Grandes Construções - SP 02/08/2023
Em 2023, a ArcelorMittal Pecém comercializou 446,6 toneladas (t), referentes a 6.739 metros, de borracha para uma empresa recicladora, garantindo o total reaproveitamento do material. A sucata de borracha será utilizada por outras indústrias na agropecuária, em forros, lameiras e balcões.
Na produtora de aço, os resíduos gerados são reutilizados, evitando a compra de mais matérias-primas, ou são comercializados para outras indústrias. Esses coprodutos têm alto valor e usabilidade. As sobras de óleos, os gases, as escórias e o agregado siderúrgico, por exemplo, servem à indústria de tintas, detergente, plástico, pavimentação e agrícola.
Em 2022, a empresa alcançou um faturamento de USD 46 milhões, o equivalente a R$ 239 milhões, com a comercialização desses materiais. Robson Alves, gerente de Infraestrutura Interna da ArcelorMittal Pecém, explica que a mentalidade da produtora de aço está focada na regeneração ambiental e econômica.
"Esses coprodutos deixam de ser tratados como ‘lixo’ e passam a ter papel de insumo, com grande potencial e fazendo com que sejam utilizados até seu completo esgotamento, do início ao fim, por meio de transformação, reciclagem e reutilização. Coprodutos e resíduos são a base de atuação da nossa área, repensando a maneira de desenhar, produzir e comercializar produtos, adicionando e agregando valor”, detalha.
Reaproveitamento – A ArcelorMittal Pecém adota processos e equipamentos de última geração para que os coprodutos da empresa tenham a gestão e a destinação adequada. Como resultado, a empresa já consegue o reaproveitamento de 99,7% dos resíduos sólidos gerados, incluindo reciclagens internas e externas, coprocessamento e estocagem interna.
Além de evitar o descarte do material, a produtora de aço também certifica-se de fornecer o resíduo a um destinador ambientalmente responsável. A área de Meio Ambiente da ArcelorMittal Pecém realiza a avaliação dos requisitos legais aplicáveis aos destinadores e/ou clientes de resíduos e coprodutos.
“Esta validação garante que os receptores estejam devidamente licenciados e adequados para o recebimento e tratamento adequado dos resíduos e coprodutos”, atesta a analista de Meio Ambiente, Ana Julia Carvalho.
Valor - SP 02/08/2023
Vale, Gerdau, ArcelorMittal Brasil, CBMM e Nexa Resources são os destaques do setor no anuário Valor Inovação Brasil 2023.
Na tentativa de construir uma mineração e uma siderurgia mais sustentáveis, as companhias desses dois setores apostam no modelo de inovação aberta, que possibilita a conexão de parceiros para viabilizar projetos alinhados à agenda da descarbonização. Além de expandir os negócios, por meio do desenvolvimento de soluções que beneficiam a operação, os clientes e os fornecedores, as ações inovadoras colocadas em prática têm como objetivo entregar valor à comunidade a qual as empresas estão inseridas. Nesse contexto, as questões relativas ao impacto ambiental das inovações, que são bastante sensíveis nesses dois ramos de atividade econômica, ganham cada vez mais relevância.
Com investimento de R$ 3,4 bilhões em pesquisa e desenvolvimento em 2022 e uma estratégia amparada no conceito de mineração circular, a Vale, líder no setor, tem um portfólio de projetos de inovação com objetivo de minimizar os impactos da atividade de mineração sobre o meio ambiente. Alguns deles, focados em tornar as operações mais “limpas”, estão em consonância com metas de redução de emissões nos próximos anos – a empresa planeja ser neutra em carbono em 2050 e avança na descarbonização da matriz energética. Outros buscam alternativas para processos produtivos e podem ganhar materialidade ainda em 2023.
Na Gerdau, que está na segunda posição no ranking setorial Inovação Brasil, a inovação funciona como uma espécie de alavanca das principais apostas de negócios no curto, médio e longo prazos, ao mesmo tempo que contribui para acelerar o processo de transformação digital e pavimentar o caminho para o modelo de indústria 4.0. “Sempre tivemos a inovação como um elemento-chave de nossa constante transformação e de geração de valor”, assinala Gustavo França, diretor global de tecnologia da informação e digital da companhia.
No desenvolvimento de projetos de inovação, a Gerdau mira a melhoria da experiência do cliente. Como parte do projeto Gerdau Mais, que tem como escopo aprofundar a jornada “figital”, avanços significativos foram obtidos na operação de supply chain. Graças ao uso de ferramentas de inteligência artificial e à integração de processos, foi possível reduzir em cerca de sete dias a previsão de entregas dos pedidos feitos por meio dos diversos canais de acesso, exemplifica França.
Infomoney - SP 02/08/2023
A produção industrial brasileira subiu 0,1% em junho, após também ter registrado alta de 0,3% em maio, conforme dados divulgados nesta terça-feira (1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ante junho de 2022, houve alta de 0,3%. Com isso, a indústria brasileira acumula recuo de 0,3% no acumulado do ano e alta de 0,1% em 12 meses.
O indicador de junho veio melhor que o esperado pelo consenso Refinitiv de analistas, que apontava para uma queda de 0,1% na comparação mensal. Na comparação anual, a previsão era de alta de 0,3%
Em junho, apenas uma das quatro grandes categorias econômicas e 7 dos 25 ramos industriais pesquisados mostraram alta.
Segundo André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), os dois meses seguidos de alta não revertem a perda de abril, quando a taxa foi de -0,6%. “Ainda que o primeiro semestre de 2023 mostre saldo positivo de 0,5% quando comparado com o patamar de dezembro de 2022, o ritmo está muito aquém do que o setor precisa para recuperar as perdas do passado recente”, comentou em nota. Ele destacou que a produção industrial ainda se encontra 1,4% abaixo do patamar pré-pandemia de fevereiro de 2020.
Em junho, o segmento de bens intermediários – o de maior peso no indicador – foi o único que mostrou dinamismo. Ainda que no campo negativo, a categoria saiu de uma queda de 2,1% no primeiro quadrimestre para encerrar o semestre com recuo de apenas 0,5%.
“Há uma relação muito clara com o setor extrativo, que exerce uma liderança em termos de crescimento, com expansão de 5,8% nos primeiros seis meses do ano, com destaque para minério de ferro e petróleo”, comentou Macedo.
analista também ressaltou a importância dos resultados dos setores de alimentos, mais especificamente o do açúcar e dos itens derivados da soja e de derivados do petróleo. “As demais categorias econômicas não fizeram esse movimento de melhora de ritmo durante o semestre, mesmo os segmentos que fecharam com taxas positivas”, ponderou.
Na passagem de maio para junho, a maior influência positiva nos grupos de atividades veio de indústrias extrativas, que avançaram 2,9% no mês, após crescer 1,4% em maio. “São cinco taxas positivas em seis meses, influenciadas pelo avanço na extração de petróleo e minérios de ferro”, disse Macedo, destacando que o setor é um dos poucos que estão acima do patamar pré-pandemia, com 7% de alta ante o nível de fevereiro de 2020.
Outros setores que contribuíram para o resultado de junho de 2023 foram confecção de artigos do vestuário e acessórios (4,9%), de produtos de borracha e de material plástico (1,2%) e de produtos de metal (1,2%). Já entre as 16 atividades em queda, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,6%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,0%) e máquinas e equipamentos (-4,5%) exerceram os principais impactos.
Comparação anual
Na comparação de junho de 2023 com o mesmo mês de 2022, a produção industrial avançou 0,3%, com resultados positivos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 8 dos 25 ramos, 34 dos 80 grupos e 41,7% dos 789 produtos pesquisados.
O chamado “efeito-calendário” não apareceu nesta comparação, pois junho de 2023 teve 21 dias úteis, o mesmo número de junho de 2022.
Entre as atividades, o destaque também ficou para indústrias extrativas, com avanço de 11%. Outros setores como produtos alimentícios (4,9%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,3%), impressão e reprodução de gravações (23,7%) e outros equipamentos de transporte (10,1%) também deram contribuições positivas.
Entre as 17 atividades em queda, chamaram a atenção do IBGE os resultados das atividades de produtos químicos (-9,4%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-6,2%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-13,0%), máquinas e equipamentos (-7,3%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-12,6%), que exerceram as maiores influências.
Entre as grandes categorias econômicas, na mesma comparação, bens intermediários teve a maior alta, avançando 1,8%. O segmento de bens de consumo semi e não duráveis (0,1%) também teve resultado positivo no mês, embora menos intenso do que a média da indústria (0,3%). Por outro lado, houve quedas em bens de consumo duráveis (-3,9%) e bens de capital (-10,3%).
O setor produtor de bens intermediários cresceu 1,8%, segunda taxa positiva consecutiva na comparação interanual, mas menos intensa do que a do mês anterior (3,1%). A produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis teve variação positiva de 0,1%, também registrando a segunda alta seguida, porém, menos intensa do que a registrada no mês anterior (0,9%).
Já o segmento de bens de consumo duráveis teve queda de 3,9% em junho de 2023 na comparação com junho de 2022, interrompendo cinco meses consecutivos de crescimento nesse tipo de comparação, enquanto o setor produtor de bens de capital apresentou recuo de 10,3% e marcou a 10ª taxa negativa consecutiva nessa comparação.
Agência Brasil - DF 02/08/2023
A balança comercial – diferença entre exportações e importações – fechou julho com superávit de US$ 9,035 bilhões, divulgou nesta terça-feira (1º) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O resultado é o melhor para meses de julho e representa alta de 68,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, pelo critério da média diária.
Com o resultado de julho, a balança comercial encerrou os sete primeiros meses do ano com superávit acumulado de US$ 54,1 bilhões, resultado recorde para o período desde o início da série histórica, em 1989.
Em relação ao resultado mensal, o recorde ocorreu apesar de tanto as exportações como as importações terem caído em julho. No mês passado, o Brasil vendeu US$ 29,062 bilhões para o exterior, queda de 2,6% em relação ao mesmo mês de 2022 pelo critério da média diária. As compras do exterior somaram US$ 20,027 bilhões, recuo de 18,2% pelo mesmo critério.
Do lado das exportações, a queda das commodities (bens primários com cotação internacional) foi a principal responsável pela retração. Após baterem recorde no primeiro semestre do ano passado, após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, as commodities recuaram nos últimos meses, provocando a retração nas vendas externas. A safra recorde de grãos contribuiu para segurar a queda nas exportações.
No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu 14,1%, enquanto os preços caíram 14,2% em média na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nas importações, a quantidade comprada caiu 2,7%, mas os preços médios recuaram 14,8%.
Setores
Ao comparar o setor agropecuário, a safra recorde de grãos pesou mais nas exportações. O volume de mercadorias embarcadas subiu 26,7% em julho na comparação com o mesmo mês de 2022, enquanto o preço médio caiu 18,7%. Na indústria de transformação, a quantidade subiu 1,9%, com o preço médio recuando 6,3%. Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade exportada subiu 31,5%, enquanto os preços médios caíram 26%.
Os produtos com maior destaque nas exportações agropecuárias foram milho não moído (-7,3%), mel natural (-69,1%) e café não torrado (-12,6%). Exceto no caso do café, afetado pela safra menor, essa diminuição se deve principalmente aos preços. O destaque positivo para a soja, cujas exportações subiram 3,2% entre julho do ano passado e julho deste ano. A safra recorde fez o volume de embarques de soja aumentar 31,9%, mas o preço médio caiu 21,8%.
Na indústria extrativa, as principais quedas foram registradas em minérios de ferro e seus concentrados (-15,9%) e minérios de cobre e seus concentrados (-11%) na mesma comparação. Nos dois casos, a quantidade exportada subiu, mas os preços médios caíram com a acomodação das cotações internacionais após o primeiro aniversário da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Em relação aos óleos brutos de petróleo, que também são classificados dentro da indústria extrativa, as exportações subiram 8,2%. Os preços médios recuaram 35,7% em relação a julho do ano passado, mas a quantidade embarcada aumentou 68,2%, impulsionada pelo crescimento da produção.
Na indústria de transformação, as maiores quedas ocorreram nos combustíveis (-32,3%), na carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (-30,4%) e em produtos semiacabados de ferro ou aço (-27,1%).
Em relação às importações, os principais recuos foram registrados nos seguintes produtos: trigo e centeio não moídos (-42,4%); cevada não moída (-61,1%) e milho não moído (-47,3%), na agropecuária; gás natural (-28,6%), outros minérios e concentrados dos metais de base (-20,9%) e carvão não aglomerado ( -7,1%), na indústria extrativa; e compostos organo-inorgânicos (-37,6%) e adubos ou fertilizantes químicos (-64,8%), na indústria de transformação.
Em relação aos fertilizantes, cujas compras do exterior ainda são impactadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia, a queda deve-se principalmente à diminuição de 57,7% nos preços. A quantidade importada caiu 16,8% em julho na comparação com julho do ano passado.
Estimativa
Apesar da desvalorização das commodities, o governo prevê saldo positivo recorde de US$ 84,7 bilhões, contra projeção anterior de US$ 84,1 bilhões, feita em abril.
Segundo o MDIC, as exportações diminuirão 1,4% em 2023 e encerrarão o ano em US$ 330 bilhões. As estimativas são atualizadas a cada três meses. As importações recuarão 10% e fecharão o ano em US$ 245,2 bilhões.
As previsões estão muito mais otimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 66 bilhões neste ano.
Infomoney - SP 02/08/2023
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial dos EUA subiu de 46,3 em junho para 49 em julho, segundo pesquisa final divulgada nesta terça-feira (1) pela S&P Global. A leitura definitiva de julho confirmou a estimativa preliminar e a expectativa de analistas consultados pela FactSet.
Apesar do avanço, o PMI abaixo de 50 mostra que a atividade manufatureira nos EUA permaneceu em contração em julho, ainda que em ritmo mais contido que no mês anterior.
O Estado de S.Paulo - SP 02/08/2023
A indústria de máquinas e equipamentos sempre desempenhou um papel crucial no desenvolvimento econômico do país, fornecendo os meios necessários para o aumento da produtividade, aprimoramento da eficiência e modernização dos processos produtivos em diversos setores. No entanto, temos enfrentado desafios significativos com o Custo Brasil, sendo o mais significativo deles no momento é a elevada taxa de juros, que trava e limita a capacidade de investimentos e afeta negativamente o crescimento do setor, que tem enfrentado um processo de desindustrialização.
A taxa de juros é um indicador que reflete o custo do dinheiro no mercado financeiro e, quando estão elevados, o acesso ao crédito se torna mais difícil e oneroso para as empresas, principalmente para as de menor porte.
Nesse contexto, a redução dos juros se torna uma medida de extrema importância para o setor industrial, uma vez que influencia diretamente os investimentos, a produção e a capacidade de expansão das empresas, que necessitam de recursos financeiros para estarem atualizadas com as últimas tendências e avanços tecnológicos para manterem-se competitivas em um mercado globalizado.
Com o juro mais baixo, as empresas podem obter financiamentos a taxas mais atrativas, o que facilita a aquisição de equipamentos de última geração. Máquinas modernas oferecem maior eficiência energética, maior precisão, maior capacidade produtiva e melhores recursos tecnológicos, o que resulta em produtos de melhor qualidade, redução de custos e aumento da produtividade.
Além dos benefícios para as empresas, a queda dos juros também resultaria em um grande impacto positivo na economia como um todo, visto que o crescimento desse setor estimula e impulsiona a demanda por mão de obra qualificada, o que pode resultar na criação de novos empregos. Além disso, o aumento da produção e da eficiência das indústrias resultaria em maior geração de receitas e impostos, o que fortaleceria a arrecadação governamental.
As elevadas taxas básicas de juros que presenciamos atualmente, colocaram os juros de mercado nas alturas impactando negativamente a renda das famílias e das empresas. Ao analisar os indicadores recentes de atividade econômica, se observa uma importante desaceleração. Os investimentos em máquinas e equipamentos, já em queda no último trimestre de 2022, registraram queda de 6,5% neste início de ano, podendo comprometer o futuro do crescimento do país.
Para que a redução dos juros seja efetiva, é fundamental que haja uma política governamental clara e consistente, de modo a garantir taxas competitivas, a criação de linhas de crédito específicas e o incentivo à inovação, reduzindo o Custo Brasil. Dessa forma, a indústria de máquinas e equipamentos poderá desempenhar todo o seu potencial como impulsionadora do desenvolvimento econômico e tecnológico brasileiro.
Nós estamos passando por uma transformação digital no mundo e o Brasil tem que acompanhar e pautar a consolidação de um ambiente macroeconômico favorável aos investimentos produtivos para a neo reindustrialização e para a formação de parcerias internacionais, que podem abrir novas oportunidades de negócios. Com taxas de juros mais atrativas, o país se torna mais competitivo em relação a outros mercados, incentivando empresas estrangeiras a investirem e estabelecerem suas operações. Esses investimentos trazem consigo tecnologia, conhecimento e expertise, fortalecendo e impulsionando a economia nacional.
A redução da taxa SELIC mais as reformas estruturais em curso, como o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária, deve colocar o país em novo patamar de desenvolvimento.
Com esforços conjuntos, é possível superar os desafios e abrir caminho para um setor de máquinas e equipamentos mais robusto e resiliente, capaz de impulsionar o PIB de forma sustentável, o avanço tecnológico e a competitividade da indústria brasileira como um todo.
Infomoney - SP 02/08/2023
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) teve alta de 0,07% julho, após registrar deflação de 0,10% no encerramento de junho. Na terceira quadrissemana de julho, o índice havia registrado alta de 0,10%. O dado foi divulgado nesta terça-feira (1) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em 12 meses, o indicador acumula variação positiva de 3,53% no fechamento de julho, ante 3,56% na terceira quadrissemana e 2,22% em junho.
O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas colhidas na pesquisa do Projeções Broadcast, que apontava para uma alta de 0,09% para o indicador no mês. O intervalo ia de 0,06% a 0,24%.
Entre as oito classes de despesas que compõem o indicador, cinco registraram decréscimo na passagem da terceira para a quarta quadrissemana do mês, com destaque para o grupo Habitação (-0,74% para -1,06%), puxado por tarifa de eletricidade residencial (-3,20% para -4,64%).
Também houve decréscimo em Alimentação (-0,18% para -0,36%), Vestuário (-0,11% para -0,33%), Comunicação (0,10% para 0,04%) e Despesas Diversas (0,49% para 0,48%). Nestas classes de despesa, os destaques forma o comportamento dos itens: hortaliças e legumes (2,32% para 0,13%), roupas femininas (-0,34% para -0,68%), mensalidade para TV por assinatura (0,41% para 0,22%) e conserto de bicicleta (-0,57% para -0,89%).
Em contrapartida, a FGV registrou aceleração em Transportes (0,76% para 1,07%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,09% para 0,25%) e Educação, Leitura e Recreação (1,24% para 1,33%), puxados, respectivamente, por automóvel novo (-1,24% para 0,69%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,57% para -0,04%) e jornal (0,00% para 2,27%).
Influências
As principais pressões de baixa sobre o IPC-S do fechamento de julho, além da tarifa de eletricidade residencial, vieram de tarifa de ônibus urbano (-1,79% para -2,78%); condomínio residencial (-0,59% para -0,82%); frango em pedaços (-3,14% para -3,77%) e leite tipo longa vida (-2,78% para -2,54%).
Em contrapartida, as maiores influências positivas vieram de gasolina (3,84% para 4,08%); passagem aérea (5,99% para 6,20%); plano e seguro de saúde (0,53% para 0,62%); automóvel novo (-1,24% para 0,69%) e serviços bancários (0,63% para 0,63%).
Diário do Comércio - MG 02/08/2023
A produção da indústria de fundição mineira cresceu 7,4% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. As indústrias situadas no Estado estão trabalhando com praticamente 100% da capacidade instalada. Para o restante do exercício, a expectativa do Sindicato da Indústria da Fundição no Estado de Minas Gerais (Sifumg) é que o crescimento do setor se mantenha em 10%, apesar das incertezas que pairam sobre o setor.
As informações são do presidente do Sifumg, Afonso Gonzaga. Segundo ele, apenas no primeiro semestre, as 317 plantas mineiras produziram 384 mil toneladas, valor que representa 30% da produção total brasileira nos primeiros seis meses de 2023. Em todo o País, as empresas produziram 1,265 milhão de toneladas, conforme o boletim semestral da Associação Brasileira de Fundição (Abifa), registrando queda de 8,7% sobre o mesmo período de 2022. Naquela época, a produção brasileira havia somado 1,385 milhão de toneladas.
Gonzaga atribui essa diferença à queda da produção do mercado automobilístico. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que a produção de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) reduziu 17% em junho, em comparação a maio deste ano, quando a produção passou de 227,9 mil unidades no quinto mês para 189,2 mil unidades no mês passado.
Neste sentido, em março, o DIÁRIO DO COMÉRCIO publicou reportagem sobre a preocupação do setor da fundição com a paralisação das montadoras, quando registraram diminuição da demanda e, em alguns casos, cancelamentos de encomendas.
“O volume de produção fora de Minas para o setor automobilístico é muito maior. Consequentemente, puxa o resultado nacional para baixo”, avalia o presidente do Sifumg. Em contrapartida, ele ressalta o acréscimo que a agroindústria, a mineração e as empresas de utensílios domésticos trouxeram para o mercado mineiro.
“Nós temos hoje, em Minas Gerais, 43 empresas produzindo utensílios domésticos em ferro e alumínio. É um volume considerável no ranking anual”, diz.
Neste contexto, o setor gerou 19 mil postos de trabalho diretos na primeira metade de 2023. O dirigente diz que ainda há vagas disponíveis, mas que as empresas estão com dificuldade em encontrar profissionais interessados.
Segundo semestre é uma “incógnita”
Apesar de manter a expectativa de crescimento anual em 10%, Gonzaga avalia que o segundo semestre ainda representa uma “incógnita”. Ele explica que a matéria-prima principal da indústria da fundição é o ferro-gusa, que hoje está no valor de US$ 400 a tonelada, mas que já alcançou a casa dos US$ 1 mil em função dos impactos da guerra entre Ucrânia e Rússia, que também são grandes produtores. “O minério está para o ferro-gusa assim como o petróleo está para a gasolina. É uma commodity controlada pelo mercado internacional”, explica.
Entretanto, ele pondera que o mesmo não acontece no mercado interno. “Quando o preço é reduzido no mercado internacional, ele não cai na mesma proporção no mercado interno e a gente não consegue baixar o volume que o mercado internacional trouxe”, afirma. As empresas locais, inclusive, já estudam abafar fornos, de acordo com o presidente.
Convênio vai potencializar setor ferroviário no Estado
Mudança no Marco do Saneamento traz segurança para investimentos
Além da queda do preço que não é repassada, o dirigente ressalta que em novembro, na época das chuvas, o carvão, outro insumo importante para a indústria da fundição, registra alta. “E o mesmo acontece com o carvão. Ano passado teve seca e os produtores não baixaram os preços para nós”, lembra. Para se ter uma ideia, segundo ele, para se fazer uma tonelada de ferro-gusa são necessários três metros cúbicos desse insumo.
Apesar das instabilidades e inconstâncias, Gonzaga acredita que o Marco do Saneamento Básico pode ser um momento importante para a indústria da fundição. “Trabalhamos sob demanda e temos uma demanda reprimida enorme. O marco regulatório do saneamento é um exemplo. Pode faltar material fundido para atender a demanda. Não temos capacidade de produzir a quantidade que pode ser demandada”, revela. Ele cita que o setor de saneamento consome tampões, grelhas, conexões e tubulações da indústria da fundição para as obras.
Como forma de sanar este tipo de problema, o setor também tem apostado na evolução tecnológica como solução. O presidente do Sifumg explica que nunca as empresas investiram tanto em tecnologia quanto nos últimos anos.
“Há dez anos, entregávamos um tampão com 55 quilos. Hoje, com o avanço tecnológico, conseguimos entregar a mesma peça com 30 quilos e bem mais resistente”, exemplifica. Essa é uma forma de aumentar a competitividade, já que possibilita produzir produtos mais resistentes com mais qualidade e com menos matéria-prima.
As ferrovias também estão na mira do setor. “Há muitos projetos em andamento e nossa indústria pode se beneficiar também”, revela.
O Estado de S.Paulo - SP 02/08/2023
A maioria dos economistas está apostando numa queda de 0,25 ponto porcentual da taxa Selic, para 13,50%, ao fim da reunião desta quarta-feira, do Copom, mas uma parcela nada desprezível dos analistas acredita que o corte de juros será mais agressivo, de 0,50 ponto, como quer o governo Lula.
Na ata da sua última reunião, em junho, o Copom sinalizou para a decisão desta quarta o início de “um processo parcimonioso” de afrouxamento monetário, o que o mercado interpretou como um corte mais cauteloso, de 0,25 ponto. Todavia, desde essa última reunião os fundamentos melhoraram a ponto de uma redução mais agressiva, de 0,50 ponto, ser completamente justificável.
De lá para cá, a inflação corrente registrou importante desaceleração, em particular do seu núcleo, em direção ao limite superior da meta perseguida pelo Banco Central; as expectativas inflacionárias para 2023 e 2024 seguiram caindo; e o dólar teve queda relevante, de R$ 4,85 para ao redor de R$ 4,75. Além disso, os indicadores recentes mostram que a demanda doméstica já está sentindo o impacto de todo o aperto da política monetária até agora.
A questão, portanto, não é o Copom já começar o ciclo de corte da Selic com uma redução de 0,50 ponto, como o governo quer. Mas como um corte dessa magnitude será comunicado. Ou seja, como o Copom irá sinalizar seus próximos passos, restando mais três decisões sobre a taxa de juros até o fim do ano.
Se, além da redução desta quarta de 0,50 ponto, o Copom sinalizar que o ritmo de corte de juros seguirá o mesmo nas outras três reuniões, numa queda de 2 pontos porcentuais da Selic até o fim do ano, o mercado poderá avaliar que esse afrouxamento da política monetária está corroborado pelo balanço de riscos da inflação.
O problema será se o Copom sinalizar que o ritmo de redução da Selic poderá ser acelerado para 0,75 ponto nas próximas reuniões. Isso poderá acontecer, inclusive, se houver já votos dissidentes nesta reunião para um corte até mais agressivo. Não seria uma surpresa se os novos diretores Gabriel Galípolo (Política Monetária) e Ailton Aquino (Fiscalização), indicados pelo governo, surgirem como vozes dissidentes, caso a decisão seja por um corte de apenas 0,25 ponto ou até mesmo de magnitude maior.
Um ritmo de redução da Selic de 0,75 ponto nas reuniões restantes do Copom poderá ser mal recebido, causando, entre outras coisas, enfraquecimento do câmbio, ao deixar o diferencial de juros com os Estados Unidos, por exemplo, menos atraente, além de prejudicar o controle das expectativas de inflação no médio prazo.
Monitor Digital - RJ 02/08/2023
O principal planejador econômico da China revelou nesta terça-feira uma série de medidas detalhadas, incluindo reduções de impostos e de burocracia, para impulsionar a economia privada, depois que uma diretriz geral foi divulgada no mês passado.
As medidas vão desde o acesso justo ao mercado até um apoio financeiro mais forte e melhores serviços governamentais; elas combaterão problemas proeminentes das empresas privadas e aumentarão a confiança delas, de acordo com um documento da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e várias outras agências governamentais.
As empresas privadas serão incentivadas a participar de grandes projetos nacionais lucrativos e maduros, a emitir produtos de fundos de investimento para projetos de infraestrutura e a liderar programas tecnológicos em áreas-chave, como software industrial e inteligência artificial.
Casos aprovados de investimento continuarão a ser publicados para promover o desenvolvimento sólido da economia de plataforma.
Espaço Publicitário
As empresas desfrutarão de um processo mais fácil de redução de impostos nos gastos com pesquisa e desenvolvimento, de menor tempo nos descontos à exportação e de apoio financeiro inclusivo reforçado.
Em termos de garantias legais, serão abolidos regulamentos e documentos oficiais que violam o princípio da igualdade para empresas de vários tipos de propriedade, para proteger o desenvolvimento da economia privada.
O governo melhorará seus serviços para ajudar as empresas privadas a resolver dificuldades, reduzirá a burocracia na aprovação administrativa, fará pagar o que se deve às pequenas e médias empresas e se comunicará ativamente com os empresários durante o processo de formulação de políticas.
O Comitê Central do Partido Comunista da China e o Conselho de Estado emitiram no mês passado uma diretriz para impulsionar o crescimento da economia privada, prometendo melhorar o ambiente de negócios, aumentar o apoio político e fortalecer a garantia legal para o desenvolvimento delas. Fim
Veja - SP 02/08/2023
No momento em que os ventos começam a soprar a favor da economia – inflação em baixa, previsão de queda dos juros, reformas em negociação no Congresso –, os empresários de mineração anunciam que vão contratar produtos e serviços junto a fornecedores de diversos segmentos, agora, em agosto.
A coluna apurou que 26 pesos pesados da mineração vão dinamizar as contratações em rodadas de negócios com fornecedores. São empresas como AngloGold Ashanti, Anglo American, Vale (Salobo Metais), Kinross Brasil Mineração, Mineração Usiminas, Nexa Resources, Mineração Rio do Norte e Mineração Taboca.
O detalhamento dessas operações e de outros projetos será feito durante a Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (Exposibram 2023), no fim de agosto, em Belém (PA). Realizado há mais de 40 anos, o evento é visto como um termômetro do apetite por novos negócios do setor no País. Cerca de 230 fornecedores se inscreveram para participar das rodadas de negociações, e todos os estandes já foram comercializados: são 3.580m2 de área de exposição.
Os valores de investimento da indústria da mineração são elevados. Até 2027, o setor projeta investir US$ 50 bilhões, uma evolução de 10% em relação ao valor informado ano passado para o período 2022-2026. Boa parte dos US$ 50 bilhões será investida em projetos socioambientais (mais de US$ 6,5 bilhões), em logística (US$ 4,5 bilhões) e na produção mineral.
Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), a produção de três substâncias minerais deve concentrar a maior parte dos investimentos até 2027: minério de ferro, bauxita e cobre vão responder por US$ 26,4 bilhões. Mas também estão programados investimentos na produção de outros minerais considerados críticos para a transição energética no País: lítio (em MG), níquel (em GO, BA, PA, PI), titânio (BA, RS), vanádio (BA) e terras raras (GO).
VEJA Mercado
A Petrobras como pano de fundo para a reunião do Copom
As bolsas europeias e os futuros americanos negociam em baixa na manhã desta terça-feira, 1º, após sessões consecutivas em alta. O Ibovespa subiu 3% no acumulado de julho. Os investidores aguardam a reunião do Copom e os números de produção industrial. Nos Estados Unidos, os dados de emprego devem medir a temperatura da economia norte-americana. Diego Gimenes entrevista Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez.
Money Times - SP 02/08/2023
Os contratos futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian subiram ligeiramente nesta terça-feira (1), enquanto os futuros de Cingapura caíram com o mercado respondendo cautelosamente às últimas diretrizes das políticas de estímulo da China.
O minério de ferro mais negociado em setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com alta de 1%, a 840,0 iuanes (US$ 117,22 ) por tonelada.
Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência em setembro caiu 0,8%, para US$ 106,6 a tonelada, reduzindo os ganhos da sessão anterior.
As autoridades chinesas divulgaram diretrizes adicionais das políticas de estímulo na segunda-feira (31), mas nenhuma medida concreta para impulsionar a economia vacilante e o consumo doméstico, deixando os investidores ansiosos, já que os dados fracos da atividade aumentaram a pressão para que as autoridades ajam.
“A China precisa de uma bazuca de estímulo, mas está disparando uma espingarda. O copo meio cheio das medidas de estímulo anunciadas pelo Conselho de Estado da China na segunda-feira é que elas são uma prova de que o governo reconhece a necessidade de oferecer amplo apoio à sua economia”, disse o National Australia Bank em uma nota.
A Mysteel prevê que os preços do minério de ferro irão flutuar para baixo na próxima semana, quando as chegadas aos 45 principais portos chineses devem permanecer em um nível relativamente alto de 23,29 milhões de toneladas, enquanto as políticas de redução da produção de aço são implementadas.
Valor - SP 02/08/2023
Mineradora avança na descarbonização da matriz energética para ser neutra em 2050, além de estudar combustíveis alternativos, como amônia e etanol, e fazer testes com carros elétricos.
Com investimento de R$ 3,4 bilhões em pesquisa e desenvolvimento em 2022 e uma estratégia amparada no conceito de mineração circular, a Vale leva adiante uma multiplicidade de projetos de inovação com objetivo de minimizar os impactos da atividade de mineração sobre o meio ambiente, após a tragédia de Brumadinho. Alguns deles, focados em tornar as operações mais “limpas”, estão em consonância com metas de redução de emissões nos próximos anos, enquanto outros, que buscam alternativas para processos produtivos, podem ganhar materialidade ainda em 2023.
Como contribuição para a ofensiva contra a mudança climática, as metas relativas às emissões são de redução de 33% até 2030 no caso das emissões diretas e indiretas (escopos 1 e 2) e de 15% até 2035 das emissões relativas aos clientes (escopo 3). A Vale almeja ser neutra em carbono em 2050. No rol das medidas implementadas para atingir esses objetivos, Rafael Bittar, vice-presidente-executivo técnico da companhia, destaca o avanço na descarbonização da matriz energética. “Também estudamos combustíveis alternativos, como amônia e etanol, e fazemos testes com veículos elétricos”, acrescenta.
Duas plantas de briquete de minério de ferro serão ativadas em Vitória (ES). Já em fase de comissionamento, uma delas começará a produzir neste ano para honrar os mais de 30 acordos firmados para oferta de soluções inovadoras de descarbonização. Resultado de pesquisa de 20 anos no Centro de Tecnologia de Ferrosos da Vale, localizado em Nova Lima (MG), o produto pode reduzir em até 10% as emissões na produção de aço ao permitir a eliminação da etapa de sinterização. Além disso, reduz a emissão de partículas e de gases, como o dióxido de enxofre e o óxido de nitrogênio, e dispensa o uso de água em sua produção.
A Vale realizou em março os testes com o biocarbono no processo de queima de pelota, aglomerado de minério de ferro utilizado na produção de aço na siderurgia. O produto renovável, obtido por meio da carbonização de biomassa, substituiu o carvão antracito, que corresponde a cerca de 50% das emissões de CO2 na pelotização.
Fonte: Rafael Bittar, VP técnico da Vale: investimento na descaracterização de barragens — Foto: Divulgação
No Complexo de Vargem Grande, em Nova Lima (MG), foram produzidas cerca de 50 mil toneladas de pelotas, das quais 15 mil com 100% de biocarbono de origem certificada. Os testes começaram com uma taxa de substituição de 50% e, depois, evoluíram gradativamente, até chegar a 100%. Obtido a partir da carbonização de biomassa, o biocarbono tem como grande apelo a emissão zero. Processo mais intenso em carbono relativo às emissões diretas da Vale, a pelotização corresponde hoje a 30% do total de emissões do escopo 1.
O início da operação, em novembro do ano passado, do Projeto Sol do Cerrado possibilitará à Vale atingir a marca de 100% do consumo de energia de fonte renovável no Brasil neste ano. Para que isso se torne uma realidade, será preciso que o complexo de energia solar em construção na cidade mineira de Jaíba esteja em funcionamento a plena carga, o que, segundo Bittar, estava previsto para julho. Por enquanto, apenas quatro dos 17 subparques de geração solar já foram energizados.
Empreendimento estimado em R$ 3 bilhões, o projeto Sol do Cerrado é considerado um passo importante para ajudar a Vale a atingir as metas de redução de emissões. Com potência instalada (no pico) de 766 megawatts de energia, o complexo de geração solar abrigará 1,4 milhão de placas solares dotadas de sistemas de rastreamento automático da movimentação do sol durante o dia, para maior aproveitamento dos raios solares na geração de energia. “O parque representará 16% de toda a energia consumida pela Vale no Brasil”, informa Bittar.
Na abordagem de mineração circular, os esforços da Vale se concentram no reaproveitamento de rejeitos oriundos do processamento do minério de ferro para o desenvolvimento de outros produtos. É o caso, por exemplo, da areia sustentável, produzida desde 2021 na mina de Brucutu, localizada em São Gonçalo do Baixo (MG), e que no ano passado passou a ser produzida também em Viga, em Congonhas (MG). De acordo com Bittar, foram destinadas cerca de 1 milhão de toneladas do produto para venda para a construção civil e doação. “Também estudamos o uso de rejeito na fabricação de produtos cimentícios”, afirma.
A vantagem é reduzir a geração de rejeitos e diminuir a dependência de barragens. Bittar explica que o processamento úmido do minério de ferro, que é utilizado atualmente em menos de 30% da produção da Vale, gera rejeitos que são compostos basicamente de sílica – o principal componente da areia – e de minério de ferro. Trata-se de um material não tóxico, cujo processamento é submetido apenas a processos físicos, sem alteração de sua composição química.
O executivo da Vale aponta algumas tendências em projetos de inovação nos próximos anos. “É importante contextualizar que a demanda por aço será influenciada pelos incentivos à produção do aço verde, que é feita sem emissões de CO2, e pelos investimentos em infraestrutura para energia renovável.” Considerada mais “limpa” do que a rota de alto-forno, porque utiliza gás natural em vez de coque, a rota de redução direta será mais utilizada na produção de aço. Além da descarbonização, a mineração circular seguirá como tema dominante no desenvolvimento de inovação nos próximos anos, acredita Bittar.
A Vale mantém um olhar atento também aos requisitos de automação, teleoperação e robótica. Para garantir mais segurança e confiabilidade às operações de mineração, investiu em equipamentos autônomos e em robôs – dois deles desenvolvidos no Instituto Tecnológico Vale Mineração, localizado em Minas Gerais. “Estamos investindo na operação remota para descaracterização de barragens a montante, ou seja, o retorno dessas estruturas à natureza”, complementa Bittar.
A conexão com o ecossistema de inovação é um meio para fomentar a cultura de inovação na Vale. No ano passado, a companhia criou oito hubs de inovação abertos, que operam como uma rede de desenvolvimento e experimentação de novas soluções. Por outro lado, mantém conexões com parceiros externos, como o Mining Hub, que tem as mineradoras como associadas; o Fiemg Lab, uma iniciativa do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) no âmbito da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg); e o FindesLab, da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
Além dos hubs, a Vale conta com o programa BootCamp, cujo objetivo é envolver o time de colaboradores nos desafios para busca de novas soluções inovadoras. Em 2022, foram realizados quatro ciclos desse tipo de evento, com o acompanhamento da implantação de 16 desafios.
Os investimentos em startups ocorrem muitas vezes por meio do Vale Ventures, criado no ano passado e com acesso aos principais ecossistemas de inovação em nível global. Uma das que receberam aporte é a Boston Metal, dos Estados Unidos, que desenvolveu uma tecnologia para produção de aço verde e metais de alto valor, como estanho e nióbio. Em maio, a companhia informou que essa tecnologia será aplicada em uma unidade de Minas Gerais que produz metais de alto valor a partir de rejeitos de mineração. Outro investimento é na startup de biologia transformacional Allonnia, também dos Estados Unidos, cujas soluções utilizam micróbios personalizados para aplicações ambientais específicas.
Ficha
Investimento no Brasil: R$ 3,4 bilhões (em 2022)
Centros de pesquisa no Brasil: 5 - Instituto Tecnológico Vale (IVT) Mineração, em Ouro Preto (MG); Centro de Tecnologia de Ferrosos (CTF), em Nova Lima (MG); Centro de Desenvolvimento Mineral (CDM), em Santa Luiza (MG); Centro Tecnológico de Soluções Sustentáveis (CTSS), em Xérem, Duque de Caxias (RJ); ITV - Desenvolvimento Sustentável, em Belém (PA).
Patentes no Brasil e no exterior: 48*
Funcionários em P&D: **
* 10 concedidas em 2022
*atividade transversal e integrada ao quadro de funcionários
G1 - RJ 02/08/2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já conversou com o ex-ministro Guido Mantega sobre uma eventual indicação dele ao comando da Vale.
Uma fonte próxima a Mantega afirmou ao blog que a conversa ocorreu em meados de julho, e Lula teria feito uma sondagem para saber do interesse do ex-ministro da Fazenda em ocupar o cargo de diretor-presidente. Mantega respondeu que sim.
Interlocutores do Palácio do Planalto e do Ministério da Fazenda confirmam a aproximação entre os dois, bem como o desejo de Lula de emplacar Mantega no comando da Vale. Há, no entanto, muita resistência ao ex-ministro entre os acionistas da companhia, o que pode fazer Lula desistir da indicação.
Um auxiliar do Planalto avalia que a disposição de Lula em nomear o economista Márcio Pochmann para a presidência do IBGE, mesmo contra a vontade da ministra do Planejamento, Simone Tebet, é um sinal de que o presidente não irá desistir dessa disputa.
A União tem influência no comando da Vale porque o maior acionista da empresa é o Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, que possui 8,72% do capital da companhia. O caminho para que o ex-ministro chegue ao comando da empresa é bastante complicado.
O atual diretor-presidente (CEO) da Vale é Eduardo Bartolomeo, com mandato até abril de 2024. Para substituí-lo por Mantega, são necessários os votos favoráveis de sete dos 13 integrantes do Conselho de Administração.
Segundo acionistas ouvidos pelo blog, três conselheiros aprovariam a escolha de Mantega: dois conselheiros do Previ e um que representa os funcionários da Vale; cinco conselheiros tenderiam a votar contra a indicação do ex-ministro. Há dúvidas sobre a posição dos cinco restantes, mas, se quiser mesmo emplacar Mantega na Vale, Lula precisaria garantir quatro desses cinco votos.
A indicação de Mantega tem respaldo da ampla maioria do PT. Há uma avaliação hegemônica no partido e do próprio presidente de que o ex-ministro foi fundamental para o sucesso da política econômica no segundo mandato de Lula e que a derrocada econômica no segundo governo de Dilma Rousseff foi provocada pelas políticas de austeridade do ex-ministro Joaquim Levy.
Além disso, Lula tem deixado claro que não vai deixar para trás, "na chuva", aliados do passado. Além de Pochmann no IBGE, ele também indicou Dilma para a presidência do Banco dos Brics.
O Estado de S.Paulo - SP 02/08/2023
Puxada ainda pelos descontos proporcionados pelo programa do governo federal, as vendas de veículos em julho cresceram 24% em relação ao mesmo mês do ano passado, e 19% se comparado a junho. Foram emplacados no mês passado 225,6 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
A previsão do mercado para os próximos meses, contudo, é de queda, pois boa parte dos negócios foram antecipação de compras, embora exista expectativas de queda dos juros na reunião do Copom, que termina amanhã, o que pode dar um certo ânimo aos consumidores.
No programa governamental, que para os automóveis durou um mês, foram concedidos descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil para modelos de até R$ 120 mil. Incentivos para caminhões e ônibus continuam. No caso específico das vendas de automóveis, balanço parcial indica que, até ontem, o crescimento em relação a junho e a julho do ano passado estava na casa dos 30%.
Segundo dados preliminares das revendas, julho teve o melhor mês me vendas desde dezembro de 2020, quando foram comercializados 244 mil veículos. O dado mais próximo ao registrado no mês passado foi o de novembro de 2020, com 215 mil unidades. Em junho passado, quando o programa teve início, o resultado foi de alta de 6,4% ante o mesmo mês de 2022 e de 7,4% ante maio.
Locadoras
Outra explicação para os resultados de julho foram as vendas para locadoras e frotistas, que só tiveram acesso aos descontos no final do mês. Como o licenciamento dos automóveis ocorre dias após a compra, os registros foram contabilizados no mês passado.
Parte dos veículos vendidos era de estoques, tanto que várias fabricantes anunciaram férias coletivas e lay-off (suspensão de contratos) no mês passado. A Volkswagen chegou a anunciar lay-off por dois meses para parte dos trabalhadores da fábrica de Taubaté (SP), mas logo depois suspendeu a medida em razão do bom desempenho do Polo, fabricado na unidade. Ainda assim, a montadora concedeu 10 dias de férias para todos os funcionários.
O resultado oficial das vendas será divulgado em breve pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Já os dados de produção, empregos e exportações serão apresentados pela Associação Nacional dos Fabricantes d Veículos Automotores (Anfavea) na segunda-feira, 7.
Valor - SP 02/08/2023
Antonio Filosa, presidente da montadora na América do Sul, disse que todas as marcas do grupo terão modelos elétricos ou híbridos no país a partir de 2024.
A Stellantis, dona de marcas como Fiat, Citroën, Peugeot e Jeep, desenvolve no Brasil três modelos híbridos de motopropulsão e um modelo 100% elétrico, para produzir e vender automóveis com essas tecnologias no país a partir do ano que vem. Até 2030, o grupo pretende ter 60% das vendas de veículos híbridos e elétricos.
O desenvolvimento dos modelos faz parte do projeto de descarbonização da Stellantis, que tem como metas globais reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 50% até 2030 e neutralizar 100% das emissões até 2038.
O presidente da Stellantis para América do Sul, Antonio Filosa, disse que todas as marcas do grupo terão modelos elétricos ou híbridos no país a partir de 2024, mas os primeiros modelos ainda estão em definição. “Acho que as primeiras marcas a lançar modelos serão as de maior volume de vendas, como Fiat e Jeep”, disse Filosa. Os carros híbridos e 100% elétricos terão posicionamentos de preços diferentes, sendo que Fiat e Citroën podem ter os preços mais acessíveis, segundo o executivo.
A Stellantis apresentou a tecnologia Bio-Hybrid, que combina uso de eletrificação e energia térmica. As plataformas híbridas foram desenvolvidas em Betim e são compatíveis com todas as linhas de produção das plantas da Stellantis - em Betim, Porto Real (RJ) e Goiana (PE).
Cada plataforma híbrida tem um grau distinto de uso de eletricidade e combustível, podendo ter um ou dois motores elétricos, sistema de alimentação externa elétrica (plug-in) ou regeneração, segundo o vice-presidente do Tech Center da Stellantis na América do Sul, Marcio Tonani.
A Stellantis optou por usar no Brasil a combinação de etanol e eletrificação até que a frota se torne 100% elétrica. “A gente não precisa fazer esse salto de forma disruptiva. Se fizer isso, a gente vai simplesmente jogar fora toda uma cadeia produtiva. Mais de 85% da nossa frota hoje é flex. A gente só precisa ter estratégia de oferecer combinações de híbridos em diferentes níveis”, disse o vice-presidente de assuntos regulatórios para América do Sul da Stellantis, João Irineu Medeiros.
Segundo o executivo, testes internos feitos pela Stellantis mostraram que propulsão a etanol emite 18% menos carbono que um veículo elétrico abastecido com energia europeia - considerando que a energia elétrica na Europa é obtida com fontes fósseis. Na comparação com gasolina, a redução das emissões é de 60%.
Filosa considerou fundamental nacionalizar os componentes e fornecedores e descentralizar a indústria para equilibrar a oferta de componentes no país. “Com produção local estaremos protegidos contra variações do câmbio, custos logísticos de importação. Isso vai nos ajudar a baixar os custos unitários nos graus crescentes de eletrificação”, afirmou o executivo.
O vice-presidente sênior dos centros técnicos de engenharia para América do Sul da Stellantis, Márcio Tonani, disse que, atualmente, apenas o carro 100% elétrico ainda não possui fornecedores locais para todos os componentes.
A Stellantis fechou o primeiro semestre com 23,7% de participação de mercado na América do Sul e de 32,3% no Brasil. A Stellantis prevê lançar na América do Sul 43 veículos, sendo 17 SUVs, 9 carros de passeio, 9 vans e 8 picapes, de oito marcas - Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën, Ram, Abart, Opel e DS - essas duas últimas fora do Brasil.
Valor - SP 02/08/2023
CNH Industrial, Robert Bosch, Stellantis, AGCO e Marcopolo são os destaques do setor no anuário Valor Inovação Brasil 2023.
A inovação sempre acompanhou a indústria automotiva e de veículos de grande porte, como é facilmente observado na variedade de novas tecnologias embarcadas que as montadoras apresentam em seus modelos ano a ano. O setor tradicionalmente é um dos que mais desenvolvem patentes no Brasil. Vinha do segmento mais da metade (53%) de todos os registros de produtos e processos inovadores depositados no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em 2020, conforme apurado no anuário Valor Inovação Brasil daquele ano. Atualmente, as companhias da área ocupam a terceira posição do volume de marcas e patentes, com 14,8%. Para especialistas, porém, a terceira posição não indica redução de dinamismo na indústria automotiva e de veículos de grande porte. De lá para cá, registre-se que o segmento perdeu uma importante participante, com o fechamento de todas as fábricas da Ford no país e o encerramento da produção nacional da montadora, anunciados no início de 2021.
“O resultado atual está mais ligado ao avanço expressivo de alguns ramos de atividade do que propriamente a uma retração nos projetos inovadores do setor”, afirma Jacques Moszkowicz, sócio da PwC Strategy& e um dos responsáveis pelo ranking, referindo-se ao setor do agronegócio (cujo volume de patentes saltou de 0,2% para 20,8% do total nesse período) e ao de óleo e gás (que evoluiu de 9,3% para 18,5%).
Seja como for, o apetite do setor automotivo pela inovação é indiscutível, a começar pela líder no ranking setorial, a fabricante de máquinas agrícolas e de construção CNH Industrial, que publicou 54 patentes no Brasil no último exercício. A companhia das marcas New Holland e Case não só se manteve como principal destaque do setor, como também segue listada entre as dez empresas mais inovadoras do país entre as 150 pesquisadas neste anuário – ocupa o décimo lugar desta vez, três posições abaixo da conquistada no ano passado.
A Bosch Brasil, que atua nas áreas de mobilidade, tecnologia industrial, bens de consumo, energia e tecnologia predial, aparece novamente em segundo lugar no ranking setorial, repetindo a posição do ano passado. “Para nós, a inovação sempre foi uma prioridade, pois está alinhada à nossa missão de atender com tecnologia às necessidades atuais e futuras. Nossa cultura inspira os funcionários de todos os níveis a fazer o melhor para a sociedade, seja no desenvolvimento de novos produtos, novos processos, novos serviços ou novos modelos de negócio”, afirma Bruno Bragazza, gerente de inovação da Bosch América Latina.
A empresa faturou R$ 7,8 bilhões no Brasil em 2022, dos quais cerca de 3% foram investidos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), envolvendo diretamente nesse processo mais de 350 engenheiros, entre os dez mil colaboradores que tem no país. Já a corporação global arrecadou 88,2 bilhões de euros (cerca de R$ 474 bilhões), destinando 8,2% dessa receita para projetos de inovação.
As unidades brasileiras da multinacional alemã – que ficam nas cidades paulistas de Campinas, Sorocaba e Itatiba, além de Curitiba (PR) e Pomerode (SC) – têm se dedicado principalmente a iniciativas de descarbonização na mobilidade. Com foco em veículos híbridos urbanos, a empresa está desenvolvendo um diferencial eletrônico, um sistema de suspensão semiativa para controle avançado de estabilidade e um método de aproveitamento de hidrogênio gerado a bordo para aumentar a eficiência da propulsão. No mercado do agronegócio, investe numa solução para a pulverização precisa de fertilizantes, utilizando câmeras e inteligência artificial, e num sistema de plantio inteligente, que evita desperdícios.
Outra iniciativa inovadora da companhia foi a inauguração, no início deste ano, do DigiHub América Latina, um espaço colaborativo da unidade de Campinas que conecta projetos e negócios focados em inovação, digitalização e serviços. O local incorporou também as atividades da plataforma The Connectory Brasil, dedicada a encontrar soluções inovadoras em tecnologia da informação (TI) e internet das coisas (IoT) por meio de parcerias com startups, universidades e institutos de pesquisa. A plataforma é uma rede global que integra as unidades brasileiras de Campinas e Curitiba às de Chicago (Estados Unidos), Guadalajara (México), Stuttgart (Alemanha) e Xangai (China).
O envolvimento de todos os funcionários em ideias inovadoras, não só os ligados diretamente à área de P&D, também é estimulado pela montadora Stellantis, dona de 14 marcas de automóveis, entre elas cinco fabricadas no Brasil: Fiat, Jeep, Citroën, Peugeot e RAM. “Nossas diversas áreas deixam a oportunidade aberta para que os funcionários sugiram modificações e inovações, sem medo de cometer erros. Todas as propostas são avaliadas e várias delas resultam em aprimoramentos de produtos e processos”, afirma João Irineu Medeiros, vice-presidente de regulamentação da Stellantis para a América do Sul. O desenvolvimento das propostas mais promissoras é coordenado pelo Star*Up, um programa global da companhia.
Em terceiro lugar no ranking regional – subiu duas posições em relação ao ano passado –, a Stellantis direciona seus projetos de P&D principalmente para a descarbonização da mobilidade. O programa Bio-Electro, feito em parceria com universidades, centros de pesquisa, fornecedores e startups, pesquisa novas soluções de motopropulsão para o desenvolvimento de veículos que combinem eletrificação com o combustível etanol. O Retrofit estuda uma maneira de eletrificar veículos comerciais leves, novos e usados, com motor a combustão sem gerar altos custos. O projeto SUSTAINera se dedica à remodelação de peças, buscando a economia de materiais e de energia. No Brasil, a primeira ação do SUSTAINera foi o lançamento, em 2022, de uma centena de peças remanufaturadas já disponíveis em cerca de mil concessionárias das redes autorizadas da empresa no país.
A Stellantis conta com três plantas automotivas, três centros de engenharia e 60 laboratórios no Brasil, especializados em áreas como powertrain, combustíveis, segurança veicular, chassi e suspensão, simulação dinâmica, veículos autônomos, materiais e manufatura 4.0. Seus principais projetos de P&D são desenvolvidos nos 40 laboratórios que compõem o seu Tech Center em Betim (MG) e no centro de pesquisa e campo de provas de Goiana (PE). Somadas, as cinco marcas da companhia no Brasil respondem por um terço das vendas de automóveis no mercado doméstico. O grupo afirma investir entre 4% e 5% de seu faturamento em P&D, envolvendo diretamente nessa área dois mil dos seus 23 mil colaboradores no país.
Portos e Navios - SP 02/08/2023
Localizado no município de Alvorada e com capacidade para receber 1,5 milhão de toneladas de grãos por ano com destino ao Porto de Santos (SP), terminal é o primeiro a ser instalado pela Rumo Malha Central em Tocantins
A Rumo, operadora de ferrovias, e a CHS Agronegócio do Brasil, empresa de agronegócio de propriedade de fazendeiros, pecuaristas e cooperativas nos Estados Unidos, oficializaram uma joint venture para o desenvolvimento de um terminal multimodal de armazenagem e transbordo de grãos, localizado em Alvorada (TO). O projeto contempla a transformação do atual armazém de transbordo rodoviário cuja capacidade estática é de 75 mil toneladas de grãos.
O local está equipado com estrutura para secagem e padronização, incluindo descarga de caminhões por meio de tombadores. A partir da parceria, será construída uma pera e tulha ferroviária, permitindo a conexão com a Malha Central (Ferrovia Norte-Sul), que acaba de ser 100% concluída pela concessionária.
A escolha de Alvorada (TO) representa um passo estratégico para atração de cargas que buscam conexões com os portos brasileiros. Com vocação inicial para o transporte de soja e milho, e futuramente farelo, este é o primeiro terminal a marcar a expansão da Rumo Malha Central (Ferrovia Norte-Sul) em Tocantins após a conclusão das obras da ferrovia. Além disso, o município é considerado o principal ponto de carga e descarga de grãos da região Sul do estado e tem ótimas condições para receber os fluxos do oeste da Bahia e do leste de Mato Grosso.
“A Rumo escreveu um novo capítulo na história das ferrovias brasileiras ao entregar a Ferrovia Norte-Sul 100% operacional. A estrutura em Alvorada representa mais um avanço no desenvolvimento logístico do país”, pontua o vice-presidente comercial da Rumo, Pedro Palma. “Estamos honrados em firmar uma nova parceria com a CHS, com quem desde 2021 temos um terminal de fertilizantes em Rio Verde (GO), através da Andali. Nosso objetivo é proporcionar mais eficiência no transporte de cargas e gerar competitividade para os produtores locais, fomentando o crescimento da produção”.
Segundo o Vice-presidente de Global Grain & Processing para a CHS na América do Sul, Horacio Ackermann, a escolha do município de Alvorada para a estruturação do terminal multimodal de armazenagem e transbordo representa um passo estratégico para atração de cargas que buscam conexões com os portos brasileiros. “A cidade foi escolhida pela sua posição geográfica estratégica, pela relevância para o agronegócio, e por contar com uma importante carteira de clientes já consolidada pelos players envolvidos na parceria”, conta.
“Alvorada naturalmente é vocacionada para ser o principal ponto de carga e descarga de grãos da região Sul do Tocantins, é um município importante, pois tem ótimas condições para receber os fluxos da Bahia e do leste de Mato Grosso. Esse crescimento nas regiões maximizará a capacidade total dos portos brasileiros, diminuindo o gargalo logístico do agronegócio”, pontua Ackermann.
O ativo será operado em conjunto pela Rumo e CHS, com foco no mercado agrícola e seguindo o conceito de todos os terminais da Malha Central: bandeira branca e em regime de pool. Todos os clientes fazem estoque único, depositando e misturando seus produtos de acordo com a classificação prévia de qualidade. O terminal atenderá os volumes da CHS e de todos os interessados na movimentação de grãos (soja e milho) na região.
A infraestrutura será implantada em uma área de aproximadamente 70 hectares, com destaque para a construção de uma pera ferroviária. A estrutura contará com equipamentos de última geração e terá capacidade para carregar em média 12 vagões por hora, podendo carregar até duas composições por dia. As obras de adequação e construção vão gerar cerca de 150 empregos diretos. Para a operação do terminal, serão empregados 65 profissionais de forma direta.
“O terminal atenderá os volumes da CHS e de todos os interessados na movimentação de grãos de soja e milho na região. Dessa forma, proporcionará maior competitividade para o agronegócio, a partir da possibilidade de conexão com o Norte do Brasil e com o Porto de Santos sob subconcessão da Rumo Malha Central”, explica João Baptistella, diretor Comercial, de Logística e Operação da CHS Brasil.
A joint venture entre as duas empresas foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica no mês de junho. Com isso, as obras devem ter início neste segundo semestre de 2023 e a previsão é que no segundo trimestre de 2024 o terminal receba a primeira composição ferroviária.
“Estamos falando de uma infraestrutura multimodal com capacidade para movimentar cerca de 1,5 milhão de toneladas de grãos por ano com destino ao Porto de Santos (SP), após as obras de ampliação e adequação previstas”, explica Palma. “Vamos fortalecer a participação no mercado agrícola local e promover a diversificação geográfica para uma região com grande potencial de desenvolvimento de mercado”.
Infomoney - SP 02/08/2023
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estabeleceu como objetivo dobrar a participação de ferrovias nas exportações brasileiras até 2035 e aumentar a proporção do escoamento de grãos neste modal atualmente dominado pelos minérios. A ideia é que a mudança eleve a produtividade do país e aumente sua competitividade no mercado internacional.
Em entrevista concedida ao InfoMoney, o ministro dos Transportes, Renan Calheiros Filho (MDB), disse que o Brasil precisa investir na adequação da malha ferroviária às necessidades da produção agrícola, construindo um corredor que leve o coração da produção a portos localizados em diversas regiões.
“É preciso ter um corredor até o coração da produção do Mato Grosso, ligando tanto ao Porto de Santos quanto à construção de um porto no sul da Bahia. Esse corredor Leste-Oeste será muito importante para fortalecer o escoamento da produção do Brasil central por meio de ferrovias, usando menos rodovias”, disse.
“Imaginamos que até 2035 nós possamos elevar de 17% para 40% o escoamento da nossa produção [exportada] pelo modo ferroviário. Isso já vai ser uma transformação relevante, sobretudo porque vai crescer na área de grãos”, continuou.
Segundo o Ministério dos Transportes 85% do volume total exportado pelo modal ferroviário são minérios o que indica a participação ainda tímida dos grãos devido à baixa capilaridade do transporte por trilhos país afora.
Durante a entrevista, o ministro também defendeu a importância de o desenvolvimento da malha ferroviária estimular uma competição maior entre portos no país.
“Temos muita dificuldade de chegar com concorrência nos portos mais periféricos. O Arco Norte avançou um pouco, mas o Nordeste ainda está pouco explorado e poderia ser muito mais explorado. E mesmo o Sudeste, com portos fundamentais como o de Açu não recebem uma série de mercadorias, porque tem dificuldade de conexão”, pontuou.
Renan Filho conversou com a reportagem do InfoMoney durante o evento “Welcome Saudi Arabia”, promovido pela XP Investimentos, que recebeu mais de 300 executivos e gestores brasileiros e sauditas. No encontro, ele conversou com o ministro de Investimentos da Arábia Saudita, Khalid A. Al-Falih, sobre a possibilidade de novos negócios entre os países.
Veja os destaques da entrevista:
InfoMoney: Qual a importância do encontro com a comitiva saudita?
Renan Filho: A Arábia Saudita tem uma economia que tem similaridades e complementariedade com a nossa. Eles são grandes produtores de óleo e gás os maiores do mundo. Nós também somos um produtor muito relevante. O Brasil é um dos maiores consumidores de gasolina e óleo diesel do planeta e tem praticamente autossuficiência em toda sua produção não nos derivados, mas no óleo bruto.
Mas nós temos uma complementariedade muito importante, especialmente na produção de alimentos. Eles são grandes compradores de alimentos, têm população jovem, estão em crescimento e precisam de segurança alimentar. E são produtores muito significativos de fertilizantes, que, para serem produzidos, precisam sobretudo de gás barato, que eles têm muito e a gente tem dificuldade de produzir, justamente pelo preço do gás vendido domesticamente.
Percebemos isso com a guerra [na Ucrânia] e agora estamos descobrindo novos parceiros. A exportação russa sofreu por conta da guerra, e a Arábia Saudita pode ser uma parceira importante nessa área.
Também há toda a transição energética e na economia verde, na sustentabilidade, além da área da inovação. O segmento de transportes entra em praticamente tudo isso. A área de transportes no Brasil é fundamental para a alimentação e a descarbonização do planeta, dado que o segmento de transportes no mundo representa mais do que 20% das emissões de carbono.
É sempre bom conversarmos com países que pensam como nós, que estão em busca dessa agenda. E a Arábia Saudita é um exemplo melhor ainda, porque, além de ter uma agenda parecida, do ponto de vista da sustentabilidade, eles também têm condição de fazer os investimentos, por conta do fundo soberano.
IM: Durante sua exposição aos empresários, o senhor abordou dois potenciais eixos de investimentos sauditas na economia brasileira: tanto diretos no transporte e na infraestrutura, quanto com impactos indiretos do simples aumento das relações comerciais. De qual forma poderiam vir os investimentos diretos nos transportes?
RF: Fortalecer o comércio é a atividade principal. Às vezes, no Brasil, a gente imagina que o fundo soberano vá fazer o investimento direto. Não é assim que as coisas ocorrem. Entretanto, o ministro [de Investimentos da Arábia Saudita, Khalid A. Al-Falih] colocou que o fundo soberano tem joint ventures com empresas locais e outras mundo afora.
Nós temos alguns corredores de transportes muito importantes especialmente o Leste-Oeste, que vai ligar Lucas do Rio Verde (MT), passando por Mara Rosa (GO), e chegando até Ilhéus (BA). Além disso, o fortalecimento das conexões ferroviárias de alto desempenho com os nossos principais portos do Brasil inteiro. Precisamos criar uma competição entre os portos, porque temos muita dificuldade de chegar aos mais periféricos. O Arco Norte avançou um pouco, mas o Nordeste ainda está pouco explorado e poderia ser muito mais explorado. E mesmo o Sudeste, com portos fundamentais como o de Açu não recebem uma série de mercadorias, porque tem dificuldade de conexão.
O ministro [Al-Falih] falou que há empresas sauditas desejando investir em portos, e, por consequência, a conexão dos portos com as áreas produtoras do país. Essa é uma discussão. Mas a discussão mais imediata certamente é o fortalecimento das nossas relações comerciais, porque elas garantem mais atratividade para investimentos em infraestrutura. São coisas que caminham juntas.
IM: Os grãos hoje dependem muito mais do transporte rodoviário do que do ferroviário. Como fazer essa inversão, para que esse segmento possa usufruir de um transporte mais barato e sustentável, aumentando sua competitividade?
RF: É preciso ter um corredor até o coração da produção do Mato Grosso, ligando tanto ao Porto de Santos quanto à construção de um porto no sul da Bahia. Esse corredor Leste-Oeste será muito importante para fortalecer o escoamento da produção do Brasil central por meio de ferrovias, usando menos rodovias.
Vale enfatizar que essa produção do Brasil central tem 30, 40 anos, é muito recente. E ela encontrou uma malha ferroviária que não estava adequada para essa exportação, sobretudo porque percorria o centro de grandes cidades, e hoje está sendo transformada em uma malha mais eficiente, que garanta mais competitividade ao país e facilidade ao escoamento da produção. Isso vai ocorrer sobretudo nos próximos anos.
O país entregou a Norte-Sul, que passou 30 anos para ser construída. E agora vamos enfrentar o desafio de fazer a Leste-Oeste, melhorar as conexões com o Porto de Santos, com o Porto de Paranaguá. E também conectar os portos do Nordeste. A Transnordestina está em obras, precisa ser concluída e precisa ter uma conexão também com a Norte-Sul. Assim, vamos possibilitar a criação de uma competição entre os portos para exportar grãos. Hoje há poucos portos que exportam grãos. Isso faz com que nossas ferrovias tenham sempre que levar para o mesmo local sem ter uma opção de competição.
IM: Qual é atualmente a participação dos grãos no volume exportado via ferrovias e qual é o patamar que a pasta deseja chegar em um horizonte próximo?
RF: Do volume total da carga exportada pelo Brasil, apenas 17% chegam aos portos por ferrovias. Desses, 85% são minérios. Ou seja, temos uma participação ainda muito pequena [dos grãos]. Por isso, ainda precisamos construir as ferrovias para o coração da produção.
Queremos chegar a 40% [de participação do transporte ferroviário sobre o total exportado pelo país], com crescimento em grãos significativo. É óbvio que minério também vai ter que crescer para chegarmos nessa proporção.
Nós dividimos esse corredor em 5 trechos: a ferrovia de integração Oeste-Leste já tem o trecho 1 pronto, o trecho 2 está em obra. Estamos trabalhando para iniciar o trecho 3. E a ferrovia de integração do Centro-Oeste está em obra de Mara Rosa (GO) até o Mato Grosso, mas precisamos levar até Lucas do Rio Verde (MT) para que ela tenha condição de pegar o grão mais próximo da fazenda.
É claro que o valor agregado em soja é menor. Quando você deixa a ferrovia longe dele (do produtor), ele termina chegando ao porto de caminhão.
IM: Vimos recentemente um conjunto significativo de pedidos de revisão de contratos e devolução de concessões. Como a pasta está trabalhando para lidar com esse problema?
RF: Nós fizemos uma consulta ao TCU justamente com a abordagem de uma questão factual. Vimos que o país percorreu uma curva de experiência ao longo dos últimos anos, e muitos erros foram cometidos em concessões rodoviárias especialmente.
Nós propusemos ao TCU modificar os novos contratos, dando mais transparência, aproveitando a experiência internacional, fazendo contratos com mecanismos de reequilíbrio, porque são contratos de 35 anos. Quando muda preço de insumo ou acontece qualquer coisa mais significativa… Risco geológico, risco de demanda, insumo… A pandemia fez despencar a demanda em alguns trechos. Isso desequilibrou os contratos, e eles não tinham mecanismos para serem reequilibrados.
Estamos propondo trazer todos os contratos para um padrão de agora. Fazer um marco zero. E, daqui para frente, utilizar essa experiência. [Nossa sugestão] Foi acolhida com bons olhos no TCU. O relator já votou favoravelmente à nossa consulta e acreditamos que nesta semana o plenário decida. Se ele decidir favoravelmente, a conta do ministério é que vamos destravar algo em torno de R$ 80 bilhões no reequilíbrio desses contratos. Isso é muito significativo para o país, porque vai agilizar o investimento, sobretudo porque o concessionário já conhece o trecho, já tem projeto, já tem licença ambiental. E se licitasse novamente, qualquer nova empresa teria que percorrer todo esse caminho, fazer um novo projeto, buscar licença. Isso levaria tempo e atrasaria o país.
Portos e Navios - SP 02/08/2023
O Porto de Santos registrou recorde na movimentação de cargas do 1º semestre do ano, com 81 milhões de toneladas. O resultado é praticamente o mesmo de 2022.
No mês, confirmou-se a marca de 15,6 milhões de toneladas, resultado que ultrapassou o mesmo mês do ano passado em 10,3%, quando o número foi de 14,1 milhões de toneladas. As operações de embarque somaram cerca de 12 milhões de toneladas e as de desembarque 3,6 milhões.
O resultado do mês de junho foi amplamente impactado pelo complexo soja (grãos e farelos), que registrou crescimento de 34,8% em relação ao mesmo mês de 2022. Foram 5,8 milhões de toneladas, cerca de 1/3 do total geral. O açúcar também registrou alta expressiva, de 17,8% em relação a junho de 2022, com 2,4 milhões de toneladas embarcadas.
No semestre, a alta da soja (grãos e farelo) foi de 10,4% em relação ao ano passado: 29 milhões de toneladas (contra 26,3 em 2022). Açúcar foi o segundo produto na lista, com 8,1 milhões de toneladas (aumento de 4,8% sobre 2022). O terceiro produto de maior movimentação foi o adubo, embora com queda de 9,1% em relação a 2022: foram 3,7 milhões de toneladas entre janeiro e junho de 2023, enquanto no ano passado foram 4,1 milhões.
A movimentação de contêineres foi menor no 1º semestre, comparado a 2022: 1,33 milhão de TEU ante 1,41 milhão no ano anterior. O fluxo de navios aumentos 4,7%: foram 2.662 atracações, enquanto no ano passado – de janeiro a junho – foram 2.543.
Agência Brasil - DF 02/08/2023
O Brasil produziu em junho 4,324 milhões de barris de óleo equivalente por dia (Mmboe/d). Desse total, 3,367 milhões de barris por dia (MMbbl/d) são de petróleo e 152,258 milhões de metros cúbicos por dia (MMm³/d), de gás natural. Essa foi a maior produção total já registrada. Antes tinha sido, a de fevereiro, quando atingiu 4,183 MMboe/d. Os dados estão no Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural de junho de 2023, divulgado nesta terça-feira (1º) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A produção de petróleo subiu 5,2% em relação a maio e de 19% se comparada a junho de 2022. “É o maior volume de produção de petróleo já registrado, superando o de janeiro de 2023, quando foram produzidos 3,274 Mmbbl/d”, informou a ANP. No caso do gás natural, houve aumento de 5,4% na produção em relação ao mês anterior e de 14,6% na comparação com junho de 2022. “Também foi o maior volume já registrado, superando o de outubro de 2022, quando foram produzidos 149 MMm3/d”, completou.
Conforme a agência reguladora, variações na produção são esperadas e podem ocorrer em decorrência de situações como “paradas programadas de unidades de produção em função de manutenção, entrada em operação de poços, parada de poços para manutenção ou limpeza, início de comissionamento de novas unidades de produção, dentre outros. Tais ações são típicas da produção de petróleo e gás natural e buscam a operação estável e contínua, bem como o aumento da produção ao longo do tempo”.
Pré-sal
Na área do pré-sal, a produção de junho alcançou 3,243 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). O volume corresponde a 75% da produção brasileira. Nesse total, 2,553 milhões de barris diários (bbl/d) são de petróleo e 109,8 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) de gás natural, por meio de 142 poços. Na comparação com o mês anterior, foram registrados avanços de 1,5% e de 17,5%, respectivamente, em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Gás natural
Também em junho, o aproveitamento do gás natural atingiu 97%. “Foram disponibilizados ao mercado 55,40 milhões de m³/d e a queima foi de 4,58 milhões de m³/d. Houve aumento na queima de 10,7% em relação ao mês anterior e de 5,4% na comparação com junho de 2022”, revelou a ANP.
Origem da produção
Os campos marítimos foram responsáveis pela produção de 97,6% do petróleo em junho, e de 83,2% do gás natural. Os campos operados pela Petrobras, sozinha ou em consórcio com outras empresas, foram responsáveis por 88,3% do total produzido. A produção teve origem em 6.305 poços, sendo 514 marítimos e 5.791 terrestres.
Campos e instalações
O Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural de junho de 2023 mostrou ainda que o maior produtor de petróleo e gás foi o Campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos. Lá foram 790 mil bbl/d de petróleo e 37,78 milhões de m³/d de gás natural. “A instalação com maior produção de petróleo e gás natural foi a FPSO Guanabara na jazida compartilhada de Mero, com 177,029 mil bbl/d de petróleo e 11,35 milhões de m³/d de gás”, completou a ANP.
IstoÉ Dinheiro - SP 02/08/2023
O petróleo fechou em baixa, depois que dados fracos da indústria em países desenvolvidos reacenderam preocupações sobre a economia global e possível desaceleração da demanda por commodities. A alta do dólar ante moedas rivais também pressionou a cotação.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fecha em baixa de 0,52% (US$ 0,43), a US$ 81,37 o barril. O Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em baixa de 0,60% (US$ 0,52), a US$ 84,91 o barril.
Os mercados reagem à publicação de índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial dos EUA, da Europa e global hoje e da China e do Japão ontem, a maioria com leituras fracas. O PMI chinês, que caiu para território de contração, sugere que a demanda por commodities esfriou completamente, de acordo com análise da Capital Economics. “No geral, os PMIs da China parecem leituras sombrias para a saúde da demanda por commodities”, disse a consultoria.
A baixa de curto prazo no preço do petróleo provavelmente também está relacionada ao dólar mais forte, diz o analista da Schneider Electric Robbie Fraser, “após uma recente alta de juros pelo Federal Reserve e uma economia dos EUA que, no geral, ultrapassou seus pares”. “No entanto, o quadro geral continua a ser definido por um aparente déficit na oferta global de petróleo, liderado pela força da demanda e pelos cortes da Opep+ na produção da Rússia e da Arábia Saudita”, completou.
Uma pesquisa da Rystard Energy estima que o volume de petróleo encontrado caiu no primeiro semestre de 2023 comparado ao mesmo período de 2022. Foram descobertos em média 47 milhões de barris de óleo equivalente em 2023, ante 56 milhões na primeira metade do ano passado.
Por aqui, os investidores brasileiros acompanharam a publicação de números oficiais que mostraram produção total recorde de petróleo e gás. Foram produzidos 4,324 milhões de barris de óleo equivalente por dia, sendo 3,367 milhões de barris por dia de petróleo e 152,258 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural, segundo boletim mensal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Valor - SP 02/08/2023
O desafio no Brasil é avançar a agricultura de precisão, dependente da expansão da conexão 4G, que hoje só alcança 30% das áreas rurais.
Líder no mercado de colheitadeiras, a CNH Industrial tem um ótimo motivo para investir em pesquisa e desenvolvimento no Brasil: a confiança no crescimento sustentado do agronegócio no país, a ponto de superar, num futuro não tão distante, a produção dos Estados Unidos. “Acreditamos que esse é o destino do Brasil, por isso investimos muito em inovação aberta para incorporar cada vez mais recursos tecnológicos às nossas máquinas agrícolas. Até o fim deste ano, todas elas sairão de fábrica com a possibilidade de ser monitoradas remotamente por um smartphone”, afirma Rafael Miotto, presidente da companhia para a América Latina.
A CNH Industrial opera em três ramos de atividade no Brasil. Sua divisão agrícola, com tratores e colheitadeiras das marcas New Holland e Case, é responsável por 75% do faturamento da empresa no país, enquanto os equipamentos de construção dessas mesmas marcas respondem por 16% da receita e o Banco CNH Industrial, por 9%.
Dos 40 mil funcionários que a multinacional italiana mantém nos vários países em que está presente, 8,5 mil são brasileiros, distribuídos pelas fábricas de Curitiba (PR), Sorocaba (SP), Piracicaba (SP) e Contagem (MG) – as três primeiras dedicadas à produção de máquinas agrícolas e a última, a equipamentos de construção. Isso faz da América Latina – onde a empresa conta ainda com uma quinta unidade de produção em Córdoba, na Argentina, com 500 funcionários – seu segundo maior mercado regional, atrás apenas do norte-americano.
Em 2022, a CNH Industrial investiu US$ 1 bilhão em projetos de inovação em suas 43 unidades de produção, o equivalente a 4,2% do seu faturamento mundial de US$ 23,6 bilhões – índice que deve dar um novo salto neste ano, quando prevê investir US$ 1,6 bilhão em P&D e arrecadar entre 6% e 10% mais do que no ano passado. A empresa não detalha quanto foi direcionado à inovação nas fábricas brasileiras, mas informa ter alcançado o mesmo nível da corporação global.
Fonte: Rafael Miotto, presidente da CNH: "Investimos em inovação aberta para incorporar mais tecnologia" — Foto: Guilherme Pupo/Divulgação
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