Money Times - SP 04/10/2023
A Justiça declarou improcedente o pedido formulado pela Geração Futuro L. Par Fundo de Investimento em Ações de anular assembleias gerais ordinárias e extraordinárias da CSN (CSNA3) realizadas em 28 de abril, mostra documento enviado ao mercado nesta terça-feira (3) pela empresa.
Segundo a decisão, não há qualquer vício na realização das reuniões.
“Com razão, à ré quando sustenta a irregularidade da procuração apresentada pela parte, que juntou documento que não se enquadrava com o adequado de acordo com o edital de convocação”, coloca.
Além disso, “a procuração que a parte autora apresentou com assinatura através do sistema criptografado online, denominado Docusign, não era adequada e, assim, regular a conduta da parte demandada, inexistindo motivo para anulação da decisão havida em assembleia.”
Brasil Mineral - SP 04/10/2023
A logística de produtos de siderurgia tem complexidades como todas as outras cadeias produtivas
O Brasil tem capacidade siderúrgica instalada ociosa e, no entanto, importa. A produção e o consumo interno podem aumentar? A indústria naval, a exploração de petróleo e a construção civil podem crescer? A logística de produtos de siderurgia tem complexidades como todas as outras cadeias produtivas, como a adequação do produto ao modal, a escolha de rotas e transit time. Para o operador logístico, por se tratar de uma prestação de serviços, qualquer projeto de expansão nesta área está vinculado à expansão dos negócios e da produção do cliente.
Uma das habilidades que a operação neste segmento requer é a expertise para adequar a carga ao compartimento físico do modal escolhido, ou seja, o ato de compartir. Estamos falando de dividir a carga a ser transportada, em vagões, contêineres, porão de navio, caixas, carrocerias ou caçambas. Em se tratando de produtos de siderurgia, compartir peças e materiais com pesos e formatos distintos deve considerar ainda a característica de terem rigidez, porém serem sensíveis ao impacto.
Produtos como perfis metálicos, vergalhões, telas, tubos, treliças e bobinas são sensíveis ao peso. Uma movimentação inesperada no compartimento de carga pode provocar avarias e perdas em faturamento para o produtor. Chapas grossas de até 12 metros de comprimento já não são tão sensíveis, porém exigem igual adequação.
Para uma empresa de OTM - Operação de Transporte Multimodal, com transportes terrestre, marítimo ou aéreo, entregar uma produção com agilidade, segurança, ilesa, sem avarias, considerando rota, transit time e custo, é o objetivo dentro de um padrão de excelência em soluções logísticas.
A operação com produtos de siderurgia exige soluções arrojadas, como por exemplo, desenvolver um equipamento exclusivo para o cliente, automatizando a estufagem de contêineres. Este é um modelo de construção de parceria, de projetos com foco no cliente, com especialização e customização.
No dia a dia da logística de produtos siderúrgicos, lidamos com a rigidez da matéria, exercitamos o pensar fora da caixa e exploramos a versatilidade do conhecimento. Ser parceiro da indústria de base, como na siderurgia, é ser parceiro de grandes projetos. Fazer a conexão entre a siderurgia e a indústria naval ou entregar a matéria prima para a construção civil significam responsabilidade e compromisso com o desenvolvimento do país.
Para isso, uma OTM one stop shop oferece serviços de armazenagem, terminais intermodais, recebimento de carga, unitização, consolidação, movimentação e entrega ao destinatário final. Garantir soluções logísticas integradas, exclusivas e customizadas para os clientes exige competitividade, relevância econômica, crescimento sustentável e investimento em tecnologia e inovação. (Marcio Salmi* )
O Estado de S.Paulo - SP 04/10/2023
A indústria brasileira cresceu 0,4% em agosto ante julho, o melhor desempenho para este período do ano desde 2020, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados nesta terça-feira, 3, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Houve crescimento em 18 dos 25 ramos industriais pesquisados, a maior disseminação de resultados positivos desde maio. No entanto, o setor industrial está apenas 0,1% acima do patamar de dezembro de 2022, oscilando entre altos e baixos desde então, sem conseguir recuperar a trajetória de crescimento, avaliou André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE.
O pesquisador lembra que a indústria praticamente repete o patamar que vinha operando ao final do ano passado, após a alta na produção em agosto mal repor a perda de julho (-0,6%).
“Passados oito meses do ano de 2023, a gente está somente 0,1% acima daquele patamar (de dezembro de 2022)”, frisa Macedo. “O setor industrial vem rondando no mesmo patamar nos últimos meses”, resumiu.
Para alguns analistas, os resultados confirmaram a percepção de esfriamento da atividade econômica e reforçaram a expectativa de desaceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro na passagem do segundo trimestre para o terceiro trimestre.
“O aumento de 0,4% da produção industrial em agosto não compensou totalmente a queda de julho e sugere que o setor foi um obstáculo ao crescimento do terceiro trimestre”, observou o economista-chefe de mercados emergentes da empresa de consultoria e pesquisa econômica Capital Economics, William Jackson, em relatório enviado a clientes.
O economista-chefe do Banco BMG, Flávio Serrano, afirmou que os dados da indústria estão em linha com a expectativa de uma queda de 0,1% para o PIB do terceiro trimestre, após alta de 0,9% no segundo trimestre. Os números sobre o desempenho dos serviços e do varejo serão divulgados pelo IBGE na próxima semana, podendo levar a uma revisão do cenário, mas não devem alterar a percepção de desaceleração da economia.
“Os dados estão reforçando a ideia de manutenção desse quadro de atividade industrial fraca”, disse Serrano.
A indústria brasileira chegou a agosto operando 1,8% aquém do patamar de fevereiro de 2020, no pré-pandemia: apenas oito das 25 atividades investigadas funcionam em nível superior ao pré-crise sanitária. A produção industrial brasileira ainda rodava 18,3% aquém do pico alcançado em maio de 2011.
“Claro que (a alta em agosto) é uma sinalização melhor do que a gente vinha tendo nos últimos meses, mas, observando o retrato da indústria no ano, o setor industrial está muito longe de recuperar a trajetória ascendente vista no passado”, frisou André Macedo, do IBGE.
Macedo lembra que o crédito mais caro e restrito, a taxa de inadimplência e o patamar elevado da taxa de juros são fatores importantes no contexto conjuntural enfrentado pelo setor industrial.
“A despeito de observarmos um relaxamento da política monetária, com redução da taxa (básica de juros) Selic nas últimas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), ainda permanece o patamar elevado da taxa de juros. O efeito na economia se dá de forma mais defasada”, acrescentou o pesquisador.
O economista-chefe do Banco ABC Brasil, Daniel Xavier, destaca que a herança estatística deixada pela produção industrial em agosto é compatível com uma queda de 0,1% no PIB da indústria no terceiro trimestre.
“São as atividades de serviços (60% do PIB total) que têm sustentado o valor agregado por aqui”, afirmou Xavier, em relatório.
Indústria de transformação x extrativistas
Considerando apenas a indústria de transformação, a produção cresceu 1,0% em agosto ante julho, o primeiro resultado positivo desde março. Enquanto a indústria de transformação responde por uma fatia em torno de 85% da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, os demais 15% são referentes às indústrias extrativas, majoritariamente concentradas na extração de petróleo e minério de ferro.
Nos últimos nove meses, ou seja, desde dezembro de 2022, a indústria de transformação cresceu apenas em março e agosto, frisou André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE. Apesar do bom desempenho de agosto, ele lembra que a produção da indústria de transformação vinha de uma perda acumulada de 1,3% de abril a julho de 2023. “A transformação ainda vinha de queda nos três meses anteriores a março (dezembro, janeiro e fevereiro)”, acrescentou Macedo.
No ano, a produção da indústria de transformação mostrou uma retração de 1,3% ante o mesmo período de 2022. No acumulado em 12 meses, a perda é de 0,8%.
“Vejo muito (o resultado) desse mês com recomposição de perdas observadas nos meses anteriores”, observou Macedo. “É muito uma leitura de tentar repor as perdas de um passado recente.”
No caso das indústrias extrativas, houve recuo de 2,7% na produção em agosto ante julho, devido a perdas tanto em petróleo quanto em minério de ferro. No entanto, a queda na margem não altera o saldo positivo que esse setor vem sustentando no ano.
“As extrativas estão 6,6% acima do patamar de dezembro de 2022", citou Macedo.
IstoÉ Dinheiro - SP 04/10/2023
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,29% em setembro, contrastando com a queda de 0,20% de agosto e repetindo a variação da terceira quadrissemana do mês passado, segundo dados publicados nesta terça-feira, 3, pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
O resultado de setembro ficou exatamente em linha com a mediana das estimativas de instituições de mercado consultadas pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,29%. As projeções variavam de 0,22% a 0,40%.
Entre janeiro e setembro, o IPC-Fipe acumulou inflação de 2,01%.
No período de 12 meses até setembro, o índice subiu 3,51%, vindo também como esperado.
Grupos
Apenas em setembro, quatro dos sete grupos do IPC-Fipe ganharam força ou reduziram deflação: Habitação (de -0,20% em agosto para 0,47% em setembro), Alimentação (de -1,03% para -0,78%), Transportes (de 0,31% para 0,61%) e Despesas Pessoais (de -0,13% para 1,45%).
Por outro lado, houve desaceleração de agosto para setembro nas categorias Saúde (de 0,82% para 0,48%), Vestuário (de 0,53% para 0,27%) e Educação (de 0,13% para 0,00%).
CNN Brasil - SP 04/10/2023
O vice-presidente da república, Geraldo Alckmin, participou do 15º Congresso da Micro, Pequena e Média Indústria, na Fiesp. O evento reuniu líderes do setor e discutiu desafios e perspectivas para o crescimento econômico.
Segundo Alckmin, o Brasil tem uma grande oportunidade para a chamada neo-indústria, a indústria verde e com sustentabilidade. “Antes era necessário saber onde fabricar bem e barato. Hoje o importante é fabricar bem, barato e compensar as emissões de carbono”, destacou o vice-presidente.
Para o Ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, o trabalho da pasta é auxiliar o empresário a conseguir crédito para se desenvolver.
“Nós temos, enquanto poder público, que criar alternativas para que essas pessoas tenham esse fôlego, que tenham capital de giro e também os seus investimentos”
Um acordo de cooperação técnica da Fiesp, Ciesp e Finep foi assinado durante o evento. O tratado tem como objetivo a colaboração entre as três instituições para a promoção das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) às linhas de financiamento da Finep, a agência pública que financia a inovação, desde a pesquisa básica até a preparação do produto para o mercado.
O vice-presidente da República se mostrou otimista em relação à economia brasileira. “Temos indicadores de crescimento do PIB acima de 3%, queda na taxa de desemprego, inflação sob controle, juros ainda altos, mas também caindo, o câmbio competitivo, a reforma tributária já aprovada na Câmara Federal, o novo marco fisca Acho que temos um bom caminho, embora o cenário internacional não seja de grande crescimento”
Ainda segundo Alckmin, o Brasil é o segundo país no mundo que mais recebe investimentos externos diretamente, atrás apenas dos Estados Unidos da América.
Também estavam presentes no evento o presidente da Fiesp, Josué Gomes, o presidente do Ciesp, Rafael Cervone Neto, o diretor-presidente do Sebrae, Décio Lima, e o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, Jose Luís Gordon.
Monitor Digital - RJ 04/10/2023
O Brasil e a China realizaram pela primeira vez uma operação comercial em suas moedas locais, com transações financiadas e liquidadas em renminbi (RMB, a moeda chinesa) e convertidas diretamente para reais, segundo o Banco da China Brasil SA (BOC Brasil), subsidiária do quarto maior banco estatal chinês.
A operação, divulgada nesta terça-feira, consistiu numa exportação de pasta de papel da empresa Eldorado Brasil, enviada em agosto do porto brasileiro de Santos para Qingdao, na China.
As movimentações financeiras foram realizadas ao longo do mês seguinte, até sua finalização em moeda brasileira, em 28 de setembro.
A operação ocorreu após a assinatura, em abril passado, de um memorando de entendimento de cooperação para promover o comércio em moeda local entre os dois governos.
O Banco Central do Brasil participou ativamente à iniciativa dos dois governos, promovendo produtos em yuan (a expressão monetária do RMB) às empresas exportadoras brasileiras para a China e fornecendo soluções para todo o processo, desde a liquidação e financiamento até o câmbio.
A Eldorado Brasil foi fundada em 2010 e é uma das empresas mais competitivas da indústria brasileira de celulose, com aproximadamente 40% de suas vendas para a China.
Em agosto deste ano, a empresa concordou em permitir que uma empresa importadora chinesa adotasse o RMB como moeda nominal do contrato e designou o Banco Central do Brasil como banco receptor para testar a liquidação. Em agosto, 43 caixas de celulose da empresa foram embarcadas.
O BCB recebeu uma carta de crédito de pagamento diferido em renminbi emitida pelo importador, e a empresa brasileira foi posteriormente informada, após conclusão da auditoria dos documentos de carga e cartas de crédito.
O BOC Brasil afirmou que, de acordo com a regulamentação cambial brasileira, a entidade emissora converterá imediatamente o RMB recebido em reais ao entrar no Brasil e os transferirá para a conta local do cliente.
Atualmente, o Banco da China Brasil ajuda empresas brasileiras a abrir contas de liquidação em RMB no exterior graças às vantagens da globalização do banco, permitindo-lhe aceitar pagamentos em yuans de importadores chineses e usar RMB para importar máquinas e equipamentos da China.
IstoÉ Dinheiro - SP 04/10/2023
O mercado de câmbio doméstico foi mais uma vez tragado pela onda de aversão ao risco no exterior, com mergulho das bolsas em Nova York, escalada das taxas dos Treasuries e fortalecimento global do dólar. Dados acima do esperado do mercado de trabalho americano reforçaram a perspectiva de alta adicional da taxa básica pelo Federal Reserve e a permanência dos juros em níveis elevados nos EUA por período prolongado.
Com sinal positivo desde a abertura, o dólar acelerou o ritmo de alta ao longo da tarde, acompanhando a deterioração do ambiente externo, e correu até o nível de R$ 5,16. Com máxima a R$ 5,1603, o dólar à vista subia no fim do dia 1,73%, cotado a R$ 5,1543 – maior valor de fechamento desde 28 de março (R$ 5,1648). Nos dois primeiros pregões de outubro, a divisa já acumula valorização de 2,54%.
Lá fora, o índice DXY voltou a superar a linha dos 107,000 pontos, mas teve seu ímpeto em parte contido pela valorização do iene à tarde. Operadores especularam que a mudança de rota estaria associada à intervenção de autoridades do Japão, após o dólar atingir o maior nível em relação à moeda japonesa desde outubro de 2022. A moeda americana subiu em bloco em relação a divisas emergentes e de países exportadores de commodities. O real apresentou perdas similares a dos pesos mexicano e colombiano, as duas divisas que ainda lideram os ganhos na comparação com o dólar em 2023.
“Vemos um movimento global de valorização do dólar. A cesta de moedas DXY acumula alta de 7,35% desde meados de julho e não parece querer se acalmar. Essa força do dólar deve-se, basicamente, à escalada das taxas dos títulos das Treasuries, que vem renovando máximas atrás de máximas”, afirma o diretor de tesouraria do Braza Bank, Bruno Perottoni. “Os dados econômicos que têm sido divulgados mostram uma economia aquecida e, pelo menos na retórica, um Fed disposto a usar as armas da política monetária para resolver a situação”
Divulgado pelo Departamento do Trabalho americano, o relatório Jots mostrou que a abertura de postos de trabalho nos EUA cresceu para 9,61 milhões em agosto, bem acima das expectativas dos analistas (8,9 milhões). Esses dados aumentam a cautela em torno da divulgação da pesquisa ADP de emprego privado amanhã, 4, e do relatório oficial de emprego (payroll) de setembro, na sexta-feira, 6.
O head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, observa que as taxas dos Treasuries já abriram com sinal positivo e ganharam ainda mais fôlego após a divulgação do relatório Jolts. “A aversão ao risco está alta em todos os mercados, com o dólar ganhando força. Ontem, o real foi a melhor moeda emergentes, a que menos de desvalorizou, e hoje anda junto com o peso mexicano”, afirma Weigt. “Talvez o Fed suba mais os juros. Dizem que vão ficar com taxas por bastante tempo. Por isso, a curva longa lá ficou menos invertida”.
As taxas longas do Treasuries avançaram com força. O yield da T-note de 30 anos subiu mais 3%, tocando o nível de 4,94% na máxima, enquanto o retorno da T-note de 10 anos avançou mais de 2% e superou na máxima o nível de 4,80% pela primeira vez desde agosto de 2007. Monitoramento do CME Group mostra aumento das apostas em alta adicional da taxa básica de juros pelo Federal Reserve.
“O relatório Jolts mostrou mercado de trabalho bem aquecido, o que tem reflexo na inflação. Isso levou a mais um dia de alta dos Treasuries, pressionando divisas emergentes. Temos fluxo de dólar saindo daqui porque existe perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos”, afirma a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest.
Infomoney - SP 04/10/2023
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou nesta terça-feira que houve “progresso significativo” na luta contra a inflação nos Estados Unidos, mas notou que o caminho até se atingir a meta de 2% “pode ser acidentado”.
Em texto publicado no site da distrital, ele lembrou que “ainda há trabalho a fazer”, mas recomendou que o Fed seja “paciente e não reaja em excesso a indicadores individuais”, sabendo que a evolução da economia ocorre em meio a “ruído e incerteza considerável”.
Sem direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, Bostic disse que os números da inflação apontam para desaceleração no núcleo dos índices. “Estamos fazendo progresso”, considerou, acrescentando que pesquisa do Fed de Atlanta sugere que o impulso para baixo na inflação deve prosseguir.
Os mercados de trabalho, por sua vez, devem continuar a desacelerar, aponta. Os relatos dos empregadores sugerem que a desaceleração nesse mercado “irá continuar”, enquanto o crescimento do salário “tem desacelerado”, o que deve continuar a ocorrer em 2024, segundo indicam executivos ouvidos pelo dirigente.
Para Bostic, os riscos agora “parecem mais equilibrados”. Apesar de boas notícias na inflação, um pouso suave “não está garantido”, acrescenta. Há fatores que podem atrapalhar a busca pela meta de inflação, como o setor de energia. Choques geopolíticos também são risco, como a guerra na Ucrânia, mencionou. Outros fatores podem, porém, conter a inflação, como a retirada de estímulos fiscais da época da pandemia e a redução na poupança.
Bostic disse que a política monetária está “suficientemente restritiva agora”. Para ele, os juros devem seguir no nível atual “bem entrado o ano de 2024”. Ainda há incerteza e o Fed deve seguir vigilante para garantir que a inflação não reverta seu curso, aconselhou, evitando declarar vitória agora.
Para o dirigente, um pouso suave pode ser alcançado, mas é crucial conter a inflação, a principal tarefa agora.
Diário do Comércio - MG 04/10/2023
As taxas dos contratos futuros de juros passaram por mais uma sessão de alta firme no Brasil, em sintonia com o avanço dos títulos norte-americanos, o que fez a curva a termo refletir a possibilidade de o Banco Central cortar a taxa básica Selic em apenas 0,25 ponto percentual em dezembro – e não em 0,50 ponto, como era o consenso.
Desde 20 de setembro, quando o Federal Reserve realizou seu último encontro de política monetária, o mercado de Treasuries vem se ajustando à perspectiva de juros maiores nos Estados Unidos por um período mais longo.
Os rendimentos dos Treasuries avançaram ontem para os maiores níveis em 16 anos, o que também dava força aos juros futuros no Brasil. A pressão se intensificou às 11h, após o Departamento do Trabalho informar, por meio do relatório JOLTS, que as vagas de emprego em aberto nos EUA – uma medida da demanda por mão de obra – aumentaram em 690.000, chegando a 9,610 milhões no último dia de agosto. Economistas consultados pela Reuters previam 8,800 milhões de vagas de emprego em aberto em agosto.
Os números do mercado de trabalho reforçaram a perspectiva de juros elevados nos EUA para segurar a inflação. “O que está acontecendo (na curva a termo brasileira) é reflexo principalmente do movimento dos Treasuries lá fora. O rendimento dos títulos norte-americanos, especialmente os de longo prazo, estão sendo negociados bem próximos dos níveis de 2007, antes da crise global”, pontuou Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.
Ajuste da curva
No Brasil, o ajuste da curva desde o dia 20 de setembro foi perceptível: as taxas dos contratos para janeiro de 2026 e janeiro de 2027, por exemplo, subiram mais de 80 pontos-base.
Com o movimento de ontem, a perspectiva para as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) também se alterou. Para o encontro de novembro, a curva a termo ainda precifica quase 100% de chances de o corte da Selic ser de 0,50 ponto percentual.
Já para dezembro, de acordo com o economista-chefe do banco BMG, Flavio Serrano, a curva precificava durante a tarde de ontem quase 40% de chances de o corte ser de 0,25 ponto percentual, e não de 0,50 ponto percentual.
Para o economista, no entanto, a precificação para dezembro estava contaminada por ordens de stop loss (parada de perdas) e a expectativa ainda é por um ciclo de cortes de 0,50 ponto percentual da Selic, “pelo menos até março”.
Moutinho, da Ebury, diz que a precificação de corte de 0,25 ponto percentual em dezembro é “precipitada”. “O Copom deve seguir nas próximas reuniões com corte de 0,50 ponto percentual. E caso os EUA não aumentem mais os juros, grande parte do sentimento negativo do mercado poderá ser revertido”, disse.
No fim da tarde de ontem a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 12,266%, ante 12,251% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,145%, ante 11,009% do ajuste anterior.
A taxa para janeiro de 2026 estava em 11,03%, ante 10,814%. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,265%, ante 10,028%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 11,54%, ante 11,309%.
Valor - SP 04/10/2023
Só R$ 320 milhões do total previsto de R$ 1 bilhão foram utilizados; Mdic diz que programa foi bem-sucedido, mas não sabe quantas unidades foram vendidas a mais
Uallace Moreira, secretário do Ministério do Desenvolvimento: impacto mais lento do programa, no caso de caminhões e ônibus, era esperado — Foto: Wenderson Araujo/Valor
O programa de incentivo ao setor automobilístico chegou ao fim nesta terça-feira, 3, com a liberação de apenas 32% dos recursos direcionados a caminhões e ônibus. Segundo o balanço mais recente do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), do total de R$ 1 bilhão de créditos tributários em potencial, foram concedidos R$ 320 milhões para as vendas de ônibus e caminhões. A quantia foi dividida em: R$ 130 milhões para caminhões, de R$ 700 milhões disponíveis, alcançando dez montadoras; R$ 190 milhões para ônibus, de R$ 300 milhões disponíveis, atingindo 14 montadoras.
As regras da medida provisória (MP) que lançou o programa estabeleciam que as montadoras de veículos concederiam descontos às concessionárias, que por sua vez repassariam essa margem para os consumidores. Em troca, as fábricas teriam direito a créditos tributários. Também havia regras específicas para incentivar, por exemplo, a substituição de veículos antigos por outros mais novos e menos poluentes.
Até o fim da semana passada, o Mdic ainda mantinha esperança de transformar a MP, apresentada no primeiro semestre, em um programa permanente. Mas integrantes da pasta admitiam as dificuldades para que isso se concretizasse. Em agosto, o próprio vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o “ideal” seria que o programa se tornasse contínuo. “Se a gente conseguir mais recursos, o ideal seria que o programa ficasse em caráter permanente”, disse na ocasião.
Em nota enviada ao Valor, o Mdic afirmou que o impacto do programa foi “extremamente” positivo. “Os recursos só não foram usados integralmente, no tempo limite da MP porque as empresas e os Detrans precisaram de um período para se adaptar às especificidades do programa nestas categorias - bem mais complexas do que no caso dos carros de passeio”, disse. A pasta afirmou que não possui informação de quantos caminhões e ônibus foram vendidos a mais com o programa.
Sobra de recursos do programa não poderá ser convertida em crédito, diz Mdic
O secretário de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Mdic, Uallace Moreira, já tinha afirmado ao Valor em agosto que o impacto mais lento do programa, no caso de caminhões e ônibus, era esperado. Ele citou razões como: dificuldades financeiras, principalmente para caminhoneiros autônomos, e taxas de juros ainda elevadas para produtos mais caros que automóveis de passeio; problemas operacionais para que caminhoneiros autônomos comprem veículos novos e realizassem a “baixa” dos antigos; outras especificidades das regras estabelecidas pelo programa para caminhões, como aquelas ligadas à reciclagem dos veículos.
Segundo o Mdic, os R$ 680 milhões não usados não representam “sobra de recursos”. “As empresas podiam transformar descontos aplicados na nota fiscal, na hora da venda, em créditos tributários futuros”, disse a pasta. “O que não vendeu não virou crédito.”
No caso dos automóveis de passeio, o programa acabou em julho, tendo sido usados R$ 680 milhões do limite de R$ 800 milhões. Procurada para fazer um balanço da MP, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) não se manifestou.
Valor - SP 04/10/2023
Indústria automobilística vendeu cerca de 3,9 milhões de carros e caminhões novos no 3º tri, aumento de cerca de 17% frente ao mesmo período em 2022, segundo a J.D. Power, empresa de dados
As vendas da indústria automobilística dos EUA continuaram a subir no terceiro trimestre, com fabricantes de automóveis e compradores praticamente imperturbáveis pelas taxas de juros mais altas, e pelo impacto de uma greve contínua do sindicato Trabalhadores da Indústria Automotiva (United Auto Workers).
A General Motors reportou nesta terça-feira um aumento de 21% nas vendas nos EUA, um salto em grande parte alimentado por suas marcas Chevrolet e Buick, bem como pela recuperação do fornecimento de suas picapes mais vendidas.
As vendas da Toyota nos EUA aumentaram 12% no trimestre recém-encerrado, enquanto as vendas da Honda aumentaram 53% em relação ao ano anterior, devido à forte demanda por carros menores e mais acessíveis e veículos utilitários esportivos da empresa. A Ford deve divulgar suas vendas nessa quarta-feira (4).
Vendas de 3,9 milhões de carros e caminhões novos
As montadoras venderam cerca de 3,9 milhões de carros e caminhões novos no terceiro trimestre, um aumento de cerca de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a J.D. Power, uma empresa de dados e análise.
Os resultados mais recentes baseiam-se no impulso da indústria no primeiro semestre deste ano, com as vendas de veículos novos subindo 13% no período de janeiro a junho, depois de atingirem o seu ponto mais baixo em mais de uma década em 2022.
A greve do UAW, que começou em meados de setembro e teve como alvo cinco fábricas de montagem da GM, da Ford e da Stellantis, controladora da Chrysler, ainda não causou um grande impacto nas vendas de automóveis nos EUA.
Por ora, há estoques frente à greve
As três montadoras de Detroit acumularam estoques antes da paralisação, que até agora afetou fábricas que respondem por cerca de 16% da produção norte-americana das empresas, segundo a empresa de pesquisas Wards Intelligence. Os revendedores dizem que têm estoques suficientes de modelos afetados pelas paralisações nas fábricas, mas isso pode mudar se a greve continuar e se expandir ainda mais.
A força de vendas da indústria reflete uma resiliência mais ampla na procura dos consumidores, com muitas pessoas dando prioridade às necessidades de curto prazo. Concessionárias e montadoras dizem que as fortes vendas deste ano são parcialmente impulsionadas por compradores que adiaram as compras durante um período de escassez de veículos nos últimos anos, o que levou muitos carros a serem vendidos acima dos preços de varejo sugeridos pelos fabricantes.
Como resultado, o preço médio pago pelos compradores de automóveis no terceiro trimestre caiu ligeiramente em relação ao mesmo período do ano anterior, para US$ 45,5 mil por veículo, mostram os dados da J.D.
Demanda reprimida
“Há muita demanda reprimida no mercado”, disse Randy Parker, chefe da divisão norte-americana da Hyundai Motor. “As únicas coisas que mantêm as coisas sob controle são as taxas de juros, porque elas estão dificultando a compra de um veículo pelos clientes.”
A líder do mercado de veículos elétricos (EV), Tesla, disse que seu crescimento de vendas desacelerou no terceiro trimestre em relação ao período de três meses anterior, o que a empresa atribuiu a interrupções na fabricação devido a atualizações de fábrica.
Valor Investe - SP 04/10/2023
Ford colocou de licença 330 funcionários de fábricas de Illinois e Ohio, enquanto a GM afastou 134 funcionários que trabalham em Ohio e Indiana
Ford e General Motors (GM) anunciaram afastamento temporário de funcionários em fábricas nos Estados Unidos no 19º dia de uma greve organizada pelo sindicato de trabalhadores automotivos UAW, segundo a agência Dow Jones.
A Ford colocou 330 funcionários de fábricas localizadas em Illinois e Ohio de licença, enquanto a GM afastou 134 funcionários que trabalham em unidades em Ohio e Indiana. As duas empresas já colocaram milhares de trabalhadores de licença, detalhou a Reuters.
A greve vem sendo expandida pelo sindicato e na semana passada já atingia 38 estados americanos. Segundo o UAW, as empresas ofereceram pouco mais do que a metade dos 36% de reajuste pedido pelo sindicato, que também fala em uma jornada de trabalho de 32 horas semanais e a volta do plano de aposentadorias.
O Estado de S.Paulo - SP 04/10/2023
Um dos temas debatidos durante a revisão do Plano Diretor de São Paulo, as Zonas de Ocupação Especial (ZOEs) devem voltar a protagonizar discussões durante a tramitação do projeto de lei que altera a Lei de Zoneamento paulistana, a ser enviado em breve pela Prefeitura à Câmara Municipal. Essas zonas não estão sujeitas às mesmas regras de onde estão localizadas, com normas específicas fixadas em decreto, com a possibilidade de flexibilizações e menos restrições.
A revisão do zoneamento apresentada pela gestão Ricardo Nunes (MDB) neste mês prevê apenas uma nova ZOE na cidade por enquanto — o que surpreendeu alguns especialistas, que esperavam volume maior de inclusões. Essa área de ocupação especial proposta abarca vinte lotes do Exército nas proximidades do Parque do Ibirapuera, na zona sul, onde o Comando Militar do Sudeste tem planos de expansão das atuais instalações.
O texto atual do projeto de lei não é definitivo e poderá passar por ajustes antes do envio à Câmara, o que deve ocorrer em outubro. No Legislativo, possivelmente será modificado antes das votações em plenário e promulgação pelo prefeito. Em entrevista ao Estadão, o relator do projeto, Rodrigo Goulart (PSD), indicou que discute apresentar um substitutivo, com alterações.
Segundo a Prefeitura, o enquadramento da área militar como ZOE foi incluído no projeto de lei por sugestão das Forças Armadas. O perímetro abarca terrenos nas Ruas Manoel da Nóbrega e Abílio Soares, onde hoje funciona o Forte Ibirapuera, com instalações militares variadas, como o 8º Batalhão de Polícia do Exército, uma base de administração e prédios de apartamentos para militares.
Esses endereços hoje estão em Zona Mista, classificação com algumas restrições. Entre elas, estão as limitações de altura de até 28 metros e de área construída com até o dobro da metragem do terreno (o que exclui “áreas não computáveis”, como parte das vagas de garagem, por exemplo).
Todos os imóveis pertencem à União, de acordo com as Forças Armadas. Os endereços ficam ao lado do Complexo Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães (mais conhecido pelo Ginásio do Ibirapuera) e a menos de uma quadra da sede do Comando Militar do Sudeste, um dos oito comandos militares brasileiros.
Ao Estadão, o Comando Militar do Sudeste explicou ter feito o pedido durante o processo de participação popular da revisão do zoneamento. A avaliação das Forças Armadas é de que a transformação em ZOE é justificada por ser um “território com diferentes características ou com destinações específicas, que requerem normas próprias de uso e ocupação do solo”.
Com a alteração, seria possível firmar parâmetros mais flexíveis para o endereço, o que facilitaria uma expansão. Segundo o Comando Militar do Sudeste, está em desenvolvimento um estudo para construir instalações da recém-recriada Companhia de Comando da 2ª Divisão de Exército e dos Próprios Nacionais Residenciais (apartamentos para moradia de militares).
Hoje, no endereço, já há alguns edifícios mais verticalizados do Exército (parte deles com cerca de 16 andares). Esses prédios funcionam como residência e hotéis de trânsito para militares, mas têm essas dimensões porque são anteriores ao atual zoneamento, de 2016.
As ZOEs são voltadas a locais com características significativamente distintas do restante da cidade e que, por isso, precisam de regras específicas. São Paulo tem algumas dezenas dessas zonas, como nos cemitérios municipais, nos aeroportos, nos estádios, na Cidade Universitária da Universidade de São Paulo (USP), no Hospital de Clínicas e no Autódromo de Interlagos, dentre outros.
Além disso, em nota, as Forças Armadas salientaram que os quartéis da cidade costumam ser classificados como ZOE. Na vizinhança do Ibirapuera, a única zona especial da vizinhança é a do complexo do Ginásio do Ibirapuera. Já a sede do Comando Militar do Sudeste, na Avenida Sargento Mário Kozel Filho, localizada também naquele entorno, não tem zoneamento especial.
Promulgada em julho, a nova lei do Plano Diretor modificou alguns critérios para a elaboração das regras para essas zonas, por meio de Plano de Intervenção Urbana (PIU) de ZOE. Essas normas devem ser definidas a partir de estudos técnicos, porém alguns especialistas criticaram à época que a participação popular estaria garantida apenas na etapa de desenvolvimento, não ao fim do processo.
Entre as ZOEs com Projeto de Intervenção Urbana estabelecidos nos últimos anos, estão as do Estádio do Pacaembu, do Complexo do Anhembi, do Terminal Princesa Isabel e do Novo Entreposto de São Paulo (NESP), em Perus. Parte das demais zonas especiais ainda não tem parâmetros definidos, mesmo após sete anos da atual Lei de Zoneamento.
No mapa interativo abaixo, é possível selecionar a visualização de todas as ZOEs. A ferramenta foi desenvolvida pelo Estadão com base na plataforma oficial da Prefeitura (Geosampa), com todos os tipos de zoneamento da cidade. Também é possível fazer a busca por endereço e a visualização de cada zona.
Valor Investe - SP 04/10/2023
O banco suíço UBS coloca o mercado imobiliário de Miami em terceiro lugar entre 25 das principais cidades globais em seu ranking de bolhas imobiliárias. Mas alta dos preços tem fundamento, segundo especialistas
Miami é a principal beneficiária do aumento da atratividade das cidades do Cinturão do Sol nos Estados Unidos. A cidade reúne características que a tornam única, como impostos menores (não há impostos estaduais e nem municipais na cidade), mercado de trabalho menos regulado (especialmente no setor de construção), menor violência, clima ameno e maior qualidade de vida.
Como resultado, o destino é o mais procurado nos últimos anos ao lado de Cingapura e Dubai, o que fez o nível de preços de casas e apartamentos residenciais mais do que dobrar nos últimos 10 anos. Já os aluguéis reais aumentaram menos de 50%, e os rendimentos reais em cerca de 20%.
Essa movimentação levou o banco de investimento suíço UBS a colocar a cidade americana em terceiro lugar no seu Índice de Bolha Imobiliária Global, com a classificação sobrevalorizada e atrás apenas de Zurique e Tóquio, ambas incluídas na categoria de risco de bolha imobiliária. Mesmo entre elas Miami se destaca, ao menos nos últimos 12 meses (nos últimos cinco anos, Dubai toma a dianteira).
Os preços em Miami subiram tanto nos últimos cinco anos quanto no período mais recente. Na última edição do estudo, a cidade recebeu o índice 1,38: o UBS classifica com risco de bolha imobiliária cidades com índice a partir de 1,50. O banco de investimento analisou os preços de imóveis residenciais em 25 das principais cidades ao redor do mundo.
A pontuação do índice é uma média ponderada de subíndices padronizados, como preço-renda, relação hipoteca-PIB, construção-PIB e preços cidade-país.
Crescimento consistente
Mas, afinal, a valorização de Miami faz sentido, ou o investidor deve se preocupar? Segundo o próprio UBS e especialistas, não há razão para alarde.
O UBS aponta que a relação preço-renda média é muito menor para comprar um pequeno apartamento em Miami do que em outras cidades analisadas pelo ranking, o que torna o nível de preços mais sustentável na cidade.
Além disso, enquanto os preços imobiliários ajustados para a inflação em Zurique e Tóquio têm aumentado por mais de 20 anos, sem qualquer correção significativa, e constantemente se desvincularam de fundamentos como aluguéis ou rendimentos, Miami experimentou uma bolha imobiliária em 2007, com os preços reais caindo mais de 50% até 2012, lembra Maciej Skoczek, analista de mercado imobiliário do UBS CIO.
No total, os preços reais em Miami agora estão "apenas" 10% mais altos do que estavam no pico em 2007. Além disso, aluguéis reais, rendimentos e o nível de preços nos EUA aumentaram mais do que os preços desde 2007. Portanto, a supervalorização do mercado é menor do que em 2007 e menor do que em Zurique e Tóquio.
Miami x Nova York
O nível de preços de Miami sobe acima da média dos Estados Unidos, e coloca a cidade atualmente mais próxima do risco de bolha do que Nova York no ranking do UBS. Skoczek explica o por que. "O crescimento de preços em Miami claramente se desvinculou dos rendimentos e aluguéis locais nos últimos anos devido a uma migração significativa de moradores e empregos para a cidade. Em Nova York, por outro lado, essa desvinculação foi muito menos pronunciada, e os rendimentos aumentaram mais rapidamente do que os preços imobiliários nos últimos cinco anos".
Além disso, em Nova York os preços subiram mais lentamente do que a média nacional no mesmo período, reduzindo desequilíbrios. Após vários anos de desvalorização, os preços no mercado imobiliário da cidade aumentaram 3% entre meados de 2022 e 2023, segundo levantamento do banco.
Por fim, o índice compara as cidades em sua própria história. Ou seja, se uma cidade estava muito supervalorizada no passado, é necessário muito mais para que essa cidade apareça novamente na zona de risco de bolha, explica o analista. "Historicamente, Nova York quase sempre foi altamente valorizada. Portanto, o valor do índice está atualmente na parte superior do território razoavelmente valorizado".
É hora de investir?
Celso Pereira, diretor de investimentos da Nomad, aponta que é necessário separar a visão de curto prazo e de longo prazo quando o assunto é investir em imóveis na cidade. "Acredito que os próximos 12 meses seja um momento delicado para entrar porque existe uma discussão forte se irá haver uma recessão nos EUA ou não. E os juros historicamente altos, que levou à maior taxa de hipoteca em décadas, começa a machucar o mercado residencial. Ou seja, investir agora só para quem achou uma barganha ou está investindo com um gestor de fundos profissional".
Já se considerarmos os próximos cinco anos, Pereira acredita que a cidade continuará a ter destaque. "Da capital dos latinos nos EUA Miami se transformou na Wall Street South, pois desde que a pandemia começou grandes gestoras de fundos, como a Citadel, além de grandes bancos de investimento, vêm migrando de Nova York para lá. Esses funcionários têm salários altos e trazem uma cadeia de valor consigo, como serviços".
Mas como a cidade está recebendo alta demanda de pessoas, é necessário tomar cuidado para não comprar um imóvel fora do valor justo, completa Pereira. "É recomendável achar um meio termo entre áreas estabelecidas e áreas que ainda estão em desenvolvimento e embutem maior risco". Existem ainda desafios de longo prazo para a cidade que devem ser pesados no investimento, diz Pereira. "A cidade pode sofrer com enchentes, furacões e até subida do nível do mar".
Futuro menos preocupante
Para Skoczek, do UBS CIO, o crescimento de preços em Miami provavelmente vai se moderar nos próximos trimestres. Isso se deve principalmente ao aumento das taxas de juros hipotecários e ao crescimento na oferta de novas propriedades. "O número de transações diminuiu um pouco recentemente, o que enfraquece a pressão sobre os preços".
Contudo, a equipe de analistas do banco não espera uma correção nominal dos preços. "A cidade continua a se beneficiar do forte crescimento populacional e da acessibilidade relativamente boa das habitações".
O aumento global da inflação e das taxas de juros nos últimos dois anos levou a uma queda acentuada nos desequilíbrios dos mercados imobiliários dos centros financeiros globais, em média, de acordo com o UBS.
Na edição do índice deste ano, apenas duas cidades ficaram na categoria de risco de bolha, em comparação com nove cidades há um ano (Toronto, Frankfurt, Munique, Hong Kong, Vancouver, Amsterdã e Tel Aviv), todas agora em território sobrevalorizado. Inalterados em relação ao ano anterior, os mercados imobiliários em Miami, Genebra, Los Angeles, Londres, Estocolmo, Paris e Sydney continuam sendo considerados sobrevalorizados.
Já Nova York, Boston, São Francisco e Madri reduziram desequilíbrios. De acordo com o índice, esses mercados imobiliários agora estão razoavelmente valorizados, assim como Milão, São Paulo e Varsóvia. Isso também se aplica a Cingapura e Dubai, embora sua reputação como refúgios geopolíticos tenha desencadeado uma alta recente na demanda para aluguel e compra.
O crescimento anual nominal dos preços nas 25 cidades analisadas estagnou após um aumento de 10% no ano anterior. Ajustados para a inflação, os preços estão 5% mais baixos agora do que em meados de 2022. Em média, as cidades perderam a maioria dos ganhos reais de preço obtidos durante a pandemia e agora estão próximas dos níveis de meados de 2020.
A acentuada queda nos desequilíbrios também foi impulsionada pelo crescimento da renda e do aluguel, causada pela inflação. Como o crescimento dos empréstimos hipotecários foi reduzido pela metade desde meados de 2022, a dívida das famílias em relação à renda vem diminuindo, especialmente na Europa. Com exceção dos EUA, o crescimento nominal do aluguel acelerou e tem sido positivo em todas as localidades analisadas.
Valor - SP 04/10/2023
Especialistas avaliam que receita é duvidosa e não deveria estar no Orçamento
Gabriel Leal de Barros: “A boa prática contábil e de governança recomenda que sejam consideradas as receitas de maior probabilidade de materialização” — Foto: Leo Pinheiro/Valor
Quase 80% da receita prevista pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para arrecadar em 2024 com permissões e concessões depende de teses e do andamento de processos conciliatórios ainda em trâmite no Tribunal de Contas da União (TCU), que envolvem devolução de trechos ociosos de ferrovias e repactuação de contratos no setor, cujo sucesso é incerto na avaliação de especialistas. Dos R$ 44,3 bilhões previstos no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) enviado ao Congresso no fim de agosto, R$ 34,5 bilhões dependem de projetos que ainda precisam de conclusão no órgão de controle externo.
Esse montante é um dos mais altos na ambiciosa meta de zerar o déficit público no próximo ano e, desde quando o Executivo encaminhou o Orçamento no fim de agosto, chamou atenção do mercado e de especialistas em contas públicas. Isso porque essa previsão de arrecadação com as concessões e permissões em 2024 é 380% maior do que o previsto para ingressar nos caixas da União até o fim deste ano, no qual está prevista uma receita de R$ 9,2 bilhões de acordo com o dado mais atualizado.
Documentos obtido pelo Valor via Lei de Acesso à Informação mostram que a previsão inicial era levar ao PLOA uma arrecadação muito inferior, de R$ 6,5 bilhões, com outorgas no próximo ano, que não incluia receitas de novos leilões e contratos. Posteriormente, o processo mostra que a rubrica foi turbinada a partir das receitas dos projetos conduzidos pelo Ministério dos Transportes.
A pasta da infraestrutura não esclareceu à reportagem sobre como foi feito o cálculo referente à expectativa de arrecadar os R$ 34,5 bilhões que constam no Orçamento. Nos bastidores, membros do órgão alegam que os projetos ainda são sigilosos, bem como os respectivos valores envolvidos. Técnicos do governo se reservaram a dizer que, desse montante, cerca de R$ 24,5 bilhões são mais previsíveis para arrecadar em 2024, pois se baseiam em teses já homologadas pelo TCU. O restante dependeria de conciliação entre o poder público e empresas privadas.
Há dificuldade histórica na devolução desses trechos”
— Marcus Quintella
O andamento processual mostra que, a partir de um ofício enviado pelo Ministério dos Transportes prevendo a arrecadação adicional, o Tesouro Nacional sugeriu que a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) consultasse a Junta de Execução Orçamentária (JEO) a respeito da inclusão ou não da expectativa de arrecadação no setor de ferrovias no PLOA. Além dos R$ 34,5 bilhões, o Executivo também incluiu no Orçamento de 2024 uma receita de R$ 3,7 bilhões referente a novos contratos assinados pela Copel, que devem entrar no caixa do Tesouro em janeiro do próximo ano.
A JEO é formada pelos ministérios da Fazenda, Plajenamento, Casa Civil e Gestão. Apesar de acreditar na expectativa de arrecadação com os projetos, técnicos do governo admitem que a consulta ao órgão orçamentário é necessária quando existe algum grau de incerteza sobre essa arrecadação.
Ainda no processo, a SOF questionou o Ministério dos Transportes sobre uma expectativa mensal de arrecadação mensal, em 2024, com os projetos ferroviários. O órgão admitiu que não seria possível estimar o cronograma mensal para o ingresso das referidas receitas de ferrovias “tendo em vista que os respectivos processos ainda não foram concluídos no âmbito do TCU”.
Especialistas em infraestrutura, contas públicas e até mesmo membros do TCU questionam a previsão de arrecadar R$ 34,5 bilhões com repactuação de contratos e trechos ociosos das ferrovias. Eles alegam que não houve sucesso no passado com a devolução de trechos não operacionais e, portanto, não é possível ter certeza se, agora, será possível obter esse montante. Portanto, avaliam que, como a verba é incerta, não deveria constar nas projeções do PLOA.
“Há uma dificuldade histórica na devolução desses trechos”, avaliou Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes. “É muito pouco provável que isso ocorra, inclusive porque esses processos são demorados, contestáveis no âmbito regulatório e no Judiciário”, complementou Claudio Frischtak, especialista em logística.
Hoje, há dois processos conciliatórios no TCU envolvendo o setor de ferrovias. Eles são conduzidos pela recém-criada Secretaria de Controle Externo de Solução Consensual e Prevenção de Conflitos, que busca soluções consensuais para problemas relevantes em contratos, mitigando futuros litígios. Um envolve alterações de encargos e obrigações previstas no âmbito da Malha Paulista. O outro se refere à devolução de trecho de 104 km não operacional na Malha Sul, entre Presidente Prudente e Presidente Epitácio, em São Paulo. Esse processo, avalia o governo, seria um teste para a futura devolução de ativos que estão abandonados por concessionárias. Segundo o TCU, de 29,9 mil quilômetros de malha ferroviária do país, 7 mil estão sem fluxo e 18,6 mil, subutilizados.
Quintella aponta que é trabalhoso estimar o valor de cada trecho ocioso a ser devolvido para a União. “É uma discussão que precisa sempre passar por estudos de viabilidade econômica-financeira. Do contrário, não justifica.”
Gabriel Leal de Barros, ex-diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI) e sócio da Ryo Asset, avalia que, pela boa prática contábil, o governo só deveria incluir no Orçamento receitas certas em relação a concessões e permissões, sem qualquer grau de incerteza.
“A boa prática contábil e de governança recomenda que sejam consideradas as receitas de maior probabilidade de materialização e em estágio conclusivo, idealmente já concluídas, líquido e certo. As receitas com concessões, notadamente as que dizem respeito às ferrovias, que estão ancoradas em processo que ainda está em curso no TCU, não reúnem essas condições”, criticou. “Nesse sentido, a crítica à falta de realismo das projeções constante do PLOA 2024 está não apenas mantida, como é reforçada quanto avalia-se linha a linha as projeções.”
O Ministério dos Transportes não se manifestou sobre os cálculos para chegar aos R$ 34,5 bilhões. O Planejamento disse que “a JEO, por meio de seus ministros, decidiu pela incorporação das medidas propostas pela Fazenda”.
Via lei de acesso, a Fazenda informou que o Tesouro “consolida informações enviadas pelos órgãos setoriais”. “Nesse contexto, esses órgãos, em caso de necessidade, é que poderiam potencialmente fornecer eventuais detalhes sobre seus respectivos cálculos de receitas de concessões/permissões.”
IstoÉ Dinheiro - SP 04/10/2023
A infraestrutura de acesso aos portos brasileiros deixa o País com 15 anos de atraso em relação ao que é visto mundialmente, conforme estimativa do Centro Nacional de Navegação Transatlântica (Centronave). A Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), por sua vez, está finalizando uma proposta a ser entregue ao governo federal em que busca, entre alguns pontos, dar maior autonomia para concessionárias atuarem em melhorias estruturais dos acessos, o que hoje é de responsabilidade da gestão pública.
O grande gargalo do setor, segundo explica o diretor-executivo do Centronave, Claudio Loureiro de Souza, é a profundidade dos canais. As novas gerações de navios demandam profundidades cada vez maiores.
Com isso, sem que haja constantes obras de dragagem, o País não consegue receber veículos modernos. É justamente a partir disso que Souza calcula o atraso do Brasil em relação ao mundo. “Nós medimos pelo ano do navio mais antigo que já não consegue navegar pelos nossos portos. Temos modelos de 2008 que não conseguem”, afirma.
Na estimativa do Centronave, pela falta de profundidade, apenas o Porto de Santos, o maior da América Latina, deixa de movimentar cerca de 500 mil TEUs (contêiner de 20 pés) por ano, o que gera uma perda estimada de US$ 21 bilhões ao ano em receitas de importações e exportações, afetando diretamente a balança comercial do País. Hoje, o Brasil recebe apenas navios de até 11.500 TEUs, enquanto a Ásia, Europa e América do Norte têm capacidade de operar embarcações de até 24.000 TEUs.
“A perda de competitividade nacional atrasa o crescimento econômico, atrasando também o desenvolvimento e a geração de novos empregos no país. Para alcançarmos a média mundial, precisamos promover investimentos em terminais com capacidade para atender navios maiores e mais eficientes energeticamente”, resume Souza.
Proposta de mudanças
O presidente da ABTP, Jesualdo Silva, explica que o principal eixo da proposta que será apresentada ao Ministério de Portos e Aeroportos é transformar os contratos de arrendamento em contratos de exploração, com natureza privada. “A partir daí, será possível realizar investimentos de acordo com as demandas. A autoridade portuária tem função exclusiva com a dragagem e não é raro ver ineficiência. Não que as pessoas que trabalham lá são incompetentes, mas todo o arcabouço jurídico impõe ineficiência”, avalia.
Uma comitiva da ABTP esteve, na semana passada, em Hamburgo, na Alemanha. O principal objetivo do grupo formado por 38 pessoas foi amadurecer as propostas que serão entregues ao governo federal. Segundo Jesualdo Silva, o exemplo visto no porto de Hamburgo mostra que o modelo de contratos com natureza privada é possível de ser implementado e demonstra a efetividade para a modernização da infraestrutura. Com esse modelo, as empresas podem dividir custos de obras que julgam necessárias, afastando perdas de negócios.
A Autoridade Portuária de Santos estima que uma obra de dragagem para rebaixar o leito dos atuais 15 para 17 metros terá início ainda no ano que vem.
Para Souza, a expectativa pelas obras é positiva, mas ressalta que se faz necessário um programa de dragagens permanente. “Isso contribuirá para a chegada de uma nova geração de navios maiores e mais eficientes. Com isso, menores serão os gastos com combustível e o impacto ambiental, já que um navio maior consome proporcionalmente até 68% menos combustível por TEU transportado”, acrescenta.
Portal Fator Brasil - RJ 04/10/2023
O Porto do Itaqui se prepara para lançar o seu plano de descarbonização, pioneiro no Brasil entre os portos. O principal objetivo é reduzir as emissões de gases de efeito estufa em todo o complexo portuário. Sua elaboração é resultado de uma parceria inédita no Brasil, com o Porto de Valência, que fica na Espanha. O plano tem previsão para ser entregue em outubro de 2024.
As ações para a elaboração do Plano de Descarbonização do Porto do Itaqui já começaram com a presença de representantes do Porto de Valencia que, no dia 26 de setembro (terça-feira), estiveram reunidos com representantes das empresas operadores que atuam no Itaqui.
Como parte do cronograma do contrato, o trabalho conjunto começará com um mapeamento inicial das emissões de gases de efeito estufa, abrangendo caminhões e veículos que circulam na poligonal do porto, navios e todos os equipamentos portuários. A partir desse estudo, será elaborado todo o plano de descarbonização, que vai orientar ações e investimentos com um direcionamento mais preciso, objetivo e estratégico.
A equipe da Valencia Port também esteve visitando todas as empresas que operam no porto do Itaqui. A gerente de meio ambiente, Luane Lemos, acrescentou que o engajamento de todo o Complexo é essencial para o sucesso de cada etapa. —É muito importante que todas as empresas dentro do complexo entendam a importância do plano e participem dessa jornada junto conosco— disse.
—A descarbonização é um projeto muito ambicioso, pois converterá o Porto do Itaqui no primeiro porto brasileiro com esses indicadores definidos e um plano para tratá-los —reforçou Josep Sanz, coordenador técnico do Porto de Valência.
—O projeto começou no mês de agosto e já estamos trabalhando diretamente com a EMAP e as empresas do porto no levantamento das informações que precisamos para calcular a pegada de carbono. Esse cálculo tem previsão de apresentação aqui, no porto, em fevereiro e o projeto se estenderá até outubro do próximo ano, com o plano de descarbonização completo—finalizou Aurélio Lazaro, chefe de projeto do Porto de Valência.
—A equipe está fazendo levantamentos dos possíveis impactos ambientais e estratégicos que poderão mitigar esse problema. A partir desses estudos , nós vamos preparar o futuro , ou seja, vamos ter um projeto consciente de descarbonização do Porto do Itaqui, o primeiro porto brasileiro que vai ter esse estudo e que vai começar a implementar a descarbonização— relatou Marcelo Coelho, diretor de planejamento da EMAP.
Petro Notícias - SP 04/10/2023
A Marinha informa que amanhã (4) será um dia histórico para ela, para o Brasil e para a indústria naval, porque será dado um passo importante e estratégico para a construção do primeiro Submarino de Propulsão Nuclear brasileiro, o SN10 “Álvaro Alberto, ” quando será realizada a Cerimônia do Corte da Primeira Chapa da Seção de Qualificação do Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear (SCPN). O evento será no Complexo Naval de Itaguaí (CNI), e terá a presença de autoridades militares e civis, representantes do setor nuclear, além de todas as empresas envolvidas no projeto. Na indústria naval, o corte da primeira chapa é considerado um marco dentro do processo de construção de uma embarcação. E não é diferente no caso de um submarino. Ainda mais sendo o primeiro Submarino de Propulso Nuclear brasileiro. A principal vantagem do submarino nuclear é que ele pode ficar muito mais tempo submerso do que os movidos a diesel, pois a geração de energia nuclear não depende de oxigênio, como a combustão do diesel. Além disso, se movimenta mais rápido e cobre uma área maior.
Para sua construção é fundamental, como diz a Marinha, é necessário que o estaleiro responsável demonstre capacidade de atender aos requisitos necessários para sua construção. Esta série de requisitos envolve a infraestrutura e a preparação de equipamentos específicos, além da fabricação de dispositivos de apoio à construção, como cabine acústica, mesa perfuradora, máquinas de corte e torre de soldagem. São realizadas, ainda, as validações de processos construtivos e de garantia de qualidade, envolvendo a qualificação de pessoal e de procedimentos de transporte entre estações de trabalho.
O Álvaro Alberto é o quinto submarino enquadrado dentro do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), parte de um amplo programa estratégico brasileiro, contempla a construção da infraestrutura industrial e de apoio à operação e manutenção de submarinos, em Itaguaí (RJ), com a construção de quatro submarinos convencionais de propulsão diesel- elétrica, com objetivo de capacitar e preparar a infraestrutura visando o projeto e a construção do primeiro Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear brasileiro. O Riachuelo, o primeiro da série, já está incorporado à força. O Humaitá, está em fase de testes. Ainda faltam o Tonelero e o Angostura. A introdução de modernos submarinos na Esquadra Brasileira, representam um importante ganho na capacidade dissuasória e de defesa nacional, garantindo vantagem tática e estratégica na proteção da nossa rica Amazônia Azul.
O Submarino de propulsão nuclear com armamento convencional, representa um verdadeiro salto nas capacidades tecnológicas brasileiras, contribuindo no campo técnico-científico, no campo do domínio de diferentes capacidades industriais, além do retorno econômico e geração de empregos. O PROSUB avança enfrentando diferentes desafios, desde a demanda pelo domínio de alta tecnologia e a complexidade que representa o desenvolvimento de um submarino, até o desenvolvimento de toda uma capacidade tecnológica no campo nuclear, o que inclui o desenvolvimento e a fabricação do reator e de toda a Planta Nuclear Embarcada (PNE). O PROSUB é um dos maiores programas de capacitação industrial e tecnológica já observado pelo setor da indústria de defesa brasileira.
A Tribuna - SP 04/10/2023
O novo edital de arrendamento transitório do Porto de Itajaí foi um dos principais assuntos debatidos durante a quinta reunião ordinária do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), na última sexta-feira (29). Os membros do CAP voltaram a se reunir na sede da Superintendência do Porto de Itajaí após um intervalo de quase quatro meses.
Em pauta, destaques voltados à gestão portuária como o novo edital de arrendamento transitório, atualmente em curso e conduzido pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq); o planejamento do edital de arrendamento definitivo por 35 anos, que será realizado pelo Governo Federal ao Porto de Itajaí; situação atual do processo de desestatização/convênio de delegação e ou concessão do complexo portuário, entre outros assuntos.
Além disso, foram divulgados os nomes das pessoas que tomaram posse e passam a integrar o CAP como membros conselheiros: Ciro Eduardo Candido Silva, Antônio Carlos Bandeira Guimarães Neto, Robison José Coelho, Jeferson Machado, Henry Uliano Quaresma, Cláudia de Paula Borges e Roberto Jacob Nicolau Mussi.
“Cada vez mais estamos presenciando em nossas reuniões uma maior participação de grupos que atuam na classe portuária, e, até mesmo tendo representantes da comunidade. À medida que as demandas vão surgindo, nos programamos, e após serem analisadas, partimos para serem deliberadas. Assim, percebemos que em geral, um certo amadurecimento desse conselho vem se formando, o que só resulta na união de forças para todos que atuam de forma direta ou indireta aqui no porto e complexo portuário, e, gostaria de contar sempre com o envio de sugestões por parte da sociedade junto as reuniões do CAP”, destacou a presidente da entidade, Flavia Nico Vasconcelos.
Na ocasião, compuseram a mesa de autoridades, representantes da Superintendência do Porto de Itajaí, Delegacia da Capitania de Portos de Itajaí (Marinha), Secretaria Estadual de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Intersindical Patronal por meio de categorias diversas dos Trabalhadores Portuários Avulsos (TPAs) e Mapa/Vigiagro (Unidade de Vigilância Agropecuária Internacional).
Participaram ainda do encontro, representantes da Praticagem, Ordem dos Advogados do Brasil Subseção Itajaí (Comissão de Direito Portuário) e OAB Seccional de Santa Catarina, Universidade do Vale do Itajaí (Univali), representantes de Sindicatos de Classe, representantes de TUPs (Terminais de Uso Privado), Portonave e SC Portos, e Prefeitura Municipal de Navegantes, estando representada pelo prefeito Liba Fronza.
Valor - SP 04/10/2023
A companhia tem tido dificuldades em descobrir novos campos de petróleo no Brasil nos últimos anos e está de olho no exterior para desenvolver novos projetos
A Petrobras está estudando como a Chevron Corp. conseguiu retomar as operações na Venezuela para ver se faz sentido para a estatal brasileira voltar a entrar no país rico em petróleo, disse o CEO Jean Paul Prates.
Faz “sentido geopolítico” que a Petrobras considere a expansão para a Venezuela e a Bolívia porque são países vizinhos com vasto potencial de petróleo e gás, disse Prates em entrevista televisionada na noite de segunda-feira. Prates disse que vê potencial para o gás natural na Bolívia, embora a produção esteja em declínio.
Prates alertou que a indústria petrolífera da Venezuela sofreu uma “extrema decadência”, acrescentando que a Petrobras não “carregará a Venezuela nas costas”.
A Petrobras tem tido dificuldades em descobrir novos campos de petróleo no Brasil nos últimos anos e está de olho no exterior para desenvolver novos projetos. A produção de petróleo no Brasil deverá começar a diminuir no final da década, a menos que sejam feitas novas descobertas.
Prates também mencionou países do Atlântico Sul, incluindo o Suriname e a Namíbia, como locais potenciais para investimentos offshore em petróleo e gás. Prates citou a China como um parceiro importante tanto para os projetos petrolíferos como para a transição energética. Ele espera que a Petrobras se associe a empresas chinesas para desenvolver projetos eólicos offshore e de hidrogênio verde no Brasil.
Petro Notícias - SP 04/10/2023
Por esse presente a Petrobrás não esperava. Justo hoje, no aniversário da companhia, recebe a informação da ANP que a produção de petróleo no mês de setembro foi menor 1,4 % e de gás, 4%. As informações são do Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural de agosto, que traz os dados consolidados da produção nacional. A produção total (petróleo + gás natural) foi de 4,392 milhões de barris de óleo equivalente por dia (MMboe/d). Foram extraídos 3,462 milhões de barris por dia (MMbbl/d), uma redução de 1,4 % na comparação com o mês anterior, embora com um aumento de 12,2% em relação a agosto de 2022. A produção de gás natural em agosto foi de 147,86 milhões de metros cúbicos por dia (MMm³/d). Houve queda de 4 % frente a julho de 2023, mas em elevação de 5,6% na comparação com agosto de 2022.
A produção total (petróleo + gás natural) no pré-sal, em agosto, foi de 3,282 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d) e correspondeu a 74,7% da produção brasileira. Esse número representa uma redução de 2,3% em relação ao mês anterior e aumento de 10,6% na comparação com o mesmo mês de 2022. Foram produzidos 2,591 milhões de barris diários (bbl/d) de petróleo e 109,73 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) de gás natural por meio de 141 poços. Em agosto, o aproveitamento de gás natural foi de 97,5%. Foram disponibilizados ao mercado 53,05 milhões de m³/d e a queima foi de 3,77 milhões de m³/d. Houve queda de 11,8%, na queima, em relação ao mês anterior, e aumento de 14,4% na comparação com agosto de 2022.
Em agosto, os campos marítimos produziram 97,7% do petróleo e 86,1% do gás natural. Os campos operados pela Petrobrás, sozinha ou em consórcio com outras empresas, foram responsáveis por 88,30% do total produzido. A produção teve origem em 6.335 poços, sendo 522 marítimos e 5.813 terrestres. No mês de agosto, o campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, foi o maior produtor de petróleo e gás, registrando 760,16 mil bbl/d de petróleo e 35,41 milhões de m³/d de gás natural. A instalação com maior produção de petróleo e gás natural foi a FPSO Guanabara na jazida compartilhada de Mero, com 180,555 mil bbl/d de petróleo e 11,61 milhões de m³/d de gás.
Valor - SP 04/10/2023
Estatal realiza estudos no local e aguarda a realização do leilão pela Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural (ANP) em 13 de dezembro
A Petrobras irá avaliar a aquisição de blocos exploratórios na Bacia de Pelotas, segundo o diretor de exploração e produção, Joelson Mendes. De acordo com ele, a estatal realiza estudos no local e aguarda a realização do leilão pela Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural (ANP) em 13 de dezembro. A bacia tem áreas em águas rasas e profundas, afirma.
Questionado se a região no Sul do país poderia dividir espaço nos investimentos da petroleira com a Margem Equatorial, Mendes afirma que a Petrobras tem capacidade para explorar as duas áreas. “Dá para explorar as duas coisas ao mesmo tempo, mas temos que passar pelo procedimento do leilão”, afirmou a jornalistas, após evento de 70 anos da empresa.
Na véspera, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que a Bacia de Pelotas foi deixada de lado por ter sido descoberta na mesma época que o pré-sal, mas que ainda é uma opção a ser considerada pela estatal.
CNN Brasil - SP 04/10/2023
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, entende que “faz sentido” a companhia avaliar oportunidades de negócios na Venezuela e na Bolívia.
Prates defende a avaliação por causa do potencial dos dois países no setor petrolífero, negando que a questão seja influenciada por visões políticas.
“Faz sentido para a Petrobras voltar a olhar para os países mais ricos em reservas de hidrocarbonetos”, afirmou Prates, durante entrevista no programa Roda Viva, na TV Cultura, na noite da segunda-feira (2).
Em relação à Venezuela, o executivo afirmou que a deterioração da indústria petroleira local torna o país atrativo para a Petrobras.
“[O cenário] não é bom para o país, embora seja algo a se olhar, mas não é a Petrobras que vai carregar a Venezuela nas costas”, afirmou Prates.
Quanto à Bolívia, o presidente da Petrobras destacou a importância de parcerias com o país na área do gás.
“Nós temos um gasoduto, temos uma ponte ligando a Bolívia, e os regimes contratuais foram se deteriorando a ponto dos investimentos terem caído. Aparentemente, as reservas locais acabaram, mas ainda há reservas de gás no país, importantes para conectar a oferta com São Paulo.”
Valor - SP 04/10/2023
Para Rodolfo Saboia, área é estratégica para manter o país como exportador mesmo com o declínio do pré-sal
Rodolfo Saboia: sem Margem Equatorial, país será importador de óleo bruto — Foto: Leo Pinheiro/Valor
A exploração de petróleo na Margem Equatorial, faixa costeira do Amapá ao Rio Grande do Norte, é estratégica para manter o país como exportador mesmo com o declínio da produção das reservas do pré-sal, avalia o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Rodolfo Saboia. O dirigente do órgão compartilha posição defendida pela Petrobras e pela ala do governo que trabalha pelo licenciamento do projeto, liderada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
“É nesse sentido que a exploração da Margem Equatorial ganha relevância. É a única nova fronteira com perspectiva de substituir a produção que vem hoje do pré-sal”, disse o diretor-geral da ANP, em audiência pública, na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado.
A atividade exploratória na região, especialmente em trecho do litoral do Amapá, é criticada pela corrente ambiental do governo, capitaneada pela ministra do Meio Ambiente, Mariana Silva. Ela defende a abordagem técnica do tema pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), que negou a licença para a Petrobras, em maio.
A liberação foi barrada porque o bloco exploratório estaria em área sensível do ponto de vista ambiental, relacionado à foz do Amazonas - maior rio do mundo em volume de água.
Saboia considera que, se o Brasil disser não à Margem Equatorial vai retornar à condição de importador de óleo bruto. O país exporta o volume de 1,5 milhão de barris por dia, de um total de um total 3,5 milhões produzidos em território nacional.
Para o diretor da ANP, não adianta pensar numa transição energética possível se parar de produzir petróleo. “Suprimir a oferta só vai resultar em elevação dos custos da energia”, afirmou, ressaltando que o impacto maior será sentido pelos “mais pobres”.
Aumentar produção para exportar implica optar pelo modelo errado de país.”
— Suely Araújo
Com análise técnica concluída na última sexta-feira, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, assinou nesta semana o licenciamento de dois blocos exploratórios da Petrobras na bacia Potiguar. De acordo com órgão ambiental, o licenciamento de projetos na Margem Equatorial não foi paralisado. Ao todo, 21 licenças ambientais foram assinadas para a região.
O potencial das reservas tem feito países vizinhos correrem para aproveitar a demanda mundial pela commoditie, que ainda se mantem em alta. É o caso da Guiana, que teve um salto de crescimento econômico associado à indústria de petróleo em áreas da Margem Equatorial.
Suely Araújo, especialista sênior em políticas públicas do Observatório do Clima, defende que não precisa expandir a produção de petróleo em novas fronteiras para atender à demanda interna.
“Em plena crise climática, a decisão de aumentar a produção de petróleo para exportar implica optar pelo modelo errado de país. O Brasil tem caminhos muito diferentes para trilhar em termos de geração de renda, que se pautem pela descarbonização e pela proteção ambiental”, disse Araújo, ex-presidente do Ibama.
Ela lembra que um bloco perfurado hoje, “se tudo der certo”, só produzirá depois de 2030. “Esperar esse prazo para obter recursos para a transição energética é apostar na derrota da humanidade na luta contra a crise climática”, ressaltou, ao Valor.
Durante a audiência, Saboia disse aos senadores que existia uma “visão romântica” sobre a transição energética até a guerra na Ucrânia. Antes, se imaginava que a substituição dos combustíveis fósseis pelas fontes renováveis seria “suave”. Para ele, porém, a mudança vai impactar preços, especialmente se houver algum “descompasso” na oferta entre os diferentes combustíveis.
De acordo com o diretor, o conflito no Leste Europeu mostrou a “complexidade” em torno da segurança energética, por causa do ainda elevado nível de dependência dos combustíveis fósseis. Em alguns momentos da guerra, a restrição na oferta de gás natural da Rússia gerou risco de desabastecimento e forte elevação de preços da energia.
“Essa transição energética será cara. Diferentemente de transições energéticas passadas, que foram movidas pela eficiência econômica, essa vai ser movida por um impulso ambiental. Requer a substituição de algo que é eficiente hoje, o combustível fóssil, por algo que não é, mas que não impacta o meio ambiente.”.
Ressalta que não existe uma “bala de prata” para substituir os combustíveis fósseis, pois a solução passará por adotar um conjunto de fontes renováveis. “É um desafio a mais, porque requer uma capacidade de articulação de políticas governamentais complexas.”
Money Times - SP 04/10/2023
A Petrobras (PETR4) deverá investir cerca de 300 milhões de dólares na perfuração de dois poços exploratórios de petróleo e gás em águas profundas da Bacia Potiguar, cujas licenças ambientais foram emitidas na segunda-feira pelo Ibama, afirmou à Reuters o diretor de Exploração e Produção, Joelson Falcão Mendes.
É a primeira licença desde 2013 concedida para perfuração na Margem Equatorial brasileira, uma extensa área que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá, considerada uma nova fronteira exploratória de petróleo e gás.
O primeiro poço previsto, Pitu Oeste, será perfurado a 52 km da costa, no bloco BM-POT-17, com início entre outubro e novembro, depois que a sonda NS-42 que está no Rio de Janeiro for preparada e enviada para locação.
“A sonda chegou aqui no Rio hoje (segunda-feira) para fazer a limpeza do casco, o que pode demorar de duas a quatro semanas. Terminando, a gente desloca a sonda para lá”, disse Mendes, em uma entrevista na noite da véspera, pontuando que o investimento na perfuração é uma média e dependerá do tempo de duração efetivo das perfurações.
A previsão é que ambos os poços demandem cerca de quatro a cinco meses para serem realizados. O segundo poço licenciado, chamado Anhagá, será perfurado no bloco POT-M-762, próximo ao primeiro, segundo o diretor.
Chamada geral (02)
Com a pesquisa exploratória em Potiguar, a companhia planeja obter mais informações geológicas da área para avaliar a viabilidade econômica e a extensão da descoberta de petróleo realizada em 2013 no poço de Pitu.
Pitu já havia recebido um poço de extensão, também com descoberta, em 2015, o último a ser realizado em toda a Margem Equatorial brasileira, onde o avanço exploratório divide opiniões no governo, uma vez que a região tem grande potencial para descobertas de petróleo, mas também enormes desafios socioambientais.
Foz do Amazonas
A aprovação em Potiguar vem após o Ibama ter negado em maio a perfuração de um poço na Bacia da Foz do Rio Amazonas, no litoral do Amapá, alegando que a companhia não teria cumprido pré-requisitos. A Petrobras, por sua vez, propôs melhorias no plano de exploração e apresentou recurso. O Ibama não tem um prazo exato para responder.
Mendes afirmou que a Petrobras tem a expectativa de que o Ibama a libere em breve para realizar um simulado de acidente no Amapá, denominado Avaliação Pré-Operacional (APO), o que seria um último passo antes de obter a licença de perfuração na região.
“Nossa expectativa é de, quem sabe, antes de a gente terminar o primeiro poço (em Potiguar), o Ibama já se manifeste com a hipótese de a gente deslocar a sonda para lá (Amapá) para fazer a APO”, disse Mendes.
O aval nesse prazo, segundo Mendes, facilitaria o planejamento da estatal para o simulado na Foz do Amazonas, onde a sonda será necessária, assim como diversos outros recursos e aparatos, incluindo profissionais, aeronaves, ambulâncias, veículos, embarcações, dentre outros.
“A gente entende que nós atendemos a todos os requisitos técnicos, que todas as últimas dúvidas que o Ibama teve a gente conseguiu sanar…, então a gente não vê nenhuma razão técnica para que não nos seja concedida a autorização para fazer a Avaliação Pré-Operacional lá, para que possamos testar toda a nossa capacidade de resposta”, disse Mendes.
“Como a gente está tecnicamente seguro, e a gente deu todas as informações ao Ibama, a gente entende que isso é possível.”
Os poços na Foz do Amazonas e em Potiguar fazem parte de uma ampla campanha exploratória de um total de 16 perfurações previstas pela petroleira para a Margem Equatorial em cinco anos, com investimentos de cerca de 3 bilhões de dólares.
Mendes adiantou que o Plano Estratégico quinquenal da petroleira, cuja atualização será publicada no fim deste ano, manterá o investimento previsto.
Época Negócios - SP 04/10/2023
A fabricante de máquinas agrícolas Jacto informou nesta terça-feira, 3, em nota, que vai utilizar a rede de internet 5G para construir uma fábrica inteligente no município de Pompeia (SP). Para tanto, selecionou a Nokia para implementar uma rede privada sem fio de nível industrial.
A rede, informa a Jacto, conectará toda a extensão da empresa, com alta capacidade e latência ultrabaixa.
"Será a primeira da América Latina para o setor de maquinário agrícola", garante a fabricante.
A nova unidade terá 96 mil metros quadrados e abrigará um sistema de pintura automatizado, manuseio autônomo de veículos e um sistema de armazenamento automatizado.
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