Infomoney - SP 04/08/2023
As siderúrgicas brasileiras não tiveram um segundo trimestre positivo e – ainda por cima – enxergam um fator adicional jogando contra: as importações de aço. Com a demanda caindo no mundo e a economia chinesa vacilante, fabricantes globais do produto vêm elevando suas vendas ao Brasil, diante da “falta de proteção” da indústria local.
O segmento de aço no Brasil está pouco aquecido, bem como o da China, o principal comprador deste produto no mundo, com a reabertura frustrando, destacaram os analistas do JP Morgan. Além do impacto no faturamento, este cenário leva à uma pressão adicional nos custos, gerando menor diluição das despesas e reduzindo as margens das siderúrgicas brasileiras.
“Há uma demanda enfraquecida. Estamos vendo com preocupação alguns fatores, como elevada taxa de juros e a importação de produtos acabados, que se incrementou sensivelmente”, disse Marcelo Chara, diretor executivo (CEO) da Usiminas, na teleconferência da companhia, realizada há uma semana.
Nesta quinta-feira (3) foi a vez da CSN (CSNA3) mencionar excessos de facilidades à importação de aço.
“A pressão de importados dificultou muito nossa vida. Não foi fácil segurar os preços, mas estamos vendo melhora no segundo semestre”, comentou Benjamin Steinbruch, diretor presidente da Companhia Siderúrgica Nacional.
Logo após, o executivo defendeu que a defesa comercial não é algo ilegal. “É uma proteção inexistente no Brasil. É algo que precisa melhorar muito. Todo país tem isso”, disse Steinbruch.
Os produtores siderúrgicos estrangeiros aproveitaram o real mais fraco e o baixo preço do aço no mercado externo, fruto de uma baixa demanda, para ganhar espaço no Brasil.
Siderúrgicas enxergam invasão de importados
De acordo com dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, de janeiro a abril o volume de aços planos importados pelo Brasil aumentou 18,5% no ano, para 659,5 mil toneladas.
Em abril esse número saltou 46,7%, chegando a 161 mil toneladas. A China foi o maior vendedor para o mercado brasileiro, com 55% das vendas.
Segundo os executivos das duas companhias, a metalúrgicas chinesas estão operando com margens negativas – e impossíveis de serem batidas.
As duas concorrentes nacionais esperam que no segundo semestre, porém, que a situação melhore.
“Apesar de a produção no primeiro semestre por lá ter sido bastante alta, eles vão, no segundo semestre, restringir a produção para voltar a combater a poluição. Além disso, a margem da indústria chinesa opera negativa, praticamente insustentável”, comentou o CEO da CSN, mencionando também a esperança de estímulos na China minguarem a vinda de aço de fora para o Brasil.
Investing - SP 04/08/2023
A CSN (BVMF:CSNA3) está produzindo aço em ritmo maior desde julho, após um primeiro semestre em que enfrentou problemas operacionais em sua usina no Rio de Janeiro, e espera conseguir manter os preços da liga no mercado interno no curto prazo, apesar do forte aumento das importações no Brasil.
Porém, como a empresa está vendo uma tendência de alta nos preços do aço na China nos próximos meses, a companhia vai avaliar um eventual aumento no Brasil em setembro, disse nesta quinta-feira o diretor comercial da CSN, Luis Fernando Martinez, em conferência com analistas.
"Vamos lutar muito para ter estabilidade de preços e, dependendo do que acontecer na China, poderemos pensar em realinhamento de preços no Brasil para setembro", disse Martinez. "Chegamos a ter margem de 500 dólares por tonelada e hoje caiu muito. Vamos ter que puxar (o crescimento de margem) de alguma maneira com redução de custos e tentar recuperar um pouco com o preço", acrescentou.
Segundo o executivo, a tendência de alta nos preços de aço da China decorre de uma previsão de produção menor no segundo semestre por preocupações ambientais, produção atualmente com margens negativas e pacote de estímulo econômico do governo.
Money Times - SP 04/08/2023
A CSN (CSNA3) divulgou o balanço do segundo trimestre na noite desta quarta-feira (2). Em paralelo, a holding soltou os números trimestrais de sua controlada CSN Mineração (CMIN3).
Contrariando as estimativas mais pessimistas, as empresas conseguiram entregar resultados acima do esperado, apesar da desaceleração no período.
Apesar disso, os papéis recuam nesta quinta (3), seguindo a baixa nos preços do minério de ferro na Ásia. Novamente, a commodity caiu nas Bolsas de Dalian e Cingapura, em meio a preocupações com a produção e demanda da China por aço, além do problema envolvendo a recuperação do mercado imobiliário local.
O que agradou
O Bradesco BBI avalia que os resultados da CSN foram impulsionados pelos segmentos de mineração e logística, com o volume de minério de ferro posicionando a companhia no caminho certo para entregar seu guidance de 39-41 milhões de toneladas em 2023.
“Também gostamos do desempenho do volume da divisão de aço, que se recuperou 10% sequencialmente, muito melhor do que os concorrentes”, acrescentam Thiago Lofiego, do BBI, e Renato Chanes, da Ágora Investimentos, em relatório.
Por outro lado, os analistas levantam que números mais fracos das pressões de custos e do mercado de exportação prejudicaram a lucratividade da CSN no trimestre.
Segundo o Inter Research, embora os números consolidados apresentados sejam mais fracos, é possível perceber uma melhora no desempenho operacional da CSN, que está em fase de normalização após um “início de ano mais complicado”.
“A empresa apresentou aumento de volumes de vendas em todas as suas operações, com destaque para o volume recorde de produção e vendas na mineração e as vendas de produtos siderúrgicos no mercado interno, a despeito do crescimento dos volumes importados no período”, diz a instituição.
Na avaliação do Inter, o bom desempenho operacional deve continuar, com o suporte de menores pressões de custos para o próximo semestre.
O Itaú BBA destacou uma geração de caixa sequencialmente mais forte, de R$ 745 milhões para a CSN no segundo trimestre (vs. queima de caixa de R$ 2,1 bilhões no primeiro trimestre do ano).
Por outro lado, a dívida líquida registrou aumento sequencial a R$ 31,5 bilhões, o que mitiga o impacto da apreciação da moeda real na dívida em dólar da empresa, levantam os analistas.
“Isso, somado com um Ebitda de 12 meses menor, levou a uma dívida líquida/Ebitda a 2,8 vezes no segundo trimestre de 2023 (de 2,5 vezes no primeiro trimestre), acima do alvo de alavancagem financeira de 1,75-1,95 vez para 2023”, comenta o BBA.
Vale a pena comprar as ações?
O BBA segue com recomendação de “underpeform” (desempenho esperado abaixo da média do mercado, equivalente a “venda”), com preço-alvo de R$ 11, o que implica potencial de queda.
Já o BBI diz que CSNA3 não está particularmente cara, negociada a 4,6 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) para 2023. Ainda assim, a corretora enxerga maior potencial de valorização em teses como a de Gerdau (GGBR4) para exposição ao aço e Vale (VALE3) ou CSN Mineração para se expor ao minério de ferro.
O Inter tem recomendação de compra para a holding e sua controlada. Além da melhora operacional, o banco mantém a visão mais construtiva na siderurgia, com expectativas de recuperação da demanda ao longo do ano. O preço-alvo de CSNA3 é de R$ 19/ação e de CMIN3 de R$ 7/ação.
A Genial Investimentos, mesmo com dinâmicas positivas para a geração de caixa das empresas, prefere adotar uma posição de cautela.
A CSN, explica a corretora, corre atrás para recuperar a confiança dos investidores institucionais. A geração de valor a partir dos projetos de crescimento que concretizam a tese deve acontecer em um momento em que as curvas de referências estarão mais arrefecidas, avalia.
Enquanto isso, a CSN Mineração precisará buscar, para além do aumento de volumes, maior penetração de minério high grade ao longo do tempo, de forma a blindar um pouco mais o preço realizado, completa. A recomendação para os papéis é de “manter”.
Metrópole Online - SP 04/08/2023
Nesta quinta-feira (3), os trabalhadores da fábrica Gerdau, de Pindamonhangaba, votam uma proposta layoff negociada entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos. Se for aprovada, a medida irá envolver 220 trabalhadores do setor de Construção Mecânica, que está ligado ao ramo automotivo, e terá início no dia 1º de setembro. Assembleias irão ocorrer em todos os turnos de trabalho.
Durante o programa, os trabalhadores terão os contratos de trabalho suspensos e farão cursos de qualificação. O governo paga uma parte dos salários e a Gerdau vai completar até atingir 80% dos salários.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, na negociação foi possível avançar em várias questões, principalmente sobre o Vale Alimentação, de R$ 300, que continuará sendo pago para quem estiver no programa. Os funcionários também terão garantia de emprego pelo mesmo período de afastamento e os descontos do convênio médico serão congelados.
Segundo o presidente André Oliveira, na unidade já existe um acordo com o sindicato sobre o banco de horas. Esse acordo deu flexibilidade para a empresa e permitiu adiar por cinco meses essa discussão do layoff.
“Em março a gente já estava discutindo a queda na produção, deu pra segurar bastante com o banco de horas. Agora a gente está precisando ir para o layoff assim como outras unidades já estão. O Sindicato insistiu nessa questão do vale alimentação. É justamente a hora que o trabalhador mais precisa. Felizmente conseguimos avançar. Está sendo possível manter os empregos e amenizar o impacto das medidas”, disse.
A unidade de Pinda atua no ramo de aços especiais e hoje tem 2.600 funcionários.
Brasil Mineral - SP 04/08/2023
A CSN investiu R$ 991 milhões no segundo trimestre de 2023, ou 33% a mais do que no trimestre anterior, com destaque para os reparos nas baterias de coque na UPV, avanços nos estudos de novas baterias e manutenções gerais nas operações de siderurgia. No segmento de mineração, destacam-se os avanços nos projetos de expansão (P15, Recuperação de rejeitos das barragens e Tecar), além de manutenções para aumento de produtividade, acompanhados de investimentos correntes nas operações de Cimento e Energia.
No período, a empresa registrou receita líquida de R$ 10,989 bilhões, um aumento de 4% quando comparado com o mesmo trimestre de 2022. Sobre o primeiro trimestre houve redução de 2,9%, por causa dos preços realizados no setor de mineração, que acabou por compensar o recorde de vendas verificado no segmento e as melhoras operacionais observadas nos segmentos de siderurgia e cimentos.
No trimestre, o EBITDA ajustado foi de R$ 2,263 bilhões (-29% sobre o 1T), com uma margem EBITDA ajustada de 19,8% ou 7,6% inferior à registrada no primeiro trimestre do ano. Essa redução de rentabilidade é consequência direta da piora dos preços do segmento de mineração que, mesmo com um melhor volume de vendas, acabou por apresentar um EBITDA bem mais baixo no período. Além disso, o aumento de custos com matérias-primas na produção siderúrgica e cimenteira também contribuiu para a redução de margens no trimestre. Em relação ao segundo trimestre de 2022, o EBITDA ajustado caiu 31% e a margem recuou quase 10%.
A CSN registrou lucro líquido de R$ 283 milhões no trimestre e reverteu o prejuízo de R$ 823 milhões do trimestre anterior, como resultado dos menores impactos na linha de outras receitas e despesas operacionais em razão do efeito positivo com o hedge de minério, além da reversão de provisão com IR/CSLL verificado no período. Sobre o segundo trimestre de 2022, ocorreu uma queda de 23% (R$ 369 milhões).
A companhia segue com o objetivo de alongar o prazo de amortização, com foco em operações de longo prazo e no mercado de capitais local. Entre as principais movimentações do período, o destaque ficou para a 14ª emissão de debêntures simples no valor total de R$ 700 milhões, com o objetivo de investir em infraestrutura ferroviária, no setor de logística e transporte.
A CSN produziu 732 mil toneladas de placas no trimestre, 2,2% inferior em relação ao trimestre anterior, como consequência do menor volume de compra de placas de terceiros, uma vez que a produção própria subiu com a normalização da operação verificada ao longo do trimestre. Por sua vez, a produção de laminados planos atingiu 775 mil t, crescimento de 10,3% em relação aos três meses iniciais de 2023, o que reflete a normalização do processo produtivo e trazendo a produção para números mais próximos dos períodos anteriores. Já as vendas totais somaram 1.051 mil toneladas no segundo trimestre de 2023, volume 1,8% superior ao registrado no primeiro trimestre. No mercado externo, as vendas somaram 312 mil toneladas e caíram 14,3% em relação aos três meses iniciais de 2023, como resultado de uma dinâmica mais fraca do mercado europeu.
Valor - SP 04/08/2023
Companhia encerrou o segundo trimestre com 2,78 vezes na relação de dívida líquida sobre o Ebitda; meta do CEO, Benjamin Steibruch, é de 1,95 vez no final do ano.
Fonte: “CSN desembolsou R$ 13 bilhões com aquisições de cimento e energia e em dividendos entre setembro e maio” — Foto: Claudio Belli/Valor.
Há uma meta bem clara a todos na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN): reduzir até o final do ano o nível de alavancagem financeira da companhia, que atingiu no fim de junho 2,78 vezes na relação de geração operacional (Ebitda) e dívida líquida. O objetivo é baixar esse nível para 1,95 vez, informou nesta quinta-feira (03) o presidente da empresa, e também acionista, Benjamin Steinbruch.
A afirmação foi feita durante reunião virtual com analistas de bancos, após a divulgação do balanço financeiro e operacional do segundo trimestre, que trouxe resultados não tão alvissareiros como os vistos em 2021 e até parte de 2022. A dívida líquida atingiu R$ 31,45 bilhões, 50% acima do mesmo trimestre do ano passado.
Um dos problemas no negócio de aço, desde o início do ano, ocorreu na usina em Volta Redonda (RJ), impactando a produção e obrigando a empresa a comprar placas de aço de terceiros. elevando custos, além de gastos para correções dos equipamentos. Segundo Steinbruch, a empresa conseguiu estancar o problema, retomando a normalização desde o início de julho.
“Começamos o ano bastante atrapalhados e tivemos de trabalhar muito para corrigir o problema”, disse Steinbruch. “Agora estamos retomando o crescimento da produção de aço, levando a uma redução de custos, que se somará com a queda dos preços de matérias-primas. A empresa consome, entre outros insumos, minério de ferro, carvão, zinco e estanho.
A divisão siderúrgica, devido a esse impacto, viu sua margem do Ebitda recuar para 9,3% no trimestre e o montante a R$ 553 milhões. A empresa disse que conseguiu manter os preços do aço, mesmo com a pressão de baixa, local e mundialmente, forte.
No negócio de minério de ferro, o empresário disse que espera melhora nos preços com o plano previsto de reaquecimento da economia chinesa. “Batemos recordes de produção e vendas no segundo trimestre. Fomos afetados pela queda de preço. Agora, vamos tirar proveito dessa melhora que deverá vir [planos na China]”, disse.
“Nosso objetivo é manter um caixa na casa de R$ 15 bi, como um seguro”
— B. Steinbruch
Steinbruch comentou que a segunda parte do ano (julho a dezembro), historicamente, é de maior geração de caixa nos negócios da empresa e que isso vai contribuir para a desalavancagem. Ele justifica que a CSN desembolsou R$ 13 bilhões com as aquisições da cimenteira Lafarge-Holcim no país, os ativos de energia da CEEE e pagamento de R$ 2,7 bilhões em dividendos - tudo entre setembro passado e maio deste ano.
“Nosso objetivo é manter um caixa na empresa na casa de R$ 15 bilhões, como uma forma de seguro para o momento [mais difícil] das finanças mundiais. Vamos retornar aos nossos objetivos traçados, trabalhando para ter neste trimestre as margens históricas”.
Perguntado quando e como a companhia vai dar partida a novo plano estratégico de crescimento, Steinbruch afirmou: “Nada mudou”. O empresário ressalvou, no entanto, que no meio do caminho foram feitas as aquisições em cimento e energia, além de uma remuneração mais robusta aos acionistas. “Essas aquisições e esforços foram válidos. Agora, até o final do ano é fazer a desalavancagem [financeira] e recuperação de caixa”.
Segundo o empresário, a estratégia está mantida, inclusive com compra de ativos no exterior, mas esse caminho passa antes por algumas premissas e pilares. Ele cita atenção da CSN para ESG e inovação, foco na desalavancagem, estrutura de capital sólida e operação ajustada da siderúrgica em Volta Redonda. Garantidas essas prioridades, afirmou, abre-se espaço para oportunidades de crescimento, porém nos próprios negócios, aproveitando sinergias.
Steinbruch disse que várias iniciativas estão sendo tocadas na empresa. E não descartou buscar novamente a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) da CSN Cimentos (agora robusta, vice-líder do mercado, e operando ao nível de 13 milhões a 14 milhões de toneladas ao ano) e um sócio para a empresa energia adquirida no Sul. O desenho inicial previa ir ao leilão da CEEE meio a meio com a EDP.
Sobre ter ativos no exterior, vê como prioridade, mas observa: “Sem sacrificar a geração de Ebitda e o endividamento da CSN”.
Provocado por um analista sobre a saída da Nippon Steel do capital da Usiminas - principal concorrente da CSN -, tornando controlador da siderúrgica o grupo Ternium, Steinbruch disse que só confirmou o que a CSN sempre disse internamente, e agora é público: que o grupo ítalo-argentino sempre esteve à frente da gestão, desde que entrou na Usiminas, em 2012. A CSN é detentora de ações da rival mineira e foi à Justiça, sem sucesso, contra a Ternium, pedindo uma oferta pública de ações.
Veja - SP 04/08/2023
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu em meio ponto percentual a taxa básica de juros do Brasil. Com isso, a Selic está em 13,25% ao ano. Apesar da redução, o Brasil continua sendo o país com os juros reais mais altos do mundo.
De acordo com o ranking produzido pelo site MoneYou, a taxa de juros reais brasileira é de 6,68%. Logo atrás do Brasil está o México, com 6,64%, e completa o “pódio” dos juros reais mais caros a Colômbia, com 6,05%, em um levantamento com 40 países. A taxa de juros reais é a taxa “a mercado”. O cálculo leva em consideração a taxa nominal e a expectativa de inflação para os próximos doze meses, sendo considerada uma medida melhor para comparação com outros países. Essa é a sétima vez que o Brasil fica na liderança da lista de juros reais.
Levando em conta os juros nominais (sem descontar a inflação), a taxa brasileira caiu da segunda para a quarta posição – no mesmo patamar da Colômbia e atrás de Argentina (97%), Turquia (17,5%) e Hungria (15%).
As bolsas europeias e os futuros americanos negociam em baixa na manhã desta quinta-feira, 3. Os investidores ainda digerem o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos enquanto esperam por um novo aumento nos juros ingleses nesta quinta. No Brasil, o cenário é o oposto. O Banco Central surpreendeu ao cortar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual e sinalizar novos cortes de mesma magnitude nos próximos meses. Diego Gimenes entrevista Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do Banco Central e CEO da Mauá Capital.
CNN Brasil - SP 04/08/2023
O economista e professor da Unicamp, Pedro Rossi, fez nesta quarta-feira (3) críticas à postura do Banco Central (BC) nos últimos anos na condução da política monetária. Em entrevista à CNN, ele disse que há maneiras melhores de combater a inflação além do aumento dos juros.
“A lógica dos juros é de combater a inflação com desemprego. É preciso uma forma mais inteligente de se conter os preços, que preserve o poder de compra da população”, afirmou.
Segundo Rossi, “ao puxar o ‘freio de mão’, reduzir a fila do alimento e abaixar o preço, pessoas acabam passando fome no meio do processo. Não faz sentido”, reforça.
Além disso, Rossi ressaltou que a decisão de cortar os juros somente agora “é tardia”, já que a alta da taxa de juros faz a economia desacelerar.
Para o professor da Unicamp, a medida é um “passo adiante”. Contudo, apesar do corte de 0,5 ponto percentual superar as expectativas médias do mercado, – que esperava uma redução de 0,25 p.p. – Rossi afirma que a queda ainda não é suficiente e que “não é uma solução para o problema dos juros altos“.
“Provavelmente, as próximas reduções também serão de 0,5%. Agora, a duração a gente não sabe, então a gente pode continuar com as maiores taxas de juros do mundo. Ainda não temos perspectiva de sair dessa posição”, pontua o economista.
Postura do BC
Para Pedro Rossi, “o Banco Central dá sinais de muita cautela”. O problema apontado pelo economista é que quando se iniciou o ciclo de alta, os juros subiam a 0,75 p.p., mas no momento da queda o BC adota uma postura “conservadora”.
“É preciso repensar o ‘remédio amargo’, que é pouco efetivo para combater uma inflação que é efetivamente de custo”, diz Rossi.
O professor aponta que a inflação vista no Brasil é principalmente de custos relacionados ao consumidor. Segundo ele, o controle dos preços dos alimentos – que encarecem com a alta dos juros – não depende da taxação.
“Depende de elementos de custo. Como clima, produção e preços no exterior. A Selic não faz chover no campo”, disse Rossi. O economista afirma que no exterior já estão sendo revistas as maneiras de se controlar o preço dos alimentos.
“O combate a inflação precisa de uma caixa de ferramentas, quando eu vou colocar um parafuso, eu não pego um martelo para bater. O Banco Central acha que tudo é prego e usa o martelo pra todo tipo de inflação. É necessário olhar mais para variáveis como emprego e renda e não apenas para inflação”, conclui o economista.
Decisão do Copom
Pedro Rossi elogia a mudança de postura do presidente da instituição, Roberto Campos Neto, ao não seguir aliados e votar pelo corte maior de 0,5 p.p. O professor da Unicamp disse que Campos Neto foi “inteligente” ao “votar pelo meio”.
“Se ele votasse por uma redução menor do que a do novo entrante, principalmente o Gabriel Galípolo, que votou pela redução de 0,5, se conflagraria ali uma divergência que geraria especulações no mercado sobre um racha“, pontua.
Na última quarta-feira (2), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central votou pelo primeiro corte de juros depois de um ano de estabilidade.
A redução de 0,5% cortou a Selic, a taxa básica juros do país, de 13,75% para 13,25% ao ano. É a primeira queda em três anos.
Contudo, o Brasil continua sendo o país com os juros reais mais altos do mundo. Os juros reais são a conta que consideram a taxa de juros descontada da inflação, e, mais do que a taxa bruta, é o número que de fato tem efeito sobre a economia.
*Sob supervisão de Dimalice Nunes e produção de
Infomoney - SP 04/08/2023
O Índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês)do setor de serviços brasileiro recuou de 53,3 em junho para 50,2 em julho, atingindo assim o patamar mais baixo em cinco meses, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (3) pela S&P Global.
O PMI composto, que agrega dados de serviços e indústria, ficou em 49,6 em julho, caindo dos 51,5 do mês de junho e ficando abaixo da marca de 50,0 pela primeira vez em cinco meses.
Segundo a pesquisa, a demanda por serviços está visivelmente mais fraca para novos negócios, com a atividade quase estagnada. Os aspectos positivos destacados foram a manutenção da criação de empregos e a atenuação das pressões inflacionárias.
O subsetor de Finanças e Seguros liderou os rankings de crescimento, com Imóveis e Serviços Comerciais ficando na última posição no mês, disse a S&P Global.
Segundo Pollyanna De Lima, diretora associada econômica da S&P Global Market Intelligence, os dados mostraram um cenário preocupante, especialmente porque o setor estava sendo essencial para manter a economia como um todo em modo de expansão nos últimos meses.
“A demanda fraca por serviços diminuiu significativamente o crescimento da atividade, uma tendência que, se mantida, poderia pesar sobre o PIB do terceiro trimestre”, disse em nota.
Segundo ela, combinados com os resultados anteriores do PMI publicados para o setor industrial, os dados destacaram alguns elementos positivos e negativos. “A atividade econômica no setor privado retornou à contração em meio à quase estagnação de novos pedidos, enquanto as pressões sobre os preços diminuíram consideravelmente. Sinais de arrefecimento da demanda, em conjunto com o recuo das pressões inflacionárias na economia de serviços, poderiam levar a reduções na taxa básica de juros, talvez grandes e antes do previsto, especialmente com custos e preços do setor industrial em queda livre.”
IstoÉ Dinheiro - SP 04/08/2023
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Richmond, Tom Barkin, afirmou nesta quinta-feira, 3, que a leitura da inflação vista no mês passado “foi boa” e acrescentou esperar que ela “seja um sinal” para o futuro. Ele ressaltou que o objetivo do Fed “não é causar uma recessão”, mas reduzir a inflação, ainda “muito elevada”, para a meta de 2%.
As declarações foram dadas em discurso na Câmara de Comércio do condado de Montgomery, em Blacksburg, Virgínia.
Sem direito a voto nas decisões de política monetária deste ano, Barkin disse que uma lição dos anos 1970 é que, caso a inflação não seja controlada, ela retorna mais forte.
O dirigente notou que uma recessão ainda não ocorreu nos EUA, ao contrário de previsões anteriores, com o PIB ainda “sólido”, e disse também que o mercado de trabalho “continua notavelmente resiliente”, enquanto os consumidores continuam a gastar. Há poupanças do período da pandemia que ainda apoiam gastos, e a queda nos preços de gasolina colabora, notou, acrescentando que os gastos do consumidor perderam algum fôlego, mas ainda estão “longe de fracos”.
Barkin afirmou também que o esforço para conter a inflação, necessário, já leva alguns segmentos da economia a “mini recessões”, com desaceleração em setores mais sensíveis aos juros, como o imobiliário e o industrial. O setor imobiliário comercial está especialmente pressionado, apontou. Houve turbulências em bancos, mencionou ainda. “Mais desaceleração está quase certamente no horizonte”, afirmou, lembrando que programas de apoio fiscal da época da pandemia estão acabando e que há um atraso nos efeitos das decisões da política monetária.
O presidente do Fed de Richmond disse haver uma “versão plausível” de que a inflação se normalize em breve e que a economia evite “trauma adicional”. Ele lembra que tem havido muitas declarações sobre um potencial “pouso suave” na economia, e enfatizou que o objetivo do Fed não é provocar uma recessão, mas sim levar a inflação à meta. E mencionou que contatos dele em empresas dizem que, se houver recessão, ela deve ser “menos severa”.
O Estado de S.Paulo - SP 04/08/2023
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira, 2, sacramentou no mercado a avaliação de que o ritmo de cortes de 0,5 ponto porcentual da taxa Selic por reunião do colegiado será a “velocidade de cruzeiro” do ciclo de afrouxamento. Mas, entre economistas, há quem veja espaço para aceleração do ritmo a 0,75 ponto à frente - uma aposta que pode, inclusive, crescer no mercado de juros, conforme apurou o Estadão/Broadcast.
O colegiado reduziu os juros em 0,5 ponto porcentual, de 13,75% para 13,25%. A decisão não apenas foi dividida - vencedora por cinco votos, contra quatro que defenderam uma baixa mais amena, de 0,25 ponto -, como divergiu das expectativas da maioria dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast - de 88 instituições, 62 (70%) esperavam corte de 0,25 ponto, contra apenas 26 (30%) que previam baixa de 0,50. Essa foi a primeira divergência entre o Banco Central e o consenso do mercado desde março de 2021.
Apesar da decisão dividida, o comitê informou que seus membros “unanimemente” preveem reduções da mesma magnitude nas próximas reuniões. Como resultado, instituições como Banco BV, Barclays, BNP Paribas, G5 Partners e Warren Rena diminuíram suas projeções para a taxa Selic no fim de 2023, de 12% para 11,75% em todos os casos. As revisões incorporam a baixa 0,25 ponto porcentual maior do que o esperado em agosto, seguida por cortes de 0,5 ponto nas reuniões do Copom de setembro, novembro e dezembro.
O diretor de pesquisa para América Latina do BNP Paribas, Gustavo Arruda, classificou a decisão como um “corte hawkish”, ou duro, por conta do esforço da autoridade monetária para sinalizar um ritmo contido para os próximos ajustes. Na avaliação do analista, o mais provável é que a comunicação do Copom transforme os cenários de cortes de 0,75 ponto porcentual nas próximas reuniões em “riscos de cauda” embutidos nos preços de ativos, embora essa precificação possa crescer com o tempo.
“Entre os cenários possíveis, cortes de 0,5 ponto são a base, e tem um risco de cauda de 0,75 ponto, que pode aumentar à medida que o tempo vai passando. Eu entendo o que tentaram fazer, mas não tenho muita certeza sobre se isso vai mudar as coisas”, afirma Arruda.
Na mesma linha, o sócio e economista-chefe da Quantitas, Ivo Chermont, afirma que o Copom buscou adotar um tom “hawkish” para aparar as apostas de uma redução em ritmo maior, de 0,75 ponto porcentual. No entanto, a tendência é que o comunicado não seja suficiente para zerar as projeções. “Pessoalmente acho que o mercado vai ficar dividido entre 50 e 75 pontos-base, mas a probabilidade deve se concentrar bem no 50. A não ser que os dados comecem a vir maravilhosamente bem”, afirma.
O economista da ASA Investments Leonardo Costa avalia que a surpresa com a magnitude do corte em agosto abre a possibilidade de aceleração do ritmo de quedas, já que o BC poderia ter agido com maior “parcimônia” em um cenário desafiador, com os núcleos de inflação ainda elevados. Para o analista, uma redução da taxa Selic em 0,75 ponto porcentual já na próxima reunião do Copom, nos dias 19 e 20 de setembro, não pode ser descartada.
“Uma vez que o ciclo começou com um corte de 0,50 ponto e o BC está confiante em seu cenário, o risco é dar um pouco mais na próxima reunião, a depender do comportamento da inflação. Essa possibilidade não é o nosso cenário base, mas existe, sim. Está na mesa”, afirma Costa, que também reduziu de 12% para 11,75% a sua projeção para a taxa Selic no fim de 2023. / Cícero Cotrim, Eduardo Laguna, Mateus Fagundes, Aline Bronzati e Francisco Carlos de Assis
O Estado de S.Paulo - SP 04/08/2023
Bombardeado dia e noite pelo presidente Lula pela austeridade monetária, o presidente do BC dita o ritmo do ciclo de queda dos juros e Copom manda recado de que manterá ‘moderação’
O voto de Minerva do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que ajustou em 0,5 ponto porcentual o corte da taxa básica de juros (Selic), desarmou o discurso político do governo que atribuía a ele e à austeridade monetária do BC todas as mazelas econômicas do País. Não há como contestar o caráter técnico da decisão que reduziu a Selic para 13,25% ao ano, após um ano estacionada em 13,75%. Mas, ao mesmo tempo que reiterou o embasamento das decisões da autoridade monetária, Campos Neto esvaziou, ao menos por enquanto, as críticas políticas.
O resultado veio a galope. Meia hora depois do anúncio do corte, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dava entrevista na porta do Ministério. Não de improviso, como de costume, mas em um cenário montado, com púlpito e organização cuidadosa. Entre as costumeiras loas a projetos de governo, destacou o desempate de Campos Neto em um colegiado dividido entre o corte de 0,25 e 0,5 ponto porcentual. “É um voto técnico, calibrado, à luz de tudo o que ele (Campos Neto) conhece da realidade do País.”
O ministro deu a senha para o armistício do Planalto com o Banco Central. Desde o início do governo, Lula da Silva e assessores palacianos têm criticado a autonomia da instituição, ensaiando movimentos para derrubar a lei que a estabeleceu, em 2021, tendo como principal objetivo assegurar a estabilidade de preços. São a autonomia e a independência legal que permitem aos diretores do BC ignorarem tentativas de ingerência e fixarem a taxa básica de juros com base nos parâmetros de inflação, atividade econômica, política fiscal e comportamento das contas públicas, além do cenário externo.
Com base nesses critérios, o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou o “firme objetivo” de manter a política monetária contracionista até que a inflação convirja para a meta “no horizonte relevante”, ou seja, de 4,9% neste ano, 3,4% em 2024 e 3% em 2025. E, apesar de ter descrito, com todas as letras, que considera adotar o mesmo “ritmo apropriado” de queda nas próximas reuniões – serão mais três ainda neste ano –, desde que mantida a atual tendência para os mercados interno e externo, a decisão do BC já deu início a especulações no mercado financeiro em torno de cortes mais robustos à frente, na casa de 0,75 ponto porcentual.
Não parece ser essa a tendência. Mesmo com a sintonia evidente entre Haddad e Campos Neto, reiterada por ambos em diferentes ocasiões, a política monetária do BC deve caminhar de forma apartada dos pressupostos do governo. Obviamente, não em confronto. Afinal, o BC é também governo, embora com um presidente indicado pela gestão anterior, como rege um dos princípios da autonomia (mandatos não coincidentes).
Haddad e Campos Neto compõem, com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, o Conselho Monetário Nacional (CMN), que em sua reunião mais recente decidiu instituir o modelo de meta contínua para a inflação. Em vez do exercício fechado, de janeiro a dezembro, a meta terá um fechamento contínuo, com um horizonte de tempo de atuação que caberá ao BC definir. Podem ser 12, 18 ou 24 meses, por exemplo – o que estende também o prazo do planejamento para chegar ao objetivo estipulado.
As expressões “serenidade” e “moderação” substituíram “parcimônia”, usada pelo Copom no comunicado anterior. São praticamente sinônimos, mas, como se trata de definição sobre a dinâmica dos juros, qualquer nuance representa um grau a mais ou a menos de intensidade. Algumas preocupações permanecem, como a lentidão da queda da inflação neste segundo semestre, a desaceleração do PIB no próximo trimestre e as muitas incertezas no cenário externo. Não houve, desta vez, menção à política fiscal.
A ata da reunião, na semana que vem, trará mais detalhes. Mas, mesmo sendo “um voto de nove”, como costuma dizer, Roberto Campos Neto foi protagonista inquestionável da reunião do Copom, a primeira dos dois indicados pelo governo Lula da Silva, Gabriel Galípolo e Ailton Aquino. Mas essa foi, ao contrário do que se esperava, uma mudança que passou quase despercebida.
Infomoney - SP 04/08/2023
As encomendas à indústria dos Estados Unidos avançaram 2,3% em junho, na comparação com o mês anterior, para US$ 592,0 bilhões, informou nesta quinta-feira (3) o Departamento do Comércio. O resultado veio em linha com a previsão dos analistas ouvidos pela FactSet.
As encomendas à indústria de maio foram revisadas, para um avanço de 0,4% ante abril. Este resultado é superior à alta de 0,3% antes calculada.
Infomoney - SP 04/08/2023
Os contratos futuros de minério de ferro caíram nesta quinta-feira devido a novas preocupações com as restrições à produção de aço da China e as perspectivas de recuperação do setor imobiliário local em dificuldades, com o sentimento ainda mais prejudicado por inundações em Hebei, principal província siderúrgica.
O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange encerrou as negociações do dia com queda de 3%, a 810,50 iuanes (112,70 dólares) por tonelada, depois de atingir 808,50 iuanes, a cotação mais baixa desde 12 de julho.
Na Bolsa de Cingapura, o contrato de setembro de referência do ingrediente siderúrgico caiu 4%, a 99,70 dólares por tonelada, depois de atingir mais cedo 99,40 dólares, o menor valor desde 29 de junho.
Os preços de outros ingredientes siderúrgicos também recuaram, com as perdas na bolsa de Dalian aumentando durante as negociações da tarde em meio a rumores do mercado sobre restrições na produção de aço na China, a maior produtora de aço do mundo.
As inundações em Hebei causadas por chuvas recordes aumentaram as preocupações do mercado sobre a produção local de aço.
“Houve novas restrições de produção, que provavelmente serão mais efetivas, dadas as margens pouco atraentes das siderúrgicas”, disseram analistas da ANZ em nota.
As usinas siderúrgicas da província de Yunnan foram instadas a se preparar para reduzir a produção, a fim de cumprir um mandato do governo de limitar a produção de 2023 ao nível do ano passado, de acordo com algumas consultorias chinesas.
“Sinais limitados de novos estímulos políticos e fraqueza contínua nos mercados imobiliários residenciais na China” pesaram sobre o sentimento, disseram analistas da Westpac em nota.
O Regional - SP 04/08/2023
A cidade de Jaguariúna, está recebendo um dos maiores eventos do setor de construção civil do Brasil, ” O Brazil Equipo Show 2023. Iniciado no dia 1º de agosto, o evento realizado até esta sexta-feira (4) na Red Eventos, promete atrair milhares de visitantes e fomentar o turismo de negócios na região.
Com uma área impressionante de 300 mil m², o Brazil Equipo Show é um verdadeiro show de máquinas, reunindo cerca de 100 marcas líderes do setor para apresentar suas soluções inovadoras e permitir que o público possa vê-las em ação. O conceito do evento inclui estandes amplos, proporcionando espaço para fabricantes, revendedores e fornecedores de peças e serviços demonstrarem a operação dos equipamentos no próprio local.
O organizador e diretor da STO Feiras e Eventos, Guilherme Ramos, enfatizou que Jaguariúna foi escolhida como sede devido às suas excelentes condições de infraestrutura, tornando o evento mais atraente e acessível para expositores e visitantes.
Um dos grandes destaques do Brazil Equipo Show são as áreas externas destinadas às dinâmicas, incluindo test drives dos equipamentos. Além disso, uma emocionante arena está sendo palco de shows e apresentações realizadas por fabricantes e distribuidoras para exibir suas máquinas em pleno funcionamento.
Outro ponto alto do evento é o “Campeonato de Operadores Brasil Equipo Show”, uma competição emocionante onde profissionais do setor de construção civil irão demonstrar suas habilidades na condução de cinco equipamentos diferentes: Retroescavadeira, Escavadeira, Motoniveladora, Carregadeira de Rodas e Trator de Esteira . Os competidores mostrarão suas técnicas e conhecimentos, atraindo a atenção do público e proporcionando um espetáculo único.
Para garantir o conforto e a comodidade dos visitantes, o Brazil Equipo Show 2023 conta com quatro áreas dedicadas à alimentação, além de banheiros instruídos por toda a extensão do evento. O amplo estacionamento terá capacidade para 6 mil carros, e as áreas de exposição são tanto asfaltadas quanto gramadas, proporcionando uma experiência agradável aos visitantes.
A Red Eventos, local escolhido para sediar o evento, é um espaço tradicional na cidade de Jaguariúna, conhecido por realizar grandes eventos, como o famoso Rodeio de Jaguariúna. A localização estratégica do espaço permite fácil acesso a hotéis, shoppings e outros serviços, e sua proximidade com a cidade de São Paulo, a apenas 124 milhas de distância, facilita ainda mais a participação de expositores e visitantes de todo o país.
Os interessados em conhecer as últimas inovações e tendências do setor de equipamentos da construção civil ainda terão a chance de participar do Brazil Equipo Show 2023 , que estará aberto ao público das 10h às 18h até esta sexta-feira (4).
O evento promete oferecer uma experiência única, proporcionando a oportunidade de ver de perto as máquinas de última geração em ação, interagir com especialistas do setor e acompanhar uma competição emocionante entre os melhores operadores de equipamentos do país. O Brazil Equipo Show está consolidado como uma referência no calendário de eventos do setor e promete deixar uma marca significativa no mercado de construção civil do Brasil.
InfraRoi - SP 04/08/2023
O setor de mineração e o agronegócio são os dois segmentos que puxam a automatização e a conectividade de equipamentos pesados no Brasil. No primeiro, a preocupação maior é a segurança dos trabalhadores e a operação remota se mostra a melhor alternativa. Já o agro enxerga na tecnologia uma forma de alcançar maiores índices de produtividade.
Essa é a visão que a Ecco Soluções, integradora de tecnologia para motores, tem do setor de equipamentos brasileiro. A empresa distribui e implementa soluções de módulos eletrônicos da Deep Sea Electronics (DSE) no Brasil que trazem conectividade para motores, com sensores para detectar a saúde da operação e até para automatizá-la.
De acordo com o gerente comercial da Ecco, Thiago Martins, o mercado de agro puxa a demanda por equipamentos mais tecnológicos, o que obriga fabricantes de máquinas a irem atrás de soluções como a da DSE. “Com a implementação da nossa linha M, uma plantadeira consegue mapear a área de plantação e não semear mais de uma vez no mesmo local, por exemplo”, explica.
Isso porque a solução oferecida pela Ecco usa tecnologias como GPS e de câmeras para criar um mapa do local a ser semeado. Mesmo com um operador passando por um mesmo local, seja por questão de distração ou necessidade, ela não semeará novamente.
No caso da mineração, a demanda é por formas que tragam mais segurança ao trabalhador, por isso tecnologias de operação remota ganham mais espaço. Martins diz que essa mesma demanda surge no setor da construção, que vem caminhando mais rápido atrás de soluções de conectividade, ainda que o interesse não seja o mesmo dos segmentos já citados.
O gerente comercial também explica que, atualmente, a Ecco não trabalha tanto com a conectividade de equipamentos elétricos, mas a empresa já tem alguns projetos no mercado automotivo, onde está tentando entrar. A questão maior é de configuração do software que roda por trás dos sensores.
Para equipamentos elétricos, a empresa entende que a demanda do mercado brasileiro ainda é incipiente, com exceção do agronegócio, que enxerga nesse tipo de máquina uma forma de combater suas emissões de gases de efeito estufa.
Valor - SP 04/08/2023
As vendas de carros movidos a bateria representaram cerca de 13% das entregas do grupo durante o primeiro semestre.
A BMW AG está aumentando os gastos com o lançamento de carros elétricos depois que as entregas de veículos a bateria mais do que dobraram no primeiro semestre do ano.
O nível de interesse do comprador por EVs levou a montadora de carros de luxo “a investir mais do que originalmente planejado no segmento de mobilidade elétrica”, disse o diretor financeiro, Walter Mertl, na quinta-feira, acrescentando que os investimentos para a atual e para a próxima geração de EVs são “enormes”.
Durante o segundo trimestre, os gastos com desenvolvimento aumentaram quase um quinto, para 1,84 bilhão de euros (US$ 2 bilhões).
As vendas de carros movidos a bateria representaram cerca de 13% das entregas do grupo durante o primeiro semestre, lideradas pela demanda por modelos como o sedã i4 e o SUV iX3. No próximo ano, a proporção de entregas de veículos elétricos deve aumentar para pelo menos um quinto, disse a BMW.
As montadoras estão lutando para alcançar a Tesla Inc., que está se afastando na corrida global de vendas de EVs após cortes de preços agressivos. Na China, o mercado mais importante para a Volkswagen, BMW e Mercedes-Benz, fabricantes locais como a BYD Co. estão cada vez mais dominando as vendas de veículos elétricos.
A BMW manteve os preços globais estáveis para seus modelos puramente elétricos, disse o CEO, Oliver Zipse, em uma ligação com repórteres, acrescentando que a empresa está atualmente “bastante satisfeita” com seus preços de EV na China.
Todas os modelos de EV da BMW estão gerando lucro, o que deve aumentar à medida que a montadora começar a oferecer variantes puramente elétricas em seu segmento premium da série 7 e da série 5, disse Mertl.
Embora a demanda por seus carros de luxo permaneça forte, a BMW alertou que o aumento dos custos de peças está reduzindo seu fluxo de caixa, ao mesmo tempo que cita problemas de logística como uma restrição. A empresa incorrerá em custos mais altos com o aumento dos estoques para garantir o atendimento à demanda dos clientes, disse Mertl na quinta-feira em comunicado.
Várias montadoras enfrentam novas restrições logísticas depois que a escassez de semicondutores diminuiu, permitindo-lhes produzir mais veículos. A Volkswagen AG reduziu sua perspectiva de entrega na semana passada, já que a escassez de trens e motoristas de caminhão deixou os veículos acabados parados nas fábricas. A Porsche AG teve que restringir as vendas de seu Taycan elétrico depois de lidar com a dificuldade de fornecimento de certos componentes.
O lucro do grupo BMW antes de juros e impostos aumentou 28%, para 4,34 bilhões de euros, em comparação com o segundo trimestre do ano passado, superando as estimativas dos analistas de um resultado de 4,23 bilhões de euros.
Valor - SP 04/08/2023
Minicarro elétrico da Citroën será vendido no Brasil.
Fonte: O Ami transporta só duas pessoas e, na Europa, é guiado até por adolescentes — Foto: Divulgação
O Citroën Ami, primeiro veículo elétrico da marca no Brasil, não é um SUV, hatch compacto, tampouco um carro convencional, mas sim um quadriciclo elétrico com jeito de minicarro feito para o transporte em grandes cidades. O compacto, já testado pela “Autoesporte”, é vendido na Europa, onde pode ser pilotado por jovens a partir de 14 anos.
No Brasil a fabricante não revela quais serão as condições para circular nas ruas, porque sua homologação não será de carro.
Com 2,41 metros de comprimento e 1,39 m de largura, o veículo de duas portas comporta duas pessoas e pesa somente 485 kg. Seu conjunto mecânico utiliza um motor elétrico de 8 cv, que é alimentado por uma bateria de 5,5 kWh posicionada abaixo dos bancos.
Por ser um veículo feito exclusivamente para as cidades, a velocidade máxima se parece com as famosas scooters elétricas e não passa dos 45 km/h. A autonomia também não permite que o Ami saia do perímetro urbano, afinal, ele roda apenas 80 km (ciclo WLTP). Para carregá-lo, basta uma tomada de 220V para restaurar a autonomia completa em três horas.
Como é de se esperar de um quadriciclo, o interior é simples e bem funcional. Ele é todo revestido de plástico duro e equipado apenas com porta-celular, porta-copos, porta-objetos e um pequeno quadro de instrumentos digital que mostra velocidade, status do câmbio e nível da bateria. Como os antigos carrinhos ultracompactos, até mesmo o vidro não abre completamente: há apenas uma abertura basculante.
No mercado europeu o Citroën Ami é um verdadeiro sucesso de vendas, ao ponto de faltarem unidades nas concessionárias. Segundo a marca francesa, 83% dos clientes fazem uso pessoal do quadriciclo, enquanto os outros 17% são prestadores de serviço. O modelo francês custa até € 8,9 mil, cerca de R$ 45 mil na conversão direta.
A fabricante não deu detalhes sobre o lançamento do Ami por aqui. Por ora, afirmou apenas que virá para o Brasil e outros países da América do Sul.
Diário do Comércio - MG 04/08/2023
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) manteve decisão judicial favorável ao Estado para prosseguimento do projeto de construção do Rodoanel Metropolitano. O Rodoanel beneficiará milhares de moradores, principalmente da Grande Belo Horizonte, por meio da atração de investimentos, geração de empregos e redução do número de acidentes.
A via proporcionará benefícios diretos, como a diluição do tráfego da RMBH, redução do tempo de viagem entre 30 e 50 minutos e diminuição do fluxo de aproximadamente 5 mil caminhões na área urbana da capital. Outro impacto positivo está na segurança, com a estimativa de que cerca de mil acidentes sejam evitados por ano, com a requalificação da vocação do Anel Rodoviário de Belo Horizonte.
A decisão judicial reforçou que o traçado proposto pelo Estado foi realizado de maneira técnica e com contribuições da sociedade civil. Durante os últimos dois anos, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais (Seinfra-MG) realizou centenas de reuniões, encontros com municípios, associações, entidades do setor produtivo e demais interessados para detalhamento do projeto e esclarecimento de dúvidas. A secretaria promoveu oito audiências públicas, e o projeto ficou sob consulta pública por 113 dias.
Os desembargadores do TJMG analisaram recurso (agravo de instrumento) interposto pela Prefeitura de Betim, que teve pedido de liminar negado por juiz de primeira instância. O município defende um projeto alternativo.
“Sob o estrito aspecto da legalidade, ao contrário do que argumenta o recorrente (município), colhe-se dos autos que foram realizados estudos técnicos, bem assim audiências públicas e o traçado do ente estadual foi considerado mais vantajoso. Aliás, a guisa de ilustração, aponta o Estado que o projeto alternativo apresenta diversos problemas do ponto de vista socioambiental, vez que além de atravessar a Unidade de Conservação Rola Moça, também passa pela APA Sul, Estação Ecológica de Fechos, Parque Municipal de Fechos e cinco Áreas de Proteção Especial”, destaca o acórdão (sentença proferida em conjunto por desembargadores do TJMG).
O acórdão considera ainda que “ademais, referida questão já ensejou um prévio ajuste do próprio traçado proposto pelo Estado, em atenção à reivindicação de associações ambientalistas. Assim, prevalece a fundamentação do decisum recorrido, no sentido de que, neste momento processual, inexiste comprovação de que o traçado proposto pelo Município de Betim seria mais adequado à preservação do interesse público”.
Benefícios do Rodoanel
O Governo de Minas assinou o contrato de concessão do Rodoanel da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) com a empresa italiana INC S.p.A em março, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra-MG).
Para a economia da RMBH, a nova estrutura viária proporcionará um aumento de 7% a 13% do Produto Interno Bruto (PIB) em dez anos, crescimento da produção entre 0,8% e 1,3% no mesmo período, além da geração de até 15 mil empregos diretos e indiretos, expansão e desenvolvimento das cidades próximas ao Rodoanel. O Rodoanel terá cem quilômetros de malha rodoviária, composto por quatro alças (Norte, Oeste, Sudoeste e Sul), e vai passar por 11 cidades.
A Tribuna - SP 04/08/2023
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) prepara um projeto-piloto voltado à fiscalização de dragagem em portos públicos no próximo ano e Santos deve ser um dos contemplados. Serão analisados os contratos e as operações nos canais de navegação. O serviço consta no Plano Anual de Fiscalizações 2023 da agência, aprovado na última quinta-feira e que será publicado no Diário Oficial da União (DOU) na próxima semana.
O projeto-piloto será elaborado a partir das análises já em andamento no Porto de Itajaí (SC) e direcionará as fiscalizações de dragagem nos portos escolhidos, no ano que vem. Os complexos portuários que serão analisados ainda não foram definidos, mas Santos pode ser um deles. Para A Tribuna, o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, falou em "trabalhar para que os portos se tornem cada vez mais eficientes e produtivos”.
“Vamos direcionar uma série de fiscalizações em 2024 para identificar problemas nos contratos de dragagem e como as autoridades se preparam para tratar dessa questão. Serão analisadas as partes jurídica e operacional, se os contratos são cumpridos a contento, se a autoridade portuária está se preparando para fazer uma nova licitação, se antecipando e eliminando o gargalo que ocorre nos portos por falta de dragagem de manutenção e de aprofundamento".
Porto de Santos
Em nota à Reportagem, a Autoridade Portuária de Santos (APS) diz efetuar estudos para avaliar a melhor modelagem dos futuros contratos de dragagem. "A fim de garantir uma maior eficiência no planejamento e execução das intervenções, a APS está viabilizando um novo estudo detalhado para a atualização das taxas de assoreamento da infraestrutura aquaviária do complexo santista".
Levando em conta as projeções de crescimento de carga e navios, a gestora do Porto de Santos vem adotando medidas para viabilizar obras de dragagem de aprofundamento do canal de navegação a curto e médio prazo. No momento, encontra-se em elaboração o anteprojeto da dragagem de aprofundamento para 16 metros, que deve ser executada até o final de 2026. "Há previsão de que a publicação de um novo edital de dragagem de manutenção ocorra ainda este ano", finaliza a APS.
Plano de Fiscalizações
O Plano Anual de Fiscalizações 2023 da Antaq está dividido em cinco eixos temáticos: relatório de monitoramento do desempenho da administração portuária; mapeamento de iniciativas em governança ambiental, Social e corporativa (ESG); navegação marítima - análise qualitativa dos contratos de afretamento; navegação interior - caracterização de pontos de atracação; e identificação das causas de cobranças abusivas de sobrestadia de contêineres.
Segundo o diretor-geral da Antaq, “o planejamento é feito para orientar as nossas ações”, com o intuito de “aumentar a intensidade de fiscalizações em quem tem um número maior de infrações e desconformidades cometidas. Temos direcionado as fiscalizações às áreas temáticas para poder identificar as causas de problemas”.
Nery explicou que serão feitos diagnósticos “na parte operacional, questão financeira-orçamentária e gargalos operacionais, para que se tenha uma visão das causas que podem estar gerando gargalos de baixa produtividade, ineficiência para auxiliar, inclusive, na formulação de políticas públicas pelo Ministério de Portos e Aeroportos e direcionar a nossa regulação também. Já selecionamos cinco portos esse ano, incluindo Santos”.
Relator do processo, Nery explicou que a proposta apresentada pela área técnica não contempla sobrestadia de contêineres. “A gente já faz inúmeras fiscalizações durante o ano, provocadas por denúncias ou por iniciativa da própria agência. Grande parte delas a partir de denúncias, com base na nossa regulação, que estabeleceu os direitos e deveres dos usuários. A partir dela, os usuários passaram a provocar a agência com mais objetividade em relação a esse tema”.
Os portos de Santos, Manaus (AM), Suape (PE) e Rio Grande (RS) serão analisados sobre relatórios de monitoramento de desempenho das administrações portuárias. Já os terminais de Itapoá (SC), Portonave (SC) e Paranaguá (PR) serão fiscalizados em relação ao mapeamento de práticas ESG, sob as perspectivas de eficiência energética e redução de emissões; gestão de resíduos; proteção ambiental; engajamento com a comunidade local; e transparência e governança.
No terceiro eixo, que diz respeito à análise dos contratos de afretamento, dez contratos de cada grupo (cabotagem, longo curso, apoio portuário e apoio marítimo) serão analisados pela Superintendência de Fiscalização e Controle (SFC) da Antaq, todos referentes às autorizações concedidas em 2022.
Infomoney - SP 04/08/2023
A Arábia Saudita informou nesta quinta-feira (3) que fará a extensão do período de redução da produção de petróleo do país em 1 milhão de barris por dia até setembro. O país já tinha reduzido a produção local do produto em julho e não descarta aumentar o período de corte.
As informações são da agência de notícias estatal da Arábia Saudita, “Spa”.
O corte voluntário da Arábia Saudita deixará a produção de setembro em cerca de 9 milhões de barris por dia e “pode ser estendido ou estendido e aprofundado”, segundo o comunicado.
A decisão foi tomada de maneira unilateral pelo país, um dos principais líderes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). Na sexta-feira, o Comitê Ministerial Conjunto de Monitoramento da Opep+ deve realizar uma revisão online do mercado para avaliar o impacto das reduções na oferta.
O movimento da Arábia Saudita foi sentido no mercado de commodities, com o petróleo, que amanheceu em queda em meio a preocupações com a atividade econômica global, passando a registrar ganhos, ainda que amenizados posteriormente.
Após chegar a subir 2% com o anúncio, o contrato futuro de setembro do WTI subia 0,98%, a US$ 80,20 o barril, às 11h (horário de Brasília). Já o brent para outubro avançava 0,78%, a US$ 83,85 o barril.
O Estado de S.Paulo - SP 04/08/2023
A Petrobras fechou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 28,7 bilhões, 47% a menos do que há um ano. O resultado se deve a fatores como redução na produção de petróleo, queda na cotação internacional da commodity e valorização do real frente ao dólar. É também 24,6% menor do que o registrado no trimestre imediatamente anterior, segundo informou a companhia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quinta-feira, 3.
O tombo no preço do petróleo em relação a um ano atrás chegou a 31,1%. Na comparação com um ano atrás pesam ainda os chamados “efeitos não recorrentes”, receitas extras que a empresa teve em 2022 e que não se repetiram dessa vez, como valores oriundos da venda de ativos e do acordo de coparticipação em grandes campos do pré-sal (Sépia e Atapu).
Os dados mostram que também contribuiu para a piora no resultado o recuo na receita com combustíveis, ligada às seguidas reduções nos preços dos combustíveis da Petrobras, em que pese o aumento na produção das refinarias. A receita com a venda de petróleo e derivados somou R$ 113,8 bilhões, um recuo de 33,4% frente ao segundo trimestre do ano passado.
Esse foi o primeiro balanço trimestral com a diretoria escolhida por Jean Paul Prates à frente da companhia. Prates tem boa relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas vem sofrendo fritura política na Esplanada, sobretudo no Ministério de Minas e Energia, comandado por Alexandre Silveira (PSD).
Entre as rusgas, que começaram no início do ano, durante negociação pelas indicações ao Conselho de Administração da estatal, estão recentes acusações sobre baixa oferta de gás natural ao mercado nacional e o volume de dividendos a serem pagos aos acionistas.
Nesta semana, porém, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse publicamente que a cadeira de Prates não entra na cota de acomodação política da base aliada do governo e, portanto, não entra na reforma ministerial em discussão.
Os críticos do dirigente podem, agora, mencionar o lucro menor, mas os números já eram esperados pelo mercado financeiro em função da conjuntura e a leitura é que o resultado ainda é “sólido”.
Resultados
Além do lucro líquido de R$ 28,7 bilhões no segundo trimestre do ano, a receita de vendas no período caiu 33,4%, para R$ 113,8 bilhões, frente ao segundo trimestre de 2022.
Já o Ebitda, que mede a capacidade de geração de caixa da companhia, ficou em R$ 56,6 bilhões, uma queda de 42,3% contra o segundo trimestre do ano passado.
A dívida bruta da Petrobras alcançou US$ 57,9 bilhões no segundo trimestre de 2023, uma alta de 8,2% em relação à igual período do ano passado e 8,7% acima do registrado ao fim do primeiro trimestre do ano, em 31 de março. Já os investimentos ficaram em US$ 3,2 bilhões, uma alta de 5,5% ante o mesmo período do ano passado e 30,5% na comparação com o primeiro trimestre.
Valor - SP 04/08/2023
Presidente vai na contramão da visão do Ibama e de Marina Silva e defende que Amapá pode seguir ‘sonhando’ com exploração.
Fonte: Presidente Lula: “A gente precisa ver como explorar e evitar um desastre” — Foto: Eraldo Peres/Associated Press
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem que o governo não pode deixar de pesquisar a existência de petróleo na região conhecida como “margem equatorial”, faixa litorânea localizada no Norte do país, entre os Estados do Amapá e Rio Grande do Norte. Segundo Lula, o Amapá pode “continuar sonhando” com essa possibilidade porque, caso haja óleo e gás na região da foz do rio Amazonas, o Estado brasileiro vai discutir como explorar os recursos naturais sem causar nenhum prejuízo ambiental.
O presidente falou sobre o assunto durante entrevista concedida para rádios da região Norte, que o questionaram sobre o impasse. “É uma decisão que o Estado brasileiro precisa tomar [explorar petróleo no Amapá], mas o que a gente não pode é deixar de pesquisar. Primeiro, nós temos que pesquisar se tem aquilo que a gente pensa que tem lá. E quando a gente achar, a gente vai tomar uma decisão do Estado brasileiro - o que a gente vai fazer, como é que a gente pode explorar”, disse.
A afirmação de Lula vai na contramão do entendimento do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama, órgão que, recentemente, negou pedido da Petrobras para iniciar uma pesquisa sobre exploração de petróleo em águas profundas próximas à foz do rio Amazonas. Sobre isso, Lula foi além e disse que a decisão do Ibama “não é definitiva”.
“Vocês podem continuar sonhando. Tínhamos a Petrobras preparada para fazer pesquisa nessa região. O estudo do Ibama disse que não era possível, mas não é definitivo. A Petrobras pode corrigir essas falhas. A gente precisa ver como explorar e evitar um desastre, para não prejudicar nossa margem do oceano. Estamos vendo o Suriname explorando e vamos estudar como fazer para explorar sem prejudicar as espécies.”
“Estamos vendo o Suriname explorando e vamos estudar como fazer para explorar”
— Lula
O assunto tem gerado um racha dentro do governo petista. Lula e o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA), defendem que o Brasil não pode menosprezar o potencial de uma nova reserva de óleo e gás, caso essa possibilidade de fato seja confirmada. Já a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem dado respaldo ao Ibama na decisão de negar uma licença para a perfuração.
Em sua justificava, o Ibama menciona omissões na previsão dos impactos da atividade em terras indígenas da região do Oiapoque, no Amapá, e incertezas relativas ao plano apresentado pela Petrobras para atendimento à fauna em caso de algum episódio com derrame de óleo.
Além disso, o Palácio do Planalto tem sofrido pressão por parte da bancada do Amapá no Congresso. Os parlamentares defendem que é necessário derrubar ou reverter o parecer do Ibama que vai contra o projeto de exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas.
O assunto também desperta opiniões no meio ambiental e entre especialistas da área. “Pensando na perspectiva de investimentos da Petrobrás, uma S.A., que hoje deve considerar seriamente critérios ESG, como os riscos socioambientais, regulatório e reputacional, explorar petróleo na foz do rio Amazonas não deveria ser nem sequer uma opção, ainda mais com os estudos técnicos apresentados. Trata-se de uma área ambientalmente sensível”, defende Jean Marc Sasson, especialista em direito ambiental e sócio-fundador da Atmmos, startup que atua na área de compensação socioambiental.
Na mesma entrevista, Lula ainda acusou a Equatorial Energia, empresa concessionária responsável pela distribuição de eletricidade no Amapá, de “assaltar” os moradores do Estado por incluir na tarifa de energia “coisas do passado”. “O Bolsonaro privatizou a energia no Amapá e permitiu o maior absurdo tarifário de todos os tempos. Vou estudar com carinho a informação que recebi, mas a empresa que privatizou a energia do Amapá fez um assalto ao povo, colocando coisas no passado na questão tarifária”, defendeu após receber mensagem do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
A Equatorial Energia comprou a concessão da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) em 2021, pelo valor simbólico de quase R$ 50 mil. O preço abaixo dos padrões é justificado diante das dívidas elevadas da CEA. Apesar das críticas do presidente, as tarifas de luz praticadas no país são reguladas pela Aneel. Procurada, a Equatorial não comentou as declarações de Lula.
Valor - SP 04/08/2023
A Prio alcançou recorde de produção média de 91 mil barris de óleo por dia no segundo trimestre.
A Prio, antiga PetroRio, espera que o primeiro óleo seja produzido no campo de Wahoo no segundo trimestre do ano que vem. Segundo o diretor operacional da companhia, Francisco Francilmar Fernandes, o trabalho no campo localizado na Bacia de Campos está em desenvolvimento.
“Aguardamos a licença ambiental de perfuração pelo Ibama, que esperamos que saia nos próximos meses”, disse em teleconferência de resultados a investidores.
A Prio fechou o segundo trimestre com lucro líquido de US$ 184,5 milhões, uma alta de 32% na comparação com os US$ 139,9 milhões de igual período do ano passado.
A receita total da companhia entre abril e junho foi de US$ 532,4 bilhões, 41% maior que os US$ 377,3 milhões de igual período de 2022. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em US$ 331,8 milhões no segundo trimestre, 33% maior que os US$ 249,2 milhões de igual período do ano anterior.
A Prio alcançou recorde de produção média de 91 mil barris de óleo por dia no segundo trimestre.
Roberto Monteiro, presidente da companhia, reforça que Wahoo é um dos focos da companhia para os próximos meses, além da tentativa de melhorar a produção do campo de Albacora Leste. “Estamos começando a chegar a índices de eficiência que fazem mais sentido com os trabalhos que fazemos no campo.”
A Prio também está fazendo uma nova perfuração no campo de Polvo agora no terceiro trimestre.
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