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04 de Abril de 2023

SIDERURGIA

Diário do Comércio - MG   04/04/2023

A Gerdau, maior empresa brasileira produtora de aço, foi reconhecida, mais uma vez, pela pesquisa Mulheres na Liderança 2023, na categoria “Indústrias”, promovida pela ONG Women in Leadership in Latin America (WILL). A companhia foi destaque por suas ações e projetos voltados para a qualificação e incentivo à liderança feminina.

Desde que se tornou signatária da ONU Mulheres, a partir da assinatura dos Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPs – Women Empowerment Principles), em 2017, a Gerdau vem reforçando o seu compromisso de promoção de igualdade entre homens e mulheres.

“Desde então, evoluímos nossos esforços internos em promover a equidade de gênero e o empoderamento de mulheres. Temos trabalhado para aumentar a participação feminina no ambiente de trabalho e implementado diferentes ações para a construção de um ambiente mais diverso e inclusivo, bem como visando o desenvolvimento profissional das nossas colaboradoras”, afirma a líder global de diversidade e inclusão da Gerdau, Carla Fabiana Daniel. “Esse reconhecimento reforça o compromisso da companhia de ser uma agente de transformação social e de construir um futuro com oportunidades para todas as pessoas.”

Atualmente, as mulheres ocupam 27% das posições de liderança na Gerdau, que possui uma meta, atrelada à remuneração variável das principais lideranças da empresa, de elevar este número para 30% em 2025. Além disso, a empresa lançou, em 2020, o Programa Helda Gerdau, que visa o desenvolvimento de lideranças femininas e conta com mais de 100 horas de capacitação e mentoria. Em 2023, a Gerdau deu também início ao Entrelaço, um programa de Fortalecimento da Rede de Mulheres Gerentes da Gerdau. Em sua essência, a proposta da iniciativa é disponibilizar conteúdos para impulsionar o avanço de carreira das mulheres e viabilizar encontros em um espaço de troca e aprendizado mútuo.

A 4ª edição da pesquisa Mulheres na Liderança foi realizada pela WILL, em parceria com veículos de e com o apoio metodológico do instituto Ipsos.

Money Times - SP   04/04/2023

A “liquidação” das ações da Gerdau (GGBR4), que acumulam baixa de quase 10% em um mês, foi excessiva, disse o BTG Pactual nesta segunda-feira (2), que recomenda que o investidor “construa posições” compradas na companhia.

“As expectativas em torno de uma forte deterioração dos fundamentos nos Estados Unidos e uma guerra de preços no Brasil parecem equivocadas”, disseram os analistas Leonardo Correa e Caio Greiner.

Segundo eles, após reunião com o CEO Gustavo Werneck, a diretoria tem notado o mercado norte-americano como mais resiliente do que era esperado anteriormente e vê a possibilidade de uma recomposição das margens no Brasil.

No EUA, destacaram os analistas, administração explicou que a força do volume vem de uma “nova demanda” proveniente de infraestrutura, energia e construção de instalações relacionadas a pacotes do governo.

Mercado da Gerdau no Brasil

O CEO da Gerdau, disseram os analistas, mencionou que a perda de market share no quarto trimestre foi devido a um movimento específico em dezembro, que a empresa conseguiu normalizar no 1T23.

“No entanto, a administração acredita que o cenário competitivo no Brasil será mais disciplinado a partir de agora e a lucratividade será o foco”, pontuaram.

A Gerdau vê um ambiente de demanda estável no mercado siderúrgico brasileiro para 2023, diante da expectativa de forte demanda do segmento de energia, agronegócio e vendas diretas para o setor de construção, compensando a demanda mais fraca do varejo, auto e outros.

A companhia também tem, disseram citando o CEO, um capex “realista”, de R$ 5 bilhões para este ano. “Esses pontos colocam nossa estimativa de R$ 15-16 bilhões em Ebitda para 2023 como um nível razoável para se trabalhar, descartando algumas das preocupações recentes de uma deterioração mais forte nos resultados este ano”.

O preço-alvo do BTG para GGBR4 é de R$ 39, potencial alta de mais de 50%.

Diário do Aço - MG   04/04/2023

Das 9h às 10h desta terça-feira (4), a Usiminas realizará um simulado de emergência na Usina de Ipatinga. O objetivo é treinar os funcionários e, como parte do treinamento, haverá uma simulação de resposta a vazamento de gás nos altos-fornos, informou a companhia.

O exercício faz parte do calendário anual de ações do Plano de Ação de Emergência (PAE) da Usina de Ipatinga. A ação demandará a evacuação somente das equipes que trabalham próximas ao equipamento dentro da área de produção.
Durante a atividade, será acionada uma sirene interna que eventualmente poderá ser ouvida em bairros próximos da usina.

Também poderão ser vistos veículos de emergência do Corpo de Bombeiros e empresas âncoras da região que integram o Plano de Ação Mútuo (PAM).

ECONOMIA

Agência Brasil - DF   04/04/2023

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 5,93% para 5,96% este ano. A estimativa consta no Boletim Focus desta segunda-feira (3), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), em Brasília, com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2024, a projeção da inflação ficou em 4,13%. Para 2025 e 2026, as previsões são de inflação de 4%, para os dois anos.

A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior de 4,75%.

Segundo o BC, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 83%.

Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em fevereiro, puxado pelo grupo educação, com os reajustes aplicados pelos estabelecimentos de ensino na virada do ano, o IPCA ficou em 0,84% , segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o indicador acumulou alta de 1,37% no ano e de 5,6% nos últimos 12 meses.

Juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado e é o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre o ano em 12,75% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 10% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano se manteve em 0,9%, mesma da semana passada.

Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) é de crescimento de 1,48%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,8%, para os dois anos.

A expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,25 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,30.

Agência Brasil - DF   04/04/2023

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), da Fundação Getulio Vargas (FGV), ficou em 0,74% em março. A taxa supera a de fevereiro, que foi de 0,34%.

A alta foi puxada principalmente pelos transportes, cuja inflação subiu 2,39 pontos percentuais (pp), ao passar de 0,43% em fevereiro para 2,82% em março. Também tiveram altas os grupos habitação (0,34 pp, subiu de 0,60% para 0,94%) e saúde e cuidados pessoais (0,12 pp, indo de 0,84% para 0,96%).

O grupo de despesas com alimentação passou de uma deflação (queda de preços) de 0,03% em fevereiro para uma inflação de 0,15% em março, apresentando, portanto, uma alta de 0,18 pp.
Queda

Quatro grupos de despesas tiveram queda na taxa inflacionária. O setor que reúne educação, cultura e recreação, que já havia apresentado deflação em fevereiro (-0,80%), teve recuo de preços de 1,90% em março, ou seja, um redução de 1,10 ponto percentual.

Três grupos de despesas acusaram redução, mas continuaram apresentando inflação: despesas diversas (-0,85 pp, indo de 1,01% para 0,16%), comunicação (-0,37 pp, ao passar de 0,67% para 0,30%) e vestuário (-0,25 pp, caindo de 0,36% para 0,11%).

O IPC-S é calculado com base em preços coletados semanalmente em sete capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre.

IstoÉ Online - SP   04/04/2023

O índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Brasil caiu de 49,2 em fevereiro para 47,0 em março, a deterioração mais acelerada da saúde do setor em três meses. É a quinta leitura seguida abaixo do patamar de 50 pontos, o que indica retração para a atividade.

De acordo com a S&P Global, um ambiente de demanda mais fraca aliada a incerteza econômica e política restringiu os gastos dos clientes em março, levando a uma nova contração no volume de novos pedidos. Os novos pedidos para exportação também se contraíram nesta leitura, a décima terceira queda consecutiva no componente.

Segundo a S&P, o índice de produção caiu pelo quinto mês consecutivo e a um ritmo mais rápido do que em fevereiro, na esteira de declínios prolongados nos pedidos às fábricas, fazendo com que os níveis de estoque sejam suficientes para os requisitos atuais.

O índice de preços de insumos continuou a subir, embora a taxa de aumento tenha sido uma das mais baixas desde o início da coleta de dados, em fevereiro de 2006, de acordo com a S&P. Em contrapartida, os preços de venda aumentaram ao ritmo mais acelerado desde setembro de 2022. Na avaliação dos participantes da pesquisa, isso aconteceu porque o aumento das despesas operacionais foi repassado aos clientes.

“A desaceleração do setor industrial brasileiro se aprofundou em março, quando o segmento de bens de consumo juntou-se aos setores de bens intermediários e bens de produção em uma contração generalizada”, afirma a diretora associada de Economia da S&P Global, Pollyanna de Lima, em nota.

Na avaliação de Pollyanna, embora as empresas prevejam tempos melhores à frente, indicados pelo aumento do otimismo, as companhias não estavam preparadas para investir na capacidade de seus negócios até que uma recuperação na demanda se materializasse. “Os fabricantes voltaram a se concentrar na venda dos estoques existentes, reduzindo a compra de insumos e os empregos. Esforços para melhorar os fluxos de caixa e cortar custos foram temas comuns entre as evidências subjetivas fornecidas em março”, pontua a diretora.

No mês, o índice de quantidade de compras caiu pela sexta leitura consecutiva e em maior magnitude do que a observada em fevereiro. Os fabricantes também reduziram os números da folha de pagamento e o índice de emprego caiu a um ritmo sólido, segundo a S&P.

“O ponto positivo dos resultados mais recentes foi que a demanda fraca por matérias-primas ajudou a aliviar as pressões da cadeia de suprimentos e a conter a inflação dos preços de insumos. Os encargos de custo aumentaram apenas marginalmente, mas a inflação dos custos de produção atingiu um nível mais alto”, acrescentou Pollyanna de Lima.

Agência Brasil - DF   04/04/2023

Beneficiada pelo aumento das exportações de petróleo, milho e soja, a balança comercial registrou o maior superávit da história para meses de março. No mês passado, o país exportou US$ 10,956 bilhões a mais do que importou, com alta de 37,7% em relação a março de 2022. Esse foi o melhor resultado desde o início da série histórica, em 1989.

Nos três primeiros meses do ano, a balança comercial acumula superávit de US$ 16,068 bilhões. Isso representa 29,8% a mais que o registrado nos mesmos meses do ano passado pelo critério da média diária. O saldo acumulado também é o mais alto para o período desde o início da série histórica. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (3) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

No mês passado, o Brasil vendeu US$ 33,06 bilhões para o exterior e comprou US$ 22,104 bilhões. As exportações subiram 7,5% em relação a março de 2022, pelo critério da média diária, registrando recorde para o mês. As importações caíram 3,1% pelo critério da média diária, mas, por causa do maior número de dias úteis em março deste ano, atingiram o valor mais alto da história.

No caso das exportações, a alta deve-se mais ao aumento do volume comercializado que dos preços internacionais das mercadorias. No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu em média 18,5% na comparação com março do ano passado, enquanto os preços médios recuaram 5,6%.

Nas importações, a quantidade comprada caiu 3,7%, refletindo a desaceleração da economia, mas os preços médios aumentaram 2,4%. A alta dos preços foi puxada principalmente por motores e máquinas não elétricos e por compostos químicos, itens que ficaram mais caros após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Os preços dos fertilizantes químicos, que subiram fortemente no ano passado, caíram 24,4% na comparação entre março de 2023 e de 2022.
Setores

No setor agropecuário, a recuperação de embarques, que tinham atrasado em fevereiro, pesou mais na alta das exportações, apesar da valorização das commodities (bens primários com cotação internacional). O preço médio avançou 3,6% em março na comparação com o mesmo mês de 2022, enquanto o volume de mercadorias embarcadas subiu 9,8%. Na indústria de transformação, a quantidade exportada subiu 4,3%, com o preço médio aumentando 1%.

Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade exportada subiu 57,8%, mas os preços médios recuaram 20,5% em relação a março do ano passado.

O petróleo bruto voltou a puxar a alta das exportações, com o volume exportado subindo 102,7%, apesar da queda de 24,1% nos preços entre março de 2022 e março de 2023. Isso ocorreu por causa da retomada de plataformas da Petrobras que estavam em manutenção. Após um ano de altas contínuas, os preços do petróleo estão caindo porque os efeitos da guerra na Ucrânia e da recuperação econômica após a fase mais aguda da pandemia de covid-19 já foram incorporados às cotações.

Na comparação entre fevereiro do ano passado e deste ano, os produtos com maior destaque na alta das exportações agropecuárias foram arroz com casca (+457,4%), milho não moído, exceto milho doce (+6.138,9%) e soja (+8,9%). O crescimento compensou a queda em outros produtos, como café (-30,2%) e algodão bruto (-62,7%).

Na indústria extrativa, as maiores altas foram registradas nas exportações de óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (+53,8%) e outros minerais brutos (+131,7%), compensando a queda das exportações de minério de ferro (-19,7%). Na indústria de transformação, as maiores altas ocorreram em carnes de aves (+23,1%), açúcares e melaços (+39,8%) e farelos de soja e outros alimentos para animais (+37,3%).

Quanto às importações, as maiores quedas foram registradas nos seguintes produtos: milho não moído (-84,8%) e soja (-77,1%) na agropecuária; petróleo bruto (-12,6%) e gás natural (-80,2%), na indústria extrativa; e inseticidas e agrotóxicos (-39,3%) e válvulas e tubos termiônicos (-28,5%), na indústria de transformação.
Estimativa

A equipe econômica divulgou a primeira estimativa de superávit comercial para 2023. O governo projeta saldo positivo de US$ 84 bilhões para este ano, o que representaria alta de 36,8% em relação ao superávit recorde de US$ 62,3 bilhões registrados em 2022.

As estimativas oficiais são atualizadas a cada três meses. As previsões estão mais otimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 55 bilhões neste ano.

Veja - SP   04/04/2023

Peça central na campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva, a picanha ficou menos salgada nas prateleiras dos açougues, no último mês. A cebola e o tomate também baratearam nas últimas coletas de preços. Com isso, um dos grandes vilões do custo de vida do brasileiro desde o início da pandemia, a inflação de alimentos está mais branda. No índice IPCA-15 medido entre o meio do mês de fevereiro e de março, a inflação de alimentos registrou estabilidade, em 0,02%. O preço da energia também já não pressiona como nos últimos dois anos, passados problemas climáticos como a estiagem. Nem mesmo teve grande impacto nos preços da gasolina a reoneração dos combustíveis — que tiveram os seus impostos cortados no segundo semestre de 2022, a mágica encontrada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para diminuir as pressões inflacionárias em meio à sua busca pela reeleição —, promovida por Fernando Haddad para evitar impactos maiores nas contas públicas. Nas últimas duas semanas, o preço da gasolina caiu. Por fim, os preços dos bens industriais também sofrem menos com o desarranjo das cadeias produtivas causadas pelos lockdowns da pandemia.

Tantos sinais de uma inflação menos pressionada animam e, para alguns, tudo isso poderia dar razão às pressões do governo de que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, já deveria estar baixando os juros de 13,75%, o maior patamar em quase sete anos. Tanto que, dois dias depois de o órgão decidir manter a Selic nesse patamar, o IPCA-15 marcou 0,69%, a menor variação para um mês de março desde 2020. Lula tem feito dessa pressão pela baixa dos juros uma de suas bandeiras de começo do governo, no que é ajudado por boa parte do primeiro escalão de seu governo e por representantes da iniciativa privada, em especial, da indústria, do varejo e do mercado imobiliário. Mas o que falta para o BC concordar com os argumentos dessa turma?

Segundo o próprio órgão, comandado pelo economista Roberto Campos Neto, o momento para baixar a guarda ainda não chegou, e “serenidade e paciência” serão necessárias para suportar a incômoda permanência da taxa de juros na busca do ciclo da desinflação, segundo explica a ata divulgada pelo Copom para justificar a sua última decisão. Isto é, os juros altos devem permanecer por mais um tempo. “A ata do Copom faz uma descrição altamente didática da atual conjuntura econômica e seus diversos aspectos”, diz Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú. “O corte de juros não é iminente: o comitê aguardará o impacto da desaceleração econômica.”

Apesar de muita coisa estar encaminhada, a ameaça inflacionária não está controlada, e permanece à espreita. A resposta para esta agoniante espera pode ser encontrada nos serviços. Na contramão da alimentação em casa, quem vai almoçar fora, por exemplo, ainda pode perceber preços em ascensão. O mesmo vale para o consumidor de outros serviços, em geral, sejam eles ir ao salão de beleza, comprar uma passagem aérea ou pagar a mensalidade escolar dos filhos. Ao final de 2022, aproveitando a reabertura econômica pós-Covid, o setor de serviços avançou 8,3%, enquanto o comércio cresceu 1%.

A pressão inflacionária nos serviços preocupa porque o setor representa cerca de 30% do orçamento familiar e está apresentando uma alta contínua em torno de 7,5%, o que é considerado muito alto. “Os serviços têm a característica de serem indexados à inflação passada, o que dificulta a redução dos preços”, afirma o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). “Além disso, o índice de difusão, que mede o porcentual de produtos e serviços com aumento de preço, tem-se mantido em torno de 65%, o que indica uma inflação mais disseminada”, afirma. Segundo Braz, apesar dos sinais de desaceleração da inflação neste início de ano, haverá fatores para nova pressão na segunda metade do ano, com estimativa de que o IPCA encerre o ano em 6%. “O BC está sendo austero e rigoroso para controlar a inflação e proteger a população mais exposta a ela”, afirma.

O risco seria repetir erros do passado em dar como controlada uma situação ainda incerta. “Embora haja sinais de desaceleração na economia, o mercado de trabalho ainda está apertado, os salários estão subindo e a inflação está alta. Se o BC tentar acelerar a queda da taxa Selic em um ambiente de alta expectativa de inflação, isso poderá levar a um aumento da inflação e das taxas de juros, resultando em uma situação em que a crise não é resolvida e a questão inflacionária persiste”, afirma Carlos Kawall, sócio-fundador da Oriz Partners e ex-secretário do Tesouro Nacional. “As recentes críticas do governo ao presidente do BC levantam a possibilidade de uma mudança na equipe, o que lembra o governo Dilma.”

Outra questão ainda não resolvida são as expectativas de inflação futura. A Selic atual costuma ser estabelecida de olho no IPCA seis trimestres para a frente, quando o impacto dos juros de agora deve ser maior. “O núcleo da inflação, que é o cálculo que tenta expurgar variações atípicas da inflação, está perto de 8%, no acumulado de 12 meses. O risco está em cortar agora a Selic e o núcleo voltar a subir”, comenta Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank. “E, segundo o próprio Copom, as expectativas de inflação futura aumentaram atreladas às discussões que ocorreram sobre a possibilidade de as metas futuras serem alteradas. Se os agentes econômicos não têm certeza se a meta vai ser 3% ou 4%, o objetivo deixa de ser referência.”

Tais discussões, alimentadas por Lula, então, tiveram efeito contrário e pioraram as expectativas inflacionárias, dificultando mais ainda a baixa dos juros. Outros erros têm sido cometidos pelo governo na comunicação sobre o assunto, piorando a percepção do mercado. Desde que voltou sua artilharia ao BC, Lula diz que a inflação do Brasil não é de demanda, isto é, de aumento de consumo e, por isso, a política monetária contracionista não teria efeito, argumento reverberado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pela ministra do Planejamento, Simone Tebet. Segundo o presidente, “aumentar juros é importante quando se tem uma inflação de demanda. Se você tem uma sociedade consumindo demais, então você aumenta os juros para diminuir o consumo, mas não é o caso do Brasil”. O BC, no entanto, parece não concordar com isso. Na ata do órgão: “Observa-se uma dinâmica inflacionária movida por excessos de demanda, inicialmente em bens e que atualmente se deslocou para o setor de serviços, e que, portanto, requer moderação da atividade econômica para que os canais de política monetária atuem”.

De fato, o remédio dos juros altos mantidos por longo tempo tem sido duro. É incomum as taxas permanecerem tão altas mesmo depois de a inflação já ter cedido. Isso já tem cobrado o seu preço em desaceleração econômica desde o último trimestre de 2022. Não por acaso o crédito está escasseando, e não apenas por receio dos bancos de emprestar depois do escândalo com o balanço das Lojas Americanas. O estoque de crédito diminuiu pelo segundo mês consecutivo e a concessão de empréstimos e financiamentos caiu 9,5% em fevereiro.

Mas nem isso tem desviado o Copom de seu objetivo primordial e de seu mandato. Outros fatores podem ajudar a pressionar o BC para uma baixa, mas eles não são o ponto principal – afinal, é importante lembrar que a política econômica do Copom tem como alvo principal apenas a inflação, e as outras variáveis não passam disso, fatores que ajudem a encaminhar os preços para a meta.

Nos EUA, o Federal Reserve indica estar chegando ao fim do período de alta dos juros. Com os americanos parando de subir suas taxas, a diferença de juros praticados no Brasil e nos EUA deixa de se estreitar, o que preocupa os investidores, afinal, a diferença de riscos entre os dois países é bastante grande. No momento de escolher onde colocar os seus recursos, eles vão sempre preferir a potência do norte se a diferença de juros for pequena.

Se os juros americanos pararem de subir mesmo, as preocupações vão se direcionar a outras questões, como a possibilidade de novos aumentos do petróleo com o corte de produção prometido pela Opep. E, por aqui, a discussão poderá se voltar ainda mais para o arcabouço fiscal, que deve entrar em tramitação no Congresso nos próximos dias. Se ele avançar, pode diminuir também os riscos do país. Menos risco, menos pressão de alta para o dólar, e assim a moeda americana não afeta o custo das importações, subindo os preços de produção por essas bandas.

Mas, segundo a autoridade monetária, isso não é garantia de nada. Não há um processo mecânico entre o projeto avançando e a queda da inflação, e a própria situação fiscal precisa ficar mais clara. “O comitê acha que é preciso resolver a questão fiscal para que as expectativas sejam impactadas e os juros possam cair. No entanto, há um enorme ceticismo no mercado em relação à questão fiscal, o que pode levar a frustrações entre o governo e o BC”, afirma Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central.

Enquanto a ala econômica do governo age para destravar o arcabouço fiscal e negociar no Congresso para que o plano não se distancie do que foi gestado dentro do Ministério da Fazenda, a ala política busca tornar a posição de Campos Neto mais incômoda. Em especial, junto ao Senado Federal, casa que aprovou a indicação do presidente do Banco Central e que é quem pode destituí-lo depois da aprovação da lei da autonomia do órgão. O presidente do BC foi convocado a ir à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) para falar sobre a política monetária, além de participar de um seminário sobre os juros que deve acontecer no plenário da casa também em abril. A própria base do governo no Senado, com MDB e União Brasil, é contra qualquer movimento para tirar Campos Neto, mas isso não impede a exposição do chefe da autoridade monetária por outros políticos mais à esquerda, algo que pode remar contra os planos da área econômica, já que tensionar a relação pode ter efeitos de aumento de tensão no mercado, afetando o dólar.

Campos Neto deve mais uma vez adotar uma postura didática e explicar que, antes de forçar uma baixa da Selic, a inflação precisa estar mais controlada. Mas é difícil imaginar que encontrará, no meio político, muitos ouvidos dispostos a ouvir a razão, se ela se contrapõe às suas ambições políticas de incentivar a economia a qualquer custo durante um período inflacionário.

CNN Brasil - SP   04/04/2023

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 2,2 pontos em março ante fevereiro, para 91,4 pontos, informou nesta segunda-feira (3) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador avançou 0,2 ponto, após cinco meses de quedas consecutivas.

“As sondagens empresariais do FGV Ibre retratam um cenário ainda fraco de atividade econômica ao final do primeiro trimestre de 2023 para os segmentos cíclicos da economia, associado a uma melhora das expectativas, especialmente nos quesitos com horizonte de seis meses”, avaliou Aloisio Campelo Júnior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

“Em outras palavras, a despeito do aumento da incerteza econômica em março – em grande parte relacionado ao risco de crise bancária nos EUA e na Europa – há redução do pessimismo das empresas brasileiras em relação ao segundo semestre do ano. Destaca-se neste sentido a Indústria, primeiro setor a registrar desaceleração no ano passado, e que agora passa a apresentar expectativas mais favoráveis no horizonte de seis meses além de um maior ímpeto para contratações”, completou.

O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção.

O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.

O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu 1,0 ponto em março ante fevereiro, para 90,9 pontos. O Índice de Expectativas (IE-E) avançou 5,1 pontos, para 93,0 pontos. “Com o resultado, o IE-E supera o ISA-E pela primeira vez desde março de 2022”, apontou a FGV.

Na passagem de fevereiro para março, a confiança dos serviços subiu 2,6 pontos, para 91,7 pontos, e a do comércio cresceu 1,1 ponto, para 86,9 pontos. A indústria teve elevação de 2,4 pontos, para 94,4 pontos, enquanto a construção ficou estável (0,0 ponto), em 94,4 pontos.

Em março, a confiança avançou em 61% dos 49 segmentos integrantes do ICE.

A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 3.881 empresas dos quatro setores entre os dias 1º e 28 de março.

IstoÉ Dinheiro - SP   04/04/2023

O setor industrial da China, responsável por um terço da segunda maior economia do mundo em valor, perdeu força em março em meio a pedidos de exportação ainda fracos, freando a recuperação econômica do país após as políticas restritivas contra a Covid-19.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) de indústria do Caixin/S&P Global caiu para 50,0 em março, de leitura em fevereiro de 51,6, que indicou a primeira expansão mensal da atividade em sete meses. A marca de 50 separa crescimento de contração.

Os resultados da pesquisa, divulgados nesta segunda-feira, ficaram bem abaixo das expectativas de 51,7 em uma pesquisa da Reuters e ecoaram o crescimento mais lento em um PMI oficial divulgado na sexta-feira.

A economia da China deu sinais de recuperação nos primeiros dois meses do ano, liderada por uma retomada nos serviços após o fim de três anos de políticas rigorosas contra a Covid que interromperam o comércio e afetaram a demanda doméstica.

Mas falta uma recuperação convincente da manufatura, pressionando as perspectivas de curto prazo da economia.

Pequim estabeleceu uma meta modesta para o crescimento econômico este ano de cerca de 5%, depois de o país ter expandido apenas 3% no ano passado, um dos resultados mais fracos em quase meio século.

É provável que o PIB da China tenha crescido cerca de 4,0% no primeiro trimestre em relação ao ano anterior, uma vez que o consumo aumentou e o investimento em infraestrutura manteve um alto ritmo de crescimento, informou o jornal financeiro estatal The Securities Times na segunda-feira.

“Os próximos meses provavelmente verão uma demanda externa fraca e recuperação na demanda doméstica”, disse Nie Wen, economista da empresa de investimentos Hwabao Trust, baseado em Xangai.

Em março, o subíndice de novos pedidos de exportação do PMI caiu para 49,0, após um breve crescimento em fevereiro, sugerindo que a demanda global continua fraca, de acordo com a pesquisa da Caixin.

“A recuperação relativamente modesta e de curta duração nos PMIs de indústria no primeiro trimestre sugere que o setor recebeu apenas um impulso limitado com a reabertura”, escreveu a Capital Economics em nota.

“Isso se deve em parte a um cenário global mais fraco, mas também é consistente com nossa visão de que a maior parte da recuperação da reabertura virá do setor de serviços, que foi o mais afetado pela política de Covid zero”.

MINERAÇÃO

IstoÉ Online - SP   04/04/2023

Os contratos futuros de minério de ferro de Dalian e Cingapura caíram nesta segunda-feira, com os operadores preocupados com uma nova intervenção do governo no mercado após o rali da semana passada.

Rumores no mercado dizem que a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China (NDRC) se reuniu com várias empresas que operam contratos futuros em Pequim nesta segunda-feira para discutir os preços no mercado de minério de ferro após forte alta na semana passada, disseram analistas.

“O sentimento do mercado foi afetado negativamente pelas preocupações com a repressão do governo às atividades especulativas desencadeadas pelas notícias”, disse Pei Hao, analista sênior da corretora internacional FIS em Xangai.

O planejador estadual já emitiu vários alertas nas últimas semanas contra o entesouramento e a especulação, que ele culpou pelo aumento dos preços.

O NDRC não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a reunião.

A previsão de chuva e uma queda drástica na temperatura também impactaram o sentimento, com o clima devendo prejudicar a construção e impactar o consumo de aço.

O contrato futuro de minério de ferro para maio mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou as negociações diurnas com queda de 2,04%, a 890,5 iuanes (129,27 dólares) a tonelada, a menor desde 29 de março, após um salto de quase 5% na semana passada.

Na Bolsa de Cingapura, minério de ferro de referência em maio caiu 3,77% para 120,6 dólares a tonelada (07h19 GMT), mínima desde 27 de março, depois de registrar um salto de 5,1% na semana passada.

Outras matérias-primas siderúrgicas –carvão metalúrgico e coque– também enfraqueceram, com o primeiro caindo 3,76% e o último perdendo 3,74%.

Os preços dos futuros de aço também mostraram sinais de enfraquecimento geral.

O vergalhão na Bolsa de Futuros de Xangai caiu 3,14%, para 4.044 iuanes por tonelada, bobina laminada a quente recuou 2,7%, fio-máquina caiu 3,41%. Aço inoxidável foi pouco alterado, no entanto.

Valor Investe - SP   04/04/2023

Empresas envolvidas no episódio de rompimento da barragem tentam renegociar acordo de reparação, o que poderia levar a um aumento da dívida da mineradora

As renegociações do acordo de reparação da tragédia de Mariana devem causar provisões adicionais para a Vale e a BHP Billiton, avalia o Bank of America (BofA). Como consequência, isso poderia levar a um aumento da dívida da mineradora e a uma redução no retorno aos acionistas.

Na semana passada, foi noticiado que a Justiça Federal decidiu que a Vale e a BHP fizessem um depósito judicial de R$ 10,3 bilhões para garantir a execução dos programas da Fundação Renova, entidade criada para administrar os projetos de reparação dos danos causados pela barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana, em 2015.

Mesmo após a notícia, divulgada na última sexta-feira, as ações da companhia tiveram um pregão relativamente estável nesta segunda-feira (3) e encerraram com ganho de 0,02%, negociadas em R$ 80,31.

Esse pagamento seria feito em 10 parcelas, sendo o primeiro pagamento programado para 40 dias após a publicação da decisão. Segundo a Vale, porém, a empresa ainda não foi notificada sobre a decisão judicial, mas já afirmou que a medida cabe recurso.

O Bofa lembra que a Vale, BHP e Samarco estão desde o ano passado tentando renegociar com o governo as provisões relacionadas ao rompimento da barragem. Para as autoridades, os valores gastos e provisionados até agora são insuficientes para cobrir o valor total de reparações e indenizações.

Segundo notícias em circulação, no final do ano passado, um novo valor de provisionamento relacionado ao acidente da Samarco foi acordado em R$ 112 bilhões e, até o momento, cerca de R$ 60 bilhões já foram gastos ou provisionados. Assim, comenta o Bofa, há uma diferença de R$ 52 bilhões entre o valor já utilizado e o novo valor final acordado.

No entanto, devido a divergências sobre o cronograma dos desembolsos, o acordo não foi assinado. Então agora, o novo governo busca um acordo de R$ 155 bilhões, acima do montante discutido no ano passado. Este valor, segundo o Bofa, é baseado em uma ação anterior que nunca foi extinta e que usou a reparação de derramamento de óleo da BP como procuração.

Na visão do BofA, o mercado já precificou as provisões necessárias para seguir o acordo do ano passado de R$ 112 bilhões. Para o banco, o fechamento de um acordo poderia reduzir significativamente a insegurança jurídica, ajudando o preço das ações da Vale.

Além disso, o banco acredita que a com a resolução desse caso, a Vale poderia avançar com seu licenciamento e, portanto, acelerar a recuperação de volumes para a divisão de minério de ferro e ajudar no desbloqueio de valor.

No entanto, as provisões adicionais, diante de um aumento potencial no valor acordado com o novo governo, poderiam impactar o retorno aos acionistas da Vale, uma vez que levaria a dívida líquida expandida da companhia para entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões, afirma o BofA.

O banco mantém a sua indicação neutra para as ações da Vale, com preço-alvo em R$ 100, um potencial de valorização de 24,5% sobre o preço atual dos papéis.

Este conteúdo foi publicado pelo Valor PRO, serviço de tempo real do Valor Econômico.

AUTOMOTIVO

O Estado de S.Paulo - SP   04/04/2023

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 3, que o governo avalia um programa para renovar a frota de veículos, tirando de circulação os mais velhos e mais poluentes, numa ação a favor do meio ambiente.

Ele não detalhou como será o programa, mas afirmou que a ideia é indenizar os donos de veículos antigos. O dinheiro não sairia do governo, mas de um fundo alimentado por petroleiras.

“Tratei com o vice da possibilidade de estabelecer um programa que usa um fundo das petroleiras. Queremos dedicar esse fundo à transição ecológica, por meio da renovação de frota de carros muitos velhos que precisam ser retirados de circulação, mediante indenização, para que a frota seja renovada em proveito do meio ambiente”, disse o ministro da Fazenda, após se encontrar com o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin.

O Estado de S.Paulo - SP   04/04/2023

Pouco mais de três anos após encerrar a produção de veículos no Brasil, como parte de uma reestruturação global, a Ford saiu do vermelho e celebra os bons resultados no País. Em entrevista exclusiva ao Estadão, a primeira desde então, o vice-presidente da Ford na América do Sul, Rogelio Golfarb, falou sobre as mudanças no modelo de negócios, incluindo a aposta na unidade brasileira de desenvolvimento de novas tecnologias, que faturou R$ 500 milhões em 2022, e o calendário de lançamentos, com 10 novos modelos em 2023. Além disso, o engenheiro e ex-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) afirma que o futuro do setor é a eletrificação e que o Brasil tem tudo para ser protagonista dessa revolução.

Como a Ford está hoje no Brasil?

A Ford está passando por um processo global de reestruturação, com foco em SUVs, veículos comerciais e picapes. Além disso, a eletrificação representa uma transformação brutal para a indústria, que afeta todas as operações. No Brasil, chegamos à conclusão de que precisávamos de um modelo de negócio diferente. E entendemos que essa transformação tecnológica, além ser de veloz, vai afetar o comportamento do consumidor, tanto na forma como ele enxerga quanto na maneira como utiliza o produto. É importante dizer que optamos por ter no Brasil um centro de pesquisa e desenvolvimento. Essa unidade de negócios tem mais de 1.500 especialistas focados na criação de soluções para produtos globais. Cerca de 80% do tempo deles é dedicado a projetos que vão para os Estados Unidos, Europa e China. Atuamos na fronteira da tecnologia. Somos muito competitivos, criamos patentes e, em 2022, geramos R$ 500 milhões em receita. É algo bem diferente do que nossos competidores fazem. O fato de que desenvolvemos e exportarmos tecnologia é importante para o Brasil, inclusive.
A empresa está no azul?

Certamente. Antes a empresa perdia dinheiro no País e hoje está positiva. Além disso, agora atuamos em um modelo de negócios que é mais resiliente às crises. O setor está passando por um momento difícil e a Ford do Brasil está positiva. Atingimos nosso objetivo de negócios. Além de lucratividade, estamos bem nos segmentos em que atuamos. Após 18 meses do lançamento, a (linha de vans e furgões) Transit foi o produto que mais cresceu em vendas. Além disso, a (picape média) Ranger está com ótima performance. O Mustang é líder de vendas entre os esportivos e os outros produtos também estão indo bem. Nossa ambição é continuar crescendo no mercado brasileiro.
newsletterEconomia & Negócios

Atualmente, a Ford tem mais lançamentos do que quando produzia no Brasil...

Sim. Neste ano estamos lançando dez produtos novos. Ou seja, quase um por mês. E estamos trabalhando fortemente na área de veículos comerciais. Acabamos de lançar o Ford Pro, que é uma estrutura de apoio a frotistas, seja para quem tem um ou 1.000 veículos. Temos ainda uma área de conectividade focada em experiência do consumidor, com uma série de produtos e serviços que outros (concorrentes) não têm.
Quais são os 10 novos produtos que a Ford vai lançar no Brasil em 2023?

Já lançamos a (picape grande) F-150, a (picape compacta) Maverick híbrida chega em breve, a Transit automática, a Transit elétrica já está em testes com clientes, O (SUV elétrico) Mustang Mach-E também vem, assim como a Transit chassi-cabine, que vai disputar um segmento que representa 60% das vendas desse tipo de veículo, além da nova Ranger. Sobre os outros três, não posso falar ainda.

(Nota da redação: embora a Ford não confirme, esses carros devem ser o SUV Territory e o Mustang renovados, além do SUV grande Everest.)
Como fazer tantos lançamentos se os carros são importados? O Brasil não entra numa fila?

Há toda uma programação, mas os novos processos trouxeram agilidade e a oportunidade de trazermos de forma muito rápida o que temos de melhor no mundo. Evidentemente, não são todos os produtos que se aplicam ao mercado brasileiro. Os 20% restantes daquele grupo de 1.500 (pessoas) do qual falei são dedicados a avaliar e testar produtos que podem vir ao Brasil. Por isso, optamos por modelos como o Mustang e o Bronco. São carros que têm a ver com o brasileiro e que foram testados rigorosamente antes de virem ao País. Isso garante a qualidade desses produtos. Também temos um foco enorme em tecnologia. No caso da Transit, por exemplo, se o consumidor autorizar, podemos monitorar até 3.500 modos de falha. Também é possível entender se algum tipo de falha ocorre em uma determinada região do País e por que isso ocorre. Isso se transforma em satisfação do cliente.
Qual é a importância da conectividade para o consumidor e para a Ford?

A palavra é tecnologia e que faz a sua vida melhor. Essa é a espinha dorsal do nosso pensamento. Este prédio onde estamos é totalmente conectado e fica em uma região onde estão várias empresas da área de tecnologia (na zona sul da capital paulista). E isso não é por acaso. A reestruturação do modelo de negócios passa pela nossa visão de que essa evolução tecnologia vai acontecer de forma muito mais rápida do que a maioria das pessoas acredita. E isso vai mudar muito a percepção sobre o produto e a competitividade.

Os sistemas vão ser os grandes diferenciais entre os produtos. Esse é o foco. Vamos olhar a tecnologia em alguns capítulos. Conectividade é um. Sistemas autônomos (de condução) é outro. E eletrificação é outro. Para nós, da Ford, tudo isso acontece ao mesmo tempo. A diferença é que acreditamos que essa transformação vai ser muito rápida. É claro que ainda temos poucos carros elétricos no Brasil. Mas as vendas cresceram 44% no ano passado. Vou dar uma ideia do que a Ford está fazendo. Em 2023, a Ford vai produzir 600 mil veículos elétricos. Em 2026, portanto daqui há apenas três anos, serão 2 milhões. No período de 2022 a 2026, a Ford vai investir US$ 50 bilhões nesse processo.

Acabamos de lançar novos sites de produção em Kentucky e no Tennessee, com investimentos de US$ 11,4 bi, além de US$ 3,5 bi na fábrica de baterias em Michigan, que usa fosfato de ferro, e não lítio, pra não ficarmos reféns de apenas uma tecnologia. A partir de 2026, essa fábrica vai produzir 400 mil baterias por ano. O Mach-E (SUV 100% elétrico do Mustang) vende tanto que não temos para entregar. A (picape grande) F-150 Lightining (elétrica) também. Já e E-Transit (versão elétrica), está em testes no Brasil, é líder de vendas no mercado de vans elétricas nos EUA. Além disso, os investimentos são incrementais, e não substituem outros. Acabo de voltar dos EUA e vi muita coisa nova que, apesar do meu conhecimento sobre tecnologia, me surpreendeu profundamente. Não vamos nos esquecer de que o brasileiro gosta de tecnologia e adota novas soluções como poucos no mundo. É por isso que apostamos no centro de pesquisa. Conseguimos desenvolver novas tecnologias aqui e somos competitivos.
Quando haverá a “mudança de chave” para a eletrificação veicular?

É muito difícil falar em datas, mas vai ser muito rápido. Até bem pouco tempo muita gente dizia que o grande problema do carro elétrico era a baixa autonomia. Pois a autonomia do elétrico já é maior do que a de carros com motor a combustão. A velocidade com que essas questões estão sendo resolvidas é enorme. No Brasil, já anunciamos a chegada da Maverick híbrida, uma picape urbana. Esse recurso funciona bem para o segmento. No caso da Transit, trouxemos também a versão elétrica. Há ainda o Mustang Mach-E, que virá neste ano. Ou seja, para cada segmento, há um tipo de solução mais adequado. Mas o que está claro é que a rota tecnológica leva à eletrificação. Até quando a gente fala de célula a combustível, que ainda está chegando, é eletrificação. A diferença é a forma de geração de energia. Em outros mercados, estamos vendo que os preços dos carros elétricos estão muito próximos dos de modelos com motor a combustão. Além disso, os elétricos são produtos mais seguros, modernos e “limpos”. O Brasil é o sexto maior mercado de automóveis do mundo. Mas temos muita lição de casa para fazer nesse sentido.
O que o Brasil precisa fazer para desenvolver esse mercado?

Me preocupa menos a questão da recarga do que o modelo de política industrial. A primeira vai ser resolvida rapidamente. Não estou falando de previsões futuristas, mas de tecnologias que eu conheço. O Brasil tem uma base de suprimentos e uma cadeia de manufatura muito importante. Assim, tem tudo para ser um ator chave mundialmente. Mas precisa se integrar nas cadeias globais. Existe uma disputa pela dominância dessas tecnologias e de mercados. Há quatro pilares nesse sentido. O primeiro são os minerais. Veja, o Brasil tem terras raras e minerais importantes para o processo de eletrificação. Há uma disputa global para a utilização e garantias de utilização desses materiais. Porém, o Brasil não entendeu ou não tem uma estratégia para isso. O segundo são motores elétricos e baterias. O terceiro é a geração de energia, que não basta ser limpa, mas precisa ser descentralizada. O Brasil tem uma matriz excepcional. O potencial para geração de energia fotovoltaica e eólica é imenso. No caso da solar, vai de norte a sul, de leste a oeste. Mas precisamos desenvolver formas de expandir rapidamente a geração principalmente de energia solar. Porém, hoje isso é feito de forma lenta para a demanda que vai surgir em breve, e com tecnologias e equipamentos importados. O quarto pilar é a conectividade. Quem vai ganhar essa corrida está pensando nesses quatro pilares como política de Estado. Essa é uma grande oportunidade para o Brasil. Penso que há uma nobre missão para o recriado Ministério da Indústria, que é coordenar essa política. Porque há várias pastas envolvidas, como Minas e Energia, Comunicações, Ciência e Tecnologia... O Brasil tem tudo para fazer isso, ao menos do ponto de vista intrínseco.

O senhor acredita na produção de veículos elétricos no Brasil?

Sim, mas como engenheiro eu sonho com uma produção em que boa parte dos componentes seja desenvolvida aqui e não que a indústria seja de montadoras de CKD (veículos feitos no País apenas com peças importadas). As tecnologias de produção estão espalhadas pelo mundo todo. A expectativa de produzir carros elétricos, não só no Brasil, apenas com peças apenas locais não deverá se tornar realidade. Mas, como uma política mais bem ajustada é possível ter produção local de soluções inclusive para veículos autônomos (que rodam sem motorista). Na pista de Tatuí (interior de São Paulo), que faz parte do centro de pesquisas da Ford, já estamos instalando uma antena de 5G dedicada e preparando a pista para testar tecnologias de veículos autônomos. Ou seja, a Ford escolheu investir no desenvolvimento de tecnologia no Brasil e isso está dando muito certo.
As montadoras viram que é preciso diversificar o negócio, e não focar apenas em produção...

Cada empresa tem o seu modelo de negócio. Mas uma coisa é pensar em Ford e outra, em políticas para o País. No modelo de negócios da Ford, neste momento de transformação brutal, a ênfase é no desenvolvimento de tecnologias e produção. Se você me perguntar sobre o Brasil, basta ver o tamanho do País, da população e da economia. O Brasil precisa ter - e tem - um agronegócio pujante. Mas também precisa ser relevante no desenvolvimento de tecnologias e ter uma indústria e uma área de serviços importante. Não dá para comparar o Brasil a outros países que tiveram de fazer escolhas duras porque não têm essa riqueza que o Brasil tem. Mas também é preciso ter ambição. No mundo todo, há uma enorme velocidade na chegada de novas tecnologias. A única certeza é de que elas vão mudar. Por isso, é preciso investir em educação. Criamos um programa batizado de Ford Enter, em parceria com o Senai, que oferece formação em programação para jovens de baixa renda. Até 2025, essa área terá um déficit de cerca de 500 mil profissionais.
Como o senhor enxerga o mercado brasileiro de veículos nos próximos anos?

Sou realista no curto prazo e otimista no longo. Primeiro, é preciso entender exatamente onde estamos. O mercado está estável em 2 milhões de unidades, que foi o volume de vendas durante o ápice da pandemia. A capacidade instalada de produção é de 4,5 milhões, as vendas no mercado interno são de 2,1 milhões e a projeção para este ano é muito próxima disso. Além disso, 50% das vendas devem ser para grandes frotistas. Dos 1 milhão de consumidores finais, 60% compram à vista. Ou seja, quando a gente olha para o potencial dessa indústria, é algo bastante preocupante. A indústria precisa de maior escala. Entendo que o negócio passa por um momento bem difícil. Além disso, em 2022 as empresas do setor receberam quase US$ 11 bilhões vindos de fora. Alguns vão dizer: “Isso é dinheiro para investimento.” Mas as empresas precisam gerar caixa para poder investir. Quando elas não conseguem ter recursos para investir em novos produtos, que é a base do negócio, é algo muito preocupante.
Sobre a venda das fábricas em Horizonte (CE) e Camaçari (BA), como estão as negociações?

Estamos negociando (Camaçari) com a (marca chinesa) BYD. Estamos muito envolvidos nesse processo, mas ainda não dá para dizer quando ele deve ser concluído. No caso do Ceará, não é diferente. Não vou abrir quem são os interessados, mas ainda não temos uma definição.
Após três anos do encerramento da produção, como está a imagem da marca no Brasil?

Acompanhamos intensamente a satisfação do cliente com o produto e a percepção da marca. Passamos por uma fase em que as pessoas ficaram surpresas e não entendiam o caminho que a Ford iria tomar no Brasil. Hoje percebemos que houve uma mudança significativa por parte do consumidor, porque os caminhos estão mais claros para ele. Estamos aqui, investindo fortemente em tecnologia, em educação e trazendo ao Brasil o que temos de melhor no mundo. Estamos trabalhando freneticamente para entregar produtos de alta qualidade. No caso da contribuição para o País, estamos exportando tecnologia feita no Brasil e fomentando um projeto que vai crescer e apoia jovens em um tema que é estrutural para o País, que é a capacitação em programação. Evidentemente, é preciso tempo para que as pessoas entendam esse caminho que a Ford tomou. E, na medida que essa transformação tecnológica avance, muitas coisas vão ficar ainda mais claras.
A economia do Brasil anda patinando...

O Brasil precisa de crescimento econômico sustentável. E nós precisamos encontrar o caminho para isso. O setor de veículos depende disso.

O Estado de S.Paulo - SP   04/04/2023

Após os resultados frustrantes de início de ano, que levaram algumas montadoras a parar temporariamente a produção, as vendas de veículos mostraram forte recuperação em março. Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, 199 mil unidades foram emplacadas no mês passado.

O volume representa um crescimento de 35,5% sobre o total do mesmo período do ano passado, quando o mercado sofria com as maiores restrições de oferta, dada a falta de componentes eletrônicos nas linhas de montagem. Frente a fevereiro, um mês mais curto, a alta nas vendas foi de 53,1%.

Com isso, o primeiro trimestre terminou com aumento de 16,3% na comercialização de veículos zero quilômetro, chegando a um total de 471,8 mil unidades. A expectativa da indústria era acumular uma “gordura” nos três primeiros meses do ano, quando as vendas são comparadas a uma base fraca, para chegar ao fim de 2023 com crescimento de 3% nas vendas.

Obtidos pelo Estadão/Broadcast com fontes do setor, os números estão sujeitos a pequenos ajustes nos balanços oficiais a serem publicados amanhã pela Fenabrave, a associação das concessionárias, e na próxima segunda-feira pela Anfavea, entidade que representa as montadoras.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Investing - SP   04/04/2023

Os gastos com construção nos Estados Unidos caíram em fevereiro, uma vez que o investimento na construção de residências unifamiliares manteve sua tendência de queda em meio aos custos mais altos das hipotecas.

O Departamento do Comércio informou nesta segunda-feira que os gastos com construção caíram 0,1% em fevereiro, após aumentarem 0,4% em janeiro.

Economistas consultados pela Reuters previam que os gastos com construção permaneceriam inalterados. Os gastos com construção aumentaram 5,2% em fevereiro na comparação anual .

Os gastos com projetos de construção privados permaneceram inalterados após um aumento de 0,2% em janeiro.

O investimento na construção residencial caiu 0,6%, com os gastos em projetos de moradias unifamiliares em queda de 1,8%. Os gastos com habitações multifamiliares aumentaram 1,4%, ainda sustentados pela procura por aluguel.

O mercado imobiliário sofreu o impacto dos aumentos agressivos da taxa de juros pelo Federal Reserve em sua batalha para domar a inflação, com a contração do investimento residencial por sete trimestres consecutivos, a mais longa desde o colapso da bolha imobiliária desencadeada pela crise imobiliária Grande Recessão de 2007-2009.

Mas o pior provavelmente já passou. As taxas de hipoteca estão caindo após o recente colapso de dois bancos regionais dos EUA, o que provocou temores de contágio no setor bancário. No entanto, o mercado imobiliário não está fora de perigo porque as condições de crédito ficaram mais apertadas.

NAVAL

Porto Gente - SP   04/04/2023

Uma estratégia inclusiva de municípios e de redes mundiais do comércio.

Em boa hora o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP), assume a presidência da Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos (FPPA). Acerta, ao se comprometer com o desenvolvimento do porto indústria como estratégia para inovação do complexo portuário de Santos e prosperidade da Região Metropolitana da Baixada Santista. O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França e o secretário nacional de Portos, Fabrizio Pierdomenico, todos os três desta região, conhecem as prioridades do Porto de Santos e têm liderança regional e nacional.

Construir o túnel submerso ligando as margens do canal de acesso ao porto e, também, o porto oceânico fomentando o porto-indústria, é a base do sucesso dos grandes portos mundiais. Otimiza as variáveis agilidade, escala e comércio, fundamentais para ser competitivo. A indústria junto ao fluxo do comércio marítimo reduz tempo e custos logísticos bem como agrega eficácia ao drawback – decreto lei 37/66 – isentando de impostos a aplicação de componentes importados no produto de exportação; elimina também custo e tempo do seu transporte. É preciso construir um novo caminho. Como os Guinle construíram, exitosamente, o Porto de Santos em 12/7/1888 e nele permaneceram até 7/11/1980.

Porto e indústria são atividades complementares: uma é a razão da outra na potência do comércio marítimo. A história desse modelo de arranjo produtivo-comercial junto ao Porto de Santos na década de 60 tem capítulos trágicos, de repercussão mundial. A produção do pó-da-china pela francesa Rhodia e o incêndio da Vila Socó por vazamento de combustível no oleoduto da Refinaria Presidente Bernardes provocaram centenas de mortes. Hoje o licenciamento, controle, fiscalização e monitoramento das instalações industriais e portuárias são rígidos e eleva a segurança à natureza e à vida humana. Ainda assim, encravado entre a zona urbana de Santos e o porto, no distrito industrial da Alemoa são toleradas práticas incompatíveis com os padrões forçosos de sustentabilidade e governança.

A Era Metaverso que bate à porta, juntamente com o blockchain como tecnologia de banco de dados gerenciado, é uma revolução cultural e tecnológica: um futuro apressado e rigoroso. Como sempre acontece nesse tipo de transição, ocorrem desemprego e mudança de paradigma de trabalho; ao redor do mundo, consumidores e empreendedores respondem. É preciso antídoto, em forma de transição suave e urgente. Este será um papel relevante do Porto de Santos 2050. Numa região, cuja história da sua economia precisa ter continuidade e expansão inovada com a indústria verde e cujos avanços, pela força do comércio marítimo, influencia a prosperidade de toda a sua hinterlândia. Como é contada a história do pujante estado de São Paulo, o mais rico do Brasil.

Construir o túnel submerso no canal de acesso ao principal porto do hemisfério sul e, também, o seu porto oceânico com mais profundidade para receber os grandes navios mundiais, são obras que impõem gestão técnica de excelência, muito acima de relações políticas, critério corriqueiro nas indicações de diretores de estatais. O governo Lula tem de acertar e complementar essa história, que o presidente viveu na sua infância, quando morou no Guarujá: vendia cocadas que sua mãe fazia e seu pai era trabalhador, nesse porto.

Parabéns, Fábio Fontes!
Portogente cumprimenta o presidente da Praticagem de São Paulo, Fábio Fontes, por sua excepcional perícia com que manobrou exitosamente o navio carregado de contêineres, Américo Vespúcio, sem propulsão e sob fortes rajadas de vento, no último dia 31 de março.

Conforme informação do Capitão dos Portos, na manobra de saída do porto, o navio perdeu a propulsão, no exato momento do aumento da intensidade do vento, com rajadas de 40 a 45 nós e jogando a embarcação à esquerda do canal.A bordo, o prático Fábio Fontes, com muita experiência e perícia, realizou a manobra didaticamente e muito bem executada, evitando que o navio abalroasse qualquer estrutura ou outra embarcação, reposicionando-o no meio do canal com rebocadores e o conduziu de volta ao cais onde esteve atracado.

TN Petróleo - RJ   04/04/2023

O Grupo Ecovix dá mais um passo para consolidar a recuperação de suas atividades no Estaleiro Rio Grande. Neste fim de semana, três novos navios chegaram ao dique do empreendimento para a realização de reparos. As embarcações permanecerão no local por cerca de 20 dias para serviços de docagem, tratamento, pintura, mecânica e caldeiraria.

Cerca de 150 empregos serão gerados em Rio Grande com os trabalhos, com a contratação de mão de obra local, além da movimentação da rede hoteleira e de alimentação com a chegada de especialistas das embarcações, vindos de outras regiões do país ou do exterior. Os serviços serão feitos em parceria com a DockBrasil, que já atuou com a Ecovix em outros reparos no Estaleiro.

Os navios que chegaram ao local são o argentino Cabo Pilar, petroleiro da Antares Naviera, e dois navios pesqueiros: o chinês LQVY 279, da Quing Dao Yang Ocean Fishery, e o espanhol Jose Antonio Nores, do Grupo Nores.

Obrigações em dia

A chegada das embarcações vêm numa semana em que o Grupo Ecovix celebrou um importante avanço em seu processo de recuperação judicial. O grupo quitou créditos com 130 companhias da classe IV, formada por microempresas e empresas de pequeno porte. Além disso, os créditos com garantia real (classe II) já foram pagos e as obrigações com as demais classes estão em dia.

No dia 8 de março, a 2ª Vara Cível de Rio Grande homologou o aditivo ao plano de recuperação judicial da companhia, aprovado em 23 de janeiro. "São importantes marcos para a implementação de nosso plano de negócios, dentro do nosso compromisso com o desenvolvimento da região Sul. Temos realizado atividades de reparo naval, portuárias e estamos confiantes na retomada gradativa da construção naval", enfatiza o diretor-geral da Ecovix, Robson Passos.

O administrador judicial, Laurence Medeiros, da Medeiros Administração Judicial, destaca a relevância e complexidade do processo. "São grandes passos que estão sendo dados ao longo dos últimos cinco anos, desde a aprovação do plano de recuperação judicial. Isso traz segurança jurídica para a empresa, os credores e todo o trabalho de retomada das atividades navais", afirma o advogado.

Portos e Navios - SP   04/04/2023

A PortosRio, responsável pela administração dos Portos do Rio de Janeiro, Itaguaí, Niterói e Angra dos Reis, teve suas demonstrações financeiras de 2022 aprovadas em reunião conjunta realizada pelos Conselhos de Administração e Fiscal, no último dia 24 de março. A autoridade portuária encerrou o exercício com um lucro bruto de R$ 574,1 milhões, representando 72% do seu faturamento, na ordem de R$ 807,8 milhões, o segundo maior montante dos últimos cinco anos.

A companhia informou que encerrou o último ano com cerca de R$ 280 milhões em disponibilidade, o que representa uma boa saúde financeira, alcançada pela alta do faturamento nos últimos anos, somada à efetiva gestão do fluxo de caixa. Isso vem possibilitando o equacionamento de diversos passivos, inclusive deixando a PortosRio em uma situação de destaque em relação à adimplência. Ao longo dos últimos quatro anos, houve uma redução em cerca de R$ 1,2 bilhão nos passivos e prejuízos acumulados.

O diretor-presidente interino da PortosRio, Jean Paulo Castro e Silva, ressaltou que os bons resultados alcançados são fruto do trabalho conjunto de todos os colaboradores: "Se traçarmos uma curva de tendência dos últimos cinco anos, podemos perceber um crescimento consistente desde 2019. Esse resultado é fruto da dedicação dos colaboradores de todas as áreas, que, num esforço conjunto, vêm trabalhando para a melhoria do desempenho da empresa em todos os aspectos. Com a sinergia da gestão e o empenho do nosso pessoal, temos conseguido uma geração de caixa suficiente para equacionar nossos passivos e investir na modernização da nossa infraestrutura e melhores serviços para os nossos usuários."

Para a superintendente de Finanças, Camila Carvalho, “em que pese o lucro bruto ter sido menor em comparação ao exercício anterior, a performance da companhia é de alta relevância, uma vez que em 2021 o faturamento recorde foi impactado pelo crescimento na movimentação de cargas e variáveis como a taxa de câmbio e o preço do minério de ferro no mercado internacional, que amplificaram as receitas da exportação dessa principal commodity”. Ainda de acordo com a superintendente Camila, “apesar de um resultado contábil negativo, impactado por pendências históricas, a performance da Autoridade Portuária é notável em relação às melhorias de gestão e geração de caixa. Isto porque, expurgando o efeito das despesas não dedutíveis, fica evidenciado que a PortosRio vem auferindo lucro fiscal e recolhendo tributos à Receita Federal.”

PETROLÍFERO

Valor - SP   04/04/2023

Segundo o chefe de pesquisa Carsten Menke, o movimento altista de preços se deve apenas a um reposicionamento de investidores nos mercados futuros e não deve alterar o cenário de oferta deste mercado

Embora os preços do petróleo tenham disparado com as notícias do corte na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), o movimento se deve apenas a um reposicionamento de investidores nos mercados futuros e não deve alterar o cenário de oferta deste mercado, que se encontra bastante abastecido, na avaliação de Carsten Menke, chefe de pesquisa de próxima geração do banco Julius Baer.

Segundo ele, no longo prazo, os preços devem se manter na faixa dos US$ 70 por barril. “Enquanto sustenta os preços no curtíssimo prazo, o corte confirma nossa expectativa de médio a longo prazo de um mercado mais do que suficientemente abastecido. Dito de outra forma, o corte na produção da Opep+ é uma clara admissão da fraqueza do mercado e não vem de uma posição de força. As perspectivas cíclicas pedem uma demanda moderada de petróleo no mundo ocidental, bem como na China, já que o cenário estrutural da transição energética, com a mudança para a mobilidade elétrica, acabará por corroer a demanda”, afirma o economista, em nota.

Segundo ele, a produção de petróleo dos EUA continua crescendo e deve atingir um novo recorde em 2023, enquanto o mercado se ajusta à retirada da Rússia desse mercado. “Com a clara convicção de que os fundamentos do mercado, e não a geopolítica, ditam os preços, vemos o petróleo caminhando para seu equilíbrio de mercado sustentável no longo prazo, que colocamos próximo a US$ 70 por barril”, afirma.

Valor - SP   04/04/2023

Com o aumento das pressões inflacionárias, bancos centrais do mundo todo podem ser obrigados a manter as taxas de juros elevadas por mais tempo

A Opep+ surpreendeu o mercado ao anunciar um corte na produção de petróleo de mais de 1 milhão de barris por dia, ao contrário de indicações anteriores de que não mexeria na oferta, o que representa um novo risco para a economia global.

É uma redução significativa para um mercado - apesar das recentes flutuações de preços – cuja oferta sinalizava aperto até o final do ano. Os contratos futuros de petróleo chegaram a dar um salto de 8% em Nova York nesta segunda-feira, enquanto os preços da gasolina também subiram. Com o aumento das pressões inflacionárias, bancos centrais do mundo todo podem ser obrigados a manter as taxas de juros elevadas por mais tempo.

A Arábia Saudita liderou o cartel ao prometer reduzir a oferta em 500 mil barris por dia. Outros membros, incluindo Kuwait, Emirados Árabes Unidos e Argélia, também planejam cortar a produção, enquanto a Rússia disse que o corte em vigor de março a junho vai continuar até o fim de 2023.

“A Opep+ claramente quer um preço mais alto”, disse Gary Ross, consultor de petróleo veterano que agora é gestor de hedge funds da Black Gold Investors. O grupo continua a ser “proativo e à frente da curva, e tenta arrancar os preços do petróleo das garras” da percepção macro.

Qualquer aumento nos custos dos combustíveis de transporte tende a ser monitorado de perto por políticos nos EUA, especialmente antes do verão no hemisfério norte, quando mais pessoas viajam e tiram férias.

Os principais analistas divulgaram projeções com o barril de petróleo a US$ 100 após a decisão. Alguns esperam que os saldos mundiais de oferta e demanda entrem em déficit antes do esperado. Essa visão se refletiu no fortalecimento do chamado “backwardation” do Brent - onde o prêmio de embarques imediatos aumenta em relação aos suprimentos posteriores, em um sinal de aperto observado de perto.

A decisão surpresa pode mais uma vez aumentar as tensões entre Estados Unidos e Arábia Saudita, um parceiro regional cuja relação com o governo de Joe Biden tem sido tensa. A Casa Branca disse que os novos cortes são imprudentes.

O impacto inicial dos cortes, a partir do próximo mês, somará cerca de 1,1 milhão de barris por dia. A partir de julho, devido à extensão da redução de oferta existente na Rússia, haverá cerca de 1,6 milhão de barris por dia a menos de petróleo no mercado do que o esperado anteriormente. A Rússia havia decidido inicialmente reduzir a produção em março, em retaliação contra as sanções ocidentais provocadas pela invasão da Ucrânia.

O governo saudita disse no domingo que as reduções são uma “medida de precaução destinada a apoiar a estabilidade do mercado de petróleo”.

As relações entre Arábia Saudita e EUA estão tensas desde o ano passado, quando os esforços da Casa Branca para persuadir o reino a bombear mais petróleo fracassaram.

No domingo, a Casa Branca afirmou que a decisão da Opep+ não era aconselhável nas atuais condições do mercado. O governo Biden também disse que os EUA trabalharão com produtores e consumidores com foco nos preços da gasolina para os americanos.

Interesse econômico

A medida no domingo - anunciada um dia antes da reunião do Comitê de Monitoramento da Opep+ - foi uma forma inédita de decidir a política do grupo, que teve que se adaptar nos últimos anos, primeiro ao choque de demanda causado pela pandemia, e agora à guerra na Ucrânia e às consequências das sanções.

Até sexta-feira, os delegados indicavam nos bastidores que não havia intenção de mudar seus limites de produção.

De sua parte, a Arábia Saudita embarca em uma enorme onda de gastos na casa dos trilhões de dólares para transformar sua economia em um polo turístico e num centro global de logística e negócios. Embora grande parte desse gasto seja impulsionado por alguns fundos soberanos que podem não se beneficiar diretamente dos preços mais altos do petróleo, autoridades do governo disseram que usarão os excedentes para ajudar a acelerar os investimentos domésticos.

“Vemos essa decisão como apenas mais uma indicação de que a liderança saudita está tomando suas decisões de produção de petróleo com uma visão clara de seus próprios interesses econômicos”, disse Helima Croft, chefe de estratégia de commodities da RBC Capital Markets.

Infomoney - SP   04/04/2023

Um potencial aumento contínuo de preços do petróleo no mercado internacional, com o corte extra de oferta pelo cartel de grandes exportadores Opep+ anunciado de surpresa na véspera, poderá pressionar a Petrobras (PETR3;PETR4) por reajustes e testar reação da nova diretoria da petroleira, disseram especialistas à Reuters.

Os preços do petróleo Brent –um dos indicadores levados em conta pela atual política de preços da petroleira– saltaram mais de 5 dólares o barril nesta segunda-feira, fechando com ganhos superiores a 6%, depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, incluindo a Rússia, anunciaram novos cortes na produção.

Analistas e operadores ouvidos pela Reuters acreditam que a decisão poderá empurrar os preços do petróleo para 100 dólares o barril, apertar o mercado e as margens das refinarias.

“Nada descarta que o barril, com esse corte de produção, tenha picos de 100 dólares, chegue próximo dos 100 dólares e, sem dúvida, o barril mais alto será um teste para a política de preços da Petrobras, que hoje vem seguindo o PPI (preço de paridade de importação)”, disse o diretor do CBIE Pedro Rodrigues.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, tem defendido alterar a política de preços da Petrobras para deixar de considerar o PPI. No entanto, ele defende ser importante ainda seguir o mercado internacional para a definição dos preços, uma vez que o Brasil não é autossuficiente em combustíveis e depende de importações.
Uma nova diretoria da Petrobras tomou posse na semana passada. Pela política atual, são os diretores de comercialização e financeiro, juntamente com o CEO, os que definem os ajustes na gasolina e no diesel. Já o novo conselho de administração da companhia, que deverá ser alterado no final de abril, teria capacidade de mudar mais políticas comerciais de forma mais radical, se este realmente for o interesse do novo governo.

“Vamos ver como ela (Petrobras) vai se comportar agora com petróleo mais alto, porque com petróleo mais alto é sempre mais difícil para anunciar uma política de preços, porque o custo é muito maior… Sem dúvida esse aumento do preço do barril, no médio e longo prazo, terá efeitos sim na Petrobras”, disse Rodrigues.

Nos cálculos do CBIE, a gasolina da Petrobras estava 9,31% abaixo do mercado externo no fechamento de sexta-feira, enquanto o diesel estava 4,34% acima.

A consultoria StoneX, por sua vez, calculou no início da tarde desta segunda-feira que haveria espaço para a Petrobras reduzir ainda em 4,9% o preço do diesel, apesar da disparada de preços, enquanto a gasolina estava em paridade. Dessa forma, um reajuste da Petrobras não seria imediatamente necessário.

“Os preços futuros de fato estão em alta, mas a dúvida é se o físico vai acompanhar toda essa alta ou não”, ponderou o analista de petróleo e derivados da StoneX, Pedro Shinzato.

Mas para o presidente da Associação dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araujo, a redução da produção da Opep+, sem dúvida, “vai pressionar a Petrobras para que ela aumente seus preços”.

No fechamento de sexta-feira, a Abicom calculou que o diesel da Petrobras estava 2% acima da paridade de importação, enquanto a gasolina estava 4% abaixo da paridade.

Valor - SP   04/04/2023

A perspectiva de oferta reduzida aperta o mercado global da commodity, impulsionando os preços

Os preços do petróleo dispararam nesta segunda-feira (3), ao serem influenciados pela decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e de aliados ( (Opep+) de reduzir sua produção de óleo a partir de maio. A perspectiva de oferta reduzida aperta o mercado global da commodity, impulsionando os preços.

O barril do petróleo WTI com entrega prevista para maio fechou em alta de 6,28%, a US$ 80,42, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o do Brent para junho subiu 6,31%, a US$ 84,93, na Intercontinental Exchange (ICE).

Além do corte anunciado ontem — e oficializado hoje — pelos países-membros da Opep, a Rússia, aliada do cartel, decidiu voluntariamente reduzir sua produção de petróleo em 500 mil de junho em diante, elevando o corte da oferta global de petróleo a 1,66 milhão de barris diários (bpd).

Segundo a economista-chefe de commodities da Capital Economics, Caroline Bain, só o montante que será cortado a partir do mês que vem representa 1,1% da totalidade da produção global de petróleo. Para ela, a decisão jogará o mercado em um déficit ainda maior que o esperado no fim de 2023.

Em resposta ao acordo da Opep+, o Goldman Sachs elevou suas projeções para o preço do petróleo. Para o fim deste ano, o banco americano espera que o barril do Brent suba a US$ 95 e que avance para US$ 100 ao final de 2024.

Mais que o aperto no mercado internacional de petróleo, a decisão da Opep+ impulsiona os preços à medida que mostra que o cartel não vai tolerar níveis muito baixos para a commodity, segundo o analista-sênior da Oanda, Craig Erlam. Em março, o barril do óleo despencou diante de preocupações quanto à demanda global após a crise dos bancos regionais nos EUA, diante do aperto das condições financeiras globais.

“Claramente, a Opep está muito mais interessada no preço do que afirmava anteriormente. E não em colocar um preço justo, mas apenas impor um piso sobre ele. Claro, este não é o primeiro corte preventivo que causa alvoroço e o grupo apontará isso como evidência de que está agindo na dinâmica de oferta e demanda”, avalia Erlam.

Infomoney - SP   04/04/2023

Os cortes no fornecimento de petróleo anunciados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) podem ajudar a Rússia, em meio a tensões com os Estados Unidos. A Rússia, país-membro da Opep+, está estendendo seus próprio cortes na produção.

Em teoria, menos petróleo fluindo para as refinarias deverá significar preços mais altos da gasolina para os motoristas, aumentando a inflação que atinge os EUA e a Europa.
E isso também pode ajudar a Rússia a enfrentar as sanções ocidentais aplicadas após sua invasão à Ucrânia.

Os cortes anunciados pela Opep+ também devem potencializar as projeções de déficit de oferta de petróleo no segundo semestre de 2023 e podem pressionar a inflação ao redor do mundo. A avaliação é da Agência Internacional de Energia (AIE).

“Os novos cortes da Opep+ correm o risco de exacerbar tensões e elevar os preços do petróleo em um momento em que fortes pressões inflacionárias estão prejudicando consumidores vulneráveis em todo o mundo, especialmente em economias emergentes e em desenvolvimento”, diz a entidade em nota.

Valor - SP   04/04/2023

O anúncio surpresa de cortes voluntários de produção por vários membros da Opep+ ressalta o enfraquecimento da presença de Washington no Oriente Médio e o aprofundamento da divisão entre os dois lados.

Com uma medida que agravará a inflação nos Estados Unidos e ajudará a Rússia, os produtores de petróleo esperam conter uma queda nos preços nos últimos meses para níveis muito baixos para seu conforto. Eles seguiram em frente com o corte, embora certamente encontrem objeções.

O bloco confirmou na segunda-feira reduções de 1,16 milhão de barris por dia - o equivalente a cerca de 1% da demanda global - da Arábia Saudita, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão, Argélia, Omã e Gabão, de maio até o fim de 2023. Isso em cima do corte de 2 milhões de barris acordado em outubro passado, que foi reafirmado na segunda-feira.

Os movimentos voluntários são "uma medida de precaução destinada a apoiar a estabilidade do mercado de petróleo", disse a Opep+ em comunicado após uma reunião virtual do Comitê Conjunto de Monitoramento Ministerial, que acompanha o cumprimento dos ajustes de produção. A aliança Opep+ agrupa a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e outros produtores, incluindo a Rússia.

A decisão atraiu objeções dos Estados Unidos. "Não achamos que cortes sejam aconselháveis neste momento devido à incerteza do mercado", disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional no domingo, depois que membros do bloco anunciaram seus planos.

A declaração da Opep + também confirmou que a Rússia continuaria a redução de 500 mil barris anunciada em fevereiro até o fim do ano. Essa confirmação ocorre após uma reunião entre o vice-primeiro-ministro, Alexander Novak, e o ministro da Energia saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, em Riad, em 16 de março, que se concentrou na cooperação no mercado de petróleo.

Os contratos futuros de petróleo bruto dispararam na Bolsa Mercantil de Nova York no domingo. Os futuros de referência do West Texas Intermediate (WTI) para maio chegaram a US$ 81,69 o barril, alta de 8% em relação ao fim da semana passada e a maior desde o fim de janeiro. Na Europa, o petróleo Brent subiu 8,4%, para uma alta de aproximadamente um mês, a US$ 86,44.

Ambos os benchmarks do mercado continuaram a negociar em alta após a abertura dos mercados na segunda-feira.

Os contratos futuros de petróleo dos Estados Unidos caíram abaixo de US$ 65 o barril em um ponto em março, em meio ao nervosismo sobre o sistema bancário. Embora os preços tenham se firmado novamente, à medida que a resposta dos reguladores acalmou a percepção de risco, os produtores de petróleo são sensíveis às turbulências no mercado financeiro ou enfraquecimento da demanda, derrubando os preços.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima o equilíbrio fiscal do preço do petróleo - o nível em que os gastos e as receitas do governo se equilibram para um determinado país - em US$ 66,80 o barril para a Arábia Saudita e US$ 65,80 para os Emirados Árabes Unidos. Preços abaixo do ponto de equilíbrio são problemáticos para economias que dependem fortemente das exportações de petróleo.

Medidas para superar o risco de mercado expõem esses países a críticas renovadas de compradores de petróleo avessos a preços mais altos. A Casa Branca também se opôs veementemente aos cortes anunciados em outubro.

Mas "a normalização das relações saudita-iranianas enfraqueceu a influência dos Estados Unidos na região e há menos necessidade de levar os Estados Unidos em consideração", disse Tsuyoshi Ueno, do NLI Research Institute do Japão.

Os preços do petróleo dispararam para uma alta de 14 anos em março de 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro. Mas eles caíram depois disso, pairando recentemente em torno dos níveis pré-guerra, devido às preocupações com o aumento das taxas de juros, provocando uma desaceleração econômica.

Os investidores veem a última rodada de cortes na produção como uma mensagem de que a Opep+ não está disposta a aceitar grandes quedas nos preços do petróleo.

Muitos observadores do mercado esperam que o petróleo permaneça elevado por enquanto.

Mas até que ponto a oferta apertará dependerá de quanto os países que "decidiram por cortes voluntários podem realmente reduzir a produção", disse Takayuki Nogami, da Organização Japonesa para Metais e Segurança Energética. Certos membros da Opep+, incluindo o Cazaquistão, passaram a aumentar a produção.

"Se os preços do petróleo bruto subirem, a pressão inflacionária aumentará, aumentando o risco de os países aumentarem ainda mais as taxas de juros e o arrefecimento da economia global", disse Satoru Yoshida, da Rakuten Securities. Isso poderia enfraquecer a demanda, limitando a alta da commodity.

AGRÍCOLA

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   04/04/2023

Enquanto montadoras de carros estão dando férias coletivas a funcionários por causa da falta de componentes, a indústria de máquinas agrícolas sinaliza estar sofrendo menos com a situação. Entidades que representam fabricantes reconhecem a escassez de alguns itens eletrônicos, mas negam qualquer efeito sobre o cronograma de entrega dos equipamentos aos clientes.

As restrições adotadas na fase mais aguda da pandemia de Covid-19 afetaram a logística internacional, causando ruptura em diversas cadeias de suprimento. Na indústria de máquinas agrícolas, as entregas para os clientes chegaram a levar de seis a oito meses, bem acima do que é considerado normal.

Agora, apesar das dificuldades ainda persistirem, os prazos têm sido cumpridos pelas empresas, segundo executivos do setor. "O efeito é muito pequeno", afirma Pedro Estêvão Bastos, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (CSMIA/Abimaq).

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) tem posicionamento semelhante. Em resposta à Globo Rural enviada pela assessoria de imprensa, a entidade ressalta que as dificuldades com a falta de componentes eletrônicos vêm desde 2021, o que afetou também a indústria de máquinas agrícolas.

A expectativa da entidade é de que a falta de componentes perdure pelo menos até o ano que vem, mas em grau menor. No entanto, diferentemente das montadoras de carros, não há registro entre as associadas da Anfavea, de interrupção de linhas de produção ou concessão de férias coletivas no segmento agropecuário.

"A situação de componentes eletrônicos em nada afeta a participação e as negociações do setor de máquinas agrícolas previstas para ocorrerem em eventos do agronegócio durante este ano", diz a Anfavea, por meio de sua assessoria de imprensa.

Taxas de juros – Para os representantes do setor de máquinas e equipamentos agrícolas, o maior risco para os negócios e os resultados do ano neste momento são as altas taxas de juros e ausência de linhas de crédito subvencionadas.

Financiar o maquinário está mais caro para o produtor, o que já vem afetando o volume de vendas.

Pedro Estevão, da Abimaq, afirma que os fabricantes de máquinas agrícolas faturaram 13,7% a menos no primeiro bimestre, em relação ao mesmo período no ano passado.

Segundo ele, uma mudança de cenário depende de novos aportes de recursos nas linhas de crédito para investimento previstas no Plano Safra.

“O primeiro semestre deve seguir nessa toada”, salienta, acrescentando que os recursos da política de financiamento dos produtores rurais, voltada para o período 2023/2024, devem estar liberados somente a partir de julho de 2023.

A Anfavea ainda não atualizou seus números referentes ao primeiro bimestre de 2023. Os resultados do período devem ser divulgados no início de abril. Em janeiro, a entidade registrou queda de 13,9% das vendas comparação com o mesmo mês em 2022. Foram 3,453 unidades comercializadas.

Além de fatores sazonais, a Anfavea avalia que os negócios foram afetados pela falta de crédito com taxas de juros equalizadas, principalmente para pequenos e médios produtores rurais.

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