SEGS.com.br - SP 02/02/2023
As exportações do aço e ferro-ligas na Indústria da Transformação cresceram 59% até a segunda semana janeiro em comparação ao mesmo período do ano passado. É o que mostra o balanço do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Somado a outros itens da produção brasileira, as exportações subiram 16,8% - um registro de superávit de US$ 1,71 bilhão na balança comercial do país apenas em duas semanas.
A produção siderúrgica foi a sexta mais destinada ao comércio internacional – ficando atrás apenas do arroz, milho, minerais brutos, minério de cobre e açúcar e melaços.
“Um crescimento significativo que reforça a potência do aço não só no mercado interno brasileiro, mas também no mercado internacional. Indica ainda que a nossa produção é vista com bons olhos por diferentes regiões do globo e direciona nossas expectativas para um cenário de elevação constante”, avalia Marcos Ledo, CEO da Krominox, líder nacional na produção de tubos de aço inoxidável.
A Krominox projeta um crescimento não somente no mercado internacional, mas também na produção e comercialização interna. Estima-se uma elevação de até 41% nos principais setores que utilizam o aço como matéria-prima, a citar a construção civil, a indústria automotiva e bens de capital, que juntos ocupam 80% de todo o mercado nacional do aço.
Com o cenário favorável e as perspectivas positivas, a companhia desde 2022, iniciou um plano de ampliação com aquisição de novas indústrias e equipamentos. Além de projetos para a inovação de seus produtos. Apenas para 2023, a expectativa é de investimentos na ordem de R$ 15 milhões para aquisição de maquinários, ferramentas e fornos térmicos dedicados à produção de aço com costura.
Resultados de 2022
As exportações nos primeiros dias de 2023 acompanham a alta de 2022 que registrou variação positiva de 26,4% e ocupou o 12º lugar no ranking de produtos destinados ao comércio exterior.
O mapeamento do ministério mostra que foram vendidas 4,3 milhões de toneladas de ferro e aço destinados a outros países e movimentado US$ 6,5 bilhões entre janeiro a dezembro de 2022.
Países que mais buscaram pelos itens no Brasil foram os Estados Unidos, China, Canadá, Japão e Holanda.
A série histórica do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços mostra com destaque o crescimento gradativo da procura internacional pela matéria-prima nos últimos anos com evolução significativa. Em 2020, os valores com as exportações do aço eram de US$ 3,8 bilhões. No ano seguinte, o volume de vendas para outros países chegou a US$ 5,1 bilhões, numa variação de 36,1%. E em 2022 o salto para US$ 6,5 bi.
Em 2022, somente o estado de São Paulo, por exemplo, movimentou US$ 397 milhões em aço.
Tendo a resistência e a durabilidade como principais atributos, o aço representa a matéria-prima proveniente de uma das indústrias que mais cresce no país e desponta como um dos principais mercados em todo o mundo.
Diante do crescimento exponencial da demanda, o mercado brasileiro tem se solidificado e já é o 9º maior produtor mundial.
Sobre a Krominox
Presente no mercado do aço há 25 anos, a Krominox é uma das principais empresas brasileiras especializadas na fabricação de tubos e soluções em aço inoxidável. Com forte atuação no setor sucroalcooleiro e líder no segmento de papel e celulose, a Krominox demonstra toda sua expertise e qualidade para a fabricação de tubos personalizáveis, dentro de todos os diferentes padrões de bitolas e comprimento sob medida, de acordo com a necessidade específica de cada projeto. A empresa fabrica e fornece soluções também aos setores automotivo, alimentício, saneamento e tratamento, farmacêutico, químico e petroquímico, entre outros.
CNN Brasil - SP 02/02/2023
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) teve queda de 2,1 pontos em janeiro ante dezembro de 2022, para 88,6 pontos, informou nesta quarta-feira (1º) a Fundação Getulio Vargas (FGV).
É o menor nível para o indicador desde março de 2021, quando ficou em 85,9 pontos. Em médias móveis trimestrais, o indicador teve queda de 3,2 pontos no mês.
Para a FGV, a queda na confiança composta dos diferentes setores empresariais “reflete a continuidade da tendência de desaceleração da atividade econômica iniciada no quarto trimestre de 2022 e as expectativas pouco otimistas para a evolução da economia no curto prazo”.
“A piora do ambiente de negócios ocorre de forma disseminada entre os setores, mas é percebida de forma mais acentuada nos segmentos do Comércio e de Serviços. Em relação ao futuro, as expectativas continuam piorando no horizonte de três meses mas deram sinais de melhora nas previsões para os seis meses seguintes”, diz nota divulgada pela entidade.
O ICE reúne os indicadores de confiança produzidos pelas sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção da FGV.
O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.
Assim como os demais indicadores de confiança da FGV, o ICE é formado por dois componentes principais.
Em janeiro, o desempenho negativo do indicador agregado foi determinado principalmente pela piora das avaliações sobre a situação corrente dos negócios, já que o Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E) recuou 4,3 pontos, para 90,9 pontos.
O Índice de Expectativas (IE-E), por sua vez, perdeu 1,9 ponto, para 86,0 pontos. embora tenha caído menos, atingiu o menor nível desde março de 2021, quando ficou em 85,2 pontos.
Os dados agregados de janeiro sinalizam para um espalhamento da queda da confiança empresarial. A confiança recuou em todos os setores que integram o ICE.
Além disso, a confiança empresarial subiu em 41% dos 49 segmentos pesquisados no ICE, disseminação inferior à observada no mês anterior, de 53%.
A coleta do ICE reuniu informações de 3.926 empresas dos quatro setores entre os dias 1º e 27 de janeiro de 2023.
Agência Brasil - DF 02/02/2023
Apesar da alta recente na inflação, o Banco Central (BC) não mexeu nos juros. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic, juros básicos da economia, em 13,75% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.
Em comunicado, o Copom indicou que os juros podem ficar altos por mais tempo que o previsto e não descartou a possibilidade de novas elevações caso a inflação não convirja para o centro da meta, como o esperado. O órgão também informou que persegue a convergência da inflação para o centro da meta para meados de 2024.
“O comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período mais prolongado do que no cenário de referência será capaz de assegurar a convergência da inflação. O comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que têm mostrado deterioração em prazos mais longos desde a última reunião”, destacou o texto.
A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Essa foi a quarta vez seguida em que o BC não mexe na taxa, que permanece nesse nível desde agosto. Anteriormente, o Copom tinha elevado a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis.
De março a junho de 2021, o Copom elevou a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto do mesmo ano, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, a Selic foi elevada em 1,5 ponto de outubro de 2021 até fevereiro de 2022. No ano passado, o Copom promoveu dois aumentos de 1 ponto, em março e maio, e dois aumentos de 0,5 ponto, em junho e agosto.
Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.
Inflação
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em 2022, o indicador fechou em 5,79%. Desde o fim do ano passado, a inflação vem subindo por causa da alta do preço dos alimentos e da reversão parcial das desonerações sobre os combustíveis.
O índice fechou o ano passado acima do teto da meta de inflação. Para 2022, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não podia superar 5% nem ficar abaixo de 2% no ano passado. Para 2023, a meta de inflação está em 3,25%, também com margem de 1,5 ponto percentual, o que garantiria um intervalo entre 1,75% e 4,75%.
No Relatório de Inflação divulgado no fim de dezembro pelo Banco Central, a autoridade monetária estimava que o IPCA fecharia 2023 em 5% no cenário base. A projeção, no entanto, pode ser revista na nova versão do relatório, que será divulgada no fim de março.
As previsões do mercado estão menos otimistas. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 5,74%. Há um mês, as estimativas do mercado estavam em 5,31%.
Crédito mais caro
A elevação da taxa Selic ajuda a controlar a inflação. Isso porque juros maiores encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais altas dificultam a recuperação da economia. No último Relatório de Inflação, o Banco Central projetava crescimento de 1% para a economia em 2023.
O mercado projeta crescimento menor. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) neste ano.
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.
Infomoney - SP 02/02/2023
Desde a última decisão sobre política monetária nos Estados Unidos, o Federal Reserve recebeu dados suficientes para embasar uma nova desaceleração no ciclo de alta de juros – em dezembro o comitê do Fed optou por elevar os juros em 50 pontos-base, após quatro altas seguidas de 75 bps. Ou seja, a análise de que os diretores vão optar por uma alta de 0,25% é quase unânime. Mas no horizonte dos analistas, ainda está distante a expectativa de um início de cortes. O motivo são os sinais pouco claros do efeito da política mais restritiva na atividade.
Para os que acreditam que o fim do ciclo de alta está próximo, a queda de 0,1% no índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) em dezembro já é um indício claro de que o pior já passou em termos de escalada de preços. No mesmo mês, o núcleo do índice de gastos com consumo (PCE) subiu 0,3%, com forte queda em bens, mas ainda com pressão em serviços.
A queda de 0,2% nos gastos do consumidor americano também aponta para um esperado desaquecimento, assim como uma provável virada na tendência de alta dos salários, de 4,8% para 4,6% entre novembro de dezembro – a variação trimestral anualizada recuou para 4,13%, segundo cálculo da ASA Investments.
Mas também há indícios de que desaceleração da economia está num ritmo ainda abaixo do esperado pelo Fomc. No mercado de trabalho, por exemplo, o payroll de dezembro ainda mostrou a criação de 223 mil vagas. E, na semana passada, foi divulgado que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu a uma taxa anual de 2,9% no quarto trimestre de 2022, abaixo dos 3,2%% do 3° trimestre, mas acima das estimativas.
Sinais mistos
Para o Goldman Sachs os dados sobre o crescimento salarial e a inflação são encorajadores, enquanto os sinais sobre o crescimento da atividade têm sido mistos e, às vezes, preocupantes. Isso até facilita a redução do ritmo de aumento dos juros, mas é insuficiente, segundo o banco de investimentos, para antecipar os movimentos do Fomc ao longo de 2023.
O mais provável, segundo o banco, é que a autoridade monetária continue a buscar uma trajetória de crescimento abaixo do potencial, a fim de reequilibrar o mercado de trabalho para que a inflação volte a 2% de forma sustentável. “Concordamos com as autoridades do Fed que ainda há um longo caminho a percorrer. Afinal, a diferença entre empregos e trabalhadores ainda está cerca de 3 milhões acima do nível pré-pandêmico”, alertou o Goldman Sachs.
A projeção inicial do banco é que o Fed ainda deve promover mais dois aumentos adicionais de 25 pontos-base nas reuniões de março e maio. Mas pode acontecer uma dose menor de juros se a fraca confiança nos negócios continuar a diminuir as contratações e o investimento. Por outro lado, o remédio pode ser mais amargo se reacelerar à medida que o impacto do aperto nas políticas passadas desapareça.
Para a gestora Galapagos Capital, a redução no ritmo de alta de juros para 25 bps já é consenso, mas a discussão da taxa terminal continuará a evoluir nas próximas reuniões. Quando “chegar a hora”, o Fed anunciará uma pausa, deixando a porta aberta para aumentos adicionais nas taxas. “Nossa opinião é de que seria um erro o Fomc encerrar o ciclo prematuramente ou considerar a possibilidade de cortes de juros em 2023 para evitar um ‘aperto passivo’”, afirmaram o economistas em relatório.
Para a Galapagos, a ideia de um “pouso suave” na economia americana contraria a hipótese de uma queda rápida da inflação e do fim precoce do ciclo de aperto do Fed. “Se os dados apoiarem a hipótese de “pouso suave”, então a precificação de mercado parece ainda mais inadequada”, argumentam.
A gestora avalia que composição da inflação continua preocupante, umas vez que o progresso da inflação plena foi modesto e só aconteceu no final de 2022, quando fechou em 6,5%, ante 7% em 2021. E essa queda tardia deveu-se predominantemente à retração de 40% nos preços da gasolina entre julho e dezembro.
Outro indicador da resistência dos preços, segundo a Galapagos, foi o núcleo da inflação, que encerrou 2022 em 5,7%, não muito abaixo dos 6% de 2021. Houve uma queda substancial no núcleo da inflação de bens, mas o núcleo de serviços básicos contou uma história diferente. Com 7% ao ano, essa inflação dos serviços básicos em 2022 foi maior do que em 2021, quando terminou em 6,8%.
Para a Galapgos, a fonte da alta da inflação de serviços básicos emana exatamente das condições apertadas no mercado de trabalho e do rápido crescimento dos salários. “Em nossa opinião, ainda é uma questão em aberto se os serviços essenciais desacelerarão acentuadamente até o final deste ano. Os salários precisam desacelerar para 3,5% a 4%, de forma consistente, e o desemprego subir acima de 5% para atender a duas condições necessárias para controlar a inflação dos serviços básicos”, afirma o relatório.
A gestora diz que continua a acreditar que a política do Fed visa uma taxa real de juros de cerca de 1,5%, o que implica por volta de 100 bps. restantes no ciclo de alta. “Discordamos veementemente da precificação de mercado, que inclui uma taxa terminal mais baixa do que a do Fed e 50 bps. de cortes em 2023.”
Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, diz que é preciso ficar atento ao comunicado do Fomc, que deverá ser mais “dovish” porque os EUA vem mostrando sinais de queda na atividade econômica.
Ele também destacou os últimos dados de queda de consumo, na produção industrial e da inflação e também lembrou que o PIB do 4° trimestre mais abaixo que no período anterior aumentou o temos e uma recessão no país, mesmo que branda. “Todos esses fatores contribuem para que os juros não subam mais tanto. E o comitê deve abordar todos esses fatores no comunicado.”
Além da decisão, do comunicado e da entrevista do presidente Jerome Powell nesta quarta-feira, Cohen lembrou que ainda serão divulgados o Relatório Nacional de Emprego ADP e o payroll na sexta-feira e que isso será importante para ajudar a entender os próximos passos do Fed.
“Quanto menor o ganho médio por hora, temos menor chance de inflação porque o americano ganhando menos, compra menos. Se tivermos indicadores que apontem para inflação controlada, podemos ter uma próxima alta depois dessa, de 25 pontos, e depois podemos esperar pela manutenção da taxa de juros nas próximas reuniões até iniciar o ciclo baixista.”
E o fim do ciclo?
Andressa Durão, economista da ASA Investments, acredita que o comunicado do Fomc deve reconhecer a desaceleração da inflação, mas apesar da inclinação “dovish”, não é esperada uma indicação que o fim do ciclo está próximo. “O ‘forward guidance’ deve ser mantido e, na coletiva de imprensa, Powell deve reforçar a mensagem de que a política monetária poderá permanecer em nível restritivo por um tempo.”
Ariane Benedito, economista da Esh Capital, também acredita que nem o otimismo do mercado com resultado do PCE divulgado na última semana deve mudar a atual postura do Fed. Isso por conta dos núcleos do indicador e dos dados do mercado de trabalho, que continuam resilientes.
“Caso o Banco Central americano adote o 0,25% na reunião dessa semana, que hoje é o consenso do mercado, o prolongamento dos juros é iminente e ainda terá espaço para mais um reajuste de mesma magnitude na próxima reunião (março), com a permanência da taxa em 5% para 2023. Até o presente momento, não vejo espaço para afrouxamento da política monetária americana.”
Raphael Camargo, analista da Neo Investimentos, é outro que acredita que o movimento de hoje do comitê de política monetária já foi “telegrafado” nas últimas comunicações de seus membros. Para ele, a trajetória de queda do índice de preços ainda que não totalmente consolidada. “O Fomc terá que lidar também com um mercado de trabalho ainda bastante apertado e salários rodando em níveis altos. Os dados mais recentes indicam moderação ainda incipiente”, afirmou.
Para ele, o comunicado da decisão não deve ter grandes alterações em relação ao divulgado em dezembro passado e deve trazer um destaque para a manutenção do “guidance” de que novas altas serão apropriadas para atingir níveis suficientemente restritivos.
David Meier, economista da Julius Baer, escreveu em relatório nesta semana que, dentro dos dados do PIB na semana passada, o investimento residencial diminuiu, refletindo os primeiros ventos contrários de uma política monetária mais restritiva. “A queda de atividades sensíveis à taxa de juros confirma que a política monetária do Fed pode ser considerada restritiva. Daqui para frente, ficará mais difícil justificar novos aumentos e tendemos a esperar uma contenção em março.”
Felipe Reymond Simões, economista e diretor da WIT Asset, acredita que uma decisão de alta de 0,25% hoje seria um ótimo indicativo de que realmente o Fed está desacelerando o ritmo da taxa de juros e que provavelmente deva parar nos 5,5% ao ano.
“O que de modo geral é bom para o mundo, porque é um indicativo de que eles estão confortáveis com o nível de inflação atual e que essa taxa já é suficiente para conter a alta da inflação. É bom porque a taxa de juros americana é a referência. Vai ser uma sinalização que outros bancos centrais podem começar a reduzir também o aumento. No caso do Brasil, que já está mais para o final do ciclo, talvez até começar a abaixar a taxa de juros.”
Para o BofA, embora o Fed pareça favorecer outra redução no ritmo dos aumentos das taxas, a comunicação durante o período intermediário sugere que os formuladores de políticas não mudaram sua visão sobre onde a taxa provavelmente terminará, ou a visão de que as pressões inflacionárias diminuirão lentamente.
Segundo relatório, mesmo com a esperada a redução do ritmo, o Fed vai querer evitar a interpretação de que isso implica em uma taxa terminal mais baixa ou um início mais cedo de cortes do que o comitê considerou apropriado quando se reuniu pela última vez, em dezembro.
“Isso significa que não há mudança na orientação da taxa de juros na declaração do FOMC. Acreditamos que a declaração continuará a dizer que ‘aumentos contínuos na faixa-alvo serão apropriados’. Uma suavização nessa linguagem pode levar a uma flexibilização indesejada nas condições financeiras.”
Para Jon Maier, Chief Investment Officer da Global X, as ações e os títulos do Tesouro já subiram este mês devido à expectativa generalizada de que o Federal Reserve está próximo do fim de seus aumentos nas taxas de juros, à medida que a inflação diminui e as condições financeiras mais rígidas esfriam a economia.
O Estado de S.Paulo - SP 02/02/2023
Os dados inicialmente apresentados a seguir alcançam o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) e de seus setores mais importantes no ano passado até novembro, além de previsões para a variação do PIB em 2022 e 2023. Mais à frente, também incluirei alguns números sobre a confiança dos empresários diante da economia relativos a janeiro deste ano.
A previsão para outubro de 2022 do Índice de Atividade Econômica (dessazonalizado) do Banco Central, o IBC-Br, foi de uma variação de -0,05%. Já o índice, também dessazonalizado, de Volume Mensal do PIB, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), que é também uma previsão, mostrou-se estável em outubro e em novembro. Ou seja, os dois índices mostraram uma economia sem crescimento no quarto trimestre de 2022.
A previsão para o PIB de 2022 conforme o mais recente (6/1/2023) boletim Focus, do Banco Central, que ainda publicou estimativas para o ano passado, é de um crescimento de 3%. Mas isso veio com variações trimestrais efetivas de 1,2%, 1% e 0,4%, para o primeiro, segundo e terceiro trimestres, respectivamente, segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E, com as previsões citadas nos dois parágrafos anteriores, a perspectiva é de taxa ainda menor no quarto trimestre do ano.
Com esses números até aqui, no âmbito político haverá quem ressaltará mais a taxa de 3% para o PIB anual de 2022, enquanto seus opositores destacarão a tendência de queda das taxas trimestrais mais perto do final do ano, com efeito também na taxa prevista para a variação do PIB de 2023, no valor de 0,8%, segundo o mais recente boletim Focus – bem mais baixa que a de 2022. Será mais um tema a alimentar a polarização entre bolsonaristas e lulistas.
Passando a dados setoriais, um quadro sintético é este, conforme publicado pela Folha de S.Paulo em 13/1/2023, tendo como fonte o IBGE, com os números representando, respectivamente, as taxas de variação da produção setorial calculadas para os meses de outubro e novembro de 2022: serviços (-0,5% e zero), comércio varejista (0,3% e -0,6%) e indústria (0,3% e -0,1%). O setor de serviços é o mais importante, representando cerca de 70% do PIB, e inclui o comércio. Esses dados são coerentes com a visão de um PIB com crescimento ainda mais fraco no último trimestre de 2022.
Quando eu escrevia este artigo surgiram também dados da Fundação Getúlio Vargas informando que a confiança entre os empresários de serviços começou 2023 em queda, com uma redução de 2,7 pontos de porcentagem do Índice de Confiança do setor de Serviços e de 4,4 pontos do Índice de Confiança do Comércio, conforme informações publicadas pelo jornal Valor Econômico em 31/1/2023. Esta matéria do jornal aborda fatores responsáveis por esses resultados dos índices e destaca um ambiente macroeconômico desfavorável ao consumo, com juros altos, inflação ainda num nível expressivo e maior endividamento das famílias, uma visão consensual entre grande parte dos economistas. Aponta, também, um fator que tem recebido menos atenção dos analistas: o enfraquecimento da chamada “demanda reprimida”. Em 2022, as melhores condições sanitárias ligadas à pandemia da covid-19 melhoraram e a demanda dos consumidores se ampliou, favorecendo o aumento do PIB, mas, conforme apontei acima, tudo indica que essa demanda reprimida se enfraqueceu bastante a partir do terceiro trimestre de 2022.
Na esfera da política econômica, o governo Lula ainda não definiu um rumo claro, e suas afirmações quanto à questão fiscal geram incertezas que têm efeito desfavorável sobre a confiança dos empresários, conforme os índices de confiança da FGV já citados. O que vejo também como um fator desfavorável a essa confiança é que o Congresso Nacional não se interessa pelo tema do crescimento econômico brasileiro, sem o qual, a taxas maiores e sustentáveis, não haverá solução para os imensos problemas econômicos e sociais que afetam o nosso país. O Congresso não debate o assunto com profundidade e seus membros mostram-se mais interessados em benesses pessoais envolvendo verbas e cargos, sempre com vistas a alimentar sua clientela política e seus interesses pessoais. Um caso típico desse comportamento vem sendo denunciado por este jornal, o do ministro das Comunicações do governo Lula, Juscelino Filho, deputado licenciado que destinou verba do tal orçamento secreto para pavimentar uma estrada que passa em frente à sua fazenda. Na disputa entre candidatos à presidência das Casas do Congresso, no contexto da eleição que deve ter sido decidida ontem, tampouco eles se ocuparam do que fariam pelo crescimento econômico, mas sim da distribuição de cargos e outras benesses em busca de apoio político.
A expressão a seguir é curta, mas sintetiza o descaso que vejo da classe política diante do tema do crescimento econômico, salvo exceções cada vez mais excepcionais: assim não dá!
Agência Brasil - DF 02/02/2023
O bom desempenho da safra de milho e as exportações de petróleo fizeram a balança comercial iniciar 2023 com o maior superávit para meses de janeiro em 17 anos. No mês passado, o país exportou US$ 2,716 bilhões a mais do que importou. Em janeiro do ano passado, a balança tinha registrado déficit de US$ 58,7 milhões. Este é o melhor resultado para o mês desde 2006.
No mês passado, o Brasil vendeu US$ 23,137 bilhões para o exterior e comprou US$ 20,420 bilhões. As exportações subiram 11,7% em relação a janeiro do ano passado, pelo critério da média diária, e bateram recorde para o mês desde o início da série histórica, em 1989. As importações caíram 1,7% pelo critério da média diária, mas subiram 2,3% no valor absoluto, por causa do maior número de dias úteis em janeiro deste ano, e também bateram recorde.
No caso das exportações, o recorde deve-se mais ao aumento do volume comercializado do que aos preços internacionais das mercadorias. No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu em média 9,5% na comparação com janeiro do ano passado, enquanto os preços médios aumentaram 5,6%.
A valorização dos preços das mercadorias vendidas para o exterior poderia ser maior não fosse a queda do minério de ferro, cuja cotação caiu 7,2% na mesma comparação, e por produtos industrializados de ferro, como ferro-gusa, ferro-esponja e ligas de ferro, cujo preço recuou 11,8%, ainda sob reflexo da desaceleração da economia chinesa.
Nas importações, a quantidade comprada caiu 1,6%, refletindo a desaceleração da economia, mas os preços médios aumentaram 5%. A alta dos preços foi puxada principalmente por petróleo e medicamentos, itens que ficaram mais caros após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Os preços dos fertilizantes químicos, que subiram fortemente no ano passado, caíram 7,1% entre janeiro de 2022 e de 2023.
Setores
No setor agropecuário, a valorização das commodities (bens primários com cotação internacional) pesou mais nas exportações. O preço médio avançou 12,4% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2022, enquanto o volume de mercadorias embarcadas subiu 2,2%. Na indústria de transformação, o volume exportado subiu 5,1%, com o preço médio aumentando 6,9%.
Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade exportada subiu 31,8%, mas os preços médios recuaram 3,1% em relação a janeiro do ano passado.
O petróleo bruto voltou a puxar o aumento das exportações, com o volume exportado subindo 49,8% e os preços caindo 2,8%. Isso ocorreu por causa da retomada da produção da Petrobras. Após um ano de altas contínuas, os preços do petróleo começam a desacelerar porque os efeitos da guerra na Ucrânia e da recuperação econômica após a fase mais aguda da pandemia de covid-19 já foram incorporados às cotações.
Na comparação entre janeiro do ano passado e janeiro deste ano, os produtos com maior destaque nas exportações agropecuárias foram milho não moído, exceto milho doce (+163%) e sementes oleaginosas de girassol, gergelim, canola, algodão e outras (+732,3%). O destaque negativo foram soja (-61,1%) e algodão bruto (-41,5%).
Na indústria extrativa, os maiores crescimentos foram registrados nas exportações de outros minerais em bruto (+151,1%), minérios de cobre e seus concentrados (+129,5%) e óleos brutos de petróleo (+45,6%). Na indústria de transformação, as maiores altas ocorreram nas aeronaves, incluindo componentes (+364,4%), açúcares e melaços (+67,5%) e carnes de aves (+35,8%).
Quanto às importações, as maiores quedas foram registradas no milho não moído, exceto milho doce (-20,8%), soja (-34,8%) e látex (-31,4%) na agropecuária; minérios de níquel e seus concentrados (-55,7%), carvão (-34,5%) e gás natural, na indústria extrativa; e combustíveis (-12,4%), equipamentos de telecomunicações (-15,7%) e válvulas e tubos termiônicos (-12,3%), na Indústria de transformação.
Estimativa
Diferentemente do habitual, a Secretaria de Comércio Exterior não divulgou uma estimativa para o saldo da balança comercial neste ano. Tradicionalmente, as projeções são divulgadas no primeiro mês de cada trimestre. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 57,6 bilhões neste ano.
IstoÉ Dinheiro - SP 02/02/2023
Os contratos futuros de carvão metalúrgico na China ampliaram as perdas nesta quarta-feira e atingiram o nível mais baixo em quatro semanas, com os traders de olho em um lote de carregamentos de carvão australiano que deve chegar em breve à China, maior produtora mundial de aço.
O aumento dos estoques de aço da China também pesou no sentimento geral do mercado, disseram analistas.
A China está retomando gradualmente as importações australianas de carvão, tendo afrouxado uma proibição comercial não oficial imposta em 2020, à medida que surgiram sinais de retomada dos laços entre os dois países.
Os preços do ingrediente siderúrgico caíram quase 5% desde o início do ano.
O carvão metalúrgico mais negociado para entrega em maio na Dalian Commodity Exchange encerrou o comércio diurno com queda de 4%, a 1.788,50 iuanes (265,00 dólares) a tonelada, depois de atingir 1.778 iuanes, o menor nível desde 6 de janeiro.
A China deve receber pelo menos duas cargas de carvão australiano no início de fevereiro, informou a Reuters na segunda-feira, citando traders e dados de rastreamento de navios.
Cinco cargas de carvão australiano foram planejadas para serem enviadas inicialmente para a China e o mercado está “ainda relativamente pessimista” sobre o impacto nos preços, disseram analistas da Zhongzhou Futures em nota.
O contrato de minério de ferro mais ativo de Dalian caiu 0,7%, para 867 iuanes (128,51 dólares) a tonelada, enquanto a referência do ingrediente siderúrgico de março na Bolsa de Cingapura recuou 0,7%, para 126,30 dólares a tonelada.
Veja - SP 02/02/2023
A mineradora Vale divulgou seus números de produção e vendas no quarto de trimestre de 2022 que deixaram um gosto amargo entre os investidores. Os dados são considerados uma prévia dos resultados finais que serão revelados em duas semanas. No consolidado do ano, a companhia produziu 307 milhões de toneladas de minério de ferro, um recuo de 2% na comparação anual. O número ficou abaixo da meta de 310 milhões de toneladas da companhia. Já as vendas atingiram 260 milhões de toneladas da commodity, uma queda de 4% em relação a 2021. Alguns analistas relacionam a menor produção no quarto trimestre a atrasos de licenciamento no Sistema Norte.
Todavia, o otimismo em relação à reabertura econômica chinesa melhorou os preços do minério e traz algum nível de otimismo ao mercado. “O grande destaque está justamente em uma melhora no preço provisionado, que costumava ser um detrator no preço realizado durante os outros trimestres. Dessa forma, acreditamos que a Vale está bem posicionada para colher os frutos da reabertura chinesa, apesar de enfrentar morosidade em licenciamentos ambientais que dificultam aumento de produção, o que ainda nos impede de ficar otimista com a tese”, avalia a Genial Investimentos. Por volta das 13h, os papéis da Vale recuavam 2,5%.
Valor - SP 02/02/2023
Movimento do país de estimular empreendimentos com menos emissões poluentes afetou ritmo de preços metalúrgicos no mundo; siderúrgicas chinesas reduziram compras de minério de ferro, como exemplo
A intensificação de políticas em prol da melhora ambiental pelo governo da China, ao longo do ano passado, pode ter contribuído para queda recorde de preços no setor de metalurgia no Brasil apurados pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A análise é de Felipe Câmara, pesquisador do instituto e gerente do IPP, que mensura a chamada inflação “porta de fábrica”, sem impostos e fretes.
O IBGE anunciou nessa quarta-feira (1º) o IPP de dezembro de 2022, que teve queda de 1,29%. No indicador, os preços de metalurgia caíram 1,30% no último mês do ano passado, sétima queda consecutiva no setor e o mais forte recuo desde começo da série do índice, em 2014.
Queda na compra de minério de ferro
O técnico do IBGE lembrou que, no ano passado, a China fez fortes direcionamentos ao aumentar presença de energia renovável. Segundo ele, as siderúrgicas chinesas, emissoras de gás carbônico, diminuíram o ritmo de compra de minério de ferro, matéria-prima usada para compor aço e outros produtos metalúrgicos. “O preço do aço mostrou desaceleração por conta também de redução de demanda” notou.
Câmara pontuou que, de maneira geral, a política verde de construção da China, de estimular empreendimentos com menos emissões poluentes, afetou o ritmo de preços metalúrgicos em todo o mundo.
IstoÉ Dinheiro - SP 02/02/2023
Os trabalhos na enorme mina de minério de ferro de Simandou e no projeto de infraestrutura da Guiné deverão ser reiniciados em março, disse a junta militar da Guiné em um comunicado de 30 de janeiro visto pela Reuters nesta quarta-feira.
As autoridades guineenses ordenaram que o trabalho em Simandou parasse em julho do ano passado em uma tentativa de forçar os acionistas –que incluem Rio Tinto, Aluminium Corporation of China (Chinalco) e China Baowu Steel (Baowu)– a acordar os termos da joint venture.
Os parceiros pretendem que os termos finais sejam acordados o mais tardar em 28 de fevereiro, disse a junta militar da Guiné em um comunicado resumindo uma visita do líder golpista coronel Mamady Doumbouya e outros altos funcionários à China, de 11 a 22 de janeiro, durante a qual se reuniram com a Baowu.
“A missão foi excelente e conclusiva, pois se compromete com o reinício do enorme projeto Simandou o mais rápido possível em março de 2023, sujeito a negociações sobre os termos do projeto sendo finalizadas no máximo em 28 de fevereiro”, disse o departamento de comunicações da junta.
De acordo com o comunicado, Doumbouya apoiou a Baowu no investimento em Simandou, mas lembrou à empresa os prazos que o projeto deve cumprir.
Em março do ano passado, a junta, que assumiu o poder em um golpe em setembro de 2021, disse que a infraestrutura de Simandou –uma ferrovia de 600 quilômetros e um porto– deve ser concluída até dezembro de 2024 e a produção deve começar até 31 de março de 2025, um cronograma que analistas dizem ser altamente ambicioso.
Valor Investe - SP 02/02/2023
Patamar anual de produção ficou ligeiramente abaixo das projeções da companhia
Nesta terça-feira (31), a Vale reportou os números de produção e venda que apontaram queda de 1,6% da produção de minério de ferro frente ao ano anterior e alta de 1,3% da produção de pelotas contra 2021. O patamar anual ficou ligeiramente abaixo das projeções da companhia, tanto para o minério de ferro quanto para pelotas. Com números operacionais mais fracos, a tendência seria que o pessimismo contaminasse relatórios de análises.
No entanto, com projeções de recuperação da demanda, o mercado ainda sustenta certo otimismo com o futuro da companhia. Confira os principais relatórios de analistas sobre o 2022 da Vale.
BTG Pactual
A Vale apresentou um 2022 fraco do ponto de vista operacional, aproximando-se do mínimo de sua projeção em todas as frentes, diz o BTG Pactual, em relatório. Para o banco, a empresa levará alguns trimestres para recuperar totalmente a confiança do investidor.
Os analistas Leonardo Correa e Caio Greiner escrevem que alguns dos principais destaques do relatório de produção da Vale no quarto trimestre são os embarques de minério de ferro, 1% acima da produção, ajudados pela desestocagem agressiva, e os números da produção de minério de ferro abaixo da média, refletindo atrasos no licenciamento e aceleração mais lenta no projeto S11D.
Além disso, dizem os analistas, os embarques de níquel ficaram 10% acima da projeção, também ajudados pela redução de estoque, enquanto o cobre decepcionou ficando 11% abaixo das estimativas, impactado pela manutenção de Sossego, enquanto os prêmios de qualidade contraíram em base trimestral.
Os analistas preveem um declínio sazonal nos números de produção e vendas ao longo do primeiro trimestre de 2023, como resultado da estação chuvosa impactando os principais locais de mineração. Ao mesmo tempo, eles destacam que a reaceleração da demanda na China deve sustentar preços altos do minério de ferro.
O BTG Pactual tem recomendação de compra para os recibos de ações (ADRs) da Vale, com preço-alvo de US$ 19.
XP
A produção da Vale no quarto trimestre foi levemente negativa, com o acumulado do ano ficando abaixo das metas já revisadas, diz a XP. No entanto, a corretora destaca que os preços mais elevados do minério no período devem compensar os volumes mais fracos.
Os analistas André Vidal, Guilherme Nippes e Helena Kelm escrevem que a produção de minério em 80,9 milhões de toneladas no quarto trimestre, queda de 2% no ano, é explicada por atrasos no licenciamento no Sistema Norte e menor desempenho em S11D.
“Ainda gostamos da história de longo prazo da Vale e achamos que muitos investidores estão pessimistas em relação aos preços do minério de ferro no longo prazo”, comentam.
Em metais básicos, a XP destaca que muitas paradas para manutenção acabou impactando a produção de níquel e cobre durante o quarto trimestre. As vendas, no entanto, ficaram em linha com os compromissos de venda, reduzindo estoques, o que é positivo.
A XP tem recomendação de compra para Vale, com preço-alvo em R$ 97, potencial de alta de 2,63% sobre o fechamento de ontem.
Goldman Sachs
A produção de minério de ferro da Vale em 81 milhões de toneladas no quarto trimestre ficou em linha com as estimativas do mercado, diz o Goldman Sachs. O banco destaca que a companhia conseguiu reverter os estoques montados no terceiro trimestre e teve vendas 11 milhões de toneladas acima da produção.
Os analistas Marcio Farid, Gabriel Simões e Henrique Marques escrevem que a Vale deve registrar um resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de US$ 5,7 bilhões no quarto trimestre, acima das suas projeções, com melhores preços realizados.
Em metais básicos a produção de cobre decepcionou, vindo abaixo do que esperava o banco, impactada por paradas de manutenção. A produção de níquel ficou dentro das expectativas, com estabilização da produção em Sudbury.
O banco mantém uma visão mais cautelosa sobre Vale, dizendo que a melhoria na demanda por minério e aço da China deve acontecer somente no segundo semestre, o que deve decepcionar investidores que esperam uma recuperação imediata.
O Goldman Sachs tem recomendação neutra para Vale, com preço-alvo em US$ 12 para os recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse), valor 35,8% menor que o fechamento de ontem.
Ativa
A Vale divulgou números de produção ligeiramente abaixo das expectativas, com vendas em linha com as projeções, diz a Ativa Investimentos, em relatório. A corretora diz ter gostado dos resultados na divisão de metais básicos, apesar da produção ter sido inferior à previsão.
O analista Ilan Arbetman escreve que, nos sistemas Sul e Sudeste, as maiores chuvas na região de Minas Gerais impediram uma maior produção por parte da companhia, que em seu Sistema Norte seguiu enfrentando questões relacionadas à lentidão na obtenção de licenciamentos e questões de processamento sobretudo em outubro e novembro no projeto S11D.
Já as vendas de minério vieram dentro do previsto, com o quarto trimestre historicamente concentrando o maior hiato entre vendas e produção. “Neste ano, verificamos um hiato em linha com as expectativas e próximo ao registrado no quarto trimestre de 2021”, escreve o analista.
Em níquel, as vendas surpreendem, apesar da queda na produção, diz Arbetman. Em cobre, a produção caiu em função de intercorrências em Sossego e Salobo, mas ainda assim há notícias positivas da divisão, como a melhora no desempenho das minas de Sudbury, Thompson e Voisey’s Bay e o início de Salobo III no prazo e dentro do orçamento.
A Ativa tem recomendação de compra para as ações da Vale, com preço-alvo de R$ 92,40, abaixo do valor de R$ 94,51 no fechamento de ontem na B3.
Safra
A Vale registrou bons volumes de vendas no quarto trimestre, acima das estimativas do Banco Safra e acima do nível de produção, uma vez que o estoque do terceiro trimestre foi vendido durante os últimos três meses de 2022, avalia a casa em relatório.
“As vendas de minério de ferro de 83,2 milhões de toneladas foram 20% maiores no trimestre e 21% acima da nossa previsão, enquanto as vendas de pelotas de 8,8 milhões de toneladas foram 3% maiores no trimestre, mas 8% menores do que o esperado, já que a produção permaneceu praticamente estável sequencialmente”, comentam os analistas Conrado Vegner e Vinícius Andrade.
A produção de minério de ferro de 80,9 milhões de toneladas ficou praticamente em linha com a projeção dos analistas, embora 10% menor no trimestre, refletindo mais chuvas, processos de licenciamento mais lentos no sistema Norte, manutenção de equipamentos e menores compras de terceiros.
O prêmio de US$ 5,4 por tonelada no quarto trimestre foi inferior aos US$ 6,6 por tonelada do terceiro trimestre, principalmente devido aos menores prêmios de pelotas, comentam os analistas. Na divisão de metais básicos, tanto a produção de cobre (que caiu 11% na comparação trimestral) quanto de níquel (que recuou 8%) caíram sequencialmente devido principalmente a obras de manutenção.
Em relação aos últimos resultados financeiros da companhia, previstos para o dia 16 de fevereiro, após o fechamento do mercado, o Safra espera que os maiores volumes de remessa devem levar a resultados operacionais sequencialmente melhores.
“Esperamos receita líquida trimestral de US$ 11,8 bilhões (alta de 19% no trimestre) e Ebitda de US$ 5,3 bilhões (crescimento 37% no trimestre), equivalente a uma margem de 45%”, projetam os analistas.
O Safra tem recomendação de compra e preço-alvo de R$ 91 para as ações da Vale negociadas na B3 e US$ 17 por recibo de ação (ADR) negociado no exterior. Os preços estão praticamente em linha com as cotações atuais.
Bradesco BBI
Os números de produção e embarque de minério de ferro da Vale no quarto trimestre ficaram em linha com as expectativas do Bradesco BBI, enquanto os prêmios ficaram um pouco acima da projeção do banco, segundo relatório divulgado.
“Olhando para o futuro, a Vale manteve sua orientação de produção de minério de ferro para 2023 de 310 milhões-320 milhões de toneladas, dentro do esperado por nós (310 milhões de toneladas) e produção de 315 milhões de toneladas, o que vemos como favorável diante da dinâmica de demanda e oferta do minério de ferro”, comentam os analistas Thiago Lofiego, Isabella Vasconcelos e Camila Barder.
No lado dos metais básicos, o banco espera uma entrega consistente na frente operacional nos próximos trimestres, o que deve ser um pilar importante da possível história de reclassificação à frente, avalia.
De acordo com a estimativa dos analistas, a Vale deve entregar Ebitda de US$ 26 bilhões em 2023 – o que, segundo eles, pressupõe um preço para o minério de ferro médio de US$ 130 por tonelada. Eles dizem ainda que a ação é negociada a 3,7 vezes o valor da empresa pelo Ebitda esperado para 2023, abaixo do múltiplo de cerca de 5 vezes que os analistas veem como o nível justo.
O Bradesco BBI mantém a recomendação de compra e preço-alvo de US$ 23 por recibo de ação (ADR) da Vale, o que representa um potencial de valorização de 26,5% sobre a cotação atual dos ativos.
BB Investimentos
O relatório de produção e vendas do quarto trimestre de 2022 divulgado pela Vale ontem mostrou números díspares, avalia o BB Investimentos, apontando algumas linhas levemente abaixo das estimativas do banco e outras com forte desempenho.
A produção de minério de ferro foi de 80,9 milhões de toneladas, cerca de 5% abaixo da estimativa do BB, principalmente em função de chuvas acima da média para o período, segundo a companhia. No acumulado do ano, a produção totalizou 308 milhões de toneladas, número ligeiramente abaixo do guidance de 310 milhões de toneladas, que já havia sido revisado para baixo pela empresa anteriormente.
Já o volume de vendas no quarto trimestre atingiu 83,2 milhões de toneladas, número acima do estimado pelo banco, impulsionado pela conversão dos estoques em trânsito ao final do terceiro trimestre de 2022. Já a produção de pelotas ficou em linha com o trimestre anterior, em 8,2 milhões de toneladas, e as vendas tiveram incremento de 3,5% ante o terceiro trimestre, para 8,9 milhões de toneladas.
Na parte de metais básicos, o volume de produção de níquel teve queda na comparação trimestral, refletindo sobretudo os impactos de manutenções programadas nas operações, e somou 179 mil toneladas em 2022, em linha com o guidance de 180 mil toneladas.
“Por outro lado, as vendas de níquel do quarto trimestre surpreenderam positivamente, com forte incremento de 31,4% em relação ao trimestre anterior, para 58,2 mil toneladas, diante da conversão de estoques formados pela produção elevada no terceiro trimestre”, comenta a analista Mary Silva, que assina o relatório do BB Investimentos.
De acordo com ela, o volume de produção de cobre também foi impactado por manutenções programadas e teve queda de 10,8% contra o trimestre anterior, para 66,3 mil toneladas, fechando o ano com 253 mil toneladas produzidas, abaixo da estimativa da companhia, de 260 mil toneladas. Já as vendas ficaram em linha com o trimestre anterior .
Até incorporar os resultados recentes na avaliação da Vale, o BB Investimentos mantém a recomendação de compra e o preço-alvo de R$ 92 para as ações ordinárias da mineradora e US$ 17,70 para os recibos de ações (ADR). Os preços estão em linha com as cotações atuais dos papéis.
BofA
A Vale divulgou seu relatório de vendas e produção do quarto trimestre com a produção de minério de ferro de 80,9 milhões de toneladas (Mt) um pouco abaixo das estimativas de consenso de 82,6 Mt, comenta o Bank of America (BofA) em relatório. Como resultado, a produção para o ano chegou a 307,8 Mt, um pouco abaixo da projeção (guidance) revisada da Vale de 310 Mt.
“No entanto, os embarques totais de minério de ferro ficaram em linha com as expectativas, implicando quase 10 milhões de toneladas de desestocagem no trimestre e revertendo grande parte do acúmulo de estoque no terceiro trimestre”, afirmam os analistas Caio Ribeiro, Leonardo Neratika e Guilherme Rosito.
No lado dos metais básicos, os números de produção foram um pouco fracos contra o consenso, chegando a 47,4 mil toneladas (kt) para níquel e 66,3 kt para cobre, em comparação com o consenso de 50 kt e 74 kt. A produção anual também ficou um pouco abaixo da projeção da Vale.
“No geral, a diferença em relação ao guidance foi pequena para todos os metais, enquanto os embarques em linha de minério de ferro e embarques de níquel e cobre mais fortes do que o esperado nos dão maior convicção em relação à nossa previsão de US$ 5 bilhões de Ebitda”, comentam os analistas.
A empresa está avaliada a um múltiplo de 5 vezes o valor da empresa sobre o Ebitda esperado para 2023, precificando o minério de ferro em US$ 100-110 por tonelada, contra a previsão de US$ 100 por tonelada do BofA. O banco observa um forte impulso com a reabertura da China.
O Bank of America (BofA) mantém a recomendação neutra para os papéis da Vale e o preço-alvo de US$ 19 por recibo de ação (ADR), o que representa uma valorização potencial de 4,5% sobre a cotação atual.
Santander
Apesar da Vale ter apresentado resultados mais fracos no quarto trimestre, os números vieram em linha com as estimativas do Santander. Assim, o banco mantém a sua avaliação atual para a companhia e projeta que o Ebitda da empresa deve ficar em US$ 5,1 bilhões entre outubro e dezembro.
A produção de minério de ferro da Vale atingiu 80,9 milhões de toneladas no quarto trimestre, o que representa uma queda 1% na comparação anual, mas o resultado ficou em linha com as estimativas do Santander.
Apesar da produção sazonalmente mais fraca, o banco destaca que as vendas de minério de ferro e pelotas aumentaram 19% no trimestre, para 92 milhões de toneladas, ligeiramente acima das suas estimativas de 88 milhões de toneladas, impulsionadas por uma redução de estoque.
No geral, o Santander afirma que a produção de minério de ferro da Vale em 2022 foi fraca, caindo 2% em relação ao ano anterior, para 308 milhões de toneladas e ficando um pouco abaixo do seu guidance de 310 milhões de toneladas.
Segundo o banco, essa diminuição na produção é resultado da produção abaixo do seu potencial no Sistema Norte da companhia. No quarto trimestre, a produção de minério de ferro em Serra Norte caiu 14% na comparação anual, devido a atrasos de licenciamento e processamento da rocha jaspilita no S11D.
A divisão de Metais Básicos também registrou resultados baixos, na visão do Santander, com números de níquel e cobre ligeiramente abaixo do seu guidance para 2022.
Para 2023, a Vale reiterou o seu guidance de produção de minério de ferro entre 310 milhões-320 milhões de toneladas, o que implica um leve crescimento de produção ano a ano.
O Santander mantém a sua recomendação de compra, com preço-alvo de US$ 18 para os próximos 12 meses, levemente abaixo do preço atual de US$ 18,68.
Conteúdo originalmente publicado pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor
IstoÉ Dinheiro - SP 02/02/2023
A produção e a venda de minério de ferro pela Vale deverão cair no primeiro trimestre deste ano, como resultado de chuvas sazonais em importantes ativos da companhia, com os embarques ao Norte potencialmente recuando em cerca de 30% ante o trimestre anterior, disseram analistas do BTG Pactual em relatório a clientes.
A fraqueza na oferta, segundo os analistas, ocorre em um momento de reaceleração da demanda chinesa, que deve sustentar os preços do minério de ferro na faixa de 110-130 dólares por tonelada, ou mais, segundo os analistas.
Analistas do UBS afirmaram também em relatório que as chuvas nas operações da Vale de Minas Gerais diminuíram na quarta semana de janeiro, embora ainda elevadas em relação à média histórica. A precipitação no Sistema Norte, por sua vez, também diminuiu no final de janeiro, mas deve aumentar no início de fevereiro.
“O Inmet projeta que a precipitação total perto da operação da Vale no Pará mais que dobrará, possivelmente ultrapassando os 80 mm acumulados, antes de diminuir na segunda semana de fevereiro”, disse o UBS.
Ambos os relatórios vieram após a Vale publicar na véspera uma queda de 1,6% da produção de minério de ferro em 2022 ante o ano anterior, para 307,79 milhões de toneladas, abaixo da previsão de 310 milhões traçada para o período.
A Vale também apresentou produção por volta do mínimo programado para o ano em diversos dos seus produtos, destacou o BTG, em meio a atrasos em licenciamentos no Sistema Norte e avanço mais lento da produção da importante mina S11D, no Pará.
“Embora entendamos que alguns desses contratempos estão fora do controle da administração (exógenos), acreditamos que a empresa levará alguns trimestres para recuperar totalmente a confiança do investidor”, disseram os analistas do BTG.
A empresa prevê produzir entre 310 milhões e 320 milhões de toneladas em 2023, mesmo intervalo previsto anteriormente para o ano passado, destacou o BTG, pontuando ainda que “todo o crescimento da receita virá de ganhos de preços”.
Valor - SP 02/02/2023
Grupo do empresário Rubens Ometto adquiriu 4,9% de ações da mineradora no ano passado e teve aval do Cade para chegar a 6,5%
Luís Henrique Guimarães, CEO da Cosan, está à frente das articulações e seu nome é também cotado para conselheiro — Foto: Leo Pinheiro/Valor
Poucos meses depois de a Cosan adquirir uma fatia de 4,9% na Vale, o conglomerado do empresário Rubens Ometto Silveira Mello já está se articulando para escolher quem será o representante da companhia na mineradora brasileira. Luís Henrique Guimarães, CEO da Cosan, está liderando essas discussões e seu nome também é apontado como o homem de confiança de Ometto no novo conselho de administração da Vale, que será definido no fim de abril, apurou o Valor.
Fontes a par do assunto afirmaram que a Cosan não descarta dar apoio a nomes independentes alinhados com outros acionistas da mineradora para o colegiado. No entanto, essa é uma hipótese considerada a menos provável no momento, uma vez que o conglomerado de Ometto é conhecido por ter nomes de confiança do próprio grupo na gestão de suas empresas e em companhias das quais é sócio.
O assunto está sendo acompanhado de perto pelos investidores, já que as indicações poderão dar a pista de como poderá ser a interferência de Rubens Ometto na gigante de minério de ferro e metais. Ao anunciar a operação em outubro do ano passado, a gigante de infraestrutura, energia e líder em açúcar e etanol obteve o sinal verde do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para aumentar sua participação para 6,5% na mineradora.
No mercado financeiro, Luís Henrique Guimarães não é só apontado como representante da Cosan na Vale, mas também como um nome de peso que poderá levar investidores estrangeiros para o negócio e aumentar a participação da Cosan na mineradora brasileira.
Fontes afirmam que o conglomerado de Rubens Ometto tem planos para de exercer ainda mais influência na gigante brasileira não apenas no conselho de administração do grupo, mas na gestão executiva da companhia em um futuro próximo.
O Conselho de Administração da Vale possui 13 membros, que são indicados por um Comitê independente de nomeação. Atualmente, o colegiado é presidido por José Luciano Duarte Penido, que por 12 anos esteve no comando da Samarco e a seguir trabalho no grupo Votorantim.
A Vale, que possui o seu capital pulverizado desde 2020, ainda tem como seus principais acionistas o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ), o Bradesco (por meio da Bradespar) e a trading japonesa Mitsui, que faziam parte do extinto acordo de acionistas da companhia. A gigante de mineração está reestruturando seus negócios e ainda enfrenta uma crise de imagem após a tragédia ambiental em Brumadinho (MG), que matou 270 pessoas há quatro anos.
A entrada da Cosan na Vale, que está entre os maiores acionistas de referência da mineradora, é vista como um dos principais movimentos societários na gigante brasileira. Outro passo relevante nesse sentido foi a venda da participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na companhia, feito em duas tranches - uma em fevereiro de 2020 e, um ano depois, zerando a posição na companhia.
A entrada da Cosan na Vale foi bem recebida pelos investidores da mineradora no ano passado, que aguardam como será a interferência da empresa no dia a dia da companhia. Até então, grupo de Ometto estava presente em gás natural, com a Compass; em lubrificantes, com a Moove; em logística ferroviária e portuária, com a Rumo; e em energias renováveis, com a Raízen - também é uma empresa listada em bolsa.
A dúvida dos analistas, no entanto, é quais sinergias a participação na Vale traria à Cosan. O grupo de Rubens Ometto tem planos ambiciosos para o setor de mineração. O empresário está animado com o investimento do grupo na gigante do minério - Ometto participou do Vale Day, realizado em Nova York no fim do ano passado e tem falado a interlocutores que vê a companhia com bons projetos estratégicos, sobretudo de atrair investidores para a área de metais básicos.
Não é a primeira vez que Ometto tenta fazer investimento na Vale. Em 2018, o grupo manteve conversas com a Previ para comprar uma participação na Litel, uma holding dos fundos. As conversas não avançaram à época, mas o conglomerado passou a estudar alternativas para se tornar investidor direto na mineradora.
Em agosto de 2021, a Cosan deu seu primeiro passo para entrar na exploração, produção e escoamento de minério de ferro, com a compra de 49% do porto de São Luís, no Maranhão (terminal então controlado por um grupo chinês), e o memorando de entendimentos para formar uma joint venture com o empresário Paulo Brito, fundador da Aura Minerals, e dono de uma reserva de minério de ferro ao sul de Carajás para ser um “player integrado de minério de ferro”.
Com início de operação previsto para 2025, o primeiro projeto mineral a ser explorado pela joint venture está localizado próximo a Paraupebas (PA), na região de Carajás, conectado ao porto pela estrada férrea de Carajás, que é operada pela Vale.
Esse é o “pulo do gato” que pode trazer a sinergia entre os negócios da Cosan e da Vale, de acordo com outra fonte.
Segundo fontes, Ometto viu como positivo o anúncio da reestruturação da diretoria da Vale no fim do ano passado e o anúncio de que a mineradora está buscando investidores para seu negócio de metais básicos.
A mineradora recebeu ofertas não vinculantes de potenciais sócios e trabalha para separar o negócio - responsável pela produção de níquel e cobre - do restante da companhia, cuja principal atividade é o minério de ferro. A nova empresa que vai surgir, ainda sem nome e sede definidos, terá governança e gestão independentes. Em entrevista ao Valor no fim do ano passado, o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, afirmou que essa é a oportunidade do grupo de criar valor aos acionistas.
Procurada sobre a movimentação da Cosan para indicar um novo conselheiro na companhia, a Vale informou que em 2022 instalou um Comitê de Nomeação com o objetivo de assessorar o processo de eleição do seu colegiado, que será realizada na Assembleia Geral Ordinária de 28 de abril de 2023. “Compete ao Comitê, entre outras atribuições, a de identificar, selecionar e recomendar potenciais candidatos (as) a membros do Conselho, cujos nomes serão avaliados pelo colegiado”, afirmou.
Segundo a Vale, essa avaliação ocorrerá 45 dias antes da AGO. “Entre as atribuições do coordenador do Comitê está a de estabelecer uma agenda de interações com os principais investidores institucionais da empresa sobre as expectativas relacionadas à composição do Conselho de Administração e às melhores práticas de Governança Corporativa.”
Por sua vez, a Cosan não quis comentar o assunto.
Valor - SP 02/02/2023
Cotação da principal matéria-prima do aço fechou o mês em US$ 128,59 a tonelada na China; barril do Brent foi negociado a US$ 85,46 nos contratos de abril
Impulsionados pela perspectiva de retomada da demanda global a partir do relaxamento da política de covid zero na China, os preços do minério de ferro surpreenderam neste início de ano e acumularam valorização de quase 10% em janeiro, de volta a níveis que não eram vistos desde junho no mercado transoceânico.
Ao mesmo tempo em que cresceu o otimismo com a demanda, a oferta a partir dos dois principais países produtores, Brasil e Austrália, foi menor nas primeiras semanas do mês, por causa das fortes chuvas nessas regiões.
Segundo pesquisa da consultoria Mysteel, o volume de minério despachado a partir de 19 portos australianos e brasileiros recuou 2,5 milhões de toneladas na última semana até domingo, ou 10,4%, para 21,6 milhões de toneladas.
Ontem, no norte da China, o minério com teor de 62% de ferro recuou 0,65%, para US$ 128,95 por tonelada, segundo o índice Platts, da S&P Global Commodity Insights. Ainda assim, o insumo encerrou o mês com valorização acumulada de 9,9%. Os contratos futuros mais negociados na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), com entrega em maio, cederam 1,3%, para 866 yuan por tonelada.
Na avaliação do analista Daniel Sasson, do Itaú BBA, contribuíram para o forte desempenho a reestocagem de minério em alguns produtores de aço, em preparação à retomada da economia chinesa após o feriado prolongado do Ano Novo Lunar, e o próprio otimismo quanto à melhora da atividade na China a partir de fevereiro, quando historicamente a economia volta a se acelerar.
Apesar da performance, observa o analista, ainda há incertezas relativas à economia chinesa, em particular quanto ao fôlego no setor de propriedades, importante consumidor de aço.
“Olhando para o restante do ano, as perspectivas ainda variam muito. Vai ser preciso observar se haverá de fato recuperação e qual é nível de crescimento da economia chinesa, além de como o setor de propriedades vai reagir às medidas de estímulo anunciadas”, pondera Sasson.
Em nota recente, o diretor de pesquisas Next Generation no banco suíço Julius Baer, Carsten Menke, apontou que o mercado imobiliário chinês pode mostrar recuperação no curto prazo, na esteira das medidas de suporte adotadas por Pequim para salvar empresas deficitárias, mas isso já estaria precificado.
“Essa recuperação parece já estar refletida nos preços dos metais, que subiram entre 25% e 50% em relação às mínimas do ano passado. Em um horizonte de longo prazo, vemos o minério e o aço como os mais expostos aos desafios estruturais na China”, escreveu.
O petróleo, por sua vez, andou praticamente de lado em janeiro, refletindo as incertezas sobre a economia global e, consequentemente, a demanda da matéria-prima. Com os investidores na expectativa pela reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) marcada para esta quarta-feira, quando serão decididas as cotas de produção, os contratos subiram ontem no mercado futuro.
Enquanto o WTI para março avançou 1,25%, a US$ 78,67 o barril, reduzindo a 1,59% a queda acumulada no mês, o Brent para abril encerrou o dia com alta de 1,14%, a US$ 85,46, fechando janeiro com baixa de 0,56%.
Valor - SP 02/02/2023
Montadora se prepara para ampliar sua linha de veículos elétricos e planeja produzir 400 mil veículos elétricos na primeira metade de 2024
A General Motors investirá US$ 650 milhões em uma mina de lítio nos Estados Unidos, o maior investimento feito até hoje por uma montadora para garantir o suprimento das matérias-primas usadas em baterias de veículos elétricos.
A empresa americana entrará com um investimento inicial de US$ 320 milhões até meados de 2023 em troca do direito exclusivo à primeira fase de produção de lítio na mina Thacker Pass, da Lithium Americas, no Estado de Nevada, e de quase 10% das ações da mineradora. Posteriormente, investirá mais US$ 330 milhões.
“É uma transação histórica, e certamente não será o último anúncio importante relacionado à cadeia de suprimentos da GM”, disse a executiva-chefe da montadora, Marry Barra, na terça-feira (31), quando a companhia anunciou o balanço do quarto trimestre, com bons resultados.
O anúncio chega enquanto a General Motors se prepara para ampliar sua linha de veículos elétricos, com a aceleração da produção do Cadillac Lyriq e do GMC Hummer neste ano e o lançamento de versões elétricas da Equinox, da Blazer e da picape Silverado. A empresa pretende produzir 400 mil veículos elétricos na primeira metade de 2024.
As fabricantes de veículos elétricos começam a entrar em uma guerra de preços, o que aumenta a importância de manter os custos de produção dos veículos sob controle. Na segunda-feira (30), a Ford reduziu os preços de seu Mustang Mach-E, depois de uma iniciativa similar da Tesla no começo de janeiro.
A General Motors ainda não os cortou, embora informe estar monitorando o mercado. “Neste momento, estamos com os preços que devemos ter”, disse Barra.
A General Motors reduzirá US$ 2 bilhões em custos ao longo dos próximos dois anos, por meio da contenção nas contratações e da redução natural no número de postos de trabalho, segundo diretor de finanças da montadora, Paul Jacobson, acrescentando que não há previsão de demissões.
A demanda dos consumidores pelos carros e picapes da montadora continua firme, mas a empresa quer ter “cautela”, em vista da possível desaceleração da economia dos EUA.
Na terça-feira, a empresa divulgou previsão de lucro antes dos impostos e juros em 2023 entre US$ 10,5 bilhões e US$ 12,5 bilhões, depois de ter anunciado lucro ajustado recorde pelo mesmo critério em 2022, de US$ 14,5 bilhões.
A mina Thacker Pass, da Lithium Americas, deverá começar a operar no segundo semestre de 2026 e produzirá lítio suficiente para 1 milhão de veículos elétricos por ano.
Suprimento preocupa montadoras
Apesar de estar entre os países mais ricos em lítio no mundo, os EUA têm apenas uma mina operacional de lítio, também localizada em Nevada. A Thacker Pass encontra a oposição de grupos ambientalistas, e um tribunal federal de primeira instância deverá decidir seu destino nos próximos meses.
A garantia de suprimento de lítio passou a ser umas das principais preocupações das montadoras para a produção futura de veículos elétricos. O preço do metal subiu cerca de dez vezes, influenciado pela escassez na produção e pelas dificuldades das mineradoras para ampliar as operações a tempo.
Ford, General Motors e Stellantis, dona das marcas Jeep e Peugeot, têm oferecido pré-financiamento a produtores de lítio e cobalto ou feito investimento diretos nessas empresas. Este novo investimento da General Motors, no entanto, representa uma escalada significativa na disputa para garantir o suprimento dos metais das baterias e evidencia a integração cada vez maior entre as indústrias automotiva e de mineração.
A Lei de Redução da Inflação dos EUA, principal regulamentação para o clima do presidente Joe Biden, inclui créditos tributários para os consumidores de veículos elétricos cujos materiais das baterias forem obtidos nos EUA ou em países parceiros em acordos de livre comércio.
Jacobson disse que embora empresa pretenda “deixar a mineração para os especialistas”, sua necessidade dos materiais já a expôs aos riscos do setor relacionados a esses recursos.
“Ao aliar-nos com [a Lithium Americas], achamos que podemos reduzir nosso risco”, disse.
Somando os US$ 650 milhões da General Motors, créditos do governo americano e o caixa existente no balanço, a Lithium Americas tem fundos suficientes para arcar com os US$ 2,3 bilhões do projeto da mina de Thacker Pass, segundo o executivo-chefe da mineradora, Jonathan Evans.
Ele prevê que outras montadoras assinarão negócios similares para garantir o fornecimento de metais para baterias. “Acho que a porteira será aberta”, disse Evans, ao “Financial Times”.
A segunda parte do investimento se dará depois que a Thacker Pass, da Lithium Americas, for separada das operações da empresa na Argentina. Analistas consideram esse desmembramento crucial para que a Lithium Americas possa receber fundos do governo dos EUA, já que a mineradora pertence em parte à Ganfeng Lithium, uma grande produtora chinesa de lítio.
Auto Industria - SP 02/02/2023
As linhas de caminhões FH e FM movidos a gás da Volvo receberam reforço com a introdução da opção com motor de 500 cv no portfólio, no qual já constavam as ofertas de 420 cv e 460 cv. A novidade traz argumentos para atuar em operação mais exigentes no transporte de longas distâncias rodoviárias.
A novidade surge em momento de necessidade de nova calibração para se adequar à fase E das normas ambientais do Euro 6. Com os ajustes, a fabricante calcula uma economia de combustível de 4% em relação aos motores da etapa D. Depois, os modelos também receberam cilindros 10% maiores, o que contribui para autonomia de ao menos 1 mil quilômetros.
Adequados para funcionar com biogás liquefeito, os caminhões possibilitam operações neutras em carbono e se mostram oportunos no médio prazo.
Recente plano apresentado por comissão da União Europeia, o REPower EU, coloca foco na capacidade de produção regional de diferentes tipos de energia. Um dos tópicos é de aumentar em 10 vezes a produção anual de biogás até 2030, para 35 milhões de m², o que deve acelerar a substituição do gás fóssil pelo renovável. Mais de 78 usinas já estão confirmadas para estarem prontas até 2024.
“O biogás é um ótimo complemento para os transportes elétricos, ajudando os transportadores com suas ambições de sustentabilidade e objetivos de transportes neutros para o clima”, defende em nota Daniel Bergstrand, gerente de produto para caminhões movidos a gás da Volvo Trucks.
Para a Volvo, o reforço na linha de caminhões a gás segue a estratégia da Volvo para alcançar emissões zero, na qual também constam as rotas da eletrificação e da célula de combustível.
“Várias soluções técnicas são necessárias, pois a disponibilidade de infraestrutura de energia e combustível difere muito entre países e regiões. Além disso, os requisitos para cada atribuição de transporte podem variar”, resume Bergstrand.
IstoÉ Dinheiro - SP 02/02/2023
Desenvolver veículos totalmente autônomos que podem ir a qualquer lugar provou ser mais difícil e mais caro do que o esperado, mas os investidores continuam a financiar startups que visam soluções mais simples para o setor, longe de pedestres e outros veículos operados por humanos.
As empresas britânicas Oxbotica e Aurrigo International, a sueca Einride e a norte-americana Outrider estão entre várias empresas que atraem o interesse dos investidores com abordagens mais focadas, voltadas para segmentos de clientes menores e mais simples – de veículos para mineração a tratores ou empilhadeiras.
Depois de observar as empresas de táxis-robôs gastarem bilhões em tecnologia que ainda pode demorar muitos anos para ser viável comercialmente, os investidores estão procurando startups que gastem menos dinheiro e, de preferência, já gerem receita, disse Kasper Sage, sócio-gerente do fundo de capital de risco BMW iVentures. O fundo liderou a rodada de financiamento de 20 milhões de dólares da empresa de empilhadeiras autônomas Fox Robotics em outubro.
“A autonomia total em todos os tipos de ambientes ainda está a anos, senão décadas distante”, disse Sage. “Você precisa ter um tipo de negócios que funcione e reduzir o problema.”
Quando ficou claro que a era dos táxis-robôs ainda estava distante, os investidores mudaram para empresas de caminhões autônomos que prometem uma rota mais rápida para o mercado transportando cargas de forma autônoma – argumentando que será mais fácil desenvolver veículos autônomos para operar em rodovias em alta velocidade sem pedestres.
A empresa de tecnologia de caminhões autônomos Aurora, por exemplo, tem um valor de mercado de 2 bilhões de dólares, uma fração dos 12,5 bilhões de dólares quando abriu seu capital em 2021 por meio de uma empresa de aquisição de propósito específico (SPAC).
CONTINUAR SIMPLES
A BMW iVentures também investiu na Kodiak Robotics, empresa de tecnologia de caminhões autônomos, que, segundo Sage, adotou uma abordagem mais simples para áreas como mapeamento.
Em outubro, a empresa ganhou um contrato de 50 milhões de dólares para desenvolver veículos autônomos para o Exército dos Estados Unidos. “Isso ajuda o fato de não estarmos gastando muito dinheiro, como algumas empresas fazem”, disse o presidente-executivo da Kodiak, Don Burnette.
O investimento em empresas do setor no quarto trimestre caiu 47%, para 1,4 bilhão de dólares em relação ao ano anterior, de acordo com o analista sênior da PitchBook, Jonathan Geurkink.
Mas 500 milhões de dólares desse total foram para a empresa de caminhões elétricos autônomos Einride, que está trabalhando para operar caminhões sem motorista em vias públicas. A empresa, porém, se concentrou primeiro em vias menos movimentadas de centros de logística e produção como o da GE Appliances, uma unidade da fabricante chinesa de eletrodomésticos Haier.
“A mudança no investimento … em direção a ambientes fora de estrada ou mais estruturados é muito real, dada a falta de progresso em veículos autônomos de passageiros (e) os altos requisitos de capital envolvidos”, disse Asad Hussain, sócio de pesquisa da empresa de private equity Mobility Parceiros de Impacto.
“EM ALGUNS LUGARES, NÃO EM TODOS”
No mês passado, a startup britânica Oxbotica anunciou 140 milhões de dólares em financiamento para lançar mais produtos, começando com veículos autônomos operando em minas e áreas remotas.
“Estamos realmente focados na autonomia ‘em algum lugar’, em vez da autonomia ‘em qualquer lugar’, porque é onde está o valor hoje”, disse o presidente-executivo da Oxbotica, Gavin Jackson.
Jamie Vollbracht, sócio fundador da Kiko Ventures, plataforma de investimento em tecnologia limpa de 450 milhões de dólares do IP Group, disse que as mineradoras podem perder milhões de dólares por hora em áreas remotas se não conseguirem colocar um motorista humano em um caminhão, colocando esse mercado entre um número crescente de alvos viáveis para a empresa. A Kiko foi o primeiro investidor institucional da Oxbotica.
A startup norte-americana Outrider anunciou em janeiro 73 milhões de dólares em financiamento para ampliar seus caminhões autônomos que atualmente operam em baixa velocidade nos pátios de centros de distribuição dos clientes.
Equipamentos de construção e agrícolas – usados fora de estrada e em ambientes de baixo tráfego – têm sido outra área de crescimento para startups de veículos autônomos. As empresas estão operando ao lado de fabricantes tradicionais de equipamentos pesados como Caterpillar, Deere & Co e CNH Industrial.
A fabricante de equipamentos agrícolas AGCO, por exemplo, está usando o software da startup para uma plantadora elétrica automatizada experimental.
A Deere já adquiriu vários negócios no setor à medida que avança em direção à autonomia, incluindo a empresa de tratores autônomos Bear Flag Robotics por 250 milhões de dólares em 2021.
A Trucks Venture Capital investiu na Bear Flag antes de sua venda e o sócio-gerente Reilly Brennan disse que a empresa está “procurando ativamente por outra (startup) de tecnologia de direção autônoma”.
A Trucks Venture Capital também investiu na Teleo, fabricante de equipamentos semi-autônomos para máquinas pesadas de construção e mineração que anunciou 12 milhões de dólares em financiamento em junho passado.
O sistema da Teleo permite que um operador humano controle vários veículos autônomos lentos remotamente e assuma o controle apenas em situações em que o software não consegue lidar com a tarefa. O presidente-executivo, Vinay Shet, disse que combinar o melhor dos softwares e o cérebro humano permitiu à Teleo “construir um produto real que podemos levar ao mercado hoje e não esperar mais uma ou duas décadas”.
Valor - SP 02/02/2023
Queda de valor dos imóveis ameaça minar a confiança do consumidor e pesar nos gastos das famílias, que foram um raro ponto positivo para a economia global ano passado
Empreendimento da Evergrande, uma das incorporadoras chinesas mais afetadas pela crise imobiliária – Foto:AP
A instabilidade dos mercados imobiliários em grande parte do mundo representa mais um risco para a economia mundial, com juros altos que corroem as finanças das famílias e ameaçam piorar a desvalorização dos imóveis.
Relatórios divulgados nesta semana mostram que a crise dos imóveis residenciais nos EUA chegou a seu quinto mês, as vendas de imóveis residenciais na China continuaram a cair e o declínio de preços persiste na Austrália e na Nova Zelândia. No Reino Unido, os preços estão em sua pior sequência de perdas desde 2008.
A queda no valor dos imóveis residenciais ameaça minar a confiança do consumidor e pesar nos gastos das famílias, que foram um dos raros pontos positivos para a economia mundial no ano passado. O investimento também pode sofrer um impacto à medida que as empreiteiras reduzem projetos como reação à queda dos preços, à redução da demanda e aos custos mais altos para tomada de crédito.
Nas últimas três crises imobiliárias, os preços dos imóveis residenciais ajustados pela inflação retrocederam em cerca de metade de seus ganhos anteriores, segundo a Oxford Economics. Os preços subiram cerca de 40% em todo o mundo desde 2012 e a consultoria disse em um relatório em outubro que, no pior cenário, a fraqueza do mercado imobiliário pode derrubar o crescimento econômico global para perto de zero neste ano.
Nos EUA, a alta das taxas do crédito imobiliário no ano passado esfriou o mercado e levou à pior queda anual nas vendas de imóveis residenciais usados em mais de dez anos. Isso pressionou os preços, em especial em algumas partes do país, como São Francisco, onde já eram pouco acessíveis.
Essa tensão deve continuar enquanto durar a campanha do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para combater a inflação. Nesta quarta-feira (01), a autoridade monetária elevou sua taxa de juro básica em 0,25 ponto percentual, para uma faixa de 4,5% a 4,75%.
Na China, segunda maior economia do mundo, a desaceleração imobiliária mostra poucos sinais de diminuir, mesmo com a ampliação dos esforços de Pequim para reanimar o setor. Em janeiro, as vendas de imóveis residenciais novos despencaram 32,5% em termos anuais, segundo dados divulgados na terça-feira pela China Real Estate Information Corp.
Nos últimos meses, as autoridades tomaram medidas para facilitar o financiamento para incorporadoras com dificuldades financeiras, ao reverterem uma campanha de desalavancagem que desencadeou uma onda de inadimplências e atrapalhou o crescimento econômico do país.
As autoridades locais também intensificaram as iniciativas para estimular a compra de imóveis residenciais, como cortar taxas de crédito imobiliário e reduzir as exigências para o pagamento da entrada. Mas para Kristy Hung, analista da Bloomberg Intelligence, é pouco provável que essas medidas estimulem as vendas antes de meados do ano.
A perspectiva de continuidade de fraqueza no mercado imobiliário da China é um obstáculo potencial na avaliação do banco Nomura sobre as perspectivas de crescimento deste ano, que melhorou nos demais aspectos, segundo relatório desta semana. O banco cita a narrativa oficial de que “a casa é para morar e não para especular” e a queda dos preços como freios à demanda especulativa.
No Reino Unido, mais de uma década de constante crescimento deu lugar à mais longa queda nos preços das moradias desde a crise financeira mundial de 2008.
A Nationwide Building Society informou que o valor médio dos imóveis residenciais cai há cinco meses seguidos. Um salto nas taxas do crédito imobiliário e a mais grave crise de custo de vida em uma geração espremem o poder de compra e põem o custo das propriedades fora de alcance para um número maior de pessoas.
“A situação geral de acessibilidade de preços parece continuar desafiadora no curto prazo”, disse Robert Gardner, economista-chefe da Nationwide.
O empréstimo imobiliário médio com taxa fixa de dois anos saltou para 6,65% em outubro, a maior alta dos últimos 14 anos, depois que o mercado de crédito imobiliário foi abalado pelos planos orçamentários definidos por Liz Truss durante seu breve período como premiê. As taxas para tomada de crédito imobiliário caíram desse pico para algo bem abaixo de 6%, mas os compradores de imóveis residenciais e as famílias que renegociam suas transações ainda enfrentam pagamentos mensais dolorosamente altos.
O setor imobiliário tem esfriado até em Cingapura, que se mostrou mais resiliente do que muitos outros mercados. Segundo dados divulgados na semana passada, os preços dos imóveis residenciais subiram apenas 0,4% no quarto trimestre de 2022, o ritmo mais fraco em mais de dois anos. As vendas em dezembro caíram para seu menor nível em quase 14 anos.
Mesmo assim, parte do declínio decorreu da escassez de novos lançamentos imobiliários, e os analistas esperam que as vendas se recuperem assim que a oferta aumentar. Compradores ricos também têm impulsionado o mercado de imóveis de luxo.
Um sinal positivo vem de Hong Kong, que vislumbra uma recuperação do setor com a reabertura da fronteira com a China continental. As vendas de imóveis residenciais novos na cidade podem disparar para mais de 50% neste ano, impulsionadas pela demanda reprimida de compradores do continente, de acordo com a Bloomberg Intelligence. (Colaboraram Emma Dong, Shawna Kwan e Tom Rees)
Grandes Construções - SP 02/02/2023
A Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) divulga nesta quarta-feira (1º) a nova edição do Termômetro da Indústria de Materiais de Construção, pesquisa de opinião realizada com as lideranças das empresas associadas.
O estudo aponta percepções distintas a partir da análise das vendas em janeiro. A publicação também destaca crescimento moderado das pretensões de investimento nos próximos 12 meses.
O termômetro aponta que para 32% das empresas associadas o faturamento em janeiro foi considerado “bom”. Para 32%, o período foi “regular”, enquanto os demais 37% consideraram o mês como “ruim” ou “muito ruim”.
As projeções para fevereiro indicam desempenho razoável: 45% esperam um mês “regular”, enquanto 37% projetam um mês “bom” ou “muito bom”.
O setor aponta crescimento no otimismo em relação à pretensão de investimentos para o longo prazo, após queda em dezembro de 2022. De acordo com o Termômetro, 77% dos associados pretendem investir nos próximos 12 meses, ante 65% no mês anterior.
“Notamos que neste momento o sentimento da indústria para 2023 é de cautela, em função das muitas externalidades e incertezas, mas continuamos com um otimismo moderado3”, comentou Rodrigo Navarro, presidente da Abramat.
“O novo governo ainda está em fase de alinhamento junto ao Congresso Nacional para que possa viabilizar reformas estruturais, como a tributária. Sem contar com aspectos que ainda persistem no cenário econômico, como inflação, câmbio e taxa de juros”, afirmou o dirigente, que projeta um crescimento de 2% em 2023.
Infomoney - SP 02/02/2023
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a defender nesta terça-feira (31) a necessidade de privatização do porto de Santos. A decisão cabe ao governo federal, que se mostra contra a iniciativa. Freitas participou do XP Agro Conference, que reúne as principais lideranças do setor.
Tarcísio de Freitas, que até meados do ano passado foi o ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro e responsável pela formatação da concessão, diz que projeto está pronto e que a autoridade portuária poderia ir à leilão neste ano.
A privatização teve aval da área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU), mas o plenário decidiu esperar a posse do novo governo para retomar o debate. A expectativa é que a concessão traga R$ 20 bilhões em investimentos ao terminal.
“Meu trabalho agora é convencer o governo federal que precisa fazer a privatização do porto de Santos. Pode transformar a Baixada Santista e transformar o porto no maior hub de contêineres da América Latina. É um ótimo projeto. Vamos jogar esse projeto para baixo do tapete por uma questão ideológica?”, questionou Freitas.
O governador paulista disse que recebeu uma sinalização positiva de Lula e do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, sobre o tema. “Eles disseram que não são a favor em um primeiro momento, mas que não se oporiam a analisar a proposta. Estamos tentando mostrar para eles que podemos fazer história com essa concessão”, afirmou.
Por outro lado, Freitas se mostrou contrário à proposta do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, de “fatiar” a concessão do porto.
“Perde potência nos investimentos. Não faz sentido repassar os serviços separadamente, sendo que o ganho vem da concessão completa, é o que vai trazer o investimento”, defendeu.
Por fim, o governador paulista lembrou da necessidade de privatizações de outras autoridades portuárias, bem como o investimento em ferrovias.
O Petróleo - SP 02/02/2023
O Comitê Conjunto de Monitoramento Ministerial do grupo OPEP+ recomendou que nenhuma alteração seja feita nas cotas de produção de petróleo. A decisão não foi uma surpresa, com Putin e MBS discutindo a cooperação da OPEP + apenas alguns dias antes. As incertezas em torno da demanda chinesa e da oferta russa nos próximos meses deixaram a Opep+ com poucas opções além de esperar para ver.O Joint Ministerial Monitoring Committee (JMMC) do grupo OPEP+ recomendou que nenhuma alteração seja feita nas atuais cotas de produção de petróleo durante uma reunião na quarta-feira, como amplamente esperado.
Os membros do JMMC “reafirmaram seu compromisso com o DoC que se estende até o final de 2023, conforme acordado na 33ª Reunião Ministerial da OPEP e Não-OPEP (ONOMM) em 5 de outubro de 2022”, disse a OPEP em um breve comunicado após a reunião .
O painel se reunirá em 3 de abril de 2023.
A inalteração da política era amplamente esperada pelo mercado, considerando as incertezas tanto na oferta quanto na demanda nos próximos meses. Os analistas esperavam que a Opep+ adotasse uma abordagem de esperar para ver em meio a incertezas significativas no futuro.
No início desta semana, o príncipe herdeiro saudita Mohammed Bin Salman e o presidente russo Vladimir Putin discutiram a cooperação da OPEP + em um telefonema, de acordo com várias fontes, com foco na manutenção da estabilidade dos preços do petróleo antes da reunião virtual do painel da OPEP + hoje. A produção de petróleo da Rússia se manteve apesar das novas sanções ocidentais e limites de preços, e três delegados da Opep+ disseram à Reuters que a reunião de quarta-feira provavelmente terminará sem nenhuma mudança na política de produção.
Diante das incertezas sobre a demanda chinesa e a oferta russa em fevereiro e março, esperava-se que a OPEP+ mantivesse os atuais níveis de produção, o que reduziu a meta de produção em 2 milhões de barris por dia (bpd) a partir de novembro. No entanto, o corte real é estimado em cerca de 1 milhão de bpd.
Em dezembro, a produção média de dezembro da Opep-13 aumentou 91.000 bpd , de acordo com o MOMR, para 28,971 milhões de bpd, com quase todos os ganhos vindos da Nigéria. Mas a produção da OPEP-10 de dezembro – os membros vinculados ao pacto OPEP + – ainda estava substancialmente abaixo da cota de produção, com o grupo produzindo mais de 800.000 barris por dia.
Eni incapaz de entregar carga de GNL para o Paquistão atingido por um apagão
No futuro, a OPEP, a OPEP+ e os participantes do mercado buscarão na China e na Rússia as pistas mais imediatas sobre a demanda e a oferta globais.
O Petróleo - SP 02/02/2023
Os preços do petróleo bruto caíram um pouco hoje, depois que a Administração de Informações sobre Energia dos EUA informou um aumento de estoque de petróleo bruto de 4,1 milhões de barris na semana até 27 de janeiro.
Isso se compara a um modesto aumento de estoque de meio milhão de barris na semana anterior, que por sua vez se seguiu a duas semanas de acúmulos substanciais de estoque.
Campo petrolífero de 200.000 bpd em Angola ficará offline por mais de um mês
Na gasolina, a EIA estimou um aumento de estoque de 2,6 milhões de barris para o período do relatório. Comparou com uma construção de 1,8 milhão de barris na semana anterior. Os estoques de gasolina estão atualmente em uma baixa de dez anos.
A produção média de gasolina foi de 9,4 milhões de bpd na semana passada, ante 8,8 milhões de bpd na semana anterior.
A Bloomberg informou no início desta semana que a Costa Leste e Nova York enfrentam especificamente o risco de escassez de gasolina neste verão por causa do embargo da UE ao petróleo e combustíveis russos. Isso, de acordo com o relatório, aumentará as exportações europeias de combustível para os EUA, das quais a Costa Leste depende durante o pico da temporada.
Em destilados médios, a EIA estimou um acúmulo de estoque de 2,3 milhões de barris na semana até 27 de janeiro. Isso se compara a um consumo de estoque de 500.000 barris na semana anterior.
Petróleo Brent vs petróleo WTI: quais são as principais diferenças?
Os estoques de destilados nos Estados Unidos também estão mais baixos do que o normal, mas aumentaram recentemente depois de cair para perto de níveis críticos no final do ano passado. Uma queda no consumo impulsionada pela menor atividade industrial também ajudou.
A produção de destilados médios na semana passada foi em média de 4,7 milhões de bpd, contra 4,6 milhões de bpd na semana anterior.
No momento, tanto a Europa quanto os Estados Unidos estão se preparando para o próximo embargo da UE aos combustíveis russos, que entrará em vigor em 5 de fevereiro.
O embargo provavelmente apresentará um conjunto de limites de preço para os combustíveis que são vendidos com prêmio em relação ao petróleo e para aqueles que normalmente são negociados com desconto em relação ao petróleo.
As expectativas são de que o embargo reduza a poluição dos combustíveis, embora os compradores europeus tenham estocado tanto diesel russo quanto puderam colocar em suas mãos nos últimos meses.
O suprimento de reposição pode vir do Oriente Médio, Índia e China, mas levará um tempo para chegar aos seus destinos.
Cultivar - RS 02/02/2023
A marca New Holland passa a ter Eduardo Kerbauy (foto acima) como seu novo vice-presidente para a América Latina. O executivo assume o posto a partir deste mês substituindo Rafael Miotto, que passa a ser o novo presidente da CNH Industrial para a região. A marca anunciou outras alterações no seu quadro de diretores.
Formado em Engenharia Mecânica, com MBA em Administração e mais de 20 anos de experiência dentro da CNH Industrial, sendo 18 anos na New Holland Agriculture, Eduardo Kerbauy de Freitas Luís trabalhou em países como Itália, Inglaterra e França. De 2016 a 2019 ocupou o cargo de diretor de Marketing de Produto da marca para a América Latina. De 2019 até janeiro deste ano, foi diretor de Mercado Brasil da New Holland.
Nova diretoria
A diretoria de mercado Brasil agora é comandada por Cláudio Calaça Júnior (na foto acima). Já Flávio Mazetto é o novo diretor de marketing de produto da New Holland Agriculture para a América Latina. Jefferson Kohler, por sua vez, assume a diretoria de desenvolvimento de rede, gerenciamento de projetos e inovações de negócios para a região.
Cláudio Calaça Júnior é engenheiro agrícola formado pela Unicamp, com MBA em Gestão Comercial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Gestão Estratégica de Projetos pelo Insper. Está há 20 anos na CNH Industrial, com passagens por diferentes áreas de atuação no Brasil e na Argentina. Atuou no Planejamento Estratégico de Portfólio de Produtos Agrícolas da CNH Industrial antes de assumir, em 2019, o cargo de diretor de Marketing de Produto da New Holland Agriculture para a América do Sul. Agora será o novo diretor de Mercado Brasil da marca.
Flávio Rielli Mazetto (acima, na foto), novo diretor de Marketing de Produto para a América Latina, é engenheiro agrônomo graduado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP - Botucatu/SP), com mestrado e doutorado em Máquinas e Mecanização Agrícola pela mesma instituição. Tem especialização em Biological and Agriculture Engineering pela Universidade da Califórnia (UC Davis). Começou sua carreira na CNH Industrial há 19 anos, exclusivamente dedicado à marca New Holland, onde atuou nas áreas de Marketing de Produto, Comercial e Diretoria de Desenvolvimento de Rede.
Jefferson Kohler (foto acima), por sua vez, novo diretor de Desenvolvimento de Rede para América Latina, é executivo graduado pela PUC-PR em Desenho Industrial e Marketing, com MBA em Gestão Empresarial pela FAE Business School. Kohler acumula 12 anos de experiência no segmento agrícola dedicados à New Holland, atuando nas áreas de marketing para as posições Business Intelligence, Pricing e Branding LATAM, e também como gerente comercial para a Região Sul.
Sobre a New Holland
A New Holland não é mais uma pessoa jurídica no Brasil, mas apenas uma marca que pertence à CNH Industrial N.V. ("naamloze vennootschap", sociedade anônima em holandês).
Conforme fontes da CNH , a marca "New Holland" somente é usada como nome de pessoa jurídica por três empresas do grupo: New Holland Holding Limited, New Holland Ltd e New HollandTractor Ltd., todas registradas no Reino Unido e pertencentes à CNH Industrial N.V.
Ao contrário do usualmente divulgado, a companhia que detém as demais tem sede na Holanda, não na Itália. Resultou de negócio envolvendo a Fiat Industrial S.p.A. (atualmente Fiat Chrysler Automobiles N.V., também holandesa), concluído em 29 de setembro de 2013. Apesar disso, a companhia costuma informar que seu principal estabelecimento é o da St. James's Street (Londres). E, em algumas promoções comerciais, enfatizar sua relação com a Itália.
Seus principais executivos são: Suzanne Elizabeth Heywood (a Baronesa Heywood de Whitehall); Scott W. Wine; Léo W. Houle; Catia Bastioli; Howard W. Buffett; John Lanaway; Alessandro Nasi; Vagn Sørensen; Ã…sa Tamsons.
No Brasil, a rede de pessoas jurídicas pertencentes, direta ou indiretamente, à CNH Industrial compõem-se de:
(a) Banco CNH Industrial Capital S.A. (New Holland Ltd 99.329%; CNH Industrial Brasil Ltda. 0.671%);
(b) CNH Industrial Brasil Ltda. (New Holland Ltd 100%);
(c) CNH Industrial Capital Corretora de Seguros Administração e Serviços Ltda. (CNHI Comércio de Peças Ltda. 99,99%; CNH Industrial Brasil Ltda. 0,01%);
(d) CNHI Comércio de Peças Ltda (CNH Industrial Brasil Ltda. 100%);
(e) FPT Industrial Brasil Ltda. (CNH Industrial N.V. 100%);
(f) Raven do Brasil Participações e Serviços Técnicos Ltda (Raven Applied Technologies 100%).
Procurada, a assessoria da CNH Industrial não informou em qual companhia os executivos exercerão suas funções ou como ela se encaixa na estrutura do grupo empresarial.
Safras & Mercado - RS 02/02/2023
Porto Alegre, 1º de fevereiro de 2023 – O setor de máquinas agrícolas registrou um recorde de vendas em 2022 no Brasil. Segundo o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Pedro Estêvão, as vendas internas somaram R$ 91 bilhões, um aumento de 2% na comparação com o ano anterior.
Em entrevista exclusiva à Agência SAFRAS, ele explicou que o percentual é baixo, pois a base de vendas em 2020 e 2021 era grande. O segmento cresceu 17% em 2020 e 48% em 2021.
Incertezas em 2023
Considerando uma série de incertezas para o ano que começa, o dirigente acha difícil que se repita o excelente desempenho de 2022. Isso porque os recursos do Plano Safra 2022/23, disponibilizados em julho, acabaram em outubro.
“Como os juros estão muito elevados, a janela de investimentos ficou muito ruim. Se não houver nenhum aceno do governo no curto prazo, os novos recursos devem estar disponíveis apenas no início do segundo semestre. Voltando os recursos a partir de julho, conseguiríamos repetir o desempenho da segunda metade do ano passado, mas ficaríamos com essa queda no primeiro semestre”, segundo Estêvão, só não há como saber de quanto seria essa queda, mas ele alerta: “10% é bastante possível”.
O cenário já é preocupante, considerando que no acumulado de novembro e dezembro de 2022, as vendas caíram 20% ante igual período de 2021. As empresas de máquinas agrícolas relatam um cenário ainda pior em janeiro, e o setor não tem expectativa de melhora.
Mas o dirigente se mostra otimista com as perspectivas de boas colheitas de grãos no Paraná, no Sudeste e no Centro Oeste. “A rentabilidade esperada é muito boa, e muitos produtores têm capital para comprar máquinas à vista. Esse é o ponto positivo para o primeiro semestre”, comemorou.
Perdas no Rio Grande do Sul
Ele disse, ainda que as perdas de verão no Rio Grande do Sul, sozinhas, não têm a capacidade de prejudicar o mercado. “O ano passado também foi ruim para a safra gaúcha e mesmo assim a indústria nacional teve um recorde de vendas.
Divisão por cultura
O maquinário para grãos responde por 65% do mercado nacional. Cana-de-açúcar, café e algodão, juntos, respondem por cerca de 25%. As outras culturas somadas completam com 10%.
Correção
Estêvão aproveitou para retratar a projeção de crescimento de 1% para 2022 feita ontem, durante coletiva de apresentação dos resultados do ano passado, por dirigentes da associação. “Ainda não há essa projeção. Vamos nos reunir na próxima sexta-feira para discutir os cenários para 2023: safras, vendas, financiamentos etc”. Além disso, devem ser tratados outros assuntos caros ao setor, como o posicionamento do novo governo sobre a indústria de máquinas e eventuais mudanças na tributação.
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