FORD/TRANSIT 824

17º KIA/K2500 708

18º CITROEN/JUMPY 652

19º RAM/CLASSIC 578

20º VW/MAN/EXPRESS 461

Valor - SP   05/04/2023

Para Fenabrave, incentivo para o básico compensaria juro alto e restrições ao crédito

Para Andreta Júnior, presidente da Fenabrave, o crescimento nas vendas este ano está “mascarado pelo fraco resultado do primeiro trimestre de 2022” — Foto: Rogerio Vieira/Valor

Desde 2020, o mercado de veículos está estagnado em torno de 2 milhões de unidades por ano e não deve ser muito diferente em 2023, segundo projeções. Juros altos e restrições ao crédito dificultam a aguardada recuperação de vendas pós-pandemia. Mas os preços também não ajudam.

Há alguns dias, indústria e revendedores têm falado sobre ressuscitar o carro popular, programa de incentivos para veículos mais baratos, lançado na década de 1990. “Não sei se vai se chamar carro popular ou de entrada porque os automóveis mudaram desde o Fusca e o Uno Mille. Mas, para o mercado girar precisamos de escala e não vamos conseguir com carros de R$ 300 mil ou R$ 500 mil”, afirma o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave), José Maurício Andreta Júnior.

Segundo o dirigente da entidade que representa os concessionários do país, um novo programa envolvendo governo e indústria e voltado a modelos mais acessíveis pode ser construído a partir da garantia de aprovação de crédito por meio de algum mecanismo como fundo garantidor. Mas as discussões ainda estão no começo. Por enquanto, o setor amarga vendas fracas, mesmo que o resultado do primeiro trimestre tenha revelado altos índices de crescimento.

Os dados “não refletem a realidade do mercado”, diz Andreta, porque a comparação é feita com um primeiro trimestre muito ruim, em 2022. Naquele momento, havia falta de carros porque a indústria enfrentava um dos picos da escassez no fornecimento de componentes, um dos efeitos da pandemia.

Com 198,9 mil unidades, a venda de veículos cresceu 35,5% em março em relação ao mesmo mês do ano passado. Já no acumulado do ano, foram emplacados 471,6 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, segundo a Fenabrave com base em dados dos órgãos de trânsito. Isso representou um avanço de 16,3% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

Para Andreta, a comparação mais correta seria com o primeiro trimestre de 2019, o que daria queda de 22%. Ao divulgar o desempenho do setor, na terça (04), a Fenabrave manteve as previsões feitas em janeiro: zero de crescimento do mercado de automóveis, comerciais leves e de caminhões e 5% de aumento nas vendas de ônibus.

Segundo o dirigente, a entidade prefere aguardar o desempenho da economia e conhecer melhor os mecanismos que serão usados pelo governo para alcançar o equilíbrio fiscal e guardar eventuais previsões mais otimistas para julho. “Na dúvida, todo o mundo se retrai e este é o momento que estamos vivendo”, destaca.

Embora reconheçam que taxas de juros e as restrições ao crédito sejam fatores que inibem as vendas de veículos, os representantes das concessionárias apoiam a posição do Banco Central, que tem mantido a taxa Selic em nível elevado. “O remédio é amargo. Mas o papel do Banco Central é manter o poder de compra da moeda e evitar a inflação”, afirma o diretor-executivo da Fenabrave, Marcelo Franciulli.

Os representantes dos concessionários percebem que o risco da inadimplência torna o crédito mais difícil. Segundo Andreta, o percentual de aprovação de fichas para financiamento de automóveis solicitadas ao sistema bancário para financiamento tem girado em torno de 60%.

Com taxas de juros elevadas, o setor de consórcios aposta num aumento de interesse do consumidor por esse sistema de vendas. O número de cotas de veículos leves cresceu 9,1% no primeiro bimestre, último dado divulgado pela Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios.

“O sistema de consórcios é uma alternativa tradicional e segura para quem planeja a compra de veículos e a única forma de aquisição que não cobra juros e IOF. Pode ser até 80% mais econômica que o financiamento”, destaca Luís Toscano, vice-presidente de negócios da Embracon, empresa que atua no setor há mais de 30 anos. Seguindo ele, a empresa registrou aumento de vendas de 30% no primeiro bimestre na comparação com o mesmo período de 2022.

FERROVIÁRIO

Valor - SP   05/04/2023

A PPP prevê obras de R$ 13 bilhões e a operação de dois serviços para passageiros, um com paradas e outro expresso

O trem de passageiros entre São Paulo e Campinas, que o governo paulista pretende licitar em novembro, deverá começar a operar em 2029 e ficará totalmente pronto em 2031, segundo Rafael Benini, secretário de Parceria em Investimentos do Estado.

O chamado Trem Intercidades (TIC) será entregue em duas etapas. A primeira (prevista para 2029) prevê um serviço com paradas, que deverá demorar cerca de 93 minutos. O corredor será formado pela linha 7-Rubi da CPTM, já em operação entre o centro da capital e Jundiaí, e uma extensão até Campinas, a ser construída.

Na segunda fase do empreendimento (que deve ficar pronto até 2031), será oferecida uma viagem expressa de São Paulo a Campinas, com parada apenas em Jundiaí, em um trajeto de cerca de 64 minutos.

O governo lançou o edital do TIC na última sexta-feira (31). O projeto será feito via Parceria Público Privada (PPP) com investimentos de R$ 13 bilhões em obras - valor que sobe para R$ 25 bilhões se somados custos operacionais nos 30 anos de contrato.

Desse montante, o Estado entrará com uma fatia significativa, para viabilizar a obra. Haverá um aporte inicial de até R$ 6 bilhões. Este valor deverá ser obtido pelo Estado por meio de financiamento, a ser fechado antes do leilão.

Além disso, está previsto o pagamento de contraprestações anuais, de até R$ 13,7 bilhões ao todo. Tanto o valor do aporte quanto o dos pagamentos anuais poderão cair a depender da concorrência, já que o critério do leilão será o maior desconto.

O leilão foi marcado para 28 de novembro. A previsão é assinar o contrato no início de 2024. Na sequência, há um prazo de um ano e meio para licenciamento ambiental e, então, se iniciam as obras.

A expectativa para a concorrência é positiva, diz Benini. Em uma prospecção inicial realizada antes do Carnaval, houve conversas com grupos nacionais que atuam no setor, um consórcio de empresas europeias, companhias chinesas e coreanas. Em junho, está prevista uma nova rodada de interações.

Um dos fatores que tem gerado interesse, segundo ele, é que não haverá risco de demanda no serviço com paradas (da Linha 7 e sua extensão até Campinas). Nesse corredor, o Estado irá remunerar o operador pela distância percorrida pelos trens, independentemente do número de passageiros. Apenas no TIC expresso haverá risco de demanda. Neste serviço, a empresa poderá definir a tarifa. O valor-teto é de R$ 64, mas o grupo pode oferecer descontos para concorrer com o modal rodoviário.

Além disso, Benini destaca o sistema de garantias da PPP, que dão segurança contra eventual inadimplência do Estado. Além de uma fiança de R$ 200 milhões, a conta-garantia será abastecida por recebíveis das agências reguladoras paulistas, referentes a taxas de fiscalização cobradas de todas as concessões estaduais.

Caso bem-sucedido, o TIC poderá retomar o trajeto ferroviário entre São Paulo e Campinas, que foi interrompido oficialmente por volta de 2000. Desde 2004, o Estado tenta viabilizar um novo projeto para a viagem.

NAVAL

O Petróleo - SP   05/04/2023

A indústria da construção naval é uma das mais antigas e importantes indústrias do mundo. Desde os tempos antigos, as embarcações têm sido utilizadas para transportar pessoas e mercadorias de um lugar a outro, facilitando o comércio e a comunicação entre as nações. Com o passar dos séculos, a construção naval evoluiu para se tornar uma das indústrias mais avançadas e tecnológicas do mundo, com aplicações que vão além do transporte marítimo.

Neste guia, exploraremos a importância da indústria da construção naval para o mundo, abordando aspectos econômicos, sociais, ambientais e tecnológicos.

Impacto Econômico

A indústria da construção naval é um motor importante para a economia global, gerando empregos e renda para milhões de pessoas em todo o mundo. De acordo com a Organização Marítima Internacional (IMO), a indústria marítima como um todo, incluindo a construção naval, representa cerca de 90% do comércio global por volume e cerca de 80% do comércio global por valor.

Além disso, a construção de navios requer uma ampla gama de materiais e equipamentos, o que estimula outros setores da economia, como a indústria siderúrgica, a indústria química e a indústria de tecnologia. A indústria da construção naval também é responsável por gerar muitos empregos diretos e indiretos, incluindo engenheiros, trabalhadores de construção, funcionários administrativos e muito mais.

Impacto Social

Além de seu impacto econômico, a indústria da construção naval também tem um impacto significativo na sociedade. Por exemplo, as embarcações construídas na indústria são utilizadas para transportar pessoas e mercadorias de um lugar a outro, facilitando o comércio e a comunicação entre as nações. Isso contribui para o desenvolvimento econômico de muitos países e para a integração global.

Além disso, a indústria da construção naval tem um papel importante na educação e treinamento de jovens e trabalhadores, oferecendo oportunidades para a aquisição de habilidades técnicas e profissionais valiosas.

Impacto Ambiental

A indústria da construção naval é uma das mais regulamentadas do mundo em termos de emissões de poluentes e impacto ambiental. As leis internacionais e nacionais exigem que as embarcações sejam construídas e operadas de forma a minimizar seu impacto ambiental.

Além disso, a indústria da construção naval tem investido em tecnologias de ponta para melhorar a eficiência energética das embarcações e reduzir suas emissões de gases poluentes. Isso não só ajuda a proteger o meio ambiente, mas também pode ajudar a reduzir os custos operacionais das embarcações e, assim, torná-las mais competitivas no mercado global.

Tecnologia e Inovação

A indústria da construção naval é uma das mais inovadoras do mundo, com uma longa história de investimento em tecnologia e pesquisa. Isso permite que a indústria construa navios cada vez mais seguros, eficientes e sustentáveis.

Além disso, a indústria da construção naval está sempre buscando novas maneiras de melhorar a segurança e eficiência das embarcações, desde a utilização de materiais mais leves e resistentes, até a incorporação de tecnologias avançadas como inteligência artificial e internet das coisas.

Considerações finais

A indústria da construção naval é uma das mais importantes e antigas indústrias do mundo, tendo um impacto significativo na economia global, na sociedade e no meio ambiente. Com a sua longa história de inovação e investimento em tecnologia, a indústria continua a desempenhar um papel vital na construção de embarcações mais seguras, eficientes e sustentáveis, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social de muitos países e para a integração global.

Portos e Navios - SP   05/04/2023

O setor portuário movimentou 174,46 milhões de toneladas de janeiro a fevereiro de 2023. Os dados são do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

A queda de 3,07% em comparação ao mesmo período de 2022 foi impulsionada pela diminuição da movimentação de minério de ferro (-4,2%), soja (-19,165) e adubos (-24,97%).

O destaque positivo nas mercadorias ficou para o milho que movimentou 8,1 milhões de toneladas, apresentando um crescimento de 148,43%% quando comparados ao mesmo período do ano anterior. Ferro e aço e óleo bruto de petróleo também tiveram bons índices de movimentação com 4,5 milhões de toneladas (+14,10%) e 32,3 milhões de toneladas (alta de 3,85%), respectivamente.

A navegação interior movimentou 11,4 milhões de toneladas de janeiro a fevereiro, o que representa uma variação positiva de 6,91%. Já navegação de longo curso (117,9 milhões de toneladas), cabotagem (44,9 milhões de toneladas) e apoio marítimo (337 mil toneladas) recuaram durante este período registrando, respectivamente quedas de 3,54%, 3,76% e 35,79%.

Portos públicos

Os portos públicos movimentaram 58,5 milhões de toneladas, o que representa um decrescimento de 1,84% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O principal destaque positivo deste período foi o Porto de Itaguaí (RJ), responsável por 3,9% da movimentação total, com 6,8 milhões de toneladas movimentadas, o que representa um crescimento de 33,58%.

O Porto de Itaqui (MA) também registrou aumento de 12,13%, movimentando 4,1 milhões de toneladas. O porto de Suape (PE) fecha o pódio com movimentação de 4 milhões de toneladas, representando um aumento de 9,9% de janeiro a fevereiro deste ano.

Terminais privados

Os Terminais de Uso Privado (TUPs) movimentaram 116 milhões de toneladas, o que representa um decrescimento de 3,68% em comparação ao mesmo período do ano anterior

Dentre as instalações com maior crescimento, o principal destaque está no Terminal de Petróleo Tpet/Toil, no Porto do Açu (RJ). O TUP registrou crescimento de 71,75%, com 6,4 milhões de toneladas movimentadas e foi responsável por 3,7% da movimentação total.

O Terminal Porto Sudeste do Brasil S/A, também no Rio de Janeiro RJ, foi outro que registrou um bom crescimento (+27,60%). Ao todo, foram 3,4 milhões de toneladas movimentadas, sendo responsável por 1,9% da movimentação total dos TUPs de janeiro a fevereiro de 2023.

O Terminal de Tubarão fecha o pódio com um significativo crescimento da movimentação para o período de janeiro a fevereiro deste ano (+17,48%). Durante esse período a movimentação foi de 9,7 milhões de toneladas.

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   05/04/2023

Novas oportunidades no horizonte para as empresas que atuam no segmento de dutos. Uma nova infraestrutura global de hidrogênio está começando a se materializar, no mesmo passo em que o mundo busca acelerar seu caminho de transição energética. Atualmente, já existem mais de 4.300 quilômetros para transporte de hidrogênio com mais de 90% localizados na Europa e América do Norte. O dado foi levantado pela Rystad Energy. A consultoria estima ainda que existam cerca de 91 projetos de dutos planejados no mundo, totalizando 30.300 quilômetros e que devem entrar em operação por volta de 2035.

“Existem muito poucos atalhos para um futuro sustentável e simplesmente mudar a infraestrutura existente de petróleo e gás para hidrogênio nem sempre é viável. No centro deste desafio está a física, o hidrogênio tem uma alta densidade de energia gravimétrica e uma baixa densidade de energia volumétrica. Isso significa que, entre as opções, os oleodutos de hidrogênio serão muito melhores do que os navios para mover o hidrogênio em distâncias de curto a médio alcance”, diz a Rystad em uma nova análise publicada nesta semana.

Nos casos em que o hidrogênio será enviado (como hidrogênio ou seus derivados), ele será eventualmente distribuído em terra por meio de dutos de hidrogênio, o que torna o transporte por dutos um modo crítico de transporte para o energético. Os dutos de hidrogênio já são utilizados para abastecer polos industriais (em plantas petroquímicas, por exemplo). À medida que a oferta aumenta e se move de áreas com energia abundante e renovável para centros de demanda, longas linhas de transmissão serão uma necessidade e esses dutos exigiriam diâmetros maiores e maior pressão para economia e, consequentemente, graus de aço mais altos

Globalmente, a Europa está na vanguarda dos esforços para produzir e importar hidrogênio verde e sua atenção agora está voltada para a construção da infraestrutura necessária para levá-lo aos centros de demanda. De acordo com a pesquisa da Rystad Energy, Espanha, França e Alemanha estão entre os países comprometidos ou considerando gasodutos transfronteiriços para facilitar os fluxos de energia, enquanto o Reino Unido, com sua extensa rede de gás, encontra-se em uma posição fantástica para mudar do gás natural para o hidrogênio.

“O aumento constante de projetos de gasodutos para hidrogênio é um sinal precoce de que a transição energética está ganhando ritmo. A Europa, com sua extensa rede de gás, está bem posicionada para dar o salto. Mudar a infraestrutura de gás para hidrogênio é possível e econômico. Mas a maior barreira não é financeira, mas sim as propriedades físicas do próprio hidrogênio, que diferem substancialmente do petróleo e do gás”, explicou a analista sênior de hidrogênio da Rystad, Lein Mann Bergsmark.

A Europa está assumindo a liderança globalmente com dutos para hidrogênios planejados em terra e offshore. O recém-anunciado oleoduto de hidrogênio submarino H2Med Barcelona-Marseille está orçado em cerca de US$ 2,1 bilhões por um trecho de 450 km e foi recentemente anunciado que também será estendido para a Alemanha. Quatro operadoras de rede – a espanhola Enagas, a portuguesa REN e a dupla francesa GRT e Terega – estão atualmente realizando estudos técnicos, possíveis layouts de dutos e avaliações de custos. O primeiro projeto de oleoduto de hidrogênio offshore da Alemanha, o AquaDuctus, transportará hidrogênio verde de instalações eólicas offshore no Mar do Norte para a Alemanha. O gasoduto se estende por 400 km e, de acordo com um de seus parceiros de projeto, a RWE, é considerado a opção mais econômica para transportar grandes volumes de energia por distâncias de mais de 400 quilômetros.

Valor - SP   05/04/2023

As autoridades curdas disseram que o acordo permitiria a retomada do envio de petróleo pelo oleoduto do Curdistão iraquiano ao porto turco de Ceyhan, de onde o petróleo costuma chegar à Europa

O Iraque e autoridades curdas fecharam ontem um acordo que acaba com um impasse sobre o envio de petróleo pelo oleoduto do Curdistão e que deve aumentar em até 500 mil barris por dia a oferta do produto no mercado internacional. O pacto ocorre dois dias depois de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) ter anunciado um corte na oferta de mais de 1 milhão de barris/dia.

Os líderes curdos disseram que o acordo permitirá a retomada do envio de petróleo pelo oleoduto do Curdistão iraquiano ao porto turco de Ceyhan, de onde o petróleo chega à Europa. As companhias de petróleo que interromperam a produção nos últimos dias disseram que planejam retomar imediatamente as operações.

O acordo traz uma solução de curto prazo para uma longa disputa entre as autoridades iraquianas em Bagdá e a região semiautônoma rica em petróleo ao norte, onde os curdos governam com certa independência desde que os EUA derrubaram o ditador iraquiano Saddam Hussein em 2003.

Desde que começaram a controlar a região, os curdos vinham vendendo petróleo sem o consentimento de Bagdá, provocando uma disputa legal de anos que recentemente resultou em uma decisão a favor do Iraque da Câmara Internacional de Comércio em Paris.

“O novo acordo é temporário”, disse Masrour Barzani, chefe do governo regional do Curdistão. “É um passo crucial para encerrar a disputa entre Irbil e Bagdá e cria uma atmosfera positiva e segura para finalmente aprovar a lei nacional de petróleo e gás”, afirmou.

A disputa, que levou ao fechamento do oleoduto há cerca de uma semana, ajudou a elevar os preços internacionais do petróleo para cerca de US$ 80 o barril e ameaçou o abastecimento de países europeus, que buscam alternativas ao petróleo russo.

O duto transporta 400 mil barris diários do Curdistão e mais 70 mil barris do resto do Iraque.

TN Petróleo - RJ   05/04/2023

O Consórcio Gás Sul, formado pelas empresas Tenenge e OEC, concluiu, no último dia 24 de março, o maior Horizontal Directional Drilling (HDD) marítimo – ou perfuração horizontal direcional, em português – da América do Sul, na Baía de Babitonga, em Santa Catarina.

A operação, também chamada de shore approach, teve início no dia 17 de março, quando uma coluna de dutos de 20 polegadas e comprimento de aproximadamente 1.667 metros foi movida a partir da cidade de Itapoá e lançada ao mar com auxílio de flutuantes e arrastada por rebocadores até a posição final para o “pullback”. Para garantir a segurança da atividade, o canal de navegação foi interrompido e toda a operação ocorreu dentro do planejado.

A operação de pullback (puxe da coluna de dutos do mar para terra) foi concluída com sucesso no início da noite do dia 24 de março, quando a coluna de dutos retornou à terra através da perfuração submarina deixada pela atividade do HDD, o maior já executado no Brasil. A operação final contou com a participação de 156 pessoas, balsas e barcos de apoio e levou um total de 76 horas.

Esse marco é extremamente importante para a conclusão das obras do Terminal Gás Sul, já que se tratava de uma atividade que fazia parte do caminho crítico da obra. De acordo com Marco Aurélio Barros, Diretor do Contrato, a conclusão do HDD permitirá a conclusão dos trabalhos “offshore” dentro dos prazos pactuados com o Cliente. “Vamos focar a mão de obra agora na conclusão do duto submarino pela metodologia de towing (afundamento de coluna de duto), teste hidrostático e comissionamento final”, afirma.

TGS

O Terminal Gás Sul vai fornecer 15 milhões de metros cúbicos de Gás Natural por dia, representando um aumento de mais de três vezes no total disponível atualmente no estado de Santa Catarina. O Terminal está localizado a 300 metros da costa da cidade de São Francisco do Sul, e inclui infraestrutura para receber, armazenar, regaseificar e distribuir o gás natural que chegará na forma de GNL (Gás Natural Liquefeito) pelo mar através de navios metaneiros e será transferido pelo sistema ship to ship para uma FSRU (unidade flutuante de armazenamento e regaseificação) com capacidade de armazenar 160 mil metros cúbicos de GNL, que, por sua vez, será interligada por 33 km de dutos de 20 polegadas com o GASBOL (Gasoduto Bolívia-Brasil).

Valor - SP   05/04/2023

O gás natural pode ser ponte para uma economia sustentável nas duas regiões mais pobres do país

No país, o gás natural se revelou uma promessa jamais realizada, assim como o Brasil-potência, imagem cara à geração do pós-guerra, ou a América e o paraíso sobre a terra, para os descobridores europeus. As crenças se desfazem diante da realidade e a abundância da natureza não basta, em particular quando o governo não ajuda. Por exemplo, em 2019, anunciado com o “novo” mercado, o choque de oferta do gás foi negativo, inflacionário e estruturalmente traumático.

O oposto do pretendido, o que se agravou com o desmembramento da cadeia produtiva, o fatiamento dos ativos do setor e a desintegração forçada de uma indústria em rede. Seguindo Ronald Coase, o resultado era previsível: riscos e custos de transação crescentes. No exterior, a guerra da Ucrânia e a tumultuada retomada aumentaram a tensão comercial, o que se refletiu nos preços internacionais e nas importações.

Teria sido muito pior, se não fosse São Pedro, segundo a crendice popular. No ano passado, a chuva foi providencial ao recompor os reservatórios das hidrelétricas e, em consequência, demandar um menor despacho térmico e importações de gás. Mesmo assim, o preço no varejo (“citygate”) superou US$ 20 por milhão de Btu e, para o usuário final, antes da guerra, já era o gás encanado mais caro do mundo; nem japonês pagava tanto.

O gás natural pode ser ponte para uma economia sustentável nas duas regiões mais pobres do país

Não por acaso, o consumo está estagnado tem quase uma década. O aumento de oferta proveniente do pré-sal depende da construção de um gasoduto e uma UPGN, decidida em 2016 e que só será concluída em 2024, segundo a última previsão. Serão 18 milhões de m3 /dia adicionais; hoje, um volume suficiente para zerar as importações de GNL e quase por completo as compras da Bolívia.

As reservas gigantes do pré-sal são de gás associado ao petróleo, antes de tudo um insumo para extração do óleo e, muitas vezes, o teor em dióxido de carbono impede seu aproveitamento. Nem todo ele pode ser aproveitado, alegam as petroleiras. Uma ilustração é o campo de Peroba. A despeito de descoberto, foi devolvido à União em razão do conteúdo em CO2: quase 80% do seu gás. Ora, no restante do Brasil, não faltam, nem bacias sedimentares, nem oportunidades geológicas.

Por isso, indiferente ao desgoverno passado, o capital não ficou parado. Em terra, nos Solimões, na Amazônia e no Parnaíba, ou seja, no Norte e Meio-Norte, o país dispõe de importantes jazidas de gás não associado ao petróleo. Por estarem distantes e isoladas, o aproveitamento exigiu novos modelos de negócio e tecnologias inovadoras que podem ser replicadas em outros campos. À frente da iniciativa estão grupos econômicos brasileiros e privados.

Por sua vez, no portfólio da empresa estatal, a maior do país, o último projeto definido para o energético é o desenvolvimento do campo profundo de O & G na costa sergipana. A jazida tem um gás rico em óleo e o condensado retirado viabiliza a extração. O campo poderia escoar entre 12 e 16 milhões de m3 /d à malha nordestina a partir de 2027. A adição compensaria o prolongado declínio da produção nas bacias maduras da região e reduziria a maior dependência em relação à importação de GNL.

No longo prazo, considerando os rendimentos decrescentes do esforço exploratório no pré-sal, não é a região Sudeste, mas o Norte e Nordeste do país que guardam enorme potencial. No mar, a atenção se volta para as águas ultra profundas das cinco bacias sedimentares submersas da margem equatorial do Oceano Atlântico (uma área que vai do Estado do Amapá ao Rio Grande do Norte). Uma descoberta análoga a Liza, na Guiana, ou ao campo de Jubilee, em Gana, no Golfo da Guiné, do outro lado do oceano, não seria surpresa para os geólogos.

Em terra, o foco é o folhelho na extensa região conhecida como “Matopiba”, englobando os quatro Estados (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). No Parnaíba, sabe-se que a formação se localiza a dois mil metros de profundidade, mas, até aqui, ignora-se por completo seu potencial. Vale assinalar a propósito que, depois do início do século, o gás não convencional fez ressuscitar a indústria química no Meio-Oeste dos Estados Unidos e, atualmente, é o responsável por revigorar a produção de O & G na vizinha Argentina, em Vaca Muerta.

Supondo que a janela da exploração por gás natural estará aberta ainda pelos próximos vinte anos, o sucesso na empreitada pelo seu aproveitamento depende do Estado, que deve agir de imediato. Política industrial, instrumentos de desenvolvimento regional e uma complexa engenharia financeira serão imprescindíveis para valorizar um recurso natural não renovável, raro e estratégico para a transição energética já em andamento.

No mar ou em terra, o potencial confirmado em gás natural terá o condão de acirrar a competição com o petróleo e seus derivados, além de criar oportunidades para agregar valor na sua transformação, ao mesmo tempo em que contribui decisivamente para a redução das emissões de dióxido de carbono e particulados.

Por fim, o mais importante, o compromisso em mitigar a mudança climática não exclui uma transição socialmente justa. Nas duas regiões mais pobres do país, sem ter gerado qualquer expectativa, ou falsa promessa, o gás natural pode estar no limiar de assumir um papel-chave - servir de ponte para uma economia sustentável, autossuficiente em energia, independentemente de qualquer recurso exportado e da volatilidade dos preços internacionais.

Luís Eduardo Duque Dutra é doutor em Ciências Econômicas pela Universidade de Paris-Nord e professor adjunto da Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É autor de “Capital Petróleo: a saga da indústria entre guerras, ciclos e crises” pela editora Garamond.

CNN Brasil - SP   05/04/2023

A decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de cortar parte da sua produção de petróleo deve acelerar o processo inflacionário no Brasil e propor “teste” ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo especialistas consultados pela CNN.

O grupo conhecido como Opep+ anunciou no domingo (2) que cortará a produção de petróleo em mais de 1,6 milhão de barris por dia a partir de maio, até o final do ano. O objetivo do movimento é combater a queda de demanda para o bem e alavancar seus preços.

Analista de Energia da CNN, Adriano Pires aponta que, visto o cenário, a tendência é de que a inflação acelere no Brasil e ao redor do mundo. Além de impactar o preço dos combustíveis, este aumento afeta todos os bens e serviços que dependem do petróleo em sua cadeia produtiva.

“O impacto inflacionário acontece em escala planetária, porque estamos falando de um produto que afeta toda a cadeia produtiva no mundo inteiro, aponta.

Eberaldo Almeida, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), afirma que ainda não é possível prever os impactos da alta dos preços para a economia. Mas pondera que o movimento pode ser positivo para a Petrobras, já que o Brasil é exportador de petróleo.

“Temos que lembrar que o Brasil é exportador de Petróleo. O saldo líquido tem ficado em torno de US$ 20 bilhões, considerando petróleo e derivados. Então, para o Brasil, a princípio, quanto maior o preço do petróleo, melhor, porque o país ganha mais”, diz.

Pires reitera a posição favorável à Petrobras com o aumento dos preços. Ele ainda aponta que, a partir disso, o governo brasileiro pode ser favorecido — com o pagamento de royalties e participações especiais, por exemplo.

Na segunda-feira (3), dia seguinte ao anúncio da Opep+, as empresas petroleiras responderam pelas principais altas da B3. Petrobras ON teve 4,76% de valorização, Petrobras PN de 4,43%, PetroRio de 2,08%.
“Test drive” a Lula

Para Adriano Pires, esse processo gera uma espécie de “test drive” para o governo Lula. O especialista diz que a gestão pode permitir que as altas cheguem às bombas — o que pode impactar sua popularidade — ou adotar medidas para “segurar a inflação”.

“O discurso que a gente ouve desde a eleição é de que o presidente [Lula] quer abrasileirar preços, que pode não repassar valores para a bomba. Se fizer isso, acaba varrendo a inflação para debaixo do tapete, represando a alta”, aponta.

O ex-presidente do IBP nega a necessidade de interferência do governo nos preços ou de novas desonerações para lidar com o corte. Ele aponta que a preocupação com câmbio pode ser mais estratégica no momento.

“O impacto do câmbio tem sido maior que o próprio preço da commodity. Então, mais importantes são os movimentos do governo no sentido do equilíbrio fiscal, que inspiram confiança no mercado, fazem a moeda apreciar. Fazendo a moeda apreciar, um barril de petróleo vai custar menos e reflete na bomba”, afirma.

Ele destaca, no entanto, que a análise diz respeito ao cenário e preço atual do Petróleo, e que o governo deve acompanhar novos anúncios e variações de perto.
Impactos em escala global

Adriano Pires explica que os cortes podem ter como efeitos secundários, como alta nas taxas de juros e até recessão.

“O impacto inflacionário gera pressão sobre os bancos centrais para manter e até aumentar as taxas de juros. Com isso, você contrata mais recessão e assim reduz o preço do barril”, aponta.

Ao redor do mundo, o anúncio da Opep+ tende a gerar um “cabo de guerra” entre os membros do grupo e potências ocidentais, explica o analista da CNN.

“Com isso, se gera um cabo de guerra entre os países. Vamos ver o que vai dar mais efeito no preço: se é a queda de demanda via aumento de juros [praticado pelos países ocidentais] ou o corte de produção [praticado pela Opep]”, completa.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, criticou na segunda-feira o corte de produção promovido pela Opep+. “Não achamos que os cortes de produção sejam aconselháveis neste momento, dada a incerteza do mercado, e deixamos isso claro”, comentou.

CNN Brasil - SP   05/04/2023

Os contratos futuros do petróleo operaram com volatilidade, encerrando a sessão em alta modesta, mas suficiente para estender ganhos fortes registrados na terça-feira (4) após notícia de corte na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para maio subiu 0,36% (US$ 0,29), a US$ 80,71 o barril, enquanto o Brent para junho, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), teve alta marginal de 0,01% (US$ 0,01), a US$ 84,94 o barril.

Na sessão de segunda-feira (3), logo após o anúncio inesperado dos cortes de produção, o petróleo disparou mais de 6%. Na Nymex, o petróleo para maio subiu  6,28% (US$ 4,75), enquanto o Brent para junho teve ganho de 6,31% (US$ 5,04).

O TD Securities avalia que a tendência de alta no petróleo se firmou nesta sessão, seguindo o corte surpresa da Opep+. No entanto, o banco alerta que o rali levanta preocupações sobre a inflação e riscos de recessão nos Estados Unidos novamente.

O óleo chegou a perder fôlego e a inverter o sinal no final da manhã, após a divulgação do relatório de criação de empregos (Jolts) e das encomendas à indústria nos Estados Unidos reforçar expectativa de desaceleração na economia norte-americana.

Para a Rystad Energy, a turbulência nos mercados financeiros e a volatilidade do preço do petróleo são indício de um caminho difícil pela frente, mesmo com sinais de redução nas pressões inflacionárias.

Ainda nesta sessão, o governo do Iraque e autoridades curdas chegaram a um acordo para permitir a exportação de petróleo via oleoduto até o porto de Ceyhan, na Turquia. As companhias de petróleo locais que interromperam a produção nos últimos dias disseram que planejam reiniciar imediatamente as operações.

O bloqueio havia impedido a produção e exportação de aproximadamente 500 mil barris por dia, devido a um impasse entre o governo iraquiano e autoridades curdas, ajudando a sustentar os preços da commodity.

Em relatório, a S&P Global aponta que as sanções do governo Joe Biden ao Irã podem intensificar gargalos na oferta do petróleo, em meio ao aumento da demanda global e com o avanço dos preços em 2023, levando a uma “disputa nos mercados globais de energia”.

“Essa combinação – diplomacia fracassada e mercados de petróleo mais apertado – levanta o espectro de um confronto militar”, alerta a agência.

Valor - SP   05/04/2023

O Almirante Barroso é um navio-plataforma com o comprimento equivalente ao de três campos de futebol e com altura de 10 andares; estrutura deve começar a operar neste trimestre

Os cortes de produção da Opep+ abrem mais espaço no mercado para fornecedores alternativos. Talvez nenhum país esteja mais bem posicionado para aproveitar esse momento do que o Brasil, onde a Petrobras está fazendo grandes movimentos para aumentar a produção.

Tome, como exemplo, o Almirante Barroso - um navio-plataforma com o comprimento equivalente ao de três campos de futebol e com altura de 10 andares. A Petrobras está atualmente fazendo a instalação do gigante, que deve entrar em operação neste trimestre.

A embarcação e outras semelhantes farão do Brasil um dos lugares do mundo com maior crescimento da produção de petróleo neste ano. Em 2023, a produção do país deverá aumentar cerca de 320.000 barris por dia. A nação também é “um dos elementos mais estáveis da oferta global no momento”, disse Schreiner Parker, responsável por América Latina na Rystad Energy.

Embora a indústria de petróleo do Brasil possa estar comemorando, a disparada de preços após o anúncio da Opep+ está longe de ser bem-vinda na maior economia da América Latina, onde os custos dos combustíveis são politizados. O Brasil deve atuar como um fornecedor estratégico e evitar se tornar “refém” de “decisões arbitrárias” da Opep+, disse o Ministro de Minas e Energia do país, Alexandre Silveira, em um comunicado na segunda-feira.

A Petrobras se encontra constantemente sob pressão vender gasolina e diesel abaixo dos níveis internacionais em meio à alta dos preços dos combustíveis. Para piorar a situação, o governo reverteu as desonerações sobre os combustíveis e o que levará a aumentos adicionais de preços na bomba.

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