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02 de Setembro de 2025

SIDERURGIA

IstoÉ Dinheiro - SP   02/09/2025

A retração da demanda por eletricidade pelo setor metalúrgico foi a principal responsável pela baixa de 1,0% no consumo de energia elétrica da classe industrial em julho, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A queda do consumo elétrico industrial interrompeu 24 meses de taxas positivas, destacou a instituição.

Em resenha sobre o mercado de energia de julho, a EPE afirmou que o setor metalúrgico diminuiu em 146 gigawatts-hora (GWh), ou 3,4%, seu consumo naquele mês e respondeu sozinho por mais de 90% de toda a retração da indústria. O desempenho do segmento foi impactado pela produção siderúrgica, que recuou quase 10% na comparação com julho de 2024, acrescentou.

Além da metalurgia, outros quatro dos dez setores mais eletrointensivos da indústria reduziram seu consumo elétrico. Papel e celulose teve a maior retração porcentual, de 8,7% (ou -79 GWh), seguida de produtos químicos (-6,1%, ou -99 GWh); produtos de metal (-5,3%, -20 GWh); e setor automotivo (-0,5%, -3 GWh).

Considerando os 37 setores monitorados pela EPE, 18 apresentaram queda.

Entre os eletrointensivos que aumentaram o consumo estão borracha e material plástico (+4,4%; +42 GWh); alimentícios (+3,0%; +65 GWh); extração de minerais metálicos (+2,5%; +32 GWh); produtos de minerais não metálicos (+2,1%; +26 Gwh) e têxteis (+1,8%; +9 Gwh).

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   02/09/2025

Após um segundo trimestre que deve decepcionar, o desempenho da atividade econômica do País tende a continuar enfraquecido no terceiro trimestre, pelo que mostram os indicadores antecedentes e coincidentes de atividade dos meses de julho e agosto.

Medidas do governo contra o tarifaço, o ressarcimento de aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o pagamento de precatórios, porém, podem evitar um resultado ainda pior para o PIB na margem. É o que avaliam economistas consultados pelo Estadão/Broadcast.

Pressionada pelos juros altos, condições de crédito mais apertadas e sobretaxa dos Estados Unidos, a indústria é o setor mais vulnerável, enquanto áreas ligadas ao consumo estão de certa forma protegidas pelo mercado de trabalho ainda aquecido.

Para o economista João Leme, da Tendências, embora o mercado de trabalho venha dando suporte à demanda, está se aproximando o momento da desaceleração generalizada da economia.

“Estamos com uma política monetária em campo fortemente contracionista e existe uma defasagem para a atividade real, quando a economia efetivamente começará a sentir esses aumentos da Selic”, afirmou.

Para o economista-chefe e sócio da G5 Partners, Luiz Otávio de Sousa Leal, o setor industrial tem sido especialmente penalizado pelo mix de juros altos, crédito caro e os problemas ligados às tarifas de Donald Trump.

“Os dados até agora corroboram esse início ruim do terceiro trimestre, como os da Anfavea na parte de carros leves, muito próximo de zero, queda da produção de aço, de consumo de energia industrial. O que me chamou muita atenção foram os dados do índice de confiança da indústria da FGV”, afirma.

As pesquisas realizadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) tanto em julho quanto em agosto têm mostrado queda generalizada na confiança dos agentes. O Índice de Confiança da Indústria citado pelo economista recuou 4,4 pontos em agosto, a maior queda para um mês desde o período da pandemia, encerrando a 90,4 pontos, piso desde outubro de 2023.

Na semana passada, o presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil, André Gerdau Johannpeter, alertou que o setor está chegando a seu limite por falta de volume. Segundo o empresário, o índice de ociosidade da indústria desse segmento está em 35%, quando o normal seria de 15% a 20%.

Quanto ao crédito, julho mostrou queda de 0,3% nas concessões em termos sazonalmente ajustados e aumento da inadimplência. Para Leme, da Tendências, a desaceleração nas concessões pesa principalmente na demanda por bens “de tíquete elevado” e nas perspectivas de grandes setores, como é o caso da construção civil, “que é um dos grandes demandantes de bens de capital, de veículos pesados, especialmente caminhões, etc”.

O Índice de Confiança da Construção (ICST), apurado pela FGV, caiu 1,1 ponto em agosto ante o mês anterior, para 91,6 pontos, após ter recuado 1,3 ponto em julho.

O tarifaço também tem afetado decisões de investimentos, especialmente para a parte do setor exportador que perdeu o mercado americano.

“O que a gente vai ter de ver ao longo desse trimestre, principalmente setembro, e depois no quarto, é se as medidas do governo de ajuda aos setores atingidos serão suficientes para evitar uma desaceleração mais forte da indústria do que já se viu no segundo trimestre”, diz Leal, da G5. No Plano Brasil Soberano, o governo oferecerá R$ 40 bilhões em linhas de crédito para companhias prejudicadas pela sobretaxa.

“Outras duas coisas que podem ajudar o terceiro trimestre são o pagamento dos precatórios e o ressarcimento aos aposentados”, avalia o economista da G5. Ele lembra que, no caso dos precatórios, que somam em torno de R$ 60 bilhões, a conta que normalmente se faz é que 30% vire consumo. “Estamos falando em aproximadamente R$ 25 bilhões”, afirma.

Sobre o estorno aos aposentados, segundo ele estimado na casa de R$ 3 bilhões a R$ 5 bilhões, “é consumo na veia”, afirma Leal, cuja projeção de variação do PIB para o segundo trimestre é zero e, para o terceiro, alta de 0,7%.

Para o economista-chefe da BGC Liquidez, Felipe Tavares, apesar do tamanho do estímulo fiscal que o governo está colocando para amortecer os efeitos da sobretaxa dos EUA, o grande protagonista da desaceleração da economia “é realmente a política monetária”.

“Os dados chegam a ser até um pouco alarmantes. O cenário do crédito para as famílias e para as empresas realmente sofreu muito com a política monetária restritiva. O endividamento das famílias está em patamares elevadíssimos”, afirmou.

O economista argumenta que o baque na economia tem sido suavizado pelo setor de serviços, que está ligado ao mercado de trabalho aquecido. “Como os rendimentos estão crescendo acima da produtividade, principalmente pelo salário de entrada, a gente tem essa pressão no setor.”

Também para o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, a desaceleração da economia vem basicamente do efeito da taxa de juros sobre o crédito. “A concessão real está desacelerando e a gente vê em alguns segmentos, mais dependentes de crédito, que a desaceleração está mais agressiva e a inadimplência acelerando”, diz.

A discussão agora, acrescenta, é se com a proximidade da eleição o governo não vai dar mais impulso para conter a desaceleração. “É uma situação que o governo vai ter que equilibrar porque só pelo acúmulo da alta de juro a economia arrefeceria demais. Tem que desacelerar a economia, mas não pode deixar também que chegue a uma recessão. Então, crescer 1,5%, 2% no ano que vem é uma boa medida, é um cenário relativamente construtivo.”

Globo Online - RJ   02/09/2025

A resiliência dos serviços é o que vai manter o PIB do segundo trimestre em campo positivo. As projeções dos analistas para o crescimento da economia brasileira, de abril a junho, que será divulgada amanhã pelo IBGE, variam entre 0,2% e 0,5%. A perspectiva é de variação negativa na agropecuária, no comércio e na indústria de transformação, diz Juliana Carvalho Trece, coordenadora de Contas Nacionais do FGV Ibre. O consumo, avalia, deve seguir em crescimento, mas a expectativa é de uma significativa desaceleração.

- O PIB do 2° trimestre deve mostrar uma desaceleração da atividade, mas ainda com um número significativo de crescimento. O principal destaque negativo na demanda deve ser a Formação Bruta do Capital Fixo (FBCF), que representa investimentos. Desde o final do ano passado, houve um ciclo de aperto monetário e, como os efeitos da elevação da taxa de juros têm uma defasagem para "alcançar" a atividade econômica, não surpreende retração neste componente e na indústria de transformação, por exemplo. De todo modo, a expectativa para o ano é que o PIB brasileiro cresça em torno de 2%. Não há indícios ainda para se falar em retração nos dois próximos trimestres - afirma Juliana.

Marcela Kawauti Economista-chefe Lifetime, estima um crescimento de 0,5% do PIB no segundo trimestre, em relação ao anterior, o que representa um avanço de 2,4% frente ao mesmo período do ano passado. De janeiro a março, a economia brasileira registrou alta de 1,4% sobre o último trimestre de 2024 e 2,9% na comparação com período análogo. Ou seja, há uma forte desaceleração, o que a economista atribui ao efeito da elevação da taxa de juros iniciada em setembro do ano passado.

- O efeito do tarifaço é pequeno e indireto ainda. Como estamos falando de abril a junho, o que a gente tinha naquela época era o Brasil na “tarifa mínima”. A desaceleração tem mais a ver com reflexo da política monetária contracionista. Como os efeitos dos juros demoram de 6 a 9 meses para começar a ser sentido na economia, o que foi feito no fim de 2024 acaba refletido nos dados do segundo trimestre deste ano. Os efeitos da sobretaxa que elevou as tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros para 50% serão sentidos nos dados do terceiro trimestre.

Se não houve efeito da sobretaxa aplicada ao Brasil no resultado do PIB que será conhecido amanhã, a economista Juliana Inhasz Kessler, professora do Insper, diz que o aumento das incertezas globais que vieram do anúncio do tarifaço por Donald Trump em abril tiveram impacto para baixo no dado.

- Já havia a percepção de que novas tarifas poderiam ser implementadas e só já traz em si uma desaceleração, um risco maior aqui. Todos os dados sinalizam a desaceleração da economia como um todo. Indústria e serviços avançam pouco, porque o consumo das famílias também pode estar crescendo menos, assim como o consumo do governo, que aparentemente no segundo trimestre foi mais controlado. Há quem diga que, além dos juros altos, o acúmulo de estoques pode ter prejudicado a taxa de crescimento do segundo trimestre - explica.

Na avaliação de Marcela, da Lifetime, os números do segundo trimestre não devem alterar as expectativas de queda para a Selic, prevista para a passagem de 2025 para 2026.

- A desaceleração da economia já está na conta. Mas ela ainda precisa chegar no mercado de trabalho e nos preços de serviços, inflação mais teimosa, que responde à política monetária. Para que o Copom tenha conforto de iniciar o ciclo de cortes, o terceiro trimestre deve ser mais fraco ainda e com mais efeitos sobre crédito, setor de serviços e mercado de trabalho, fora a inflação de serviços que é mais resistente. São esses dados que vão ajudar a balizar as expectativas sobre a queda da Selic. Se houver resposta mais forte da inflação de serviços e o câmbio continuar ajudando, o BC pode cortar juros na última reunião deste ano. Caso contrário, somente no próximo ano.

Agência Brasil - DF   02/09/2025

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - considerado a inflação oficial do país - passou de 4,86% para 4,85% este ano. É a décima quarta redução seguida na estimativa, publicada no Boletim Focus desta segunda-feira (1º). A pesquisa é divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2026, a projeção da inflação também caiu, de 4,33% para 4,31%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 3,94% e 3,8%, respectivamente.

A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

Em julho, pressionada pela conta de energia mais cara, a inflação oficial divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fechou em 0,26%, sendo o segundo mês seguido de queda nos preços dos alimentos, o que ajudou a segurar o índice. No acumulado em 12 meses, o IPCA alcançou 5,23%, acima do teto da meta de até 4,5%.

Juros básicos

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros  - a Selic - definida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. O recuo da inflação e o início da desaceleração da economia fizeram o colegiado interromper o ciclo de aumento de juros na última reunião, em julho, após sete altas seguidas na Selic.

Em comunicado, o Copom informou que a política comercial dos Estados Unidos aumentou as incertezas em relação aos preços. A autoridade monetária informou que, por enquanto, pretende manter os juros básicos, mas não descartou a possibilidade de voltar a elevar a Selic caso seja necessário.

A estimativa dos analistas é que a taxa básica encerre 2025 nos 15% ao ano. Para o fim de 2026, a expectativa é que a Selic caia para 12,5% ao ano. Para 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida novamente para 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Quando a taxa Selic é reduzida a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio

A estimativa das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano passou de 2,18% para 2,19% nesta edição do Boletim Focus. Para 2026, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país) ficou em 1,87%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 1,89% e 2%, respectivamente.

Puxada pela agropecuária no primeiro trimestre deste ano, a economia brasileira cresceu 1,4%. Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%. O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021, quando o PIB alcançou 4,8%.

A previsão da cotação do dólar está em R$ 5,56 para o fim deste ano. No fim de 2026, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,62.

IstoÉ Dinheiro - SP   02/09/2025

A Moody’s melhorou a previsão para o crescimento da economia da China este ano, após a força das exportações e um conjunto de medidas fiscais e monetárias induzirem expansão mais forte que a esperada no primeiro semestre. No entanto, a demanda doméstica fraca e um ambiente externo mais difíceis devem turvar o cenário à frente, diz a agência.

A instituição aumentou a projeção para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) chinês para 4,7% em 2025, de 3,8% na estimativa anterior, de maio. “Um leve abrandamento das tensões comerciais entre EUA e China impedirá que as tarifas dos EUA atinjam níveis que sufocam o comércio”, afirma.

Para 2026, a Moody’s elevou a previsão para a alta do PIB da China, de 3,9% para 4,0%. EUA. “A lentidão nas vendas e nas importações do varejo e a baixa inflação destacam as dificuldades para reavivar o consumo doméstico”, ressalta.

O Estado de S.Paulo - SP   02/09/2025

A decisão política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de disparar os procedimentos para usar a Lei de Reciprocidade Econômica como reação ao tarifaço de Donald Trump ocorreu, principalmente, por uma avaliação de que o mecanismo vai demorar cerca de seis meses para estar plenamente à disposição do governo.

Segundo integrantes do Palácio do Planalto, Lula avaliou com ministros que era a hora de engatilhar essa capacidade de resposta, que ainda passará por uma série de trâmites burocráticos, inclusive consultas públicas, entre elas com o setor privado (partes interessadas) e comunicações com os Estados Unidos, o parceiro comercial potencialmente afetado.

A semana corria em relativa calmaria no choque direto entre Brasília e Washington, à exceção de uma ameça postada nas redes sociais por Trump a países que decidirem tributar e regular big techs — uma pauta do governo Lula.

Por isso, chamou atenção que o presidente tenha decidido autorizar a abertura do processo de reciprocidade e oficiar a Câmara de Comércio Exterior (Camex). Conforme um estrategista do governo brasileiro, a intenção é “habilitar” essa via de resposta no tempo certo, para que eventualmente seja acionada no futuro.

Embora seja uma medida no campo comercial, a avaliação do Palácio do Planalto é que o enfrentamento com o governo Trump tem razões de fundo político e um horizonte eleitoral de outubro de 2026. Por isso, a decisão de acionar a Lei de Reciprocidade Econômica também segue um raciocínio eminentemente político.

O ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) até indicou que a abertura do processo técnico, similar à investigação da Seção 301 americana, seria uma oportunidade de diálogo com os EUA. Mas, na prática, o Planalto descarta que o processo da Lei de Reciprocidade Econômica influencie na disposição americana e engaje o governo Trump em negociações que eles fecharam as portas.

O gesto do governo causou reações de temor no empresariado. Há resistência do setor privado a qualquer tipo de retaliação, como mostraram as manifestações da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Amcham Brasil.

A CNI afirmou nesta sexta-feira, 29, que não é o momento de aplicar a reciprocidade e que o governo deve agir com cautela e promover discussões técnicas. Uma pesquisa da Amcham Brasil mostrou que 86% das empresas consideram que a reciprocidade agravaria o conflito e reduziria o ambiente para negociações.

O mecanismo de reciprocidade se insere no quarto e último campo de ação da estratégia de resposta governamental do Brasil. Os outros três foram: a frente de negociação direta com os EUA, que fracassou até agora; a frente de mitigação, com lançamento do plano de apoio a empresas afetadas Brasil Soberano; e a de diversificação, o esforço de abertura de novos mercados e aproximação política por meio contatos presidenciais, tratativas por acordos comerciais e viagens ao exterior, como a missão de empresários e autoridades públicas liderados pelo vice-presidente Geraldo Alckmin ao México.

Como o Estadão mostrou, o governo Lula guardava a Lei de Reciprocidade Econômica como uma carta na manga a ser aplicada caso houvesse reação americana ao julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal. A fase final do processo contra o ex-presidente por tentativa de golpe de Estado começa nesta terça-feira, 2.

Com a leitura de que o ex-presidente será condenado, o governo brasileiro entende que Trump tende a determinar novas punições ao País — seja a membros da Corte ou do Executivo e ainda mais medidas de restrição bilateral (há no Planalto mais especulação do que certeza sobre quais serão). A primeira e principal demanda de Trump na carta do tarifaço de 50% — o fim da ação penal — não será atendida.

Autoridades do Planalto negam que a decisão de iniciar o processo junto à Camex esteja atrelada ao calendário do julgamento no Supremo, mas sim à necessidade de cumprir de forma tempestiva os prazos previstos na própria lei.

O decreto que regulamentou a lei estabeleceu um rito ordinário, com prazo de até 120 dias para a secretaria-executiva e o comitê-executivo da Camex elaborarem um relatório e deliberarem, com consultas públicas por 30 dias a atores privados e consultas diplomáticas com os EUA.

O Conselho Estratégico da Camex tem de decidir sobre a adoção das contramedidas em até 120 dias, mas elas podem ser adiadas a depender da evolução das negociações diplomáticas.

Assim, mesmo que a sentença contra Bolsonaro saia em setembro, como se prevê, Lula ainda demoraria ao menos seis meses para ter todo o cardápio de ações à disposição por causa dos procedimentos estabelecidos e a necessidade de cumprir essas etapas.

O governo afirma que existem ações possíveis em caráter emergencial, antes das decisões da Camex, mas elas são reduzidas. Esse conjunto de ações é descrito na lei como “contramedidas provisórias”. Elas, no entanto, não poderiam recair sobre uma retaliação cruzada em propriedade intelectual, que demanda consultas à Camex.

O governo entende que uma retaliação não tarifária sobre a propriedade intelectual, como serviços de streaming e patentes de medicamentos, enfrentaria menos resistência no País, e teria menos risco de autopunição.

As contramedidas provisórias autorizam elevar tarifas contra bens, o que desagrada ao setor privado. Uma possibilidade que circula no governo é atingir artigos de alto luxo que são apenas vendidos no Brasil, já como produtos finais.

De toda forma, segundo um embaixador, qualquer ação tomada pelo Brasil também terá um efeito limitado sobre a economia americana, dada a assimetria entre os países. O Planalto entende que não há vitória possível na disputa econômica e que o uso da reciprocidade faria “apenas cócegas” nos EUA e seria uma decisão com vistas à repercussão política.

Relatos informais que chegaram ao Planalto dos setores de carne e de café dão conta de que a demanda está sendo redirecionada e que o impacto até agora ficou aquém do esperado. Outros, porém, como o de máquinas e equipamentos mais específicos, foram duramente atingidos, porque têm dificuldade de ser absorvidos por outros mercados.

Além disso, o governo entende que vem conseguindo pautar a narrativa da defesa da soberania, incentivada até por atores do Partido Democrata nos EUA, e que o embate fortaleceu Lula politicamente. Pesquisas mostraram nos últimos dias a recuperação na popularidade do presidente.

A disputa, porém, é vista como de longo prazo e mesmo políticos democratas indicaram nos bastidores que o Planalto deve esperar mais sanções americanas.

O governo detectou, com base em pesquisas, que a opinião majoritária no Brasil é pela não retaliação, sobretudo em tarifas. O Palácio do Planalto insiste que o presidente deixou para o fim, como última cartada, uma ação que pode gerar mais danos, caso opte por responder ao tarifaço na mesma moeda.

Monitor Digital - RJ   02/09/2025

O setor manufatureiro da China manteve o ritmo de recuperação à medida que a atividade produtiva acelerou e as expectativas do mercado melhoraram, mostraram dados oficiais neste domingo.

O índice de gerentes de compras (PMI) do setor manufatureiro da China ficou em 49,4 em agosto, acima dos 49,3 do mês anterior, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS).

Uma leitura acima de 50 indica expansão, enquanto uma leitura abaixo de 50 reflete contração.

O subíndice de produção ficou em 50,8, acima dos 50,5 anteriores, permanecendo na zona de expansão pelo quarto mês consecutivo. “Isso mostra que a produção industrial acelerou”, disse Zhao Qinghe, estatístico sênior do NBS.

Do lado da demanda, o subíndice de novos pedidos chegou a 49,5, acima dos 49,4 do mês anterior.

O nível geral de preços no setor manufatureiro continuou a melhorar neste mês, com os subíndices dos principais preços de matérias-primas e preços de fábrica marcando três meses consecutivos de aumento.

Xu Guangjian, vice-chefe da Associação de Preços da China, disse que o aumento nos subíndices relacionados aos preços reflete tanto o aumento nas compras de matéria-prima quanto a estabilização da demanda do mercado, bem como a eficácia das políticas destinadas a conter a competição acirrada.

“Com a otimização contínua das políticas para regular a concorrência no mercado, os desequilíbrios entre oferta e demanda serão aliviados e os preços permanecerão dentro de uma faixa saudável”, disse Xu.

Alguns setores importantes mantiveram o ritmo de crescimento, com o PMI para manufatura de alta tecnologia e manufatura de equipamentos ficando em 51,9 e 50,5, respectivamente, continuando a desempenhar um papel fundamental na sustentação da indústria de manufatura do país.

Os dados de domingo também mostraram uma perspectiva de mercado mais positiva, com o subíndice de expectativas de produção e atividade empresarial atingindo 53,7, acima dos 52,6 registrados em julho. “Este é o segundo mês consecutivo de crescimento do subíndice, indicando que a maioria das empresas manufatureiras fortaleceu a confiança no mercado futuro”, disse Zhao.

Wen Tao, analista do Centro de Informações Logísticas da China (CLIC), afirmou que um acúmulo de fatores positivos deve impulsionar melhorias na economia. Em setembro e no quarto trimestre, espera-se que a macroeconomia chinesa continue sua recuperação constante, apoiada por um momento favorável, com a demanda industrial se estabilizando e mostrando sinais de recuperação, segundo Wen.

Em agosto, o setor não manufatureiro da China continuou sua expansão, com uma relação oferta-demanda melhorada e preços estáveis. O PMI não manufatureiro atingiu 50,3, acima dos 50,1 do mês anterior.

Em particular, os índices de atividade empresarial para transporte ferroviário, aquático e aéreo, telecomunicações, radiodifusão e serviços do mercado de capitais ultrapassaram 60, indicando rápida expansão.

Analistas do setor observaram que as atividades comerciais não manufatureiras continuaram a se expandir, com tendências de preços relativamente estáveis nos setores upstream e downstream. Com a implementação de uma série de políticas, espera-se que o potencial de demanda interna seja ainda mais liberado, impulsionando uma melhora sustentada nos setores relacionados.

Comentando sobre a expansão, Wu Wei, especialista do CLIC, disse que o suporte financeiro para a economia real permaneceu consistentemente eficaz, com os gastos do consumidor e novos motores de crescimento mostrando forte desempenho.

Olhando para o futuro, Wu acrescentou que o potencial de demanda interna deve continuar a se desbloquear em setembro e no quarto trimestre, impulsionado pelos efeitos combinados de medidas políticas e recuperação do mercado.

IstoÉ Dinheiro - SP   02/09/2025

O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a atividade industrial do Brasil caiu a 47,7 pontos em agosto, de 48,2 pontos em julho, segundo dados da S&P Global. A leitura inferior a 50 pontos sugere queda na atividade, e representa a deterioração mais intensa do setor desde meados de 2023.

A indústria reportou que a entrada de novos pedidos diminuiu no ritmo mais acelerado em mais de dois anos, e os pesquisados mencionaram como justificativa tendências adversas de demanda, confiança reduzida por parte dos clientes e os efeitos negativos das tarifas de importação aplicadas pelos Estados Unidos.

Os dados colhidos pela S&P Global também indicaram fraqueza significativa na demanda doméstica, dado que os pedidos internacionais caíram no ritmo mais lento dos últimos três meses, com algumas encomendas sendo suspensas.

Além disso, houve sinais de que o crescimento das vendas para a Europa e a América do Sul amorteceram parcialmente a queda nos novos pedidos vindos dos Estados Unidos.

Pollyanna De Lima, diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, disse em relatório que as demissões foram retomadas e as compras de insumos foram reduzidas em meio à menor necessidade de manter níveis saudáveis de estoque. “Trazendo alívio aos produtores de bens, a inflação dos custos de insumos caiu para sua taxa mais baixa em quase um ano e meio, o que significa que os preços de venda subiram apenas marginalmente e aumentou a esperança de que o Banco Central possa pausar seu ciclo de aperto”, acrescentou.

O Estado de S.Paulo - SP   02/09/2025

O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira, 1º, que “vai ter espaço” para se buscar entendimento com os Estados Unidos. Ele indicou que, antes da aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica, em resposta ao tarifaço aplicado pelo governo americano a produtos brasileiros, o governo brasileiro aposta em uma negociação com os EUA.

“A lei da reciprocidade, uma belíssima lei, será aplicada no seu devido tempo, mas o que nós queremos é resolver através da negociação”, disse Alckmin à CNN Brasil.

Na última quinta-feira, 28, como revelou o Estadão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou o Itamaraty a acionar a Câmara de Comércio Exterior (Camex) para iniciar consultas, investigações e medidas com vistas à aplicação de medidas de reciprocidade contra os EUA.

Alckmin anunciou que será publicada nesta terça-feira, 2, a portaria com a suspensão do pagamento de tributos previstos no regime de drawback.

“As empresas vão ter um ano sem precisar pagar o imposto, nem precisar pagar a multa e podem exportar tanto para os Estados Unidos quanto para outros países. Esse era o pleito do setor produtivo, que amanhã estará resolvido com a publicação do drawback”.

Alckmin afirmou que o Brasil busca aproximações tanto com os Estados Unidos quanto com a China, mesmo no cenário de tarifaço americano. Após ser questionado sobre a aproximação com o país asiático, Alckmin disse que o Brasil “não tem litígio com ninguém”, apenas faz a defesa de sua soberania.

“A tarefa é nos aproximarmos dos dois, não é incompatível. A China é o maior comprador do Brasil, é o maior parceiro comercial. Os Estados Unidos são o maior investidor no Brasil. O que nós queremos é um ótimo relacionamento com a China”, afirmou, listando alguns investimentos recentes dos chineses no País.

Sobre os EUA, ele citou as mais de 3.500 empresas americanas presentes no Brasil. E sintetizou: “Nós queremos é fortalecer essa complementaridade econômica”.

Sobre a viagem feita ao México, na semana passada, o vice-presidente fez um balanço positivo da missão do governo brasileiro, sustentando que há afinidade entre os dois países, por serem as maiores economias da América Latina e as duas maiores democracias da região.

“Eu diria que foi uma viagem muito proveitosa, com bons resultados para o agro, bons resultados para serviços e investimentos”, defendeu. “Tem muito espaço para complementaridade econômica.”
Big techs

O vice também comentou sobre a reunião recente que teve com representantes das big techs e disse que o mundo inteiro discute a regulação das empresas de tecnologia.

“Esse é um tema que o mundo está discutindo, estão sendo estabelecidas regras mínimas para ter cuidado com o conjunto da sociedade”, pontuou.

IstoÉ Dinheiro - SP   02/09/2025

A Moody’s Ratings melhorou as projeções para o desempenho de algumas das principais economias desenvolvidas este ano, entre elas EUA e Japão, conforme relatório de perspectivas econômicas globais. A agência, porém, ainda espera firme desaceleração da atividade, em meio à incerteza sobre o tarifaço norte-americano.

A instituição projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA crescerá 1,5% em 2025, comparado com estimativa de expansão de 1,0% calculada na edição anterior do relatório, em maio. Para 2026, a expectativa se manteve inalterada em alta de 1,5% na maior economia do planeta.

“A incerteza da política comercial, as demissões no governo federal e outros choques de políticas provavelmente pesarão sobre o crescimento, elevando o desemprego”, avalia a agência.

A Moody’s, no entanto, acredita que o esperado relaxamento monetário fornecerá algum impulso aos EUA. A agência prevê que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) cortará juros da faixa entre 4,25% e 4,50% atualmente para o intervalo entre 3,25% e 3,50% até 2026.

Do outro lado do Atlântico, a instituição manteve previsão de avanço do PIB da zona do euro em 1,1% este ano e em 1,4% no próximo. Por outro lado, houve melhora nos números estimados para Alemanha em 2025 (de estagnação para incremento de 0,3%), embora o avanço esperado para 2026 siga em 1,4%.

A Moody’s elevou ainda a expectativa para o crescimento do PIB do Japão este ano, de 0,6% para 1,0%, enquanto a de 2026 caiu ligeiramente de 0,8% para 0,6%

Infomoney - SP   02/09/2025

A proposta de redução de incentivos fiscais apresentada pelo governo ao Congresso reacendeu a preocupação da indústria que reagiu contra o aumento da carga tributária. O Projeto de Lei Complementar (PLP) 182/2025, protocolado na última sexta-feira (29) pelo líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), prevê um corte de 10% em benefícios considerados infraconstitucionais, afetando diferentes regimes tributários.

Na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a medida amplia as dificuldades de um setor que já opera sob forte pressão de custos e com margens cada vez mais estreitas. Entre os fatores que vêm comprimindo a atividade industrial estão a alta do IOF, o “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras e a taxa básica de juros, mantida em um patamar recorde de 15% ao ano.

“Se todos os incentivos fiscais forem reduzidos, o Brasil, que já possui uma das cargas tributárias mais elevadas e complexas do mundo, enfrentará um cenário ainda mais desafiador”, afirmou Ricardo Alban, presidente da CNI. Segundo o executivo, esses mecanismos são fundamentais para a manutenção da competitividade, sobretudo em setores expostos à concorrência internacional ou com margens de lucro reduzidas.

Quais os benefícios afetados pelo PLP 182/25

Custos para empresas e consumidores

Todas essas mudanças devem ter impacto direto em regimes que hoje reduzem custos das empresas, como o lucro presumido, o REIQ (indústria química), a desoneração da folha de pagamento (CPRB) e créditos presumidos de IPI e de PIS/Cofins.

Por isso, segundo a CNI, esse corte de incentivos não representa apenas um repasse de custos para o setor produtivo, mas também para os consumidores. “Na prática, o governo transfere o custo para as empresas, que terão de reajustar seus preços. O resultado será aumento de preços para o consumidor final”, alerta Alban.

Os efeitos em cadeia, segundo a entidade, incluem perda de competitividade, retração da produção, menor geração de empregos, queda do consumo interno e, consequentemente, desaceleração do crescimento econômico.

Mais afetados

Embora o governo possa apresentar a redução de incentivos como uma medida de “justiça tributária”, a CNI avalia que a população de menor renda tende a ser a mais prejudicada. Isso porque parte dos benefícios atinge setores ligados a bens e serviços essenciais – como medicamentos, transporte público e produtos básicos de consumo.

O aumento de preços decorrente da mudança pode agravar desigualdades sociais e comprometer a renda das famílias mais vulneráveis, na opinião da entidade.

Outras alternativas

Para a indústria, qualquer redução de incentivos só faria sentido se estivesse vinculada a um pacto mais amplo de revisão de gastos públicos e de busca por eficiência em todas as esferas da administração – Executivo, Legislativo e Judiciário.

“O foco deve ser a revisão das distorções fiscais existentes, a melhoria da fiscalização e a ampliação da base tributária, não o corte de incentivos que desempenham papel crucial na competitividade e no desenvolvimento econômico e social”, conclui Alban.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   02/09/2025

Os preços futuros do minério de ferro caíram para os níveis mais baixos em uma semana nesta segunda-feira, prejudicados pela redução das margens do aço e pelas expectativas de menor produção siderúrgica antes de um desfile militar na China.

O contrato mais negociado de janeiro do minério de ferro na Bolsa de Mercadorias de Dalian na China encerrou as negociações do dia com perda de 2,67%, a 766 iuanes (US$107,09) a tonelada. No início da sessão, o índice atingiu o valor mais baixo desde 20 de agosto, em 761 iuanes.

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Feriado deve reduzir a liquidez dos negócios neste início de semana

Já o minério de ferro de referência para outubro na Bolsa de Cingapura perdeu 2,05%, a US$101,35 a tonelada, o valor mais baixo desde 25 de agosto.

As margens de aço mais estreitas, juntamente com as expectativas de menor produção de metal quente, pressionaram os preços do minério, disse a corretora Hongyuan Futures.

Analistas esperam que a produção de metais quentes, um indicador da demanda de minério de ferro, mostre queda acentuada, à medida que as siderúrgicas de Tangshan e de outras regiões do norte da China reduzem a produção para diminuir a poluição do ar antes de um desfile em 3 de setembro para comemorar o fim da Segunda Guerra Mundial.

Além disso, a demanda de aço limitada na China, devido às preocupações persistentes com o setor imobiliário, reduziu as margens do setor siderúrgico e diminuiu o apetite por matérias-primas.

A atividade industrial da China encolheu pelo quinto mês consecutivo em agosto, segundo uma pesquisa oficial divulgada no domingo, sugerindo que a demanda doméstica continua lenta.

“É o início de uma semana ruim, com os estoques de aço se acumulando e dados fracos de produção”, disse um trader de Cingapura.

Valor - SP   02/09/2025

Companhia tenta fechar com o governo federal a ida do Lula à mina na quinta-feira, mesmo dia em que o presidente viajará para Belo Horizonte para lançar o programa Gás do Povo

A Vale deve reinaugurar nos próximos dias a mina Capanema, na região de Ouro Preto (MG), que voltou a operar no fim de 2024 e está prevista para atingir a capacidade máxima de produção no primeiro semestre de 2026.

A companhia tenta fechar com o governo federal a ida do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, à mina na quinta-feira (4), mesmo dia em que o presidente virá a Belo Horizonte para lançar o programa Gás do Povo. Mas a agenda ainda não está fechada, segundo fontes a par do assunto. Procurada, a Vale não quis comentar o assunto.

A mina Capanema integra o Complexo Mariana e deve adicionar 15 milhões de toneladas de minério de ferro por ano à produção da Vale. No segundo trimestre deste ano, a mina produziu 600 mil toneladas.

A Vale espera produzir neste ano entre 325 milhões de toneladas e 335 milhões de toneladas de minério de ferro.

Máquinas e Equipamentos

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   02/09/2025

A Volvo CE introduz no país sua nova série de escavadeiras. São sete modelos: EC210, EC220, EC230, EC260, EC360, EC400 e EC500, para aplicação em diversos setores, como mineração, agricultura, indústria, construção civil e infraestrutura pesada.

Com alta tecnologia, afirma afirma Luiz Marcelo Daniel, presidente da Volvo CE na América Latina, as máquinas combinam precisão, força e mobilidade para entregar alta produtividade e segurança.

O principal destaque é o salto na eficiência de combustível. “Os modelos EC210, EC220, EC230, EC260 e EC360 são até 10% mais econômicos. Os maiores, EC400 e EC500, além de maior produtividade, aumentam a eficiência de combustível em até 15%”, explica o executivo.

Todas as máquinas possuem agora sistema hidráulico positivo. Este avanço aumenta a eficiência, oferecendo tempos de ciclo mais rápidos e maior produtividade na operação.

Os modelos EC260 e EC360 receberam o novo motor Volvo D8L, com alto torque em baixas rotações. Tem baixo nível de ruído e vibrações, elevada confiabilidade e melhor aproveitamento térmico.

A partir do modelo EC230, as máquinas têm controles eletro-hidráulicos. Este sistema, além de melhorar a eficiência do equipamento e otimizar a quantidade de mangueiras, permite customizar a responsividade do joystick conforme a preferência do operador. Adicionalmente, estes modelos podem contar com o CDC, que permite o controle do deslocamento através do joystick.

"A combinação do novo motor Volvo D8L com o sistema hidráulico positivo e os controles eletro-hidráulicos representa um salto, com mais desempenho, menor consumo e maior precisão operacional", assegura Guilherme Ferreira, gerente de suporte a vendas da Volvo CE.

Tecnologias avançadas - As novas escavadeiras incorporam tecnologias avançadas. O Dig Assist garante serviços de terraplanagem mais rápidos e eficientes, com opções que vão desde o pacote de entrada até sistemas 3D completos, com importação de projetos no sistema e compartilhamento com outras máquinas. Tudo isso é de fácil visualização e operação através do Volvo Co-Pilot 2.0, uma tela sensível ao toque de 12,8 polegadas e com resolução full HD.

A funcionalidade de balança integrada está incorporada ao Dig Assist. Isso permite um controle detalhado da produtividade da escavadeira, bem como o carregamento correto nos caminhões, evitando retrabalho. O sistema permite o cadastro de caminhões de variadas capacidades, registrando carga, número de passes, total de veículos carregados em um dia de trabalho, emitindo relatórios diários de produção.

O VAC (Volvo Active Control) combina-se ao Dig Assist com recursos que nivelam automaticamente a lança e caçamba da escavadeira, utilizando também as funcionalidades de limite de giro, profundidade, altura e alcance. “É um sistema que traz um enorme salto de eficiência nos trabalhos de acabamento, com nivelamento semiautônomo de escavação”, explica Ferreira.

O capô do motor é uma peça única, compacta, rígida e leve. Os radiadores são facilmente basculados para a limpeza, com opção de ventilador reversível a partir da EC230. Isso prolonga o período de limpeza em ambientes com muitas partículas em suspensão.

Os intervalos de manutenção foram estendidos significativamente na nova série. O óleo hidráulico passa para 6.000 horas de vida útil e o filtro de retorno para 3.000 horas.

Momento favorável - Os novos modelos chegam em momento favorável para alguns dos principais setores de aplicação. O Ibram, o Instituto Brasileiro de Mineração, projeta investimentos de US$ 68,4 bilhões no período 2025-2029, aumento de US$ 4 bilhões em relação às previsões anteriores.

Na construção civil, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) projeta alta de 2,3%, expansão acima da esperada para a economia nacional. A infraestrutura recebe impulso do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que prevê investimentos de R$ 1,3 trilhão até 2026.

“O lançamento de sete modelos de escavadeiras é uma demonstração do compromisso da Volvo CE com o mercado do Brasil. Com eficiência elevada, tecnologia avançada e segurança superior, a nova série chega no momento certo para acompanhar o crescimento de setores que movimentam a economia do país", conclui Luiz Marcelo Daniel.

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   02/09/2025

A LiuGong, fabricante global de equipamentos para construção, agronegócio, indústria mineração, participa da 48ª Expointer, que acontece de 30 de agosto a 7 de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, RS.

Em parceria com o distribuidor Priori Máquinas, a marca apresentará ao público um portfólio completo de soluções para os principais segmentos da economia.

O destaque da fabricante na Expointer será a primeira apresentação no Sul do Brasil da pá carregadeira elétrica 856HE, equipamento desenvolvido para unir robustez, eficiência e tecnologia de ponta, ampliando a competitividade da LiuGong no mercado brasileiro.

O modelo, lançado nacionalmente durante a Agrishow 2025, chega à feira gaúcha para atender às demandas da região.

Além do lançamento, a LiuGong expõe na feira escavadeiras, tratores de esteira, retroescavadeiras, motoniveladoras, rolos compactadores, plataformas elevatórias e empilhadeiras. Segundo o vice-presidente da empresa, Hebert Francisco, a participação na Expointer reforça a estratégia de crescimento no Brasil, com foco em inovação, proximidade com clientes e presença nos principais polos produtivos do país.

“A Expointer é uma vitrine estratégica para os setores fundamentais ao desenvolvimento do Brasil. A LiuGong está crescendo de forma consistente no mercado nacional e o lançamento da 856HE é parte da nossa estratégia de estar cada vez mais próximos dos clientes, oferecendo soluções que aumentem a produtividade e a rentabilidade de suas operações”, afirma Hebert Francisco, vice-presidente da LiuGong Latin America.

No estande, os visitantes também terão acesso às soluções de pós-vendas como o LiuGong Care, além do consórcio e do iLink, sistema de telemetria que conecta os clientes às informações de performance e manutenção em tempo real da frota.

"O suporte técnico e a disponibilidade de peças originais também estarão em evidência, reforçando o compromisso da marca com o clico de vida das soluções", diz Francisco.

Além da Priori, a LiuGong conta com outros distribuidores pelo Brasil, garantindo cobertura em todo território nacional.

AUTOMOTIVO

Exame - SP   02/09/2025

As ações da BYD caíram quase 8% nesta segunda-feira, 1º, na bolsa de Hong Kong, após a fabricante chinesa de veículos elétricos divulgar uma forte queda no lucro do segundo trimestre.

A montadora reportou ganho líquido de 6,36 bilhões de yuans (US$ 891 milhões) entre abril e junho, 30% abaixo do resultado de um ano antes, segundo dados da LSEG.

O desempenho reflete o impacto de uma nova rodada de descontos agressivos no setor automotivo chinês. Em relatório semestral, a companhia afirmou que a “concorrência de preços e as recorrentes campanhas de marketing excessivas” têm prejudicado o desenvolvimento da indústria de veículos elétricos no país.

Mesmo com a pressão sobre as margens, o faturamento trimestral da BYD avançou 14% em relação a 2024, para 201 bilhões de yuans, apoiada principalmente na expansão internacional.

No acumulado do primeiro semestre, o lucro líquido somou 15,5 bilhões de yuans, alta de quase 14%, enquanto a receita cresceu 23%, para 371,3 bilhões de yuans.

Pressão nos preços

Segundo a Nomura, os preços médios dos carros vendidos na China recuaram cerca de 19% nos últimos dois anos, para aproximadamente 165 mil yuans (US$ 22,9 mil). Em maio, autoridades chinesas chegaram a advertir montadoras de que puniriam práticas de corte de preços considerados injustos.

Para mitigar a concorrência doméstica, a BYD vem ampliando sua presença global. A companhia abriu showrooms na Europa e lançou modelos a preços competitivos nos últimos dois anos.

Em julho, registrou mais de 13 mil novos emplacamentos no continente, alta de 225% em relação a 2024, segundo a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis.

CNN Brasil - SP   02/09/2025

As vendas da Tesla em uma série de mercados europeus seguiram em queda em agosto, diante da forte concorrência da chinesa BYD e uma reação negativa contra o presidente-executivo da montadora, Elon Musk, embora Noruega, Espanha e Portugal tenham ido na contramão dessa tendência.

A Tesla possui uma linha pequena e não lança um novo modelo para o mercado de massa desde o Model Y, em 2020, enquanto os novos rivais chineses e as montadoras tradicionais estão inundando o mercado com novos modelos.

Os registros de novos carros Tesla na França caíram 47,3% em agosto em relação ao mesmo mês de 2024, enquanto o mercado geral de automóveis cresceu quase 2,2%, mostraram dados nesta segunda-feira (1°).

Na Suécia -- onde as vendas de veículos elétricos ficaram estáveis e o mercado geral cresceu 6% --, os registros da Tesla caíram mais de 84%, e na Dinamarca recuaram 42%. Os registros da Tesla tiveram queda de 50% na Holanda e de 4,4% na Itália.

A Noruega, onde a Tesla tem raízes profundas e praticamente todas as vendas de carros novos são elétricas, registrou um salto de 21,3% nos registros da montadora norte-americana. Mas os registros da BYD saltaram 218%.

AUMENTOS TÍMIDOS EM VENDAS NA ESPANHA E EM PORTUGAL

Após sete meses de quedas, os registros da Tesla em Portugal aumentaram 28,7% em agosto.

Na Espanha, onde são oferecidos subsídios para veículos elétricos de até 7.000 euros, as vendas da Tesla aumentaram 161%, para 1.435 carros, de 549 em agosto de 2024. Mas as vendas da BYD subiram mais de 400%, para 1.827 carros.

No ano até agora, as vendas da BYD na Espanha saltaram 675%, para 14.181 carros, enquanto as vendas da Tesla cresceram 11,6%, para 9.303 veículos.

"Os volumes decepcionantes da Tesla podem ser parcialmente atribuídos a um ambiente de mercado mais competitivo", disse Matthias Schmidt, analista de mercado automotivo europeu da Schmidt Automotive.

Segundo Schmidt, a insistência de Musk durante uma reunião com investidores em julho de que "não há problemas com os volumes da Tesla no mercado europeu", quando sua participação de mercado na Europa Ocidental caiu para 1,7% no primeiro semestre do ano, de 2,5% em 2024, fez ele parecer "delirante".

Mais cedo este ano, representantes da Tesla na Europa argumentaram que o declínio nas vendas se deu em maior parte pela produção estar mudando para uma versão renovada do Model Y, que havia sido o carro mais vendido da Europa em 2023.

As entregas começaram em grande parte da Europa em junho, mas as vendas do Model Y caíram 46,5% na Dinamarca em agosto e 87% na Suécia.

REDUÇÕES DE PREÇOS ALIMENTAM MERCADO DE USADOS

Os problemas competitivos da Tesla têm sido agravados pela postura política de Musk -- ele ajudou a financiar a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos no ano passado e tem apoiado partidos europeus de extrema-direita -- situações que provocaram uma forte reação dos consumidores.

Ginny Buckley, CEO da Electrifying.com, um site de aconselhamento sobre veículos elétricos, disse que a influência de Musk sobre a marca se tornou "cada vez mais polarizadora".

Mais da metade dos entrevistados pela Electrifying.com disse que Musk estava os desestimulando a comprar um Tesla, indicando que "o domínio da Tesla não é mais garantido".

Andy Leyland, cofundador da SC Insights, especialista em cadeia de suprimentos, disse que as vendas também estão sendo prejudicadas pelo baixo custo dos veículos usados da Tesla, uma vez que a empresa reduziu de forma drástica o preço dos carros novos em 2023.

A Marketcheck, que coleta dados de veículos usados no Reino Unido, disse que as vendas de Teslas usados atingiram um recorde em julho, com um salto de 270%, enquanto o preço médio de um Model Y usado atingiu uma nova mínima, caindo 41% em dois anos.

Valor - SP   02/09/2025

Além de criar o novo cargo de diretor de crescimento, empresa fez uma série de outras nomeações com o objetivo de colocar a empresa em uma base mais sólida

A Renault criou um novo cargo de diretor de crescimento e fez uma série de nomeações de alto escalão, em uma iniciativa do novo diretor-presidente, François Provost, para colocar a montadora francesa de volta nos eixos.

O grupo disse nesta segunda-feira (1) que Fabrice Cambolive assumirá o novo cargo de diretor de crescimento com efeito imediato, mantendo também sua posição de presidente da marca Renault.

Ele supervisionará as marcas Renault e Dacia e liderará o desenvolvimento internacional do grupo, com Índia, América Latina e Coreia do Sul sendo identificados como mercados prioritários.

“Para enfrentar os desafios à frente, precisamos de uma organização que decida mais rápido, execute de forma mais inteligente e permaneça mais próxima de nossos clientes", disse Provost, que assumiu o comando do grupo no final de julho, depois que o ex-CEO Luca de Meo assumiu o cargo principal na gigante de artigos de luxo Kering.

A Renault e grande parte do setor automotivo têm enfrentado uma forte concorrência de rivais chineses nos últimos meses, à medida que estes se expandem agressivamente na Europa com suas linhas relativamente baratas de carros e veículos elétricos.

As montadoras também estão lidando com as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre carros acabados fabricados no exterior, que entraram em vigor no início de abril.

A empresa cortou em julho suas metas para o ano, dizendo que aceleraria os planos de corte de custos para reforçar seu balanço. Ela registrou um prejuízo líquido de 11,19 bilhões de euros no primeiro semestre.

A Renault disse que os lançamentos de novos produtos e os pedidos fortes devem impulsionar os volumes e levar a um segundo semestre melhor.

Além de criar o novo cargo de diretor de crescimento, Provost fez uma série de outras nomeações com o objetivo de colocar a empresa em uma base mais sólida.

Katrin Adt está assumindo o comando da marca Dacia, depois que Denis Le Vot decidiu deixar a empresa.

A Renault também nomeou Philippe Brunet como diretor de tecnologia, gerenciando a engenharia tanto para o grupo quanto para o negócio de veículos elétricos e software Ampere. Ele sucede Philippe Krief, que permanece como o presidente da marca Alpine.

Anthony Plouvier, anteriormente vice-presidente de estratégia e transformação de compras, foi nomeado diretor de compras, sucedendo Provost. Além disso, Thierry Charvet, chefe de indústria e qualidade, expande sua posição para incluir as cadeias de suprimentos.

Valor - SP   02/09/2025

Líder chinesa em veículos elétricos, a BYD lucrou cerca de US$ 900 milhões no 2º tri, abaixo da estimativa de Wall Street de cerca de US$ 1,4 bi

As vendas de veículos totalmente elétricos permanecem fortes na China, mas a lucratividade continua sendo um desafio para as empresas, em meio a uma intensa guerra de preços. A líder chinesa em veículos elétricos, BYD, divulgou os resultados de vendas de agosto na manhã desta segunda-feira (1º).

A empresa vendeu 371.501 veículos de passeio no mês, alta de menos de 1% em relação ao ano anterior. Já as vendas de carros totalmente elétricos saltaram 34%, para 199.585 unidades, enquanto as vendas de híbridos “plug-in” caíram 23%, para 171.916 veículos.

No acumulado do ano, a BYD já vendeu 1,40 milhão de carros totalmente elétricos, alta de 39% em relação ao mesmo período do ano passado, e 1,42 milhão de híbridos “plug-in”, avanço de 8%.

Em 2024, o ritmo de crescimento foi mais intenso para os híbridos “plug-in”. A BYD vendeu 2,49 milhões de veículos do tipo, marcando uma alta de 73% na base anual, enquanto as s vendas de carros totalmente elétricos avançaram 12%, alcançando 1,76 milhão.

Os carros totalmente elétricos agora representam cerca de um terço de todas as vendas de veículos novos na China, ante cerca de 25% há um ano, segundo dados acompanhados pelo analista do Citi Jeff Chung.

Mais competição, no entanto, significa que nem todos estão crescendo. A Li Auto entregou 28.529 veículos em agosto, queda de 41% em relação ao ano anterior. Chung classificou os resultados da Li como uma “pequena decepção” frente às expectativas em relatório nesta segunda-feira. As ações da Li fecharam em alta de 0,4% em Hong Kong.

A NIO reportou vendas de 31.305 carros em agosto, avanço de 55% na base anual. Já a XPeng comercializou 37.709 veículos, incremento de 169% em relação ao mesmo período do ano anterior. Chung considerou ambos os resultados em linha com as expectativas.

As ações da NIO subiram 4,6% em Hong Kong, enquanto os papéis da XPeng registraram uma queda de 1%. Antes do pregão desta segunda, as ações da XPeng acumulavam uma alta de cerca de 80% no ano. Os papéis da NIO apresentavam uma alta de 45% no acumulado de 2025, ao passo que as ações da Li anotavam uma leve queda no ano.

Os papéis da BYD recuaram 5,2% nesta segunda-feira. A empresa divulgou os resultados financeiros do primeiro semestre de 2025 na sexta-feira (29). Mais competição também significou preços mais baixos para os veículos e menores lucros.

Lucro da líder na China

A BYD lucrou cerca de US$ 900 milhões no segundo trimestre, abaixo da estimativa de Wall Street de cerca de US$ 1,4 bilhão. O lucro líquido por carro caiu para cerca de US$ 700, ante aproximadamente US$ 1.200 no primeiro trimestre, destacou Chung. “Os cortes de preços não ajudaram a aumentar suficientemente o volume no primeiro semestre de 2025”, acrescentou.

A Tesla não divulga entregas mensais nem por região, o que deixa os investidores dependentes de dados do setor para obter insights oportunos. A empresa tem enfrentado dificuldades para expandir suas vendas na China neste ano.

Até julho, a Tesla vendeu cerca de 309.000 carros totalmente elétricos no país, queda de aproximadamente 5% na comparação anual. Em julho, a participação da Tesla no mercado chinês de elétricos era de cerca de 4%, recuo de 1 ponto percentual em relação ao ano anterior. A Tesla vem enfrentando dificuldades para expandir as vendas em todas as regiões.

As vendas globais da companhia no primeiro semestre caíram cerca de 13% em relação ao mesmo período de 2024. As menores vendas também levaram a menores lucros para a Tesla. No primeiro semestre, a empresa registrou um lucro operacional de cerca de US$ 1,3 bilhão, ante US$ 2,8 bilhões no mesmo intervalo de 2024.

Até o pregão de sexta-feira (29), as ações da Tesla acumulavam queda de cerca de 17% no ano, mas alta de 56% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar da queda nas vendas, os investidores têm se impressionado com os esforços da Tesla em inteligência artificial. A companhia lançou em junho uma pequena frota de robo-táxis treinados com IA em Austin, no Texas.

Infomoney - SP   02/09/2025

A Stellantis anunciou um grande recall para modelos de SUVs e picapes de três das marcas Fiat, Peugeot e Citroën. O conserto prevê a troca de componentes que podem provocar vazamento de gases, disparo acidental do airbag e até risco de incêndio.

No caso das SUVs Peugeot 2008, Citroën C3 Aircross e Basalt, modelo 2025, as montadoras identificaram um problema no coletor de admissão e estão convocando os proprietários dos veículos dessas marcas a agendarem o comparecimento a uma das concessionárias das redes para que seja providenciada gratuitamente a substituição do corpo da peça que apresentou defeito.

“Foi identificada a possibilidade de obstrução no coletor de admissão, o que poderá ocasionar a evaporação de gases, resultando — em casos extremos — em uma possível situação de não conformidade com as normas de regência”, dizem as empresas em nota.
Os serviços serão realizados mediante prévio agendamento. Por esse motivo, é importante que os proprietários dos modelos Peugeot e Citroën com os chassis indicados entrem em contato com a concessionária de sua preferência para ser informado sobre a previsão do seu atendimento. O tempo estimado de reparo é de, aproximadamente, quatro horas.

Os modelos Peugeot 2008 incluídos no recall pertencem aos seguintes últimos oito números de chassi:

Já os modelos da Citroën pertencem aos seguintes últimos oito números de chassi dos modelos de 2025:

Para obter mais informações sobre os modelos Citroën, dos donos dos veículos podem acessar www.citroen.com.br ou contatar o SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) Citroën, pelo telefone 0800 011 8088, de segunda a sexta-feira das 8h às 20h. Já no caso do modelo da Peugeot, para mais informações, devem acessar www.peugeot.com.br ou contatar o SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) da Peugeot, pelo telefone 0800 703 24 24, também de segunda a sexta-feira das 8h às 20h.
Fiat

No caso da picape Fiat Titano, ano-modelo 2024 e 2025, foi identificada a possibilidade de atrito do chicote central dianteiro com o suporte do painel de instrumentos, podendo ocasionar princípio de incêndio e ou acionamento involuntário do airbag lateral e/ou do airbag de cortina, ambos do lado do passageiro, potencializando a ocorrência de acidentes com consequentes danos materiais, físicos graves ou até mesmo fatais aos ocupantes do veículo ou a terceiros.

A montadora está convocando os proprietários dos veículos da marca a agendarem o comparecimento a uma das concessionárias da rede Fiat a fim de que seja providenciada, gratuitamente, a instalação de proteção no chicote central dianteiro e, se necessário, a sua reparação.

Os chassis envolvidos (não sequenciais) são os de final: RA805001 a SA818961

Segundo a marca, o reparo leva cerca de uma hora. Assim como em outros recalls, o serviço e a mão de obra são oferecidos gratuitamente ao proprietário do veículo, mediante agendamento prévio.

Os interessados em obter mais informações podem acessar o site da Fiat ou contatar a Central de Serviços ao Cliente Fiat pelo WhatsApp (31) 2123 6000 ou pelo telefone 0800-707-1000.

CONSTRUÇÃO CIVIL

O Estado de S.Paulo - SP   02/09/2025

Na competição entre juros altos e o sonho da casa própria, o mercado imobiliário parece ser o grande vencedor. É isso que indica os resultados da temporada de balanços das construtoras neste segundo trimestre de 2025. No total, as empresas listadas na B3 somaram um Valor Geral de Vendas (VGV) no último trimestre da ordem de R$ 15 bilhões.

Com algumas exceções, o segmento teve um período marcado por alta no faturamento, expansão da receita e muita produção. O destaque vai para o alto padrão, em que as construtoras observaram um aumento das margens brutas e progresso nas vendas.

Já o segmento econômico é marcado pela estabilidade e recuperação. “Construtoras como a Cyrela, Eztec, Direcional e Tenda tiveram um crescimento mais sólido”, exemplifica Tales Barros, líder de renda variável da W1 Capital.

“A MRV está enfrentando dificuldades, principalmente no exterior, mas vemos a operação brasileira demonstrando recuperação”, complementa.

O setor imobiliário, ele diz, apresenta avanços, mas precisa manter a cautela diante de desafios macroeconômicos, que podem tornar o ambiente menos convidativo para consumo e acesso a crédito.

A taxa básica de juros da economia hoje está em 15% ao ano, com perspectiva de ficar neste patamar, pelo menos, até o fim deste ano. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial no País, saiu de uma elevação de 0,33% em julho para uma deflação de 0,14% em agosto.

O resultado, o mais baixo em três anos, significou a primeira deflação mensal no indicador desde julho de 2023, de acordo com os dados divulgados na terça-feira, 26, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,26%. A taxa acumulada em 12 meses caiu para 4,95% em agosto.

A Cury, construtora paulistana que se consolidou como a principal desenvolvedora imobiliária do centro do Rio de Janeiro, lançou R$ 2,2 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV) no último trimestre. A receita líquida é de R$ 1,3 bilhão e a margem líquida chegou a 19,8%.

A empresa acumulou R$ 103,3 milhões em caixa, o 25º trimestre consecutivo com geração de caixa positiva.

Fábio Cury, CEO da companhia, afirma que os indicadores validam a estratégia de ampliar operações. “Vamos manter o ritmo forte de lançamentos, com foco em regiões estratégicas, combinando infraestrutura completa e proximidade com opções de mobilidade urbana”, afirma.

Foram nove lançamentos no trimestre, incluindo o The One Granja Julieta, na zona sul de São Paulo, que foi lançado em abril e já está 98% vendido; e o Cidade Villa Lobos, lançado em maio na zona oeste de São Paulo, e com 97% dos apartamentos vendidos.

E o futuro parece promissor: a companhia tem uma carteira de terrenos avaliada em R$ 21,1 bilhões em VGV potencial, divididos por São Paulo (R$ 15,7 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 5,4 bilhões). É o recorde histórico da marca. O lucro líquido de R$ 237 milhões e o crescimento de 37% ao ano também chamam a atenção.

Lavvi

O lançamento de dois empreendimentos de alto padrão, um na Chácara Klabin e outro no Paraíso, totalizou um VGV de R$ 1,2 bilhão para a Lavvi no segundo trimestre deste ano. Com vendas líquidas de R$ 781 milhões, um aumento de 4% em relação ao trimestre anterior, a empresa registrou uma melhoria de 34,1% na margem bruta.

Também neste período, a companhia adquiriu 5 terrenos para desenvolver novos projetos, sendo três deles para o segmento econômico (somando R$ 834 milhões em VGV potencial) e dois terrenos para o alto padrão (R$ 1,3 bi em VGV potencial), que serão tocados em parceria com a Cyrela.

Um relatório da XP destaca que apesar desse movimento de aquisição, a Lavvi mantém o índice de alavancagem financeira saudável de 2,7% na relação dívida líquida/patrimônio líquido, e ressalta o crescimento de 90% ao ano no EBITDA.

Eztec

Sustentada pelo lançamento de três projetos, a Eztec alcançou um VGV de R$ 490 milhões no trimestre, fechando o semestre com um VGV de R$ 1,1 bilhão — 20% mais do que o melhor primeiro semestre da história da companhia, em 2022.

Com crescimento de 66% no Ebitda, a companhia registrou uma margem bruta trimestral de 40,7% e a margem líquida foi de 31,1%, resultando em um lucro de R$ 140 milhões.

“A companhia tem concentrado seus esforços na expansão dos indicadores operacionais”, comenta Emílio Fugazza, CFO da Eztec.

Desta forma, o Retorno sobre o Patrimônio Médio (ROAE) acumulado nos últimos 12 meses, retornou aos dois dígitos, atingindo 10,1% em junho de 2025. Em comparação aos 5,7% registrados no 2º trimestre de 2024, aumento de 80%.
Plano&Plano

A Plano&Plano apresentou R$ 1,4 bilhão em novos projetos, com as vendas líquidas chegando a R$ 894,1 milhões. O resultado foi impulsionado pelo lançamento do NID Alphaville, empreendimento voltado para a classe média com VGV de R$ 855,2 milhões e ticket médio de R$ 954,4 mil.

Em comparação, o ticket médio geral dos imóveis vendidos pela companhia no trimestre foi de 288 mil.

Neste trimestre, a companhia também lançou outros dois empreendimentos, ambos voltados para o Minha Casa, Minha Vida, o grande pilar da marca.

“O primeiro semestre concretiza um momento de transformação e evolução em nossos negócios, expandindo a presença da Plano&Plano em outras regiões e com um portfólio diversificado, que atende a demanda de moradia em todas as faixas de renda do MCMV”, comenta João Hopp, vice-presidente executivo da empresa.

De acordo com um relatório da XP, o aumento nas despesas financeiras, que foi de R$ 132,6 milhões no trimestre, merece atenção. Apesar disso, a expectativa da gestora é que a expansão do banco de terrenos, que chegou a R$ 32 bilhões em VGV potencial, sustente a continuidade do crescimento.

Tenda

Também no segmento da habitação popular, a Construtora Tenda fechou o trimestre com o lançamento de 9 empreendimentos, totalizando um VGV de R$ 1,08 bilhão em vendas.

O preço médio das unidades foi lançado a R$ 217,1 mil, queda de 3,7% em relação ao trimestre passado, mas isso não impediu que a marca alcançasse um lucro líquido consolidado recorde de R$ 203,9 milhões.

Por outro lado, a Alea, projeto de casas pré-fabricadas desenvolvido pela Tenda, amargou resultados decepcionantes, com prejuízo líquido de R$ 26 milhões. Apesar de receita líquida de R$ 99,2 milhões, a margem bruta caiu para 4,5% e o trimestre da companhia é marcado por uma mudança de rota.

A Tenda decidiu focar os esforços da Alea apenas em Tupã, Bauru e Ribeirão Preto, como estratégia para estabilizar essas operações, reduzir o turnover de fornecedores e funcionários próprios e facilitar a verticalização de atividades.

“A mudança é um passo fundamental para garantirmos a consolidação de um novo vetor de crescimento sólido e rentável”, finaliza.

Um relatório do InvesTalk, do Banco do Brasil, alega que embora a Alea enfrente desafios, o segmento aquecido da Tenda oferece o suporte necessário para que a operação se estabilize e passe a contribuir positivamente com os resultados da companhia.
Mitre

A Mitre Realty apresentou certa estagnação no último trimestre, simbolizado pelo lucro líquido de R$ 10,4 milhões, uma queda de 15,7% em relação ao 2º trimestre de 2024. Durante o período, a empresa não lançou nenhum projeto, ao que a companhia atribui culpa pela postergação em aprovações.

Apesar disso, as vendas líquidas somaram R$ 291,3 milhões, com alta de 8,7% nas vendas de estoque em relação ao 2º trimestre de 2024. A incorporadora também destaca que nos últimos 12 meses, a VSO (Vendas Sobre Oferta) da Companhia alcançou 44,0%, o maior patamar registrado desde o 3º trimestre de 2021.

Fabricio Mitre, CEO da Mitre, chama atenção para o Haus Mitre Moema, projeto com VGV de aproximadamente R$ 490 milhões que deve ser lançado no próximo trimestre e já está com stand de vendas aberto.

A Mitre fecha o trimestre com uma dívida líquida de R$ 481,6 milhões, mas sustenta que tem uma carteira robusta a ser repassada ao longo do segundo semestre. A companhia também tem um landbank (banco de terrenos) potencial de R$ 5,5 bilhões em VGV, o que garantiria três anos de novos projetos.
MRV

Os resultados da MRV continuam sendo impactados pelo desempenho negativo da Resia, subsidiária da empresa nos Estados Unidos.

Em processo de desinvestimento, a marca prevê um impairment (perda por desvalorização de ativo) de US$ 144 milhões (cerca de R$ 780,3 milhões) para se desfazer dos terrenos no país. Esse plano também estima a venda de US$ 800 milhões em ativos até 2026.

Com este cálculo, as perdas líquidas da MRV&CO chegaram a R$ 774 milhões, apesar da atuação no Brasil ser muito positiva e ter registrado um ganho líquido de R$ 125 milhões e Ebitda de R$ 467 milhões.

As vendas líquidas da MRV Incorporação somaram R$ 2,6 bilhões, impulsionadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida.

“Os fundamentos do mercado imobiliário permanecem fortes, com alta demanda por habitação e um FGTS robusto, o que nos leva a uma expectativa de um segundo semestre forte”, argumenta Paixão.

Não à toa, as ações da MRV tiveram alta, o que indica a confiança do mercado em relação à recuperação na companhia e apoio ao desinvestimento na operação americana.
Direcional

O lucro de R$ 183,7 milhões no trimestre representa um recorde na história da Direcional e uma expansão de 25,7% em relação ao mesmo trimestre de 2024. No período, a companhia atingiu uma receita líquida de R$ 1,1 bilhão, o maior resultado em um trimestre, e viu a geração de caixa chegar a R$ 395 milhões.

O VGV dos lançamentos realizados no trimestre de 2025 é de R$ 1,9 bilhão, sendo que 44% é oriundo da marca Riva, subsidiária do Grupo Direcional focada em imóveis de médio padrão.

Por outro lado, as despesas gerais e administrativas somaram R$ 61 milhões, indicando um saldo positivo de R$ 18 milhões para a empresa. Chama a atenção, ainda, que a Direcional tem uma carteira de R$ 2,3 bilhões em financiamentos concedidos aos compradores de imóveis.

A margem bruta ajustada foi de 41,7%, um aumento de 4 pontos porcentuais, enquanto a margem líquida ficou estável em 17,2%. A expectativa é que esse número continue em expansão.
Moura Dubeux

Ocupando um papel de protagonismo no mercado imobiliário do Nordeste, a Moura Dubeux se destaca pelo lançamento de seis projetos no trimestre e um VGV de R$ 1,86 bilhão, um avanço de 192% em relação ao último trimestre e uma alta de 70% na receita.

O lucro líquido da empresa é de R$ 120 milhões, um recorde na história da empresa, impulsionada pelo crescimento de 142,5% nas vendas. A receita líquida acompanhou a alta e chegou a R$ 665 milhões, indicando um crescimento surpreendente de 69,6%.

E um dos impulsionadores desses resultados é um modelo chamado “condomínio da construção”, em que reúne investidores interessados em financiar a obra. A empresa também encerrou o trimestre com um banco com 53 terrenos que somam R$ 9,5 bilhões em VGV Bruto.

Segundo um relatório da Empíricus, a valorização significativa da Moura Dubeux nos últimos meses não deve apresentar estagnação em breve, pois a empresa apresenta espaço para crescimento. A perspectiva é justificada pelo controle de despesas e endividamento.
Melnick

Depois de um trimestre sem novos projetos, a Melnick celebra 2 empreendimentos lançados no 2º trimestre de 2025, totalizando um VGV de R$ 402,4 milhões com uma VSO de 31%. Com isso, a incorporadora gaúcha fecha o semestre com R$ 1,3 bilhão de VGV em estoque.

O desempenho das vendas líquidas totalizaram R$ 324,5 milhões no trimestre e R$ 454,9 milhões no semestre, o que contribuiu para a receita chegar a R$ 338 milhões.

O ganho líquido também chama atenção ao atingir R$ 39 milhões, consolidando um patrimônio líquido de mais de R$ 1 bilhão. Tudo isso acompanhado pelo aumento das margens brutas e um consumo de caixa menor do que em períodos anteriores.
Even

Depois de um primeiro trimestre com vendas abaixo das estimativas e um nível de estoque alto, a Even acendeu um sinal de alerta dos analistas.

Neste trimestre, a construtora registrou uma queda de 5% no Ebitda e um lucro líquido de R$ 49 milhões, cerca de 51,6% menor do que o mesmo período do ano anterior.

Em contrapartida, a empresa finaliza o período com a receita líquida de R$ 570 milhões, quase 70% a mais do que no último trimestre — apesar de 38,3% menor do que o 2º trimestre de 2024.

O número é impulsionado pelo lançamento do Casa Madalena, empreendimento localizado na Vila Madalena com VGV de R$ 687 milhões, e pelo lançamento e venda do Hotel Faena São Paulo.
Trisul

As vendas brutas da Trisul totalizaram R$ 318,3 milhões no 2º trimestre de 2025, uma queda de 5% em relação ao trimestre anterior. Já as vendas líquidas chegaram a R$ 284,7 milhões, simbolizando uma queda de 9,8%.

O número de unidades vendidas também caiu. Saiu de 573 no último trimestre para 507 agora. Em comparação ao mesmo período do ano passado (627 unidades vendidas), a queda foi de 19,1%.

Os lançamentos também estão em queda. Neste trimestre, a empresa alcançou apenas um empreendimento, em parceria com a Plano&Plano e R$ 102 milhões em VGV.

Apesar disso, o trimestre da empresa é indicado como positivo por analistas. Isso porque a Trisul impulsionou a venda das unidades em estoque e as margens brutas subiram, estimulando o aumento do lucro líquido para R$ 50 milhões, 61% acima do último trimestre.

O Ebitda também expandiu, para R$ 58 milhões. Enquanto isso, as despesas indicam estabilidade. A marca tem um banco de terrenos de R$ 5,7 bilhões em VGV.

Além de representar um avanço em relação ao ano anterior, o landbank abre espaço para bastante crescimento.
Cyrela

A Cyrela encerrou o trimestre com 17 empreendimentos lançados, totalizando um volume de 4,1 bilhões, bem acima dos R$ 1,4 bi lançados no mesmo período de 2024 e 15% abaixo do 1T25 (R$ 4,862 bi).

As vendas líquidas chegaram a R$ 3,2 bilhões em VGV, 37% acima do valor registrado no 2º trimestre de 2024 (R$ 2,3 bilhões) e 8% superiores ao 1º trimestre de 2025 (R$ 3,029 bilhões).

Dessas vendas, R$ 93 milhões se referem a estoque pronto (3%), R$ 1,5 bilhões do estoque em construção (49%) e R$ 1,5 biilhões de lançamentos (49%). A receita líquida somou R$ 2,1 bilhões.

“A Cyrela consegue atuar em diferentes cenários de forma consistente no médio e longo prazo. Vemos isso na ampliação da marca aos segmentos de médio padrão e econômico”, observa Fuji, da REC Gestão.

Um relatório da Genial Investimentos, porém, acende um alerta para o consumo de R$ 392 milhões do caixa na empresa no trimestre, o que reverte a geração de R$ 71 milhões do 1º trimestre 2025 — quando a empresa investiu na formação de um landbank. A companhia fechou o trimestre com um estoque de terrenos de R$ 20,2 bilhões em VGV.

FERROVIÁRIO

IstoÉ Dinheiro - SP   02/09/2025

O plano brasileiro anunciado pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, de abrir uma ferrovia capaz de ligar o Atlântico ao Pacífico coincide com um esforço latino-americano mais amplo de modernizar e integrar sua defasada rede de trilhos.

Segundo o Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF), atualmente existem 155 projetos ferroviários deste tipo na região, que demandam investimentos na casa dos 400 bilhões de dólares (R$ 2,1 trilhões) e, se concluídos, ampliariam a malha ferroviária latino-americana em 57 mil quilômetros.

A Ferrovia Bioceânica, por exemplo, foi apresentada como uma espécie de revolução no setor. “Se este projeto for realizado, vamos transformar todo o cenário econômico do Brasil”, defendeu Tebet em julho.

“O projeto ferroviário tornará o Brasil muito mais competitivo. É uma mudança radical. Terá impacto direto sobre regiões do Norte, do Centro-Oeste, do interior do Sudeste e do Nordeste”, completou.

A proposta do megaprojeto é conectar o porto de Ilhéus, na Bahia, ao porto de Chancay, no Peru, aproveitando partes de linhas ferroviárias já implementadas. Em julho, o governo brasileiro assinou uma parceria com a China para estudar a viabilidade de implementar e conectar os demais trechos, que cruzariam ainda Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre. A estimativa é que o trajeto contemple 3 mil quilômetros de extensão.
Projetos ferroviários acumulam críticas

O envolvimento chinês é visto com receio por críticos, que acusam Pequim de avançar sobre projetos de infraestrutura na América Latina para consolidar seu poderio econômico na região. O país também financiou a construção do porto peruano de Chancay, por exemplo. O Brasil não aderiu à Nova Rota da Seda, mas tem ampliado acordos bilaterais com o parceiro asiático. A Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER) se disse “indignada” pela proximidade com Pequim, por considerar uma desvalorização da capacidade da indústria nacional.

Megaprojetos ferroviários como este também são alvo constante de críticas devido aos impactos que causam. Se consolidada, a Ferrovia Bioceânica cortaria quatro biomas somente em território brasileiro. Outro plano, o de abrir a Estrada de Ferro Maranhão do norte do Tocantins até São Luís, por exemplo, tem sido duramente criticado por lideranças quilombolas devido aos seus possíveis prejuízos sociais e ambientais.

Por outro lado, a modernização da malha facilitaria o escoamento de produtos para a Ásia e é vista como uma estratégia geopolítica para diminuir a dependência do Brasil aos Estados Unidos. “O investimento ferroviário chama atenção por seus diversos benefícios e por marcar o início de uma parceria estratégica voltada à promoção da cooperação entre países do Sul Global”, diz artigo publicado no site brasileiro do Brics.

“O Brasil não tem saída para o Pacífico. Os produtos brasileiros destinados à Ásia precisam percorrer um longo caminho, seja pelo Canal do Panamá ou pelo Cabo da Boa Esperança. Uma ligação terrestre direta com o Pacífico, especialmente para as regiões produtoras de commodities agrícolas e minerais para exportação, traria grandes benefícios à economia brasileira”, afirma o cientista político Mauricio Santoro, especialista nas relações Brasil-China.
Integração se desdobra em outros países

No caso brasileiro, a proposta compõe um projeto do Ministério do Planejamento que prioriza obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) aos modais rodoviários, fluviais e ferroviários em áreas de fronteira com países vizinhos.

A pressão pela integração ferroviária tem sido vista em outros países da região, cujo desenvolvimento historicamente privilegiou rodovias.

O presidente do Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe, Sergio Díaz Granados, defende que é preciso repensar o papel das ferrovias para o “desenvolvimento sustentável e a integração da região”. A fala aconteceu durante o Fórum Internacional sobre Reativação Ferroviária, organizado pelo CAF em Bogotá no final de julho.

Entre os 155 projetos monitorados pelo Banco, 50 estão no Brasil, 21 no México e 20 na Colômbia. O Peru, além de planejar a Ferrovia Bioceânica, também projeta uma linha costeira que parte de sua fronteira com o Equador, ao norte, até a divisa sul, com o Chile.
Mexicano Tren Maya começa com problemas

No México, um projeto já está em operação: o “Tren Maya”, que busca tanto interligar destinos turísticos no sul do país quanto transportar cargas. Desde o início da operação, inaugurada parcialmente em 2023 e com novos trechos conectados em 2024, cerca de 1,36 milhão de passageiros foram transportados em 7.290 viagens.

Apesar disso, a avaliação tem sido cautelosa. Segundo o portal especializado El Financiero, o Tren Maya acumulou desde a inauguração um prejuízo de 5,8 bilhões de pesos (R$ 1,7 bilhão). Segundo o jornal espanhol El País, a inauguração do projeto ficou marcada por acusações que se acumularam durante sua construção, que envolvem conflitos sociais, desmatamento e superfaturamento.

O diretor do projeto, Óscar David Lozano Águila, minimiza o impacto. “Graças a essa infraestrutura, a região está se desenvolvendo em um novo polo econômico, com grande potencial de médio e longo prazo.”

No país vizinho, a Guatemala, o interesse em criar uma integração ao Tren Maya já é grande. O objetivo é apresentar um plano para viabilizar uma conexão da linha mexicana à Cidade da Guatemala.

“Acreditamos que as fronteiras não separam, mas conectam, e que é dever dos países vizinhos e amigos se coordenarem da melhor forma para alcançar objetivos comuns de desenvolvimento nas regiões de fronteira”, disse o presidente guatemalteco Bernardo Arevalo. Ele também quer que os trilhos cheguem até a vizinha Belize.

No Chile, a estatal EFE planeja duas linhas de passageiros: Santiago–Melipilla (R$ 9,7 bilhões) e Santiago–Batuco (R$ 5,1 bilhões). Já na capital da Colômbia, Bogotá, avança o projeto do metrô, que deve melhorar a conexão da metrópole com os municípios vizinhos de Cundinamarca e combater o colapso do trânsito dentro da cidade.

Revista Ferroviaria - RJ   02/09/2025

Os principais projetos de infraestrutura ferroviária da Bahia seguem andando, apesar de apresentarem velocidade e intensidade abaixo do que demanda o setor produtivo no estado. A proposta apresentada pela VLI Logística, para a renovação antecipada do contrato de concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) preve a troca de todos os trilhos entre Corinto (MG) e a Baía de Aratu, informou nesta sexta-feira (dia 29), o secretário do PPI, Marcus Cavalcanti. Na Ferrovia de Integração Oeste-LEste (Fiol), há três investidores interessados em assumir o trecho 1, que está concedido à Bamin. O executivo do governo federal falou sobre o projeto durante um seminário a respeito de infraestrutura na Index 2025.

Cavalcanti destacou o processo de negociação com a VLI até que se chegasse a um projeto interessante para a Bahia. Para ele, as questões mais relevantes, como a troca dos trilhos até Aratu, estão solucionadas. Existem alguns conflitos – como a implantação de um novo tipo de bitola entre Tocandira e Brumado, além de contornos em Licínio de Almeida e São Felix – que dependem da definição de recursos. Segundo ele, a proposta deve ser encaminhada ao Tribunal de Contas da União (TCU) dentro de 30 dias e dependerá o aval do órgão para ser colocada em prática.

“Esta solução atende a realidade que a gente tem e nos permite ter um contrato com a definição de investimentos”, explicou. “A gente tem que separar o que é a vontade desejosa da realidade, porque o empreendimento precisa ter viabilidade econômica”, completou. Segundo ele, se houver uma nova licitação, será necessário esperar por três ou quatro anos para se chegar às mesmas soluções que estão sendo apresentadas agora.

O novo contrato possui uma série de gatilhos de aumentos de cargas que vão definir a necessidade de novos investimentos, afirmou Cavalcanti. Segundo o secretário, o levantamento de investimentos cruzados em ferrovias – recursos oriundos de processos de renovação antecipada, que podem ser utilizados em novos projetos – aponta a existência de aproximadamente R$ 1,2 bilhão que pode ser investido. “Como o recurso sozinho não resolve nenhum definitivamente nenhum dos projetos, vamos deixa-lo reservado e complementar o que for necessário”, disse.
A Revista Ferroviária faz a curadoria das principais notícias do setor.

O empresário Carlos Henrique Passos, presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), destacou a importância de melhorias na infraestrutura do estado. “Temos muita esperança de que possamos superar os entraves que temos em nossa macroinfraestrutura, sobretudo os ferroviários. Estas obras têm um impacto econômico direto muito importante, além de fomentarem o desenvolvimento”, destacou.

Durante um painel sobre o assunto, o vice-presidente da Fieb, Claudio Murilo Xavier, manifestou a preocupação do setor produtivo com os cronogramas das obras. “É muito importante definir que vai se fazer os investimentos, mas é fundamental que os prazos atendam às necessidades do setor produtivo”, frisou.

Fiol e Porto Sul

Segundo o secretário Marcus Cavalcanti, existem três grupos empresariais interessados em assumir o trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e o Porto Sul, em Ilhéus. “Temos três players interessados, com possibilidade de discussão, mas para isto preciso terminar a reestruturação do contrato da Bafer (empresa de ferrovias criada pela Bamin)”, explicou. Segundo Cavalcanti, os investidores querem garantias de que não terão que responder pelo atraso nas obras da ferrovia.

“A empresa que entrar vai substituir a Bafer e receberá a autorização para operar o Porto Sul”, destacou Cavalcanti. Segundo ele, a expectativa é de uma solução até o final do primeiro semestre do ano que vem.

Segundo ele, entre as interessadas, há empresas que atuam no setor mineral, e que analisam também questões relacionadas à mina Pedra de Ferro, mas tem quem tenha interesse apenas na operação logística. “A mina será uma das clientes da ferrovia, eu não estou atrás de uma solução para esta questão, nós estamos buscando equacionar um importante corredor logístico para o estado”, explicou.

Rodoviário

Brasil Mineral - SP   02/09/2025

Para solucionar os problemas de tráfego intenso de caminhões de minério nas rodovias BR-040 e BR-381, em Minas Gerais, um grupo executivo liderado pelo MPMG propôs medidas como um Plano de Segurança Viária e o uso compartilhado da Estrada Pico-Fábrica, da Vale.

Em reunião realizada nesta semana, o Grupo Executivo coordenado pelo MPMG encarregado de buscar uma solução para o problema relacionado ao tráfego de caminhões carregados com minério pelas rodovias federais BR-040 e BR-035, em Minas Gerais, propôs algumas soluções parciais, que incluem a construção de um Plano Mínimo de Segurança Viária e o futuro uso compartilhado da estrada Pico-Fábrica, controlada pela Vale, permitindo que veículos de outras mineradoras possam chegar ao terminal de embarque do minério sem usar as rodovias federais. A Vale ainda não se pronunciou sobre a proposta.

O grupo continua buscando outras soluções consideradas concretas e definitivas visando garantia maior segurança para as pessoas que trafegam pelas rodovias e para a população dos municípios atingidos.

Da reunião nesta semana participaram representantes do MPMG, do Ministério Público Federal (MPF), das mineradoras Vale, Gerdau, Safm, Herculano, Bação Logística, Cedro, Ferro Puro – Grupo Avante, Vallourec, J. Mendes, Minar, MSM, da concessionária EPR Via Mineira, da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Semad), do Departamento de Estrada de Rodagem (DER-MG), Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), do Instituto Estadual de Florestas (IEF), da Advocacia-Geral do Estado (AGE), da Câmara de Prevenção e Resolução Administrativa de Conflitos (Cprac), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), da Agência Nacional de Mineração (ANM), da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig), Associação dos Municípios da Microrregião do Alto Paraopeba (Amalpa), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Ibama.

O MPMG está envolvido na coordenação e mediação do projeto da Rodovia do Minério, uma alternativa que visa desviar o tráfego de carretas com minério das duas rodovias. Hoje trafegam pelas duas rodovias cerca de 1.500 carretas com minério. O projeto inclui a criação de um terminal e a alteração de rotas existentes e do grupo de trabalho participam, além de prefeituras, mineradoras, governo do estado e Ministério Público de Minas Gerais.

IstoÉ Dinheiro - SP   02/09/2025

Os grupos Mota-Engil, de origem portuguesa e atuante em construção civil e obras públicas, e Acciona, conglomerado espanhol de infraestrutura e energia renovável, apresentaram propostas para o leilão do túnel imerso Santos-Guarujá na sede da B3 nesta segunda-feira, 1º, segundo pessoas ouvidas pelo Estadão/Broadcast.

A Mota-Engil tem entre seus acionistas a China Communications Construction Company (CCCC), que detém cerca de 32,4% do capital da companhia. Já a Acciona é responsável pela Linha 6 do Metrô de São Paulo, ainda em construção. A empresa opera também no setor de saneamento, com concessões no Paraná e Espírito Santo, por exemplo, enquanto tem participado de leilões de rodovias.

O leilão do túnel Santos-Guarujá está marcado para sexta-feira, 5, conforme decisão recente do Tribunal de Contas da União (TCU), que manteve o cronograma após mediação do presidente, Bruno Dantas, com o governo paulista e a Autoridade Portuária de Santos (APS).

Empresas apresentaram propostas para o leilão do túnel imerso Santos-Guarujá na sede da B3 nesta segunda-feira, 1º

Segundo o secretário de Parcerias em Investimentos de São Paulo, Rafael Benini, a mudança da data do certame – inicialmente previsto para 1º de agosto – para 5 de setembro ocorreu a pedido de interessados após roadshow na Europa realizado por ele e pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A declaração foi dada em entrevista ao programa Papo com Editor, do Broadcast Político.

O investimento total está estimado em R$ 6,8 bilhões, dos quais até R$ 5,1 bilhões virão de aportes públicos divididos igualmente entre Estado e União.

Em discussão há um século, o túnel Santos-Guarujá é uma demanda histórica dos moradores das duas cidades do litoral paulista. A expectativa é reduzir a travessia para poucos minutos e otimizar o fluxo logístico do Porto de Santos. O empreendimento será o primeiro do tipo imerso no Brasil, com 1,5 km de extensão – 870 metros deles submersos.

O contrato, estruturado em parceria público-privada (PPP), terá duração de 30 anos e envolverá construção, operação e manutenção da infraestrutura. O projeto integra o Novo PAC do governo federal.

Antes mesmo de sair do papel, a obra já se tornou alvo de disputa de narrativa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Publicamente, ambos exaltam a cooperação entre União e Estado; nos bastidores, contudo, aliados de cada lado disputam a paternidade política do empreendimento.

CNN Brasil - SP   02/09/2025

As grandes construtoras nacionais desistiram de entrar no leilão do túnel Santos-Guarujá, uma das maiores obras de infraestrutura do Novo PAC, que tem entrega de propostas prevista para esta segunda-feira (1º).

Segundo relatos feitos à CNN, o consórcio formado pela Odebrecht e pela Álya (antiga Queiroz Galvão) decidiu no fim de semana que não apresentará mais oferta.

A Andrade Gutierrez, que vinha estudando sua participação junto com um fundo financeiro, também resolveu ficar de fora.

Diante da desistência das empreiteiras brasileiras, a expectativa é de uma disputa entre pesos-pesados do exterior, com propostas da portuguesa Mota-Engil (que tem capital da gigante chinesa CCCC) e da espanhola Acciona.

A construtora cearense Marquise também vinha demonstrando interesse no leilão, junto com a italiana Webuild, mas teria enfrentado dificuldades para fechar essa parceria.

A Marquise ainda buscava entrar com outro grupo, mas sua entrada na disputa ficou improvável.

O projeto do túnel imerso Santos-Guarujá, tecnologia inédita no país, prevê uma concessão por 30 anos e investimentos de R$ 6,8 bilhões em uma PPP (parceria público-privada) -- R$ 5,1 bilhões divididos igualmente entre recursos federais e do estado de São Paulo, com o restante vindo da futura concessionária.

Na semana passada, após reunião entre as partes no TCU (Tribunal de Contas da União), um aditivo no convênio de delegação entre União e São Paulo tirou as últimas pendências em torno do projeto e garantiu o leilão. Após a entrega das propostas, o certame ocorrerá efetivamente na sexta-feira (5), na B3.

De acordo com fontes do setor, apesar de contar com capacidade técnica para fazer o túnel, as construtoras nacionais esbarraram na falta de fôlego financeiro.

Elas não teriam conseguido financiamento dos bancos públicos e teriam enfrentado taxas de juros proibitivas nas instituições financeiras privadas.

Para um executivo das construtoras brasileiras ouvido pela CNN, ainda há "tratamento discriminatório" por causa do histórico de envolvimento na Lava Jato, enquanto as concorrentes estrangeiras recebem forte apoio estatal em seus países de origem, mesmo também tendo protagonizado casos de corrupção.

Para esse executivo, isso significa que, mesmo uma década depois do auge da Lava Jato, o Brasil não conseguiu separar "os CNPJs dos CPFs" e preservar a competitividade de suas empresas, que têm reconhecida expertise no campo da engenharia.

NAVAL

Veja - SP   02/09/2025

O Porto de São Sebastião conquistou o primeiro lugar na categoria Crescimento da Movimentação de Cargas – Variação Percentual da 6ª edição do Prêmio Portos + Brasil, promovido pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor). A premiação avaliou 36 portos públicos em todo o país e reconheceu os que apresentaram maior evolução no volume de cargas movimentadas ao longo do ano.

Em 2024, o Porto movimentou 1,5 milhão de toneladas – um crescimento de 48% em relação a 2023 –, com destaque para açúcar, barrilha, coque de petróleo, malte e cevada. Em 2025, o volume já alcança 692 mil toneladas movimentadas.

Com um dos canais mais profundos do país, o Porto de São Sebastião está em expansão. O arrendamento do terminal SSB01, previsto para o final de 2025, prevê obras em 262 mil m² de área operacional em terra e a construção de um novo píer com dois berços de atracação. A iniciativa vai quadruplicar a capacidade de movimentação, alcançando 4,3 milhões de toneladas anuais — um aumento de 187% em relação a 2024. O investimento estimado é de 660 milhões de reais e será realizado pelo parceiro privado vencedor da licitação, em contrato de 35 anos.

O Estado de S.Paulo - SP   02/09/2025

O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) realiza na noite desta segunda-feira, 1º, uma reunião que pode mudar os rumos da licitação do Tecon 10, novo mega terminal de contêineres do Porto de Santos. Apuração do Estadão/Broadcast é de que o ministro Silvio Costa Filho convocou integrantes da equipe em caráter extraordinário após receber do Tribunal de Contas da União (TCU) relatório técnico que defende uma disputa sem restrições de participação.

O relatório elaborado pela Unidade de Auditoria Especializada em Infraestrutura Portuária e Ferroviária (AudPortoFerrovia), do TCU, foi concluído na semana passada. Conforme apurou a reportagem, o MPor foi notificado pela Corte de Contas nesta segunda-feira para que se manifeste sobre os apontamentos. O prazo de resposta é de 15 dias, mas o ministério deve se adiantar e devolver com o posicionamento ainda nesta semana.

A AudPortoFerrovia avalia que a disputa deveria ser realizada em etapa única, sem restrição à participação de empresas já atuantes em Santos, contrariando o que propõe a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Para o órgão regulador, é preciso que grupos já atuantes no porto, como Maersk e MSC, fiquem de fora da primeira fase do certame. Eles só poderiam disputar caso a rodada inicial não atraísse interessados. A justificativa é evitar concentração de mercado.

A recomendação da unidade de auditoria converge com parecer já emitido pela Subsecretaria de Acompanhamento Econômico e Regulação (Seae), do Ministério da Fazenda.

Há duas semanas, o órgão também defendeu em relatório técnico que a concorrência se dê em etapa única, igualmente condicionando a participação dos atuais operadores ao compromisso de desinvestimento caso algum saia vencedor.

A Seae alertou que a restrição prevista pela Antaq é “excessivamente gravosa” e poderia gerar judicialização, atrasando o cronograma do projeto. Entre os ajustes sugeridos estão ainda a ampliação do prazo para a venda de ativos caso uma operadora atual vença a disputa, a inclusão de cláusulas de rescisão automática e a contratação de um “trustee” para supervisionar o desinvestimento.
Análise final

O Tecon 10 será o maior terminal de contêineres do País e exigirá R$ 6,45 bilhões em investimentos, com início de operações previsto para 2027. O projeto é considerado estratégico para ampliar a capacidade de movimentação do Porto de Santos, que concentra cerca de 30% do comércio exterior brasileiro.

Após a resposta do ministério sobre a notificação desta segunda, um relatório será encaminhado ao relator do processo no TCU, ministro Antonio Anastasia, e depois apreciado pelo plenário da Corte — o que não tem data exata para ocorrer. Embora não haja obrigação de seguir o entendimento técnico, os ministros da Corte de Contas estão pressionados pelos diferentes pareceres.

Mesmo após o julgamento no TCU, a palavra final caberá ao MPor, responsável por conduzir a licitação. O TCU já negou pedido liminar para suspender o processo, feito pelo Ministério Público junto à Corte de Contas.

Em maio, o relator Antonio Anastasia disse em manifestação oficial que cláusulas restritivas como as sugeridas para o Tecon 10 podem ser aceitas para evitar concentração e citou diversos outros casos em que isso foi feito.

Apesar das divergências, integrantes do governo têm reiterado o cronograma. A expectativa é de realizar o leilão em dezembro, com assinatura do contrato em 2026.

Inicialmente o Ministério de Portos e Aeroportos endossava a sugestão da Antaq e dizia nos bastidores que não abriria mão da restrição, apontando que a concentração de mercado pode atrasar a construção do terminal se for questionada no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Após os relatórios da AudPortoFerrovia e Seae, membros da pasta consideram de forma séria a possibilidade de reposicionamento.

PETROLÍFERO

Infomoney - SP   02/09/2025

A estatal Pré-Sal Petróleo SA (PPSA) vê potencial para que os ativos em oferta em um leilão inédito de áreas do pré-sal, em 4 de dezembro, tenham mais petróleo do que o previsto inicialmente, disseram representantes da companhia nesta segunda-feira.

Tal perspectiva deverá ser contemplada no edital do certame, no qual serão disputadas áreas não contratadas de jazidas já em produção, um fator que reduz o risco para os investidores.

O documento será publicado em outubro, após ser aprovado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

O certame oferecerá ao mercado a totalidade da participação da União nessas áreas, que hoje corresponde a 3,5% em Mero, 0,551% em Tupi e 0,950% em Atapu.

A diretora técnica da PPSA, Tabita Loureiro, disse que as regras têm como objetivo trazer maior transparência para o certame e também mais atratividade para os investidores.

Além dos executivos da PPSA, estiveram presente no evento representantes de empresas que já estão nas áreas, como Petrobras e Shell, e de outras que ainda não participam nesses ativos, como Ecopetrol, BP, Petronas, Qtar Petroleum.

Os valores mínimos a serem cobrados de cada área também serão anunciados quando for publicado o edital.

Caso a perspectiva de que tais áreas tenham mais petróleo que o previsto se confirme posteriormente, os vencedores no leilão poderão ter uma participação na jazida elevada, mediante pagamentos adicionais no futuro.

O edital do leilão também poderá prever diferentes cenários para o preço do petróleo e prever cobranças adicionais dos investidores caso o barril fique acima do previsto no futuro.

A PPSA deverá realizar um roadshow para apresentar o leilão nos Estados Unidos e na Europa.

Agência Brasil - DF   02/09/2025

O Brasil superou em julho, pela primeira vez na história, a marca de 5 milhões de barris de petróleo e gás natural produzidos por dia. O recorde de 5,160 milhões foi divulgado nesta segunda-feira (1º) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), órgão regulador da indústria de óleo e gás.

Em relação somente ao petróleo, o boletim mensal da ANP aponta que a produção no mês foi de 3,959 milhões de barris diários, aumento de 5,4% ante junho e de 22,5% perante julho de 2024.

Já a produção de gás natural em julho foi de 190,89 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), expansão de 5,1% ante junho e de 26,1% na comparação com julho de 2024.

A produção nos campos do pré-sal respondeu em julho por 79,1% do total, atingindo 4,077 milhões de barris por dia. Esse volume representa alta de 5,6% em relação ao mês anterior e de 24,2% ante julho de 2024.

O óleo e o gás do pré-sal foram extraídos de 169 poços. O campo mais produtivo é o de Tupi, na Bacia de Santos. De lá saíram praticamente 800 ml barris por dia de petróleo.

Em termos individuais, a plataforma que mais contribuiu para o recorde do mês foi o FPSO (navio-plataforma) Guanabara, na jazida compartilhada de Mero, também na Bacia de Santos, com 184,3 mil barris de petróleo diários.

Origem da produção

A ANP explica que as variações no volume de produção são causadas por fatores como paradas programadas de plataformas para manutenção, entrada em operação de poços, parada de poços para manutenção ou limpeza, início de instalação de plataformas, entre outros.

De todo o petróleo produzido no Brasil em julho, 97,7% vêm de campos marítimos. Em relação ao gás natural, 86,1% vêm dos mares.

A Petrobras, sozinha ou em consórcio com outras empresas, é responsável por 89,78% do total de petróleo e gás natural produzidos.

O Rio de Janeiro é o principal estado produtor, com 88% do petróleo nacional e 77% do gás natural.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), que representa empresas do setor, o Brasil é o 8º maior produtor de petróleo no mundo. Os cinco maiores produtores – Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita, Canadá e Irã – são responsáveis por metade da produção mundial.
Queima de gás

Em termos de aproveitamento de gás, a ANP informa que atingiu a marca de 97,1%, ou seja, menos de 3% do gás proveniente dos poços é queimado na atmosfera. A maior parte (54%) é reinjetada nos poços, 33% são disponibilizados ao mercado e 10% são utilizados como fonte de energia pelas próprias plataformas.

AGRÍCOLA

Exame - SP   02/09/2025

O agronegócio brasileiro deve cair no 2º trimestre de 2025, segundo estimativas de algumas casas de análise. Os dados oficiais do PIB do segundo trimestre serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 2, às 9h. No primeiro trimestre deste ano, o agro cresceu 12,2% e impulsionou a economia brasileira, que avançou 1,4% de janeiro a março deste ano.

Segundo o Banco Pine, a agropecuária deve apresentar uma queda de 1,7% no segundo trimestre de 2025 na relação com o primeiro trimestre em função da sazonalidade do período.

Por outro lado, o banco projeta um crescimento ano a ano de 7,9% para o setor, reflexo da safra recorde de grãos e pelo avanço da pecuária. Com esses resultados, o banco mantém sua previsão de crescimento da economia brasileira em 2,3% para 2025.

Já na avaliação da 4intelligence, a agropecuária deve recuar 1,9% no segundo trimestre. No entanto, em relação aos últimos 12 meses, a expectativa também é de alta de 7,9%.

Mais otimista, a projeção do Itaú é de um crescimento de 9,8% no segundo trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024. Segundo o banco, o avanço deve ser impulsionado pela forte produção de soja, milho, algodão e arroz.

Contudo, ainda que o setor demonstre forte desempenho na comparação anual, o impacto positivo em termos marginais deve ser mais fraco, refletindo uma desaceleração no crescimento da agropecuária, comparado ao trimestre anterior.

O agro no PIB do 1º tri

No primeiro trimestre de 2025, a supersafra de grãos 2024/25 do Brasil teve impacto direto no desempenho do PIB.

Durante o período, o agronegócio cresceu 12,2%, impulsionando a economia brasileira, que avançou 1,4% de janeiro a março deste ano.

No mesmo período de 2024, o setor agropecuário já havia registrado um crescimento expressivo de 10,2%.

A alta do agronegócio no primeiro trimestre já era prevista pelo mercado em função da sazonalidade, uma vez que o período coincide com a colheita de importantes culturas agrícolas no Brasil, como a soja em diversos estados.

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   02/09/2025

As vendas de máquinas agrícolas no Brasil se mantiveram em alta em julho, mesmo com os juros elevados e com a cautela causada pelo anúncio da tarifa de 50% sobre importações brasileiras pelo governo dos Estados Unidos

Em julho, o faturamento do setor somou R$ 6,2 bilhões, um crescimento de 7,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Em números absolutos, foram comercializados 6.167 tratores e colheitadeiras.

No acumulado do ano, o avanço no faturamento chega a 18,3%, com R$ 40,07 bilhões em vendas. Em unidades, foram 33.582, com alta de 115,9%.

As exportações no mês somaram R$ 140,7 milhões, 7,7% menos que em julho de 2024.

No acumulado de janeiro a julho, as vendas externas ainda apresentam crescimento – de 8,9% - com o registro de US$ 887 milhões. Já as importações recuaram 13,5% em julho e acumulam queda de 4% no ano.

Do total de vendas do mês, R$ 5,5 bilhões foram para o mercado interno, crescimento de 9,3% em relação a julho de 2024. E, dentro desse valor, R$ 4,5 bilhões são apenas de tratores.

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