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05 de Fevereiro de 2025

SIDERURGIA

Valor - SP   05/02/2025

Cresce o receio entre executivos do setor de que o excedente da produção asiática seja redirecionado para outros mercados, incluindo o Brasil

As recentes políticas protecionistas adotadas pelo governo dos Estados Unidos, que incluem a imposição de tarifas adicionais de 10% sobre produtos chineses, têm gerado preocupações no setor siderúrgico brasileiro. Com as restrições ao aço chinês no mercado norte-americano, cresce o receio entre executivos de que o excedente da produção asiática seja redirecionado para outros mercados, incluindo o Brasil.

A entrada do aço chinês nos mercados latino-americanos já é motivo de preocupação, já que, segundo os fabricantes da região, causou a estagnação da indústria local, provocando um processo de desindustrialização. O setor alerta que a ampliação desse fluxo, impulsionada pelas barreiras comerciais dos Estados Unidos, pode intensificar a competição desleal, pressionar os preços e comprometer ainda mais a sustentabilidade da siderurgia nacional.

A presidente da Aço Verde Brasil, Silvia Nascimento, destacou que a intensificação das tarifas pelos Estados Unidos pode resultar em um desvio significativo do aço chinês para o mercado brasileiro. Segundo a executiva, a China é estratégica e está atenta ao movimento global contra suas exportações.

Para ela, basta observar os investimentos crescentes no Vietnã, na Indonésia e em outros países do Sudeste Asiático – em grande parte, financiados pelo próprio capital chinês. Essa seria uma forma de contornar barreiras comerciais e manter sua influência no mercado global.

“Há uma questão de preço e uma necessidade de exportação. Diante disso, eles [os chineses] reduzem os valores para se tornarem mais competitivos no mercado. Como o governo brasileiro nos envolve nessas negociações? Quer dialogar? Quer discutir a descarbonização da indústria nacional? Estamos falando de aproximadamente 10 milhões de toneladas de aço chinês, considerando tanto o direto quanto o indireto – um dos mais poluentes do mundo. Como é possível exigir padrões ambientais elevados da indústria nacional enquanto se permite a entrada de um aço altamente poluente no Brasil?”, questiona.

O setor acusa Pequim de “inundar” a região com aço barato por conta do subsídio estatal e produção em excesso. Em resposta a essas preocupações, o governo brasileiro anunciou recentemente a implementação de cotas para a importação de aço e o aumento do Imposto de Importação para 25% sobre volumes que excedam essas cotas. Essa medida visa conter a “invasão” do aço chinês e proteger as siderúrgicas locais.

Mesmo assim, a expectativa do setor é que a escalada do aço chinês entrando no mercado nacional deve se manter firme em 2025, já que as medidas para conter a enxurrada de importações do país asiático ainda não surtiram o efeito desejado pelas siderúrgicas locais, segundo o Instituto Aço Brasil.

Trump também reforçou sua política comercial protecionista ao impor tarifas sobre produtos importados do México e do Canadá, com a União Europeia como próximo alvo. Em resposta, esses países têm retaliado com a aplicação de tarifas adicionais sobre produtos dos Estados Unidos.

“Com a implementação de barreiras comerciais pelos Estados Unidos e as medidas de defesa adotadas pela Europa, a gente percebe claramente que o excedente de aço chinês acaba sendo redirecionado para outros mercados. A China, com sua capacidade produtiva excedente, busca novos destinos para escoar sua produção. Nesse cenário geopolítico, o Brasil precisa ficar em alerta, avalia o presidente da Aperam América do Sul, Frederico Ayres.

A China sozinha produz mais aço do que o restante do mundo combinado. Diante das barreiras impostas pelo protecionismo dos Estados Unidos, o vice-presidente sênior da Vallourec América do Sul, André Lacerda, questiona o destino desse excedente de produção. Ele ressalta que, embora o Brasil possua alguns mecanismos de proteção para a indústria siderúrgica, eles ainda estão longe de ser plenamente eficazes.

"A gente viu o aumento da importação chinesa no Brasil. Entre 2022 e 2023, o aumento foi superior a 40%, seguido por um acréscimo adicional de 20% entre 2023 e 2024. Esse avanço contínuo tem gerado preocupações no mercado, especialmente sobre até que ponto esse crescimento pode se sustentar e quais serão os impactos para a economia brasileira."

Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo e atual presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), enfatiza que a guerra tarifária desorganiza a corrente de comércio mundial e há a necessidade de aprimorar o sistema de cotas e tarifas para proteger a indústria nacional da concorrência desleal.

Especialistas alertam que, embora essas medidas sejam necessárias, é crucial monitorar continuamente o mercado global e ajustar as políticas comerciais conforme necessário para garantir a competitividade da indústria siderúrgica brasileira.

Maior fabricante de aço no Brasil, a ArcelorMittal responde por mais de 40% da produção nacional, o que equivale a 15,5 milhões de toneladas de aço bruto. A empresa acompanha de perto o cenário, mas, segundo o CEO da linha de aços longos, Everton Negresiolo, ainda é difícil prever os desdobramentos, embora seja certo que trará instabilidade ao mercado.

Do ponto de vista ambiental, a saída dos EUA do Acordo de Paris deve reacender debates globais, enquanto a COP30, que será realizada no Brasil, pode destacar as vantagens de uma produção siderúrgica mais sustentável. No entanto, a resistência do consumidor em pagar o chamado “green premium” — o custo adicional de produtos com menores emissões de carbono — segue como um obstáculo para essa transição.

* O repórter viajou a convite da Associação Mineira da Indústria Florestal (Amif)

Valor - SP   05/02/2025

Com as políticas protecionistas dos EUA contra produtos da China, cresce o temor de que o excedente da produção asiática seja desviado para o Brasil

Nascimento, da Aço Verde: China busca formas de contornar barreiras comerciais e manter influência no mercado global — Foto: Divulgação

As recentes políticas protecionistas adotadas pelo governo do presidente Donald Trump, que incluem a imposição de tarifas adicionais de 10% sobre produtos chineses, têm gerado preocupações no setor siderúrgico brasileiro. Com as restrições ao aço chinês no mercado americano, cresce o receio entre executivos de que o excedente da produção asiática seja redirecionado para outros mercados, incluindo o Brasil.

A entrada do aço chinês nos mercados latino-americanos já é motivo de preocupação - o setor se queixa de que isso estagnou a indústria local e provocou a desindustrialização na região. O setor afirma, ainda, que a ampliação desse fluxo, impulsionada pelas barreiras comerciais dos Estados Unidos, pode intensificar a competição desleal, pressionar os preços e comprometer a sustentabilidade da siderurgia nacional.

A presidente da Aço Verde Brasil, Silvia Nascimento, afirma que a intensificação das tarifas pelos Estados Unidos pode resultar em um desvio significativo do aço chinês para o mercado brasileiro. Segundo a executiva, a China é estratégica e está atenta ao movimento global contra suas exportações.

Para ela, basta observar os investimentos crescentes no Vietnã, na Indonésia e em outros países do Sudeste Asiático - em grande parte, financiados pelo próprio capital chinês. Essa seria uma forma de contornar barreiras comerciais e manter sua influência no mercado global.

“Há uma questão de preço e uma necessidade de exportação. Diante disso, eles [os chineses] reduzem os valores para se tornarem mais competitivos. Como o governo brasileiro nos envolve nessas negociações? Quer dialogar? Quer discutir a descarbonização da indústria nacional? Estamos falando de aproximadamente 10 milhões de toneladas de aço chinês entrando no mercado, considerando tanto o direto quanto o indireto - um dos mais poluentes do mundo. Como é possível exigir padrões ambientais elevados da indústria nacional enquanto se permite a entrada de um aço altamente poluente no Brasil?”, questiona.

Guerra tarifária desorganiza a corrente de comércio mundial”

— Paulo Hartung

O setor acusa Pequim de “inundar” a região com aço barato por conta do subsídio estatal e da produção em excesso. Em resposta a essas preocupações, o governo brasileiro anunciou a implementação de cotas para importação de aço e o aumento do Imposto de Importação para 25% sobre os volumes que excedam essas cotas. Essa medida visou conter a “invasão” do aço chinês e proteger as siderúrgicas locais.

Mesmo assim, a expectativa é que a escalada do aço chinês entrando no mercado nacional deve se manter firme em 2025, já que as medidas para frear as importações do país asiático ainda não surtiram o efeito desejado pelas siderúrgicas locais, segundo o Instituto Aço Brasil.

Trump também reforçou sua política comercial protecionista ao impor tarifas sobre produtos importados do México e do Canadá. Essas tarifas estão suspensas temporariamente. A União Europeia pode ser o próximo alvo. Em resposta, esses países ameaçam retaliar com a aplicação de tarifas adicionais sobre produtos dos Estados Unidos.

“Com a implementação de barreiras comerciais pelos Estados Unidos e as medidas de defesa adotadas pela Europa, a gente percebe claramente que o excedente de aço chinês acaba sendo redirecionado para outros mercados. A China, com sua capacidade produtiva excedente, busca novos destinos para escoar sua produção. Nesse cenário geopolítico, o Brasil precisa ficar em alerta, disse o presidente da Aperam América do Sul, Frederico Ayres, durante o Forest Leaders Forum, evento promovido pela Associação Mineira da Indústria Florestal (Amif) que discutiu a siderurgia verde no Brasil.

A China produz mais aço do que o restante do mundo combinado. Diante das barreiras impostas pelo protecionismo dos EUA, o vice-presidente sênior da Vallourec América do Sul, André Lacerda, questiona o destino desse excedente de produção. Ele diz que, embora o Brasil possua alguns mecanismos de proteção para a indústria siderúrgica, eles estão longe de ser plenamente eficazes.

“A gente viu o aumento da importação chinesa no Brasil. Entre 2022 e 2023, o aumento foi superior a 40%, seguido por um acréscimo adicional de 20% entre 2023 e 2024. Esse avanço contínuo tem gerado preocupações no mercado, especialmente sobre até que ponto esse crescimento pode se sustentar e quais serão os impactos para a economia brasileira.

Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), enfatiza que a guerra tarifária desorganiza a corrente de comércio mundial e há a necessidade de aprimorar o sistema de cotas e tarifas para proteger a indústria nacional da concorrência desleal.

Maior fabricante de aço no Brasil, a ArcelorMittal responde por mais de 40% da produção nacional, o que equivale a 15,5 milhões de toneladas de aço bruto. A empresa acompanha o cenário, mas, segundo o CEO ArcelorMittal Aços Longos Brasil, Everton Negresiolo, ainda é difícil prever os desdobramentos, embora seja certo que trará instabilidade ao mercado.

Do ponto de vista ambiental, a saída dos EUA do Acordo de Paris deve reacender debates globais, enquanto a COP30, que será realizada no Brasil, pode destacar as vantagens de uma produção siderúrgica mais sustentável.

O repórter viajou a convite da Associação Mineira da Indústria Florestal (Amif)

Valor - SP   05/02/2025

Na visão do Itaú BBA, a expectativa é que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) das companhias do setor seja melhor nas comparações trimestrais

Com margens pressionadas, o setor de siderurgia deve apresentar resultados resilientes no quarto trimestre, na visão de analistas de mercado. Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, afirma que, com os números mais apertados, qualquer melhora gera relevância para os resultados, mas com efeitos diferentes para as principais companhias do setor.

Na visão do Itaú BBA, a expectativa é que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) das companhias do setor seja melhor nas comparações trimestrais.

Na base anual, o destaque é o resultado da Gerdau, apesar de a siderúrgica ser afetada pelos menores preços nos Estados Unidos e por vendas menos favoráveis no Brasil. Para o banco, o Ebitda da Gerdau será de R$ 2,4 bilhões, um aumento de 17,7% na comparação com o quarto trimestre de 2023.

Para Daniel Sasson, analista do Itaú BBA, a Gerdau teve forte recuperação nas operações no Brasil no quarto trimestre: “Ao longo de 2024, a Gerdau realizou uma série de iniciativas buscando maior eficiência de custos, concentrou produção em unidades mais eficientes e reduziu a utilização de capacidade das eficientes. A empresa fez uma readequação de pessoal que melhorou as margens”.

Conforme Sasson, a variação cambial também ajudou os números da Gerdau, que tem operações nos Estados Unidos. “O resultado nos EUA caiu, mas teria sido pior se não tivesse a ajuda do câmbio mais depreciado”.

Ainda para o Itaú BBA, a Usiminas também se destaca no setor. Ao considerar o Ebitda sem efeitos não recorrentes do quarto trimestre de 2023, a siderúrgica pode ter um aumento de 60% em igual período de 2024, caso se confirme a estimativa de R$ 520 milhões.

Para Arbetman, no caso da Usiminas, a retomada de operação do alto-forno 3 em janeiro de 2024 deve ajudar nos resultados.

Segundo o Santander, as siderúrgicas latino-americanas devem ter resultados mais fracos no quarto trimestre, em média, com um aumento de 13%, na base trimestral.

O banco estima um Ebitda de R$ 2,3 bilhões para Gerdau e R$ 596 milhões para Usiminas, enquanto para CSN a projeção é de R$ 2,8 bilhões, impulsionada pela divisão de mineração, mas com leve melhora nos segmentos de aço e cimento.

Conforme dados do Instituto Aço Brasil (IABr), os embarques domésticos de aço aumentaram 8% no quarto trimestre de 2024, que — segundo a análise do Itaú BBA — foram impactados pelo aumento de 18% nas importações entre outubro e dezembro, na comparação com igual período do ano anterior. As vendas domésticas aumentaram 10% no quarto trimestre na comparação com igual período de 2023, segundo o IABr.

As siderúrgicas têm levantado o debate sobre o aumento das importações de produtos chineses no Brasil, com preços abaixo da média, o que, de acordo com as companhias, tem dificultado as vendas.

Segundo o IABr, em divulgação no fim de dezembro, as medidas do governo brasileiro para conter a entrada do produto chinês surtiram efeito, mas não o suficiente. Conforme o instituto, a expectativa para 2025 é que a escalada do aço chinês deve se manter firme.

Valor - SP   05/02/2025

"Se tivermos o peso da descarbonização em um único setor, não tem como levar isto sozinho", alertou Everton Negresiolo

O consumidor ainda reluta em pagar o chamado “green premium” — o custo adicional de produtos fabricados com menores emissões de carbono —, afirma Everton Negresiolo, CEO da ArcelorMittal Brasil Aços Longos.

A constatação do executivo ocorreu durante o durante o Forest Leaders Forum, evento que ocorreu nesta terça-feira (4), em Belo Horizonte (MG), para discutir a siderurgia verde no Brasil. “O mercado ainda não aceita ou não toma a necessidade desse pagamento de um prêmio, por exemplo, por um aço de menor emissão de carbono”, afirmou o executivo.

A indústria do aço é uma das mais intensivas em emissões de CO2 e a busca por alternativas sustentáveis tem levado a investimentos em tecnologias de redução de carbono. No entanto, segundo Negresiolo, os custos para implementar essas mudanças ainda são elevados.

“Temos que transformar essa visão de valor do ponto de vista econômico. A produção do aço com menor emissão de carbono, com reduções mais fortes da emissão, vai necessitar de tecnologias que têm uma necessidade de investimento extremamente alto e com custo de produção maior. É necessário que o mercado, reconheça o valor do aço de menor emissão de carbono. E o consumidor também vai ter que pagar um prêmio por esse aço”, destacou, reforçando a necessidade de colaboração entre governo e empresas para viabilizar essa transformação.

O executivo também ressaltou que a responsabilidade pela descarbonização não pode recair exclusivamente sobre um único setor. “Se tivermos o peso da descarbonização em um único setor, não tem como levar isto sozinho”, alertou. A fala reforça a importância de políticas públicas, incentivos fiscais e engajamento de toda a cadeia produtiva para tornar o aço verde viável economicamente, acrescentou Negresiolo.

O desafio é desenvolver mecanismos que viabilizem essa transição sem comprometer a competitividade do setor. Com uma matriz energética mais limpa que a de muitos países e um alto potencial para ampliar o uso de energias renováveis e carvão vegetal, o Brasil tem condições favoráveis para liderar a descarbonização da siderurgia.

Atualmente, o mercado nacional enfrenta a intensa concorrência do aço chinês, conhecido por sua maior pegada de carbono. O executivo destaca que o mercado de carbono pode ser uma ferramenta estratégica para a descarbonização da siderurgia, desde que sua estruturação e implementação não causem desequilíbrios ou desvantagens para a cadeia produtiva.

* O repórter viajou a convite da Associação Mineira da Indústria Florestal (Amif).

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   05/02/2025

Ao contrário do que ocorreu na última guerra comercial promovida por Donald Trump, quando o Brasil ganhou espaço no comércio global, a economia brasileira deve lidar, agora, com um cenário mais difícil se o republicano colocar de pé a promessa de impor tarifas para diversos países e detonar uma grande guerra comercial.

Um estudo realizado pelo banco Itaú aponta que, dessa vez, os impactos positivos para o comércio brasileiro podem ser mais limitados. Por outro lado, as consequências negativas devem ser maiores numa eventual nova rodada de conflito comercial.

“Na primeira guerra comercial do Trump, em termos relativos, o Brasil acabou sendo beneficiado. Em primeiro lugar, a gente não pagou tarifas. O setor do aço chegou a ser cogitado, mas (os EUA) desistiram. O fato é que o País performou muito bem, dado que outros países estavam pagando tarifas”, afirma Igor Barreto Rose, economista do Itaú e responsável pelo estudo.

O trabalho ainda teve a autoria de Julia Marasca, também economista do Itaú.

“E, na outra ponta, a China retaliou as tarifas americanas e passou a comprar menos produtos do agro. O Brasil se beneficiou vendendo mais produtos para os chineses. Nos beneficiamos nas duas pontas”, acrescenta Igor.

De fato, o Brasil ganhou território na primeira administração Trump. Entre 2018 e 2020, a soma das importações e exportações brasileiras saltaram do patamar de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) e se aproximaram de 30% do PIB, segundo o Itaú. Nesse período, o comércio global recuou.

“No cenário atual, há chances de uma tarifa em cima do Brasil”, afirma Igor. “O País está um pouco mais no radar do que no passado.” Trump, por exemplo, tem ameaçado taxar os países que integram o Brics.

Hoje, um cenário positivo é mais limitado, porque também há pouco espaço para o Brasil conseguir ampliar as suas exportações. O País se transformou no principal fornecedor de soja para China. É responsável por cerca de 70% da soja comprada pelos chineses. “Até poderia ter um espaço para vender um pouco mais, mas não na magnitude como houve em 2018 e 2019", diz o economista do Itaú.

Em relação a outros produtos relevantes da pauta brasileira, não há grandes perspectivas de ganhos com uma guerra comercial. No caso do milho, a China deve colher uma boa safra num cenário de estoque elevado. “A necessidade de importação é muito baixa.”

Em relação ao petróleo, a China tem como principais fornecedores os países do Oriente Médio, a África e a Rússia, e os EUA estão reduzindo a importação. Para o minério de ferro, como os americanos não exportam o produto para os chineses, não há possibilidade de retaliação.

Entre os riscos apontados pelos economistas do banco, está o fato de Trump utilizar as tarifas como um instrumento de negociação. No caso da China, existe uma possibilidade de que o governo chinês feche um acordo com os EUA para comprar mais produtos americanos. Em 2020, eles chegaram a assinar um acordo comercial.

“Os dois países podem ir para esse caminho de novo. Se esse for o caso, é um risco negativo para o Brasil, porque a China passaria a comprar mais soja dos EUA e, portanto, menos do Brasil”, afirma Igor.

Outro ponto de atenção para o Brasil é se Trump avançar com a promessa feita durante a campanha presidencial do ano passado de estabelecer uma tarifa universal de 10% em todos os produtos importados. Nesse caso, destaca o Itaú, os setores que terão maior aumento são o de combustíveis e alimentos.

Em 2024, os Estados Unidos foram o segundo principal destino das exportações brasileiras. O País vendeu US$ 40,330 bilhões para os EUA, equivalente a 12% do total negociado. A China ocupou a liderança. As vendas para o gigante asiático somaram US$ 94,4 bilhões (28% do total).

Escalada de tensão

No fim de semana, o presidente dos Estados Unidos escalou as tensões do comércio internacional. No sábado, 1º, Trump assinou ordens executivas para impor aos produtos importados do México e do Canadá uma tarifa de 25% — o petróleo canadense terá uma menor, de 10%. No caso da China, os produtos terão uma tarifa de 10%.

Na segunda-feira, 3, após um acordo negociado entre o republicano e a presidente Claudia Sheinbaum, as tarifas para o México foram suspensas por 30 dias. Em troca, o México reforçará a fronteira com 10 mil homens da Guarda Nacional para combater o tráfico de drogas, especialmente de fentanil.

Também houve um acordo com o Canadá. No início da noite de segunda-feira, 3, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, declarou que as tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos também serão adiadas por pelo menos 30 dias após o canadense prometer mais cooperação na fronteira.

Nesta terça-feira, 4, a China informou que irá adotar tarifas de repressão contra os EUA em algumas importações do país. O governo pretende implementar tarifa de 15% sobre produtos de carvão e gás natural liquefeito e de 10% sobre petróleo bruto, máquinas agrícolas e carros de grande cilindrada. Trump e Xi Jinping devem ter uma conversa ainda nesta terça-feira, 4.

“Se essas tarifas forem adotadas, de fato, você tem uma queda do comércio internacional, como foi o caso no passado. Isso tende a levar a um crescimento menor do PIB”, afirma Igor. “E pensando na economia americana, o impacto seria uma inflação mais alta. As tarifas encarecem os produtos importados. Até pode ter um efeito substituição, mas o efeito imediato é preço para cima.”

O Estado de S.Paulo - SP   05/02/2025

O Ministério do Comércio da China informou nesta terça-feira, 4, que irá implementar tarifas de repressão contra os Estados Unidos em algumas importações do país. O governo disse que implementará tarifa de 15% sobre produtos de carvão e gás natural liquefeito e de 10% sobre petróleo bruto, máquinas agrícolas e carros de grande cilindrada. As medidas passam a valer a partir do dia 10 de fevereiro.

A decisão ocorre após Donald Trump impor tarifas de 10% sobre as importações chinesas, que começam a valer a partir de hoje. No domingo, o presidente americano cumpriu sua promessa de campanha e assinou ordem para impor tarifas rígidas ao México, Canadá e China, preparando o terreno para uma guerra comercial desestabilizadora com os maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos.

“O aumento unilateral de tarifas dos EUA viola seriamente as regras da Organização Mundial do Comércio”, afirmou o órgão chinês em sua declaração. “Não é apenas inútil para resolver seus próprios problemas, mas também prejudica a cooperação econômica e comercial normal entre a China e os EUA.”

Está prevista para hoje uma conversa entre Trump e Xi Jinping para discutir as tarifas impostas. Na segunda-feira, Canadá e México, afetados pela imposição de tarifas da ordem de 25%, conseguiram adiar por um mês a entrada em vigor da taxação após medidas de reciprocidade.

O Canadá decidiu impor taxação de 25% sobre produtos dos EUA, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse que colocaria em prática um Plano B e a China disse que apresentaria medida judicial contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC) para salvaguardar seus direitos e interesses.

Desde a semana passada, o tarifaço de Trump tem causado preocupações sobre uma intensificação da guerra comercial e os reflexos na economia global. Segundo economistas, se mantidas, a taxação de produtos importados do Canadá, China e México pode derrubar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2025 e elevar a inflação e os juros, sobretudo nos Estados Unidos.

Segundo especialistas, as medidas têm potencial para provocar um impacto ainda mais severo nas economias de México e Canadá. A expectativa é a de que as taxas resultem em maior desemprego e inflação para canadenses e mexicanos. Segundo a consultoria britânica Oxford Economics, a taxa de desemprego no Canadá deve subir de 6,7% para 7,8% ao longo do ano. Já no México, o impacto será significativo devido à dependência do comércio com os EUA.
Investigação

Além das novas taxas, a Administração Estatal de Regulamentação de Mercado da China informou que está investigando o Google por suspeita de violação de leis anti-monopólio do país.

Os chineses também adicionaram o grupo de moda norte-americano PVH (proprietário de marcas como Tommy Hilfiger e Calvin Klein) e o gigante da biotecnologia Illumina a uma lista de “entidades não confiáveis”.

A decisão “protegerá a soberania nacional, a segurança e os interesses de desenvolvimento em conformidade com as leis pertinentes”, afirmou o Ministério do Comércio em comunicado.

“As duas entidades violam os princípios normais das transações de mercado, perturbam as transações normais com as empresas chinesas e tomam medidas discriminatórias contra as empresas chinesas”, acrescentou.

IstoÉ Dinheiro - SP   05/02/2025

O recente movimento de queda do dólar “ajuda muito” no combate à inflação, disse nesta terça-feira, 4, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prevendo que as ações do Banco Central e do governo ajudarão a melhorar indicadores econômicos.

Em entrevista a jornalistas, o ministro disse que o BC terá tempo para analisar o prazo necessário de juros restritivos para baixar a inflação, ressaltando que o novo sistema de meta contínua permite uma melhor acomodação e maior racionalidade na condução da política monetária.

Em relação às preocupações do BC sobre a transmissão de um dólar mais alto para os preços no país, Haddad comemorou o recuo da moeda americana, que opera em 5,80 reais após ter fechado 2024 próximo a 6,20 reais.

“O dólar estava 6,10 reais e está 5,80 reais, isso já ajuda muito…Com a ação do Banco Central e a ação do Ministério da Fazenda, essas variáveis macroeconômicas se acomodam em outro patamar e isso certamente vai favorecer”, disse.

Ele ainda afirmou ter confiança de que a safra agrícola deste ano será muito forte e ajudará a arrefecer a inflação.

Na quarta-feira, 29, o BC decidiu seguir o ritmo de aperto nos juros já previsto ao elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 13,25% ao ano, e manteve a orientação de mais uma alta equivalente em março, deixando os passos seguintes em aberto.

Na entrevista, o ministro ainda afirmou que o governo encontrou uma solução para contemplar fundos de investimento e do agronegócio na regulamentação da reforma tributária sobre o consumo, sem dar detalhes.

Após o Congresso incluir na regulamentação da reforma um dispositivo para isentar FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) e Fiagros (Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas do Agronegócio) da cobrança sobre operações com bens imóveis, o trecho foi vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na área fiscal, o ministro afirmou que as medidas aprovadas pelo Congresso Nacional no fim de 2024 representaram uma contenção de 30 bilhões de reais em gastos neste ano, o que permitirá ao governo fazer acomodações no Orçamento.

O Estado de S.Paulo - SP   05/02/2025

Em 2024, o Brasil atravessou uma brutal desvalorização do real. O tombo ainda dói. Mas o dólar nas alturas representa a oportunidade de contratação de brasileiros, que cobram em reais, por empresas estrangeiras, que pagam em dólar.

No Brasil, a prestação de serviços representa 60% do PIB. No entanto, em 2023 exportamos apenas 2% em serviço, enquanto a média dos países da América Latina é de 4%. No mesmo ano, o setor de agro e a indústria brasileira, que equivalem a 40% do PIB nacional, exportaram metade de suas produções.

Os EUA vivem uma economia aquecida, déficit de mão de obra qualificada, e restrições na concessão de vistos de trabalho para estrangeiros. Ao mesmo tempo, o prestador de serviço brasileiro tem formação acadêmica qualificada, veia empreendedora, facilidade para trabalho remoto, cultura compatível com a dos EUA, traquejo da língua inglesa, e isenções de Pis/Cofins e ISS na exportação de serviços.

O fuso entre os países das Américas também joga a favor, variando de uma a três horas, uma vantagem em relação a países concorrentes, como a Índia.

Uma boa estratégia para iniciar a exportação de serviços é a subcontratação de empresas brasileiras por companhias americanas do mesmo setor e de tamanho similar. Por serem bichos da mesma espécie, estes profissionais reconhecem sinergias e convergem para uma discussão de preço capaz de gerar valor aos dois lados. Desta forma, a empresa brasileira precisa investir menos na captação de clientes e terá acesso a um volume de trabalho maior. O empresário americano, por sua vez, captura uma parte do ganho e obtém vantagem competitiva graças ao serviço de qualidade por uma fração do preço de mão de obra americana.

A forma mais prática de buscar parcerias é a participação em conferências segmentadas por indústrias, onde participantes estão atrás de boas oportunidades. Como profetizou o ex-presidente americano Calvin Coolidge, cem anos atrás: “O negócio dos Estados Unidos é fazer negócios”.

Infelizmente, Câmaras de Comércio Internacionais e consulados não costumam ser eficientes nas prospecções iniciais. Por mais que desejem ajudar, essas instituições desconhecem as peculiaridades e os players de cada indústria.

Apesar das diferenças culturais a serem levadas em conta, é preciso ser destemido e desmistificar as complexidades de fazer negócios no exterior. Lembre-se: quando não sabemos para onde queremos ir, não há vento que sopre em direção ao nosso destino.

AUTOMOTIVO

O Estado de S.Paulo - SP   05/02/2025

Mary Barra, CEO da General Motors, recebeu recentemente uma pergunta em um painel que praticamente todos os CEOs do setor automotivo enfrentaram no último ano: por que sua empresa está indo tão mal na China?

Menos de uma década atrás, a China era uma fonte fácil de receita para a GM, um dividendo “automático” de US$ 2 bilhões por ano para os investidores, segundo David Whiston, analista da Morningstar. A gigante automobilística dos EUA vendia milhões de Buicks e Chevrolets no país — e, por mais de uma década, vendeu mais carros na China do que em seu próprio mercado, os Estados Unidos.

Agora, a história é diferente. O negócio da GM na China, operado principalmente por meio de uma joint venture com a montadora estatal SAIC Motor, está fazendo a empresa perder milhões de dólares por trimestre, enquanto concorrentes de carros elétricos como a Tesla de Elon Musk e fabricantes locais como BYD e Geely estão tomando espaço dos modelos tradicionais da GM.

“Quando mais de 100 montadoras chinesas entram no mercado, a maioria operando no vermelho... isso se torna uma corrida para o fundo do poço, com preços cada vez mais baixos e um nível elevado de subsídios”, disse Mary Barra à editora-chefe Alyson Shontell no Fortune Most Powerful Women Summit, realizado em Laguna Niguel, Califórnia, em outubro.

Os subsídios, de fato, têm um papel nessa equação. Mas outro fator crucial é o fracasso da GM em se adaptar a um mercado chinês que rapidamente abraçou os veículos elétricos.

Em um documento de dezembro, a GM revelou o tamanho do prejuízo de sua operação na China: US$ 5 bilhões em baixas contábeis e custos de reestruturação. Em 28 de janeiro, a GM reportou uma perda líquida de quase US$ 3 bilhões no último trimestre de 2024, atribuindo o resultado aos custos da reestruturação na China.

A GM não está sozinha. Todas as grandes montadoras tradicionais erraram ao subestimar a transformação elétrica na China e agora correm para recuperar o atraso. Mas as dificuldades da GM no país podem indicar um problema ainda maior para a outrora poderosa montadora global: com o mercado dos EUA hesitante em adotar os veículos elétricos, será que as fabricantes americanas conseguirão se manter relevantes em um cenário global que está indo na direção oposta?
Um século na China, mas agora perdendo espaço

A GM está na China há mais de um século. Em 1924, Pu Yi, o último imperador chinês, importou dois Buicks para a Cidade Proibida, em Pequim. O Buick se tornou o carro favorito da elite política e empresarial da China republicana, circulando pelas ruas da Xangai dos anos 1920 e 1930. Naquela década, a marca se gabava de que um em cada seis carros na China era um Buick.

A GM foi expulsa do país após a tomada de poder pelos comunistas em 1949. Mas, décadas depois, quando a China reabriu sua economia ao mundo, a montadora foi uma das muitas estrangeiras a retornar. Em 1997, a GM lançou sua joint venture com a SAIC Motor. Em 1999, suas fábricas começaram a produzir Buicks para o mercado chinês.

Os consumidores chineses abraçaram a icônica marca americana; até 80% de todos os Buicks vendidos no mundo iam para a China. “O Buick tem um sangue real”, disse um vendedor chinês ao Wall Street Journal em 2004. “Ele representa luxo, segurança e uma era anterior dos Estados Unidos.”

Na verdade, a sobrevivência da marca Buick se deve à China. Durante a crise financeira de 2008, quando a GM lutava para se reestruturar e reduzir sua operação, a marca só foi preservada graças à forte crença do então CEO Fritz Henderson no apelo do Buick no mercado chinês, segundo Steve Rattner, chefe do programa de resgate do setor automotivo do governo Obama, em entrevista à Fortune em 2009.

Além da parceria, a GM e a SAIC também têm participação em uma joint venture com a Wuling Motors, que fabrica microcarros elétricos ultrabaratos para os consumidores chineses mais econômicos.

No entanto, as vendas da GM na China despencaram desde seu auge em 2017, caindo de 4,04 milhões de veículos para apenas 1,8 milhão em 2024.
Tesla, BYD e o avanço chinês

O mercado automotivo chinês mudou mais rápido do que a GM conseguiu acompanhar. Em 2019, a Tesla abriu sua fábrica em Xangai, a primeira inteiramente controlada por uma empresa estrangeira, e começou a produzir carros elétricos para o mercado local. Os consumidores chineses migraram em massa para os chamados “veículos de nova energia”, uma categoria que inclui híbridos plug-in e carros 100% elétricos.

Dezenas de startups de veículos elétricos surgiram no país, incentivadas, ao menos inicialmente, por generosos subsídios do governo chinês. Em 2022, a BYD — que tem apenas um quarto da idade da GM — vendeu mais de 1 milhão de carros pela primeira vez. Em 2024, a montadora chinesa vendeu 4,3 milhões de veículos, alcançando volumes semelhantes aos de Honda e Ford.

A Xiaomi, mais conhecida por seus smartphones, lançou seu primeiro carro elétrico há apenas um ano e já vendeu 140 mil unidades.

O Financial Times, citando estimativas de vários bancos de investimento, projeta que as vendas de veículos elétricos na China ultrapassarão as vendas de carros a combustão já no próximo ano.

A GM está travando uma “batalha difícil” na China, diz Dan Ives, da Wedbush Securities. “Eles estão entre a cruz e a espada, porque estão muito enraizados na China. Têm muitos recursos, uma participação de mercado razoável, mas não vão investir mais ativos e recursos, porque seria bom dinheiro indo atrás do ruim.”

A montadora americana está agora introduzindo veículos elétricos no mercado chinês, mas uma guerra de preços feroz corroeu as margens em toda a indústria. Fabricantes tradicionais, como a GM e sua parceira SAIC Motor, estão presas a relações caras com fornecedores. Além disso, os modelos da GM carecem dos recursos digitais que são comuns nos veículos elétricos fabricados na China.

“Eles oferecem veículos elétricos, mas são tão competitivos quanto a BYD, a Geely ou algumas das marcas iniciantes? A resposta, para ser honesto neste momento, é não”, diz Eugene Hsiao, analista automotivo da Macquarie.

Não é só a GM que perdeu espaço enquanto a BYD, a Geely e outras empresas chinesas cresceram. Montadoras como Honda, Nissan e Mitsubishi estão suspendendo a produção em algumas fábricas na China porque não conseguem vender carros suficientes para justificar mantê-las abertas. Volkswagen e Stellantis estão firmando novas parcerias com fabricantes locais para ganhar expertise na fabricação de veículos elétricos e no design de software.

À medida que a economia da China amadurece, seus consumidores percebem que o diferencial de qualidade das marcas estrangeiras está desaparecendo — ou pelo menos não vale tanto quanto antes. “Era meio ridículo que as marcas estrangeiras tivessem 70% do mercado chinês por um tempo”, diz Philippe Houchois, analista da Jefferies.

Mas Bill Russo, que liderou os esforços da Chrysler na China, acredita que as montadoras chinesas entenderam algo essencial sobre os carros dos anos 2020: eles são basicamente celulares sobre rodas. “Os consumidores chineses esperam que o veículo elétrico seja um dispositivo inteligente. As empresas chinesas captaram essa ideia. Elas estão demonstrando isso e dominando o mercado.”

No entanto, autoridades e CEOs ocidentais culpam outro fator: os subsídios da China e a “superprodução”. Nos últimos anos, vários representantes dos EUA e da Europa reclamaram que Pequim usa subsídios para impulsionar a fabricação, o que leva a uma produção maior do que o mercado chinês pode absorver. Isso gera guerras de preços e margens cada vez menores dentro da China e, no exterior, leva a exportações abaixo do preço de mercado, prejudicando os fabricantes locais.

“Sou a favor do livre comércio. Dê-me um campo de jogo nivelado e vamos competir com base no nosso produto e em como atendemos o cliente”, disse a CEO da GM, Mary Barra, em entrevista à Fortune em outubro, sem comentar especificamente as políticas de Pequim.

A narrativa dos subsídios é “meia verdade”, afirma Christopher Beddor, diretor adjunto de pesquisa sobre a China na Gavekal, uma empresa de pesquisa financeira. “O mercado de veículos elétricos da China não estaria onde está hoje, nem seria tão competitivo, se não fossem esses subsídios iniciais. Mas não dá para voltar no tempo e removê-los.”

Reclamar dos subsídios agora é perder o foco: o mercado chinês já fez a transição para os veículos elétricos e as empresas precisam se adaptar. “O argumento é que Pequim adotou uma estratégia clássica de indústria nascente e agora estão bravos porque funcionou”, diz Beddor. “É uma corrida para o menor preço? Sim, mas é isso que acontece em um mercado competitivo.”

Hsiao aponta a Tesla como um exemplo que contraria a ideia de que os subsídios beneficiam apenas as empresas chinesas. Pequim também ajudou a Tesla com subsídios, tanto na produção quanto no consumo. “Se você faz o compromisso, Pequim está disposta a te dar subsídios também”, diz ele.

As dificuldades da GM no maior mercado automotivo do mundo, por enquanto, não ameaçam seu desempenho global.

A GM registrou US$ 140 bilhões em receita nos primeiros três trimestres de 2024, um aumento de 8% em relação ao ano anterior. Os lucros também cresceram mais de 10% no mesmo período. A empresa está indo especialmente bem nos EUA, seu mercado doméstico, terminando o ano na liderança em vendas totais (em 28 de janeiro, a GM reportou uma receita anual de US$ 187 bilhões, um aumento de 9,1% em relação ao ano anterior).

Os investidores também não se abalaram com as dificuldades da GM na China. A recompra de ações e os lucros resilientes ajudaram a impulsionar as ações da montadora em 50% em 2024, enquanto o S&P 500 subiu apenas metade disso.

“Um enfraquecimento do negócio na China não afeta diretamente as perspectivas da GM nos EUA”, diz Whiston. Ele também observa que o custo de reestruturação de US$ 5 bilhões está sendo pago pela joint venture na China, não pela GM diretamente.

A GM continua comprometida com sua estratégia ambiciosa de veículos elétricos — pelo menos para os padrões dos EUA. A empresa ainda pretende eliminar os carros a combustão até 2035 e espera começar a lucrar com seus veículos elétricos movidos a bateria até o fim do ano. Atualmente, é a segunda maior vendedora de veículos elétricos nos EUA, atrás apenas da Tesla, graças a modelos como o Chevy Equinox.

Por enquanto, a GM promete permanecer na China. “A GM está trabalhando mais próxima do que nunca com nossa parceira de joint venture, SAIC, para restaurar o negócio na China e torná-lo lucrativo e sustentável”, disse a montadora em um comunicado de meados de dezembro.

“Acreditamos que, depois da reestruturação, ainda podemos participar do mercado de forma adequada e que pode ser um negócio com potencial de crescimento para a GM”, disse Barra em outubro.

Ainda assim, analistas notam que a empresa — especialmente sob a liderança de Barra — tem um histórico de cortar suas perdas. “A GM tem uma tendência a desistir de disputas”, diz Houchois.

Em 2017, Barra vendeu as divisões Opel e Vauxhall, focadas na Europa, que a GM possuía há mais de 90 anos. Mais recentemente, a empresa fechou a Cruise, sua divisão de táxis autônomos, após um acidente forçar uma pausa de meses nas operações. A decisão economiza cerca de US$ 1 bilhão por ano.

No início de 2023, o CEO da Tesla, Elon Musk, alertou que as montadoras tradicionais só estavam sobrevivendo graças ao protecionismo. “As montadoras chinesas são as mais competitivas do mundo”, disse o bilionário. Sem barreiras comerciais, “elas praticamente demoliriam a maioria das outras montadoras no mundo”.

Os EUA estão se fechando à medida que o mercado global se torna mais competitivo — e essa tendência deve se intensificar sob Donald Trump, que pretende usar tarifas para impulsionar a manufatura doméstica. Embora isso possa proteger as montadoras americanas em seu próprio território, significa perder oportunidades nos mercados internacionais. Beddor compara a China a uma “academia de alto nível”, onde “se você consegue se destacar lá, consegue se destacar em qualquer lugar”.

E o protecionismo só funciona até certo ponto: basta olhar para a U.S. Steel, que entrou em declínio após perder relevância internacional diante da concorrência asiática.

“A ideia de ficar para trás deveria ser inaceitável para os EUA”, diz Russo, ressaltando que já alerta há mais de uma década sobre a inovação e o dinamismo da indústria automotiva chinesa. “Deveríamos responder a isso como respondemos ao Sputnik. Não deveríamos recuar e reclamar do apoio governamental.”

“Se esconder no porão não é uma estratégia”, conclui ele.

Valor - SP   05/02/2025

A Toyota Motor elevou sua projeção de lucro anual após registrar um forte aumento no lucro líquido do terceiro trimestre fiscal, impulsionado pelo crescimento da receita.

A montadora japonesa informou nesta quarta-feira que o lucro líquido subiu 62% em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando 2,193 trilhões de ienes (equivalente a US$ 14,21 bilhões) nos três meses encerrados em 31 de dezembro. O resultado superou a estimativa de 1,175 trilhão de ienes prevista por analistas consultados pela provedora de dados Quick.

A receita do terceiro trimestre cresceu 2,9%, chegando a 12,391 trilhões de ienes.

Para o ano fiscal que se encerra em março, a Toyota agora projeta uma queda de 8,6% no lucro líquido, para 4,520 trilhões de ienes, e um aumento de 4,2% na receita, para 47 trilhões de ienes. A previsão anterior era de um lucro líquido de 3,570 trilhões de ienes e receita de 46 trilhões de ienes. A empresa manteve sua projeção de vendas globais para o ano fiscal em 10,85 milhões de veículos.

A Toyota vendeu 10,8 milhões de veículos em todo o mundo em 2024, mantendo sua posição como a maior montadora do planeta.

A empresa tem se beneficiado da mudança de preferência dos consumidores nos EUA e em outros mercados, que passaram a optar por carros híbridos em vez de veículos totalmente elétricos. No entanto, a Toyota enfrentou dificuldades na China, o maior mercado automotivo do mundo, assim como outras montadoras estrangeiras.

Para vender carros nos EUA, montadoras japonesas como a Toyota não apenas fabricam veículos em fábricas americanas ou importam do Japão, mas também produzem no México e exportam para os EUA.

No sábado, os EUA anunciaram novas tarifas sobre produtos importados do México e do Canadá, mas chegaram a acordos de última hora na segunda-feira para adiar as medidas.

As ações das montadoras japonesas caíram após o anúncio das tarifas dos EUA, gerando preocupações sobre as vendas de veículos fabricados em países parceiros do Acordo de Livre Comércio da América do Norte e sobre uma possível escalada nos conflitos comerciais.

Exame - SP   05/02/2025

A Tesla e a BMW se uniram às fabricantes chinesas de veículos elétricos (EVs) para contestar as tarifas impostas pela União Europeia (UE) sobre automóveis produzidos na China, ingressando com ações no Tribunal de Justiça da União Europeia (CJEU), conforme informações do site da corte.

Os processos movidos pelas montadoras ocorrem após ações similares apresentadas na semana passada pelas fabricantes chinesas BYD, Geely e SAIC, que contestam as tarifas adicionais de importação da UE, que podem ultrapassar 35%.

Comissão Europeia se prepara para responder

O porta-voz da Comissão Europeia, Olof Gill, confirmou em entrevista coletiva que a UE está preparada para responder ao caso judicialmente. Apesar da forte oposição de setores da indústria automotiva nos países-membros, a Comissão Europeia seguiu adiante com sua proposta de impor tarifas compensatórias sobre os EVs chineses em outubro.

Impacto das tarifas sobre as montadoras

Dentro do esquema tarifário da UE, a Tesla, que fabrica veículos na China, foi submetida a uma taxa de 7,8% após solicitar uma revisão individual. A BMW, que também produz alguns modelos no país asiático, enfrenta uma tarifa de 20,7%. Já para as montadoras chinesas, os valores variam: 17% para a BYD, 18,8% para a Geely e 35,3% para a SAIC.

A China já havia recorrido à Organização Mundial do Comércio (OMC) em novembro do ano passado contra a decisão final da UE sobre as medidas compensatórias aplicadas aos veículos elétricos chineses.

IstoÉ Dinheiro - SP   05/02/2025

As vendas de veículos zero quilômetro tiveram no mês passado o melhor janeiro em cinco anos, com um total de 171,2 mil unidades comercializadas, na soma de carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Na comparação com janeiro do ano passado, o crescimento foi de 6%, segundo balanço divulgado nesta terça-feira, 4, pela Fenabrave, a entidade que representa as concessionárias. Ante dezembro, mês de mercado mais aquecido, houve queda de 33,5% nas vendas de veículos.

Apesar de marcar o maior volume para janeiro desde 2020, o desempenho mostra uma desaceleração frente ao crescimento de 14% do mercado no ano passado, em linha com a tendência apontada pelas entidades do setor em decorrência da elevação dos juros.

Enquanto a Anfavea, associação das montadoras, prevê crescimento de 6,3% das vendas de veículos neste ano, a Fenabrave projeta alta um pouco mais modesta, de 5%. Esses prognósticos apontam para um volume de 2,77 milhões a 2,8 milhões de veículos em 2025, o que, se confirmado, consolidará o retorno do mercado aos níveis de antes da pandemia.

No ano passado, as compras de carros superaram as previsões iniciais, no embalo da expansão do crédito, da renda e do emprego, junto com as entregas às locadoras.

Valor - SP   05/02/2025

O conselho da Nissan planeja rejeitar os termos da Honda para a fusão entre as duas montadoras, colocando em risco um plano de fusão anunciado há menos de dois meses, segundo fontes próximas ao assunto informaram nesta quarta-feira.

O conselho da Nissan estava programado para se reunir ainda nesta quarta-feira, mas as fontes alertaram que nenhuma decisão final para cancelar o acordo havia sido tomada.

As duas montadoras japonesas anunciaram em 23 de dezembro que planejavam se unir sob uma estrutura na qual tanto a Honda quanto a Nissan seriam subsidiárias de uma única holding.

Nos últimos dias, a Honda apresentou uma nova proposta que tornaria a Nissan uma subsidiária da Honda, em vez da estrutura mais equilibrada que havia sido originalmente planejada, segundo uma fonte familiarizada com as negociações. A fonte afirmou que a Nissan considerou a nova proposta inaceitável e planejava rejeitá-la.

No entanto, segundo a mesma fonte, Nissan e Honda continuarão com outras formas de cooperação que já existiam antes das negociações de fusão, incluindo colaborações em software e veículos elétricos.

A Honda afirmou que segue discutindo a possível fusão com a Nissan e pretende definir um plano geral até meados de fevereiro.

As ações da Nissan subiram com o anúncio inicial da fusão em dezembro, mas caíram nas semanas seguintes. Nesta quarta-feira, as ações da Nissan subiram cerca de 1% nas negociações em Tóquio, enquanto as da Honda avançaram 2,5%.

Caso o plano de fusão fracasse, a Nissan enfrentará mais pressão para tranquilizar credores, funcionários e clientes sobre sua capacidade de sobreviver diante da forte concorrência nos mercados dos Estados Unidos e da China. A Nissan tem perdido espaço em ambos os mercados.

Em novembro, a Nissan anunciou que demitiria 9 mil funcionários e reduziria sua capacidade fabril em um quinto como parte de um plano para cortar custos.

Infomoney - SP   05/02/2025

A Ferrari teve vendas resilientes de seus carros esportivos no quarto trimestre, com a forte demanda nos EUA ajudando o fabricante italiano a ignorar a recessão enfrentada por montadoras de luxo.

As vendas aumentaram 14%, atingindo € 1,74 bilhão (US$ 1,8 bilhão) em relação ao ano anterior, com os ganhos antes de juros, impostos, depreciação e amortização subindo 15%, totalizando € 643 milhões. Ambos os resultados foram melhores do que o esperado pelos analistas.

As ações da Ferrari subiram até 8,4% em Milão na terça-feira e estão quase 30% mais altas nos últimos 12 meses.
O forte desempenho do trimestre mostra que a Ferrari está lidando com a maioria dos problemas enfrentados pelo restante da indústria automobilística global, com a possibilidade de tarifas nos EUA pelo presidente Donald Trump ameaçando aumentar ainda mais a pressão. A Ferrari vende um em cada quatro carros nos EUA, seu maior mercado.

Ainda assim, a Ferrari apresentou uma previsão conservadora para este ano, esperando vendas acima de € 7 bilhões, com ganhos ajustados de pelo menos € 2,68 bilhões.

O crescimento em 2025 será robusto, disse o CEO Benedetto Vigna, e permitirá que a Ferrari atinja o limite superior da maioria de suas metas de rentabilidade para 2026 um ano antes do previsto.

As remessas aumentaram 1%, totalizando 13.752 unidades em 2024, impulsionadas pelas vendas do Purosangue, Roma Spider e 296 GTS, segundo a Ferrari.

As vendas nas Américas, principalmente nos EUA, dispararam 8% nos últimos três meses do ano. As vendas na China caíram 38% no trimestre, acelerando a queda no país, embora ainda seja um mercado menor para a Ferrari em comparação com seus concorrentes.

A Ferrari pode revisar sua estratégia na China diante da crescente demanda por veículos elétricos de luxo no país, disse Vigna em uma teleconferência com repórteres. O fabricante poderia repensar seu limite atual de vendas na China, que é de 10% do total de remessas, para aproveitar oportunidades na era dos EVs, afirmou.

No ano passado, a empresa apresentou um supercarro de € 3,6 milhões, um dos modelos mais caros da história, mas planeja lançar seu primeiro carro totalmente elétrico no Investor Day da empresa em 9 de outubro, disse Vigna.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Portal Fator Brasil - RJ   05/02/2025

Cidade de São Paulo sente o preço dos imóveis cada vez mais altos devido o preço dos materiais e mão de obra dos empreendimentos.

A cidade de São Paulo se destaca no cenário brasileiro de forma natural e entrega ao mercado imobiliário excelentes oportunidades de negócios. Como não poderia ser diferente, a construção civil é um ponto que deixa a economia aquecida e ajuda o município a encontrar os melhores caminhos para o desenvolvimento.

Apesar de toda a diversidade que o local oferece aos clientes, o aumento dos custos dos materiais tem interferido de forma pesada na compra de apartamento em São Paulo. Por conta disso, na hora de bater o martelo, o comprador tem se assustado e, em alguns casos, até procurar soluções mais baratas para economizar no investimento.

Para entendermos um pouco mais o cenário da capital paulista, de acordo com os dados do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), o INCC-DI acumulou ao longo de 12 meses em 2024 uma variação de 4,67%. Dentro deste aumento, o componente com a maior alta fica por conta da Mão de Obra, que é responsável por 7,52% contra 2,56% da Cesta de Materiais e Equipamentos.

Tudo isso reflete nas contas da construtora que precisa analisar os números e repassar ao cliente da melhor forma. Mesmo com todo o trabalho para apresentar bons números e fechar negócios, em muitas vezes não é viável abrir mão de receber esse dinheiro no cofre na hora de vender.

Recordes nas vendas — Apesar da situação que citamos acima, onde o custo para adquirir o imóvel se torna mais caro, a cidade de São Paulo não cansa de vender e lançar novos empreendimentos. Seja o morador que está na capital ou até mesmo com os que sonham em investir no setor, São Paulo é um ótimo polo para que o negócio seja feito da melhor forma possível.

Locais onde mais crescem novos prédios — Devido ao seu tamanho, a cidade de São Paulo consegue expandir de forma rápida. Alguns pontos do município têm conquistado atenção das construtoras e aproveitam esse boom imobiliário para aquecer a região por completo.

Um dos que mais têm sido explorados é o centro. Neste ponto, o governo local trabalha de forma intensa para valorizar a área e atrair moradores das mais diversas zonas de São Paulo. O entendimento é que construir imóveis pelos bairros locais dão a facilidade de morar perto do trabalho e gastar menos no tempo do deslocamento.

Além disso, a região central conta com diversos programas habitacionais do governo para que entregue facilidades aos clientes e eles possam fechar de maneira rápida os acordos para ter o imóvel próprio.

Outro local de São Paulo que também se destaca nas construções é a Zona Oeste. Bairros como Pinheiros, Vila Madalena, Pompeia e Sumaré são os alvos dos empreendimentos modernos e que contam com uma excelente infraestrutura. Um ponto a ser destacado destes locais é a mobilidade urbana com transporte para os mais diferentes locais e o metrô, que é uma verdadeira mão na roda para se locomover pela cidade mais populosa do Brasil.

De acordo com o site Proprietário Direto, o valor do metro quadrado na cidade de São Paulo está em R$8.277,00, um dos mais altos do Brasil.

Valor - SP   05/02/2025

Proporção de unidades novas com menos de 45 metros quadrados cresce para 83% do total

Ely Wertheim: “[Para 2025] esperamos estabilidade, pelo estrago que a taxa de juros vaifazer na economia” — Foto: Claudio Belli/valor

O volume de lançamentos realizados em São Paulo no ano passado foi recorde, segundo o Secovi-SP, sindicato que representa o setor imobiliário. Chegaram ao mercado 104,4 mil novas unidades habitacionais, 43% mais do que em 2023 e 28% acima de 2021, ano recorde até então.

Para a entidade, essa é a “foto” do momento do setor imobiliário, com lançamentos impulsionados pelo Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que respondeu por 63% do total, ante 50% em 2023.

O “filme” aponta para um cenário mais incerto, com a influência dos juros altos e a previsão da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) de que as concessões de crédito imobiliário devem cair 10% em 2025, após um 2024 com alta de 25%, para R$ 312 bilhões.

“Esperamos estabilidade, não creio que vai haver crescimento, pelo estrago que a taxa de juros vai fazer na economia”, afirma Ely Wertheim, presidente-executivo do Secovi-SP. O custo da construção é outra preocupação - o indicador de inflação setorial, o INCC, dobrou de patamar nos últimos 12 meses.

Por ora, as vendas seguem o ritmo dos lançamentos. O Secovi-SP ainda não fechou esse dado, mas projeta registrar por volta de 100 mil unidades vendidas, alta de 31% sobre 2023 e também recorde.

Os lançamentos do MCMV cresceram 79% na cidade em 2024, enquanto nos demais padrões subiram 6%. Para Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, além da demonstração de força do programa habitacional, houve empecilhos aos lançamentos de médio e alto padrão, como atrasos em aprovações e mudanças no Zoneamento e Plano Diretor, que fizeram as incorporadoras optarem por rever os projetos, em busca de maior potencial construtivo. “Não é por falta de demanda”, afirma.

O tamanho dos lançamentos caiu. Dos imóveis novos postos no mercado, 22% tinham menos de 30 m2 e 83% tinham menos de 45 m2. Em 2023, a proporção com menos de 45 m2 era de 75%. Praticamente todos os lançamentos do MCMV estão nessa faixa. Mesmo entre os lançamentos de médio e alto padrão, 54% tinham menos de 45 m2.

Para Laisa Stroher, professora da faculdade de arquitetura e urbanismo da UFRJ e pesquisadora do LabCidade-USP, a instabilidade econômica e o receio de não ter aposentadoria tornam o investimento em imóveis mais atrativo, o que também aumenta a demanda por apartamentos pequenos, que são os mais baratos.

Ela destaca que há uma abundância de recursos no MCMV, mas para as faixas 2 e 3, para famílias com renda entre R$ 2.640 e R$ 8 mil, e onde não há parâmetros mínimos para as unidades. Esses imóveis se financiam com recursos do FGTS, e não têm metragem mínima. Dos lançamentos do MCMV em São Paulo, no ano passado, 17% tinham menos de 30 m2.

Os imóveis da faixa 1, financiados pelo Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e o Fundo de Desenvolvimento Social (FDS) precisam ter ao menos 40 metros quadrados e dois quartos. São voltados para famílias com renda de até R$ 2.640.

Em sites de incorporadoras, é fácil encontrar lançamentos ofertados pelo MCMV com dois quartos e 32 ou 33 m2. Em evento para investidores, em dezembro, executivos da Tenda afirmaram que a empresa conseguiu aumentar em 8,5% o preço médio do metro quadrado ao reduzir o tamanho médio das unidades, que são lançadas no MCMV, de 39 para 37,6 m2.

Em coletiva de imprensa após o evento, o CEO da companhia, Rodrigo Osmo, afirmou ao Valor que não havia mais como ganhar preço ao reduzir o tamanho das unidades, porque a empresa está no limite inferior do que a legislação permite. “Localização e conseguir sair do aluguel é o mais importante para o cliente”, ponderou.

Para Petrucci, unidades com dois quartos e pouco mais de 30 m2 podem ser apertadas para uma família com filhos, mas o perfil de parte dos moradores é de pessoas que vivem sozinhas ou jovens casais. Segundo Wertheim, a oferta de áreas comuns, como sala de home office, churrasqueira e academia, reduz o problema da falta de espaço. Ele lembra, também, que a compra do imóvel do MCMV pode significar o fim da coabitação com parentes ou da moradia em áreas de risco. “São passos, primeiro tem que dar dignidade para as pessoas”.

Segundo Stroher, para além do tamanho, há outras características que restringem o uso dessas unidades menores como moradia. Em empreendimentos assim, é comum não haver gás encanado, nem lavanderia na unidade. “Já vai denunciando a formatação de produto imobiliário que mira mesmo o investidor, um hóspede temporário”, diz.

Pesquisa do LabCidade, com lançamentos de 2008 a 2019, em São Paulo, constatou que os apartamentos perto do centro e de transporte público são os que mais diminuíram e encareceram.

Há uma concentração geográfica dos novos empreendimentos, o que reforça a sensação de que alguns bairros estão sendo transformados pela atividade imobiliária. No médio e alto padrão, cinco distritos concentram 36% dos lançamentos, com destaque para Vila Mariana e Itaim Bibi, que reúnem 21% do total. No MCMV, cinco distritos têm 25% dos lançamentos. Belém, Campo Grande e Ermelino Matarazzo reúnem o maior número de unidades lançadas.

Barra Funda e Santo Amaro aparecem entre os 15 com mais lançamentos tanto no MCMV quanto nos demais padrões.

FERROVIÁRIO

Portal Fator Brasil - RJ   05/02/2025

Previsão é que a licitação seja feita este ano. Proposta do Ministério dos Transportes e ANTT agradou também a entidades empresariais do Rio de Janeiro.

O Governo do Estado aprovou, no dia 31 de janeiro (sexta-feira ), a modelagem de concessão da EF-118, a ferrovia Vitória-Rio, que formará o Anel Ferroviário do Sudeste. A proposta foi discutida, junto à Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp) e entidades empresariais fluminenses. A licitação do primeiro trecho da ferrovia, entre São João da Barra (RJ) e Anchieta (ES), deverá ser realizada no final de 2025, segundo previsão do Ministério dos Transportes.

— A concretização deste projeto é uma luta que o Governo do Estado vem travando há anos. A ferrovia será um marco na infraestrutura das regiões que atravessa, impulsionando o desenvolvimento econômico e facilitando a logística de transporte. Além disso, sua construção abrirá novas oportunidades para a geração de empregos, fortalecerá cadeias produtivas locais e atrairá investimentos estratégicos, tornando-se um vetor essencial para o crescimento sustentável e a competitividade do estado — destaca o governador Cláudio Castro(PL).

A EF-118 terá, ao todo, 495 quilômetros e conectará a Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), no Espírito Santo, à malha ferroviária da MRS, no Rio de Janeiro. Terá um papel de integração entre as capitais, polos industriais e portos da Região Sudeste. Vai expandir a capacidade portuária, aliviando gargalos, especialmente para o agronegócio e a mineração, facilitando o fluxo de matérias-primas e produtos entre indústrias do Sudeste. Criará um importante corredor logístico para o mercado interno e comércio exterior e será alternativa o escoamento de cargas, acompanhando o crescimento da demanda.

A ferrovia trará impacto direto no desenvolvimento de 24 municípios, sendo que 13 já serão beneficiados na fase inicial da implantação. O Anel Ferroviário do Nordeste contribuirá para o fortalecimento das exportações brasileiras. Além disso, representa investimento em atividade que contribui para a redução das emissões de CO2, alinhada com as políticas ambientais do Estado.

A reunião realizada na sede do governo estadual faz parte da série de encontros que o Ministério dos Transportes e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) estão realizando para apresentar o projeto e ouvir sugestões. Ainda nesta sexta-feira foi realizada audiência pública na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro.

— A EF-118 é uma infraestrutura essencial para fortalecer a logística e a competitividade do Brasil, especialmente no Sudeste, impactando portos, indústrias e cidades, além de gerar empregos e incentivar a economia regional. Por isso defendemos a retomada deste projeto —explica o secretário de Estado da Casa Civil, Nicola Miccione.

Para a secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio de Janeiro, Fernanda Curdi, a construção da EF-118 representa um marco para o desenvolvimento econômico do Estado do Rio de Janeiro.

— Esta é uma infraestrutura capaz de impulsionar a economia e integrar ainda mais o estado às cadeias produtivas nacionais e internacionais. Além de fortalecer o transporte de cargas e reduzir custos logísticos, essa ferrovia abre novas oportunidades para a indústria, o comércio e o agronegócio, consolidando o Rio de Janeiro como um hub estratégico para o escoamento da produção brasileira — afirma Curdi.

A reunião — Participaram da reunião o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, o secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Cezar Ribeiro, o diretor de Outorgas Ferroviárias, Hélio Roberto da Silva Souza, o diretor-geral da ANTT Rafael Vitale e diretores da agência, o presidente da Agetransp Adolfo Konder, o executivo e Assuntos Institucionais da Prumo (Porto do Açu), Eduardo Kantz, o chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Transportes e Mobilidade Urbana, Rogério Sacchi, e Márcio Fortes e Delmo Pinho, representando a Firjan e a Fecomércio.

NAVAL

A Tribuna - SP   05/02/2025

O Porto de Santos encerrou 2024 com o caixa superavitário, registrando um lucro líquido recorde de R$ 844,6 milhões, 29,8% a mais em comparação a 2023. O aporte permitirá a realização de uma série de obras de infraestrutura, entre elas o início da derrocagem (remoção) de rochas do canal aquaviário do Porto de Santos ainda neste semestre — etapa necessária para a dragagem de aprofundamento do calado operacional para 16 metros.

Segundo balanço divulgado pela Autoridade Portuária de Santos (APS), a receita bruta atingiu R$ 1,96 bilhão no ano passado, um aumento de 8,4% sobre R$ 1,81 bilhão registrados no ano anterior. Já a receita líquida operacional somou R$ 1,64 bilhão, avançando 5,5% frente a 2023. O lucro operacional antes do resultado financeiro teve um salto significativo de 29%, alcançando R$ 1,01 bilhão. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também apresentou crescimento expressivo de 27,3%, chegando a R$ 1,06 bilhão.

De acordo com a gestora do cais santista, os resultados financeiros refletem, em grande parte, o desempenho recorde do Porto de Santos, que movimentou 179,8 milhões de toneladas em 2024, 3,8% superior em comparação com 2023.

Para o presidente da APS, Anderson Pomini, a movimentação recorde e o caixa superavitário resultam da eficiência operacional do Porto de Santos, “o que comprova sua relevância para o desenvolvimento econômico do Brasil. Esse desempenho reforça nosso compromisso com a modernização e expansão do porto, garantindo competitividade e eficiência para os próximos anos”.

Pontualmente, a administração portuária informou para A Tribuna que, para este ano, “o objetivo é iniciar as obras do túnel Santos-Guarujá, da Perimetral da Margem Esquerda, melhorias na Margem Direita, incluindo os viadutos, a dragagem para 16 metros em todo o canal, além de iniciar os estudos para a produção de hidrogênio verde na Usina Hidrelétrica de Itatinga (em Bertioga)”.

Outros planos incluem continuidade às obras de moradia para abrigar ocupantes de palafitas às margens do canal, o projeto de internet 5G e a segunda fase do Parque Valongo.

A APS comunicou ainda que “segue focada na implementação de novas melhorias operacionais”, investimentos públicos inéditos de R$ 12,6 bilhões em infraestrutura e inovação.

Valor - SP   05/02/2025

Empresa pede na Justiça que a Petrobras seja responsabilizada pelo prejuízo decorrente do cancelamento do Projeto Sondas

Em meio a um processo de falência suspenso por decisão judicial, a Sete Brasil protocolou na noite de segunda-feira (3), junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), uma ação contra a Petrobras em que pede indenização por acordos que não teriam sido cumpridos pela estatal. O valor atribuído à causa é de R$ 36 bilhões.

Criada em 2010 para viabilizar a construção de navios-sonda no país, a Sete Brasil teve sua falência decretada pela Justiça em dezembro do ano passado, sob a justificativa de descumprimento do plano aprovado por credores. No entanto, um recurso dos administradores da empresa, em segunda instância, suspendeu ainda em dezembro, em caráter liminar, a decisão que determinava a liquidação.

Na petição endereçada à 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, os advogados contratados pela Sete Brasil sustentam que “a Petrobras foi responsável por causar o colapso do Projeto Sonda [a construção de 28 sondas em estaleiros brasileiros], agindo de forma deliberada para inviabilizar a captação de financiamento de longo prazo”. A informação sobre a ação foi inicialmente divulgada pelo colunista Lauro Jardim, de “O Globo”.

A Sete Brasil não chegou a fabricar um único navio. Suas atividades foram paralisadas depois que vieram à tona os escândalos investigados na Operação Lava-Jato, a partir de 2014.

A empresa pede na Justiça que a Petrobras seja condenada a pagar indenização em valor correspondente à soma do prejuízo decorrente do cancelamento do Projeto Sondas e do lucro que poderia ter sido gerado pela fabricação das embarcações, acrescidos de juros e atualização monetária. O valor atribuído à causa, de R$ 36 bilhões, é o montante do passivo a descoberto da Sete Brasil. Isso não significa que o valor pleiteado pela companhia a título de indenização seja exatamente esse. “Pode até ser maior”, afirma uma fonte familiarizada com o processo, mas que pediu para não ter seu nome citado.

“O Código de Processo Civil estipula o valor da causa como requisito de toda petição inicial”, explica um segundo especialista, que também falou sob condição de anonimato. Ao mesmo tempo, o valor da causa deve refletir a expressão econômica do pedido apresentado à Justiça, o que sugere um valor bilionário para a indenização pretendida pela Sete Brasil, acrescenta o advogado.

De acordo com a petição mais recente da Sete Brasil, a indenização pretendida teria como beneficiário final os credores da empresa. “Aproximadamente 75% do valor destinado pelo plano de recuperação judicial aos credores será transferido a entidades públicas”, argumentam os advogados da companhia, citando uma lista que inclui Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, entre outras.

A suspensão da sentença de falência no fim do ano passado - até que haja uma decisão sobre o mérito da questão - é vista com naturalidade por uma fonte que acompanha o processo de recuperação judicial da Sete Brasil, iniciado em 2016. “Sentenças de falência normalmente recebem efeitos suspensivos com o objetivo de preservar a atividade produtiva até que seja dada uma decisão final”, argumenta essa terceira fonte. A lógica da decisão é de que, uma vez decretada a falência, ficaria muito difícil reverter seus efeitos posteriormente.

Essa mesma fonte, no entanto, enxerga uma contradição no fato de a administração da Sete Brasil ter aberto uma processo contra a Petrobras. “O plano [de recuperação judicial] aprovado pelos credores prevê um acordo com a Petrobras”, diz. “E eles acabaram de entrar com um processo contra a companhia. Com isso, o plano fica inviabilizado”, conclui.

O plano de recuperação judicial inicial, aprovado por credores em 2018, previa a conclusão e venda de quatro sondas, o que não ocorreu devido à desistência do comprador em potencial. Uma segunda alternativa, também acordada com os credores, era o pagamento pela Petrobras de uma contrapartida pela rescisão de todos os contratos de afretamento firmados entre as duas e a quitação para todas as partes, abrangendo os credores da recuperação judicial. As negociações relativas a essa proposta se arrastam desde 2021.

Segundo apurou o Valor, o administrador judicial da Sete Brasil - a Licks Associados - vai apresentar até a próxima segunda-feira (10) sua contestação (“contrarrazões”, no jargão jurídico) aos argumentos elencados pela Sete Brasil no pedido de liminar, aceito pela Justiça em dezembro, que resultou na suspensão da falência da empresa. Só depois de apresentadas as contrarrazões, o mérito do caso poderá ser julgado. Ainda não há data prevista para o julgamento.

Procurada por meio de sua assessoria de imprensa para se manifestar a respeito da ação judicial movida pela Sete Brasil, a Petrobras não respondeu ao pedido de comentário sobre o tema. O administrador judicial Licks Associados preferiu não comentar o assunto.

Portos e Navios - SP   05/02/2025

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) assinou um Termo de Execução Descentralizada (TED) com a Universidade de Brasília (UnB) para desenvolver uma pesquisa voltada à melhoria dos índices Fator X e Fator Q, utilizados no reajuste tarifário dos contratos de concessão portuária. O Fator X mede o ganho de produtividade, enquanto o Fator Q avalia a qualidade dos serviços prestados pelos portos.

Durante a assinatura, o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, destacou a relevância da parceria com a academia para a troca de conhecimento e o aperfeiçoamento das metodologias regulatórias. A reitora da UnB, Rozana Naves, também ressaltou a importância da cooperação para a produção de conhecimento voltado ao interesse público.

O projeto será desenvolvido em duas fases, com a primeira focada no aprimoramento do Fator X e, posteriormente, no Fator Q. A pesquisa busca expandir a aplicação do índice de qualidade para todos os contratos de arrendamento e autoridades portuárias no futuro.

PETROLÍFERO

Portal Fator Brasil - RJ   05/02/2025

Abertura e o mercado livre foram os principais temas debatidos, ressaltando o potencial de migração de 12 indústrias e os resultados da atualização do Mapeamento de Demanda de Gás.

Com participação dos principais agentes de mercado de gás do país, o lançamento da 7ª edição da publicação Perspectivas do Gás no Rio 2024-2025, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), celebrou os avanços recentes dessa cadeia produtiva. O evento lotou o auditório da Casa Firjan, em 30 de janeiro(quinta-feira), com representantes de operadores de infraestrutura, fornecedores, consumidores livres e parceiros institucionais, que assinaram artigos no estudo.

A edição desse ano teve foco na abertura do mercado e desenvolvimento do mercado livre no Rio de Janeiro. A Firjan destacou que além das três empresas que migraram para o mercado livre (CSN, Ternium e Gerdau) em 2024, outras 12 indústrias aguardam a viabilização da migração.

A publicação da 7ª edição do Perspectivas do Gás no Rio 2024-2025 no endereço: https://shre.ink/bSb0

— O ano de 2024 foi marcante para o mercado de gás natural. A abertura do mercado livre, impulsionada por avanços regulatórios estaduais e federais, tem contribuído para a competitividade do setor. O papel do gás na transição energética vem permitindo a substituição de combustíveis mais poluentes, como o carvão, óleo combustível, diesel e gasolina, por uma alternativa mais limpa e com grande potencial de desenvolvimento —destacou Luiz Césio Caetano, presidente da federação.

As indústrias, segundo ressaltou Caetano, —urgem pelo direito de buscar soluções no mercado que proporcionem ganhos de competitividade, com a liberdade de escolha entre a comodidade do fornecimento pelo mercado cativo e/ou a definição de suas próprias estratégias no mercado livre—.

Seguindo a visão de Caetano, Patrícia Baran, diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), afirmou que os desafios no mercado de gás natural são oportunidades concretas e que, desde 2021, com a da Lei do Gás, os números de participantes vêm crescendo. “O novo mercado nasceu para se superar. A entrada da CSN, Ternium e Gerdau no mercado livre é emblemática e os investimentos em infraestrutura também estão crescendo”.

Sobre a regulação estadual, Vladimir Paschoal, conselheiro da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa), citou importantes regulamentações publicadas desde 2019, como a homologação do Contrato de Uso do Sistema de Distribuição (CUSD). —Foi um importante passo à afetiva abertura do mercado de gás, fruto de consultas públicas. Sabemos que é um avanço mas também precisa de melhorias e acompanhamentos constantes devido ao ambiente em evolução—.

Já a Naturgy explicou que o mercado livre ainda é muito novo para a empresa. “São um novo risco, mas precisamos distribuir neste mercado. Hoje, 60% das vendas do nosso gás são de GNV. Vamos tentar atrair os veículos pesados e investir R$ 300 milhões para corredores sustentáveis. Temos que entrar com a infraestrutura antes do consumo. Temos ainda como objetivo distribuir para as térmicas”, afirmou Katia Repsold, country manager da Naturgy Brasil.

Perspectivas do Gás Natural no Rio 2024-2025 — O “Perspectivas do Gás Natural no Rio 2024-2025” mostra uma visão da cadeia de valor do gás natural através de painel dinâmico com dados e diversos artigos de empresas e entidades parceiras. Além disso, o estudo apresentou os principais serviços que a Firjan SENAI SESI fornece às empresas atuantes ao longo da cadeia de valor de gás, com média de 80 contratos anuais de atendimento.

—2024 foi um ano de recordes nesse mercado no Rio de Janeiro. Batemos recordes de produção: 113 milhões de metros cúbicos por dia, 74% da produção nacional. Por outro lado, temos o recorde de reinjeção, que não é muito bom, resultando no menor nível de disponibilização de gás natural a partir do Rio de Janeiro: apenas 23% do que a gente produz é colocado para o mercado— reforçou Fernando Montera, gerente de Cenários de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan.

Como parte dessa edição, a Firjan também atualizou o seu Mapeamento de Demanda de Gás Natural, o qual identificou uma demanda potencial de aproximadamente 95 milhões m³/dia. —Sabemos que esse potencial, como de 22 milhões m³/dia na indústria, são expectativas que apenas se realizarão com as sinalizações corretas de preço do gás e de ambiente regulatório favorável ao desenvolvimento da demanda —destacou Fernando.

Já Heloisa Borges, diretora de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), garantiu: —Quem não apostar no gás corre o risco de ficar ultrapassado. O governo federal vem trabalhando para ajudar a indústria do Rio. Um desafio é acelerar a abertura do mercado livre no Brasil—.

A diretora também destacou que a partir de 2030, haverá um declínio da nossa produção de petróleo, mas que o gás natural ainda terá um aumento crescente, tanto da produção de gás bruto, quanto da produção de gás líquido. O que gera uma oportunidade para o planejamento do mercado.

O evento contou com outros três paineis focados em INfraestrutura, Indústrias Consumidoras e Fornecedores de Gás, com a participação da ATGás, Conselho de Usuários de Transporte, Naturgy, CSN, Nitriflex, Braskem, Arke Energia, Petrobras, MGás e Urca Energia.

Infraestrutura está diretamente ligada ao crescimento do mercado livre de gás natural no país, aponta estudo da Firjan — Lançamento do ‘Perspectivas do Gás no Rio 2024-2025’, publicação da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, reuniu empresas transportadoras e distribuidoras.

O Desenvolvimento de Infraestrutura e o Mercado Livre de Gás Natural foram temas do primeiro painel, durante o lançamento do estudo ‘Perspectivas do Gás no Rio 2024-2025’. Representantes da Associação de Empresas de Transporte de Gás Natural por Gasoduto (ATGás), da Naturgy e do Conselho de Usuários (CDU) debateram o cenário do transporte do gás, principalmente no estado do Rio de Janeiro, sob a moderação de Fernando Montera, gerente de Cenários de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, na Casa Firjan.

A rede de gás do país cobre os estados que representam 90% do PIB brasileiro e serve 40% às indústrias, 40% às térmicas, e 20% ao GNV e outros consumos. —A abertura do mercado trouxe um novo papel para o sistema de transporte, tendo a conexão como essencial. A plataforma de infraestrutura para que a conexão entre os diversos agentes aconteça é o sistema de transporte. Para que ele funcione, precisamos acompanhar a evolução dos mercados—garantiu Rogério Manso, presidente executivo da ATGás.

As empresas de transporte têm obrigação legal de apresentar planos de desenvolvimento a cada 10 anos. De acordo com Manso, elas trabalharam mais de dois anos para atualizar os diversos projetos e os desafios que estão por vir. As principais fontes de suprimento para o transporte são as Bacias de Campos e de Santos. Há ainda a produção em terra, com papel menor, no Nordeste, no Espírito Santo e no Amazonas. Há cerca de duas décadas, o Brasil se interligou a gasodutos da Bolívia e da Argentina.

Já a Naturgy, que detém a concessão de distribuição de gás no estado do Rio de Janeiro, parabenizou a agência reguladora fluminense por ter posto o estado na vanguarda da regulação. —É o estado produtor de 70% do gás do país. Temos hoje no Rio de Janeiro três grandes clientes que migraram para o mercado livre: CSN, Gerdau e Ternium. São Paulo pode ter mais clientes, mas nosso volume é maior. Apenas a CSN faz aquisição de gás em volume superior à maioria dos estados da nação. Isso muda tudo— analisou Alessandro Monteiro de Menezes, diretor de Regulação da Naturgy Brasil.

Conselho dos Usuários — Até 2009, havia apenas um carregador, a Petrobras. Quando surgiu a legislação do gás, houve um movimento de descentralização, a própria Petrobras deixou de ser verticalizada e vendeu as transportadoras. —E hoje no estado, nós além de acompanharmos o volume de gás que adquirimos do nosso supridor, temos que fazer o balanço de gás da CSN e da Gerdau, fazer a gestão do volume. Por isso, a necessidade da regulamentação do acordo operacional— concluiu Menezes.

Já o Conselho de Usuários, instituição prevista na Lei do Gás, trata da responsabilidade dos carregadores, que antes era apenas a Petrobras e hoje chega a 20 ativos. Sylvie D’Apote, presidente do CDU, explica que há vários tipos de contrato de transporte. Carregadores são agentes que utilizam ou pretendem utilizar o serviço de transporte de gás natural em gasoduto de transporte, mediante autorização da ANP.

—Antes os contratos tinham 300 páginas, uma bíblia, agora estão mais transparentes. A CDU é formada por carregadores e instituições que representam as principais classes de carregadores e de órgãos ligados ao sistema. E houve um aumento dos tipos de contratos de transporte: anuais, mensais, diários, só de entrada, os de entrada e saída, os só saída. Então queremos facilitar esse diálogo, para o setor ser mais transparente e competitivo—.

IstoÉ Dinheiro - SP   05/02/2025

O Ministério do Comércio da China anunciou nesta terça-feira (4) a imposição de tarifas sobre diversos produtos fabricados nos Estados Unidos, em contraposição à taxação de bens chineses em 10% anunciada no sábado, 1º, pelo presidente americano, Donald Trump.

O carvão e o gás liquefeito serão taxados em 15%, enquanto o petróleo, as máquinas agrícolas e os veículos de grande potência americanos terão tarifas de 10%.

Na segunda-feira, 3, a Casa Branca informou que o Trump conversaria com o presidente da China, Xi Jinping, ainda nesta terça. Ainda na segunda, o governo americano suspendeu em 30 dias a imposição de tarifas de 25% sobre produtos com origem no México e no Canadá após abrir negociações com os dois países sobre o controle das fronteiras.

Valor - SP   05/02/2025

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) oficializou na segunda-feira a proposta para aumentar a produção de petróleo a partir de abril, apesar dos apelos do presidente americano Donald Trump para uma queda no preço dos combustíveis.

A Opep+ está reduzindo a produção em 5,85 milhões de barris por dia (bpd), cerca de 5,7% da oferta global, conforme plano firmado em 2022 que prevê cortes de produção em diversas etapas.

Em dezembro de 2024, a Opep+ estendeu sua última rodada de cortes de produção até o primeiro trimestre de 2025, adiando para abril o plano de aumentar a produção. A mudança no planejamento foi a mais recente de vários adiamentos no aumento da produção do grupo devido à baixa demanda do petróleo.

Globo Online - RJ   05/02/2025

A Petrobras fechou um acordo de fornecimento de petróleo com a Índia, terceiro maior importador do mundo. De acordo com Claudio Romeo Schlosser, diretor de Logística, Comercialização e Mercados da estatal, a companhia vai fornecer 24 milhões de barris de petróleo para uma das estatais indianas.

— Estamos ampliando nossa base de clientes na área internacional. Era muito concentrada na China. Estamos assinando contrato com a estatal indiana para o fornecimento de 24 milhões de barris de petróleo. Praticamente, o volume com a Índia era muito baixo. Assinamos ainda um contrato de fornecimento com a segunda maior refinaria do país — diz Schlosser, que participa na manhã desta terça-feira do evento Fórum Brasil de Energia, na Firjan, no Centro do Rio.

Em setembro do ano passado, Brasil e Índia publicaram uma declaração conjunta para estimular a cooperação no setor de energia e mineração. Ontem, a estatal, que anunciou queda na produção de petróleo em 2024, também registrou uma redução de 1% na exportação geral, para 798 mil barris por dia. A China responde por 30% dos embarques, seguida da Europa (com 38%) e da Ásia (17%).

Segundo ele, a estratégia é ampliar a base de clientes da estatal e receber a melhor oferta pelo petróleo no mundo.

— A cesta e os petroleiros brasileiros têm que ser monetizados da melhor maneira. E, com isso, a competitividade pelo preço melhora. Buscamos a melhor alternativa — afirmou.

De olho no preço da gasolina

Schlosser também disse que a companhia acompanha os preços da gasolina no mercado. Desde o último sábado, a estatal passou a vender o diesel mais caro, após anunciar um reajuste para as distribuidoras de mais de 6%, para R$ 3,72.

— Estamos acompanhando o mercado. A gente continua monitorando com a visão de não transferir a volatilidade. Há movimentos geopolíticos acontecendo no mundo, e isso tem levado a oscilações. Quando for necessário, a gente aumenta ou reduz.

Segundo a Abicom, que reúne os importadores, o preço da gasolina vendida pela estatal está 8% menor em relação ao mercado internacional. No caso do diesel, a diferença é de 9%.

Valor - SP   05/02/2025

Chambriard reforça aceno à indústria com intuito de responder à “encomenda” do Planalto de impulsionar o PIB; ainda segundo ela, a empresa está em conversas com potenciais parceiros na área de etanol

Presidente da Petrobras, Magda Chambriard — Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, voltou a defender, nesta terça-feira (4), uma aproximação com a indústria para gerar benefícios e retornos para a população, ao reforçar que a companhia recebeu “encomenda” do Planalto para impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB) do país.

“Temos que mostrar para a indústria que o que fazemos tem que reverter em progresso para o povo”, disse Chambriard, no Fórum Brasil de Energia, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

“Não podemos crescer sozinhos, precisamos da indústria nacional e internacional para nos atender prontamente”, disse a executiva. E completou: “Estejam preparados [indústria], porque estamos pisando no acelerador”.

Um dos eixos de investimento é a ampliação da capacidade do parque de refino. Segundo a executiva, isso deve gerar necessidade de “dezenas de milhares” de postos de trabalho em todos os Estados onde a Petrobras opera. “Vamos buscar acréscimo de 200 mil barris de derivados”, afirmou.

Chambriard disse, ainda, que, além do refino, a empresa tem voltado a investir em fertilizantes e biocombustíveis, sobretudo etanol e biodiesel, ao que a executiva chama de “combustível do presente”.

"Meu chuchuzinho"

“Com isso, estamos fundindo o setor petróleo com o agronegócio, já vínhamos fazendo isso com o etanol e vamos fazer com o biodiesel”, afirmou. “Diesel coprocessado [com parcela renovável] é meu chuchuzinho”, acrescentou.

A presidente da Petrobras comentou, ainda, que, com a conclusão, em dezembro, do primeiro trem da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), a empresa colocou mais 25 mil barris de diesel por dia no mercado e já está licitando o segundo trem.

“Quero ser uma noiva disputada”

Chambriard afirmou que a empresa ainda está em conversas com potenciais parceiros na área de etanol. “Temos cinco ou seis empresas que estamos conversando”, disse.

No Plano de Negócios 2025-2029, anunciado no fim de novembro, a Petrobras comunicou que voltaria ao mercado de etanol por meio de parcerias com empresas que já atuam no segmento, sem detalhes sobre nomes ou previsão de investimento. Uma das ideias é criar joint ventures, que envolveriam grandes grupos em etanol de cana e de milho.

Após falar na abertura do Fórum Brasil de Energia, Chambriard se limitou a dizer a jornalistas que a companhia está debruçada sobre o tema e que a parceria será concorrida: “Quero ser uma noiva disputada”, afirmou a executiva.

A Tribuna - SP   05/02/2025

A Petrobras vai começar a operar neste ano a plataforma Alexandre de Gusmão, com capacidade para atrair 180 mil barris por dia no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos. Já a embarcação Almirante Tamandaré inicia suas operações já neste trimestre no campo de Búzios, também no pré-sal da Bacia de Santos.

Segundo a Petrobras, a plataforma Alexandre de Gusmão saiu em 16 de dezembro do estaleiro Cosco Qidong, na China, rumo a Mero, enquanto a Almirante Tamandaré está em Búzios, com a fase preparatório da operação mais adiantada. Serão mais 225 mil barris por dia.

Para compreender o potencial dessas duas unidades em sua capacidade máxima, a soma de produção de ambas geraria receita de US$ 10,8 bilhões por ano, considerando o preço de ontem do barril do tipo Brent (US$ 73) com operação durante 365 dias, em simulação feita pela Reportagem.

A petroleira também divulgou ontem que fechou o quarto trimestre de 2024 com produção média de 2,628 milhões de barris diários de óleo equivalente (boed, petróleo e gás natural contados em barris), uma queda de 10,5% na comparação com o mesmo período de 2023. Em relação ao terceiro trimestre de 2024, a produção caiu 2,3%.

A produção comercial de óleo e gás foi de 2,288 milhões de boed no quarto trimestre, queda de 11% ante igual período de 2023, e baixa de 2,1% contra a média dos três meses imediatamente anteriores.

Considerando apenas o petróleo, a produção foi de 2,09 milhões de barris por dia (bpd) no quarto trimestre, 11,5% menor do que em igual período de 2023. Ante o terceiro trimestre, houve queda de 1,8%.

A produção de gás natural totalizou 507 mil boe/d – 6,1% abaixo do registrado há um ano, e recuo de 3,4% com relação ao terceiro trimestre de 2024.

TN Petróleo - RJ   05/02/2025

O Desenvolvimento de Infraestrutura e o Mercado Livre de Gás Natural foram temas do primeiro painel, durante o lançamento do estudo 'Perspectivas do Gás no Rio 2024-2025'. Representantes da Associação de Empresas de Transporte de Gás Natural por Gasoduto (ATGás), da Naturgy e do Conselho de Usuários (CDU) debateram o cenário do transporte do gás, principalmente no estado do Rio de Janeiro, sob a moderação de Fernando Montera, gerente de Cenários de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), em 30/1, na Casa Firjan.

A rede de gás do país cobre os estados que representam 90% do PIB brasileiro e serve 40% às indústrias, 40% às térmicas, e 20% ao GNV e outros consumos. "A abertura do mercado trouxe um novo papel para o sistema de transporte, tendo a conexão como essencial. A plataforma de infraestrutura para que a conexão entre os diversos agentes aconteça é o sistema de transporte. Para que ele funcione, precisamos acompanhar a evolução dos mercados", garantiu Rogério Manso, presidente executivo da ATGás.

As empresas de transporte têm obrigação legal de apresentar planos de desenvolvimento a cada 10 anos. De acordo com Manso, elas trabalharam mais de dois anos para atualizar os diversos projetos e os desafios que estão por vir. As principais fontes de suprimento para o transporte são as Bacias de Campos e de Santos. Há ainda a produção em terra, com papel menor, no Nordeste, no Espírito Santo e no Amazonas. Há cerca de duas décadas, o Brasil se interligou a gasodutos da Bolívia e da Argentina.

Já a Naturgy, que detém a concessão de distribuição de gás no estado do Rio de Janeiro, parabenizou a agência reguladora fluminense por ter posto o estado na vanguarda da regulação. "É o estado produtor de 70% do gás do país. Temos hoje no Rio de Janeiro três grandes clientes que migraram para o mercado livre: CSN, Gerdau e Ternium. São Paulo pode ter mais clientes, mas nosso volume é maior. Apenas a CSN faz aquisição de gás em volume superior à maioria dos estados da nação. Isso muda tudo", analisou Alessandro Monteiro de Menezes, diretor de Regulação da Naturgy Brasil.

Conselho dos Usuários
Até 2009, havia apenas um carregador, a Petrobras. Quando surgiu a legislação do gás, houve um movimento de descentralização, a própria Petrobras deixou de ser verticalizada e vendeu as transportadoras. "E hoje no estado, nós além de acompanharmos o volume de gás que adquirimos do nosso supridor, temos que fazer o balanço de gás da CSN e da Gerdau, fazer a gestão do volume. Por isso, a necessidade da regulamentação do acordo operacional", concluiu Menezes.

Já o Conselho de Usuários, instituição prevista na Lei do Gás, trata da responsabilidade dos carregadores, que antes era apenas a Petrobras e hoje chega a 20 ativos. Sylvie D'Apote, presidente do CDU, explica que há vários tipos de contrato de transporte. Carregadores são agentes que utilizam ou pretendem utilizar o serviço de transporte de gás natural em gasoduto de transporte, mediante autorização da ANP.

"Antes os contratos tinham 300 páginas, uma bíblia, agora estão mais transparentes. A CDU é formada por carregadores e instituições que representam as principais classes de carregadores e de órgãos ligados ao sistema. E houve um aumento dos tipos de contratos de transporte: anuais, mensais, diários, só de entrada, os de entrada e saída, os só saída. Então queremos facilitar esse diálogo, para o setor ser mais transparente e competitivo".

Infomoney - SP   05/02/2025

A decisão da China de impor tarifas de 10% sobre as importações de petróleo bruto dos EUA abre uma “janela de oportunidade” para o Brasil aumentar as exportações de petróleo para o país asiático, disse o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) nesta terça-feira.

O Brasil foi o sétimo maior fornecedor de petróleo para a China no ano passado, com uma média de 720.000 barris por dia, de acordo com dados da StoneX até setembro.

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“Pode acontecer realmente um incremento”, disse à Reuters Roberto Ardenghy, do IBP, que representa as petroleiras no Brasil, à margem de um evento no Rio de Janeiro.
Cerca de 30% das exportações de petróleo da Petrobras foram para a China no quarto trimestre do ano passado, disse a empresa na segunda-feira, ante 44% no mesmo período de 2023.

As tarifas criam uma “assimetria de mercado” que pode levar ao aumento das vendas “oportunisticamente” para a Petrobras na China, disse o diretor de Logística Comercialização e Mercados da estatal, Claudio Schlosser, a repórteres no evento.

Mas a mudança não é estrutural e pode ser revertida, observou ele.

Globo Online - RJ   05/02/2025

O governo dos Estados Unidos, liderado pelo republicano Donald Trump, está tomando medidas para reduzir as proteções às espécies em perigo de extinção e seus habitats, em uma tentativa de avançar com sua agenda energética sob o lema "drill, baby, drill", em relação ao seu objetivo de estimular a exploração e produção de petróleo e gás nos EUA.

Uma diretiva assinada na noite de segunda-feira pelo secretário do Interior, Doug Burgum, concede às agências um prazo de 15 dias para apresentar planos para liberar a produção energética americana, o que, segundo críticos, enfraqueceria a Lei de Espécies Ameaçadas de Extinção e abriria ecossistemas, santuários ecológicos e paisagens frágeis para exploração, desde o Ártico até o Grand Canyon e até mesmo monumentos nacionais.

— Hoje marca o início de um capítulo emocionante para o Departamento do Interior — disse Burgum, cujos estreitos vínculos com a indústria de combustíveis fósseis geraram fortes críticas de ambientalistas durante suas audiências de confirmação.

Ele continuou:

— Estamos comprometidos em trabalhar de forma colaborativa para liberar todo o potencial dos Estados Unidos no setor de energia e no desenvolvimento econômico, tornando a vida mais acessível para cada família americana, ao mesmo tempo em que mostramos ao mundo o poder dos recursos naturais e da inovação americana.

A ordem tem como objetivo reverter as proibições de perfuração no Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Ártico e em águas costeiras, restrições que haviam sido impostas pelo presidente anterior, o democrata Joe Biden.

Também busca revogar uma norma que restabeleceu proteções históricas para as aves contra mortes acidentais, mas evitáveis, causadas por derramamentos de petróleo, impactos de poços de mineração e colisões com edifícios.

Grupos ambientalistas alertam que a medida aceleraria o declínio de diversas espécies animais e vegetais.

— Enquanto espécies ameaçadas continuam a diminuir e desaparecer nos Estados Unidos, essa ordem jogará mais lenha na fogueira da crise de extinção — disse Noah Greenwald, especialista do Centro para a Diversidade Biológica.

Proteção desde a década de 1970

A Lei de Espécies Ameaçadas de Extinção de 1973 é creditada por ter salvado espécies icônicas, como o lobo-cinzento, a águia-careca e o urso-pardo.

No entanto, durante o primeiro governo de Trump (2017-2021), disposições ambientais essenciais foram enfraquecidas, permitindo que considerações econômicas influenciassem decisões sobre a proteção das espécies. Biden posteriormente revogou essas mudanças, e agora Trump está pressionando para restabelecer as normas anteriores.

Greenwald disse à AFP que espécies como o tetraz-maior, o tetraz-menor e o lagarto-da-artemísia, cujos habitats se sobrepõem à Grande Bacia Pérmica — o principal campo produtor de petróleo do país — estariam entre as mais ameaçadas.

Infomoney - SP   05/02/2025

Os contratos futuros do petróleo fecharam sem direção única nesta terça-feira, 4, diante de sinais divergentes para a oferta, considerando as ações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, junto a importantes países produtores da commodity, como México, Canadá e Irã.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março fechou em queda de 0,63% (US$ 0,46), a US$ 72,70 o barril, enquanto o Brent para abril, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 0,32% (US$ 0,24), a US$ 76,20 o barril.

Durante a sessão, o petróleo chegou a recuar mais de 3%, com o arrefecimento dos temores de uma guerra comercial dos Estados Unidos com os canadenses e mexicanos, que são os maiores fornecedores estrangeiros de petróleo bruto do país. No entanto, a Capital Economics relembra que, apesar da larga dependência norte-americana, a commodity não foi excluída das ameaça de Trump.
Após negociações, o governo americano adiou, na segunda-feira, a aplicação de tarifas sobre importações vindas do México e do Canadá.

A escalada tarifária com a China, que não foi solucionada, não gerava temores para o setor, já que, de acordo com o Commerzbank, as retaliações chinesas terão impacto limitado no mercado de petróleo. “Como a China obteve apenas 1,8% de suas importações de petróleo bruto dos EUA no ano passado, o impacto no mercado de petróleo deve ser limitado”, afirma.

A informação de que Trump deve assinar um memorando presidencial ainda nesta terça para restaurar sua política de “máxima pressão” sobre o Irã fez com que o petróleo reduzisse as perdas durante a sessão. O país é considerado um dos principais produtores do óleo e, sanções contra ele, podem afetar o estoque global do óleo.

Infomoney - SP   05/02/2025

A presidenta da Petrobras (PETR3; PETR4), Magda Chambriard, disse nesta quarta-feira (4) que a empresa atendeu a todas as demandas colocadas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para exploração de petróleo na Margem Equatorial, na Bacia da Foz do Amazonas. A declaração foi dada durante o Fórum Brasil de Energia, na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), no centro do Rio de Janeiro.

“Nós estamos em um processo de licenciamento com o Ibama. Entregamos toda a demanda do Ibama nos últimos dias de novembro. Estamos construindo o centro de reabilitação da fauna no Oiapoque, que deve ficar pronto agora em março”, disse a presidenta da Petrobras.

“Todas as respostas às demandas estão no relatório que entregamos no dia 27 de novembro e agora estamos aguardando a avaliação do Ibama sobre o material.”
A Bacia da Foz do Amazonas ocupa uma faixa no território marítimo que se estende entre a fronteira do Amapá com a Guiana Francesa até onde a Baía do Marajó divide o arquipélago da costa paraense. Na região, está o bloco exploratório de petróleo e gás natural FZA-M-59.

O bloco é parte da chamada Margem Equatorial, que comporta cinco bacias sedimentares: Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar, além da Foz do Amazonas. A Petrobras tem 16 poços na nova fronteira exploratória, no entanto, só tem autorização do Ibama para perfurar dois deles, na costa do Rio Grande do Norte.

A exploração é criticada por ambientalistas, preocupados com possíveis danos ambientais. O Ibama negou a licença para outras áreas, como a da Bacia da Foz do Amazonas. A Petrobras pediu ao instituto, ligado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), uma reconsideração.

Jota - DF   05/02/2025

A primeira pauta no setor de energia do novo presidente do Senado será em relação à Margem Equatorial. Davi Alcolumbre (União-AP) tem indicado a interlocutores que deve pressionar o governo para que seja liberada a licença para a Petrobras começar a estudar a possibilidade de exploração de petróleo na região, o que pode ter impacto futuro relevante na arrecadação do Amapá.

É um movimento que vem sendo prometido por Alcolumbre desde o fim do ano passado, quando já tinha dito a interlocutores que a exploração de petróleo na margem equatorial seria uma das suas primeiras agendas enquanto presidente do Congresso.
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Um dos caminhos para isso, segundo fontes ouvidas pelo JOTA, seria por meio de mudanças no comando do Ibama. O nome de Márcio Macêdo, atual chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, surge como possibilidade para o órgão com a missão de não apenas destravar o caso da margem equatorial, mas com promessa de acelerar outros processos parados no Ibama. Atualmente sem mandato, o petista já era cotado para se movimentar na Esplanada.

No governo, o entendimento entre parte dos ministros é o de que a licença para a exploração da margem equatorial deve ser expedida ainda no primeiro semestre, com uma distância "segura" da realização da COP 30 em Belém do Pará, no fim deste ano. Não é uma opinião compartilhada pela equipe ambiental do Executivo, que continua contrária à abertura de novas fronteiras exploratórias.

Outro ponto levantado por Alcolumbre no setor é o comando da pasta de Minas e Energia. O presidente do Senado tem batido na tecla de que Alexandre Silveira, que se tornou desafeto do amapaense, não está na cota do Senado.

Ou seja, seria uma escolha pessoal de Lula e que não contemplaria os senadores na divisão de espaço da Esplanada o que, por sua vez, pode ter impacto no desenho que o presidente da República ainda deve fazer sobre a dança das cadeiras dos ministérios.

AGRÍCOLA

BPMoney - SP   05/02/2025

A Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) prevê um crescimento de 8% no faturamento do setor de máquinas agrícolas em 2025, após dois anos seguidos de quedas, com R$ 60 bilhões em vendas em 2024. Em 2023, os setor atingiu R$ 75 bilhões e, em 2022, R$ 96 bilhões.

Mesmo com um crescimento da área plantada no país entre 2020 e 2023, no último ano houve seca intensa, o que prejudicou os resultados do setor, justificou o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, Pedro Estevão, ao “Notícias Agrícolas”.

Porém, o ciclo atual demonstra um clima mais favorável para a produção de grãos, segmento que compra 65% das máquinas agrícolas, o que deve aumentar a demanda por esses produtos, apesar de não haver previsão de alta na área plantada, afirmou Estevão.
Caterpillar lucra US$ 2,79 bilhões no 4T24, alta de 4,3%

A fabricante de máquinas pesadas e agrícolas Caterpillar teve um lucro de US$ 2,79 bilhões no quarto trimestre, o que representa alta anual de 4,3%. A receita da empresa foi de US$ 16,2 bilhões nos últimos três meses do ano, queda de 5% em relação ao quarto trimestre de 2023.

“Continuamos comprometidos com as entregas aos nossos clientes, executar estratégias e investir no crescimento do lucro a longo prazo”, afirmou o diretor-presidente da Caterpillar, em nota.

A única região em que a empresa teve crescimento de receita no período, impulsionado por um aumento das vendas, foi a América Latina, com US$ 623 milhões (alta anual de 6%).

Em 2024, a empresa lucrou US$ 10,7 bilhões, alta de 4,4% no ano. Seu faturamento foi de US$ 64,8 bilhões, o que representa queda de 3,3% em 12 meses.

O lucro por ação da empresa foi de US$ 5,14, valor acima das expectativas de analistas, de US$ 5,02. Já as receitas ficaram abaixo da projeção, de US$ 16,6 bilhões.

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