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01 de Setembro de 2023

SIDERURGIA

Money Times - SP   01/09/2023

O Goldman Sachs reduziu de compra para neutra a recomendação da Usiminas (USIM5), e cortou em 18% o preço-alvo das ações da companhia, a R$ 8 – o que ainda representa um potencial de alta de cerca de 15%.

Para os analistas do banco, é improvável que o desempenho operacional melhore antes do primeiro trimestre de 2024. A empresa, avaliam, deve registrar uma deterioração dos lucros e os investimentos deverão permanecer elevados, pressionando a geração de caixa.

O Goldman disse que tinha uma classificação de compra por conta da expectativa anterior de forte geração de fluxo de caixa e melhoria operacional devido a uma reforma em seu principal alto-forno, de acordo com relatório assinado por Marcio Farid e equipe.

“Continuamos reconhecendo o potencial de melhoria operacional no médio e longo prazo, mas acreditamos que o mercado exigirá mais visibilidade na melhoria dos lucros antes de incorporar isso em seus números”
O que impacta a Usiminas

O Goldman Sachs sugere que o custo da placa da Usiminas é cerca de 40% superior ao dos pares, diz que a lacuna pode ser reduzida, mas vê uma melhoria operacional limitada por conta da a empresa ter apenas uma coqueria em funcionamento (e abaixo do nível ideal).

Para os analistas do banco, os lucros em aço e minério de ferro deverão enfraquecer ainda mais devido à desaceleração dos preços das commodities.

“Também esperamos que o capex permaneça elevado, em 78% do Ebitda, em média, até 2025, limitando o retorno aos acionistas”, disseram.

No balanços mais recente, a Usiminas reportou lucro de R$ 287 milhões no segundo trimestre de 2023, em uma baixa de 47% frente ao lucro do trimestre passado.

Valor - SP   01/09/2023

Empresas investem em diferentes projetos para reduzir a emissão de gases estufa, mas também precisam lidar com passivos ambientais

Fundamental no desenvolvimento da sociedade contemporânea, o aço é matéria-prima onipresente na vida humana: seu uso vai de utensílios domésticos até segmentos automotivo, naval, moveleiro, da construção civil e de motores elétricos. Também é insumo essencial para a transição energética, porque compõe as turbinas de energia eólica, por exemplo. Mas o impacto econômico que a indústria siderúrgica causa em locais onde se instala traz consequências ambientais para o entorno.

O setor é fonte importante do lançamento de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. Estudo conduzido pelo Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável e pelo Rocky Mountain Institute aponta que a produção desse derivado do ferro é diretamente responsável por 2,6 gigatoneladas (Gt) de emissões de CO2 em 2020, o que representa 7% do total global, além de despejar 1 Gt de GEE no ar devido ao uso de eletricidade. “Os métodos de produção atuais dependem de combustível fóssil para energia e remoção de oxigênio de minerais de ferro. Como resultado, mudanças fundamentais nos métodos de produção são necessárias para descarbonizar o setor”, indica o documento, lançado em junho de 2023.

Maior recicladora da América Latina, a Gerdau tem na sucata uma importante matéria-prima: 71% do aço que produz é feito a partir desse material. Gustavo Werneck, CEO da companhia, aponta que 11 milhões de toneladas de sucata são transformadas em diversos produtos de aço por ano. A empresa também se posiciona como a maior produtora de carvão vegetal do mundo, com mais de 250 mil hectares de base florestal no Estado de Minas Gerais. Entre sucata e biorredutor, 80% da produção é baseada no uso de fontes recicladas ou renováveis.

Recentemente, segundo ele, a Gerdau venceu o leilão da plataforma P-32, unidade do sistema de produção que foi utilizada pela Petrobras na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. “Uma das fontes de geração de sucata metálica é o desmantelamento de plataformas como a P-32 e de navios, o que permite que um volume importante desses materiais seja retirado dos mares brasileiros e transformado em novos produtos de aço, porque o aço é um item infinitamente reciclável. Outros materiais serão enviados para descarte seguro. Essa iniciativa é pioneira na indústria brasileira do aço”, afirma Werneck.

A empresa, contudo, também mantém passivos ambientais. A Justiça de São Paulo aceitou uma denúncia do Ministério Público estadual, que aponta um depósito clandestino de resíduos tóxicos após a desativação de uma planta industrial em Sorocaba. Em fiscalização, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) confirmou a contaminação do solo e do lençol freático por metais, hidrocarbonetos de petróleo e fluoreto. A Gerdau informa que fechou um acordo com a promotoria, e que “o terreno já se encontra em processo de recuperação e em fase de intervenção, conforme premissas e requisitos legais do órgão competente, bem como em estrito cumprimento da legislação ambiental”.

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) é outra empresa que vem passando por entraves: um pó preto expelido por uma planta em Volta Redonda (RJ) vem prejudicando os moradores da cidade. Devido a isso, o Instituto Estadual do Ambiente a multou em R$ 1 milhão em julho. Em nota, a diretoria da empresa diz que conduz uma modernização da fábrica adquirida em 1994. “Há investimento, neste momento, de R$ 700 milhões em modernos equipamentos e filtros para aprimorar os seus controles ambientais da emissão de poeira até 2024. Há inúmeras medidas para reduzir o impacto da poeira: filtros de despoeiramento, lavadores de gases, turbinas de névoa, limpeza e lavagem de vias internas e canhões de aspersão com aplicação de polímero que minimiza os sólidos em suspensão.”

Helena Brennand Guerra, diretora de sustentabilidade da CSN, diz que a usina da cidade fluminense melhorou a eficiência do uso de água no local – de 92,9% em 2019 para 94,4% em 2022. “É tão significativo que seria suficiente para abastecer uma cidade como o Rio de Janeiro durante um ano. A usina é hoje a mais eficiente no uso da água no Brasil”, afirma. Cada tonelada de aço produzida gera entre 500 e 600 quilos de resíduos e coprodutos que, em vez de serem destinados a aterros, são comercializados em diferentes indústrias, como a química fina, a farmacêutica, a de agronegócio, entre outros, um negócio cujo faturamento rendeu R$ 337 milhões no ano passado. “Em 2022, o aço verde representou 16,4% de todo o aço produzido pela CSN. Assumimos a meta de reduzir 10% das emissões específicas até 2030 e 20% até 2035. Estão previstos R$ 5 bilhões em investimentos até 2030, alguns dos quais já foram aportados.”

Já a Aço Verde do Brasil nasceu diferente, segundo Sandro Marques Raposo, diretor de sustentabilidade, devido a um planejamento de engenharia que torna o biocarbono protagonista na rota de produção. “Não usamos combustíveis fósseis na usina. Usamos o gás renovável da queima do biocarbono a partir do eucalipto. É um gás isento de emissões. No Brasil, a fatia de aço verde ainda é pequena: somada, corresponde de 10% a 12% da produção de aço nacional”, explica. “Com a mesma quantidade de madeira para a produção nacional de 25 milhões de toneladas de celulose, conseguimos produzir de 32 milhões a 33 milhões de toneladas de aço, mesma quantidade da produção anual brasileira. Mostra que escalar é difícil, mas não é impossível. É questão de política pública, botar foco e incentivar esse tipo de tecnologia.” A reciclagem, diz ele, também é importante no processo. “Somos o maior reciclador de sucata do Maranhão, que combinado com ferro-gusa verde me dá o aço verde”, acrescenta. Em maio, no entanto, o Ministério Público do Estado instaurou um procedimento de investigação sobre emissão de gases tóxicos pela empresa em Açailândia, interior do Estado.

Frederico Ayres Lima, diretor-presidente da Aperam South America, diz que mais de 96% da energia usada pela empresa é renovável, e que os fornos são de carvão vegetal, cuja madeira provém de florestas próprias e sustentáveis. “Elas retiram CO2, então as remoções são praticamente iguais a emissões. Ou seja, 100% do que se produz foi neutralizado pelas nossas florestas.” Em 2021, a empresa comprou a ELG, maior recicladora de aço do Brasil, para aprimorar o reúso das sobras do metal. Mesmo com as medidas, a empresa foi condenada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em 2021, a pagar uma multa de R$ 1,5 milhão por contaminação do solo devido ao uso de um inseticida em plantações de eucalipto. Para a indústria, o caminho para a sustentabilidade plena pode estar traçado, mas ainda é longo.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   01/09/2023

O governo Lula avançou na definição de um instrumento para viabilizar Parcerias Público-Privadas (PPPs) federais na área de infraestrutura. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o Executivo deve usar a fórmula de projeto de concessão combinada a um aporte de recursos públicos, e a expectativa é que uma ação específica para garantir essa fatia já esteja no projeto de lei orçamentária a ser enviado ao Congresso nesta quinta-feira, 31.

Além disso, integrantes do governo avaliam um decreto para dar mais segurança ao formato. Seria uma espécie de PPP “informal”, que garantiria o objetivo de mesclar recursos de origens pública e privada.

O Ministério dos Transportes deve ser uma das pastas a recorrer à ideia. A minuta do decreto foi alvo de discussões preliminares entre integrantes dos Transportes, da secretaria do Tesouro Nacional e da Casa Civil. A ideia geral é que ele assegure que os compromissos financeiros assumidos pelo poder público em contratos de concessão estejam, ano a ano, previstos na lei orçamentária.

Já a ação específica no orçamento para esse pagamento funcionaria como uma garantia de que o parceiro privado irá receber o aporte público devido. A avaliação de integrantes do Executivo que estudaram a ferramenta nos últimos meses é que o novo arcabouço fiscal, que aguarda sanção presidencial, dá segurança à iniciativa privada de que os valores estarão disponíveis, uma vez que o texto garante um piso de investimentos. No próximo ano, ele deve girar em torno de R$ 68 bilhões.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, integrantes do governo ouviram diversos representantes de instituições financeiras que costumam financiar projetos de infraestrutura. O diagnóstico no mercado é que o formato deve funcionar e atrair interesse do setor privado. As discussões sobre o decreto devem começar a caminhar oficialmente no governo assim que o novo arcabouço fiscal for sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A equipe econômica e as áreas de infraestrutura passaram o primeiro semestre analisando opções para tornar as PPPs federais viáveis. O instrumento se tornou mais urgente pela constatação de que, ano a ano, tornam-se mais escassos os ativos federais, como rodovias, que podem ser concedidos numa concessão “pura”, ou seja, sem nenhum tipo de auxílio financeiro do poder público.

Em algumas regiões, o governo não consegue conceder a rodovia com uma tarifa de pedágio de concessão comum porque o custo ficaria muito elevado para a população e para os transportadores. Em outros casos, o problema está no risco de engenharia, que demanda uma contrapartida do poder público.

Atualmente o Executivo já identifica que precisará lançar mão dessas PPPs em projetos de rodovias no Nordeste e, em alguns casos, no Centro-Oeste. A forma de aporte pode variar segundo o ativo. Mas, do mercado, o governo ouviu que a melhor opção seria de aportes na “cabeça” do projeto. Ou seja, nos primeiros dois ou três anos, quando a fase de investimentos é mais crítica, e a concessionária está mais vulnerável ao cenário econômico.

Governos já tentaram tirar as PPPs federais do papel no passado, principalmente com a experiência de fundos garantidores, que, no entanto, não tiveram sucesso. Em 2004, uma lei autorizou a criação do Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas, o FGP, que acabou com as atividades encerradas em 2016 após ter tido quase a totalidade de seu patrimônio resgatado, sem resultados práticos no apoio a projetos.

Em 2014 foi a vez do Fundo Garantidor de Infraestrutura (FGIE), que também não teve relevância para PPPs federais, e hoje passa por uma reestruturação para atender ao Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Regional Sustentável (Fdirs) — mais voltado a financiar estudos de estruturação de projetos.

Diante desses fracassos, integrantes da gestão Lula passaram a defender um instrumento alternativo. Foi dessa análise que surgiu a ideia de viabilizar concessões com aportes públicos. Assim, o governo também aproveita o estágio de maturidade das modelagens de concessão, que ganharam diversas inovações nos últimos anos, inclusive com novas regras idealizadas já na gestão atual.

IstoÉ Online - SP   01/09/2023

A atividade industrial na China registrou contração em agosto, pelo quinto mês consecutivo, segundo os dados oficiais publicados nesta quinta-feira (31) que, no entanto, superam levemente as expectativas dos analistas.

O índice de gestores de compras industriais (PMI), um indicador chave da atividade industrial, ficou em 49,7 em agosto, abaixo da marca de 50 pontos que separa a expansão da contração, anunciou o Escritório Nacional de Estatísticas.

“Os resultados da pesquisa demonstram que a demanda insuficiente do mercado persiste como um grande problema enfrentado atualmente pelas empresas”, afirmou Zhao Qinghe, analista da agência estatal.

“Os fundamentos da recuperação e do desenvolvimento da indústria precisam ser consolidados”, acrescentou.

O dado é o indicador mais recente que aponta a desaceleração da recuperação pós-covid da China devido à queda da demanda externa e do consumo interno.

Diante da pressão para adotar pacotes de estímulo que ajudem a economia, as autoridades prometeram medidas para vários setores, em particular o imobiliário, mas sem revelar detalhes dos planos, o que desanima os investidores.

O Estado de S.Paulo - SP   01/09/2023

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o arcabouço fiscal, nova regra para controle das contas públicas que substituirá o teto de gastos. A nova lei foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 31.

Lula vetou dois trechos. Um deles estabelecia que, na hipótese de limitação de empenho e pagamento prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal, as despesas de investimentos poderiam ser reduzidas em até a mesma proporção da limitação sobre o conjunto das demais despesas discricionárias (não obrigatórias, como investimentos e custeio da máquina pública).

O governo alegou que a medida, se fosse mantida na lei, iria contrariar o interesse público, “uma vez que amplia a rigidez dos processos de gestão orçamentária, com impacto potencial sobre despesas essenciais da União.”

Também ficou de fora o dispositivo que impedia o governo de prever na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) a exclusão de despesas primárias da meta de resultado primário (receitas menos despesas, sem contar os juros da dívida).

Sobre esse veto, a Presidência argumentou que a LDO é o diploma competente, nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal, para estabelecer e gerir as metas de resultado fiscal e que “a exclusão de despesa do cômputo da meta de resultado primário deve representar uma medida excepcional e, por esse motivo, deve ter autorização expressa na LDO”.

Para reforçar à negativa ao trecho, o governo ainda citou lei que retira da contabilização da meta de resultado primário o impacto decorrente de operações com precatórios. “Essas transações podem ser vantajosas para o contribuinte e para a União, resultando, contudo, em impacto primário, seja pelo lado da receita ou da despesa. Portanto, a sanção do dispositivo inviabilizaria a realização de tais operações, reduzindo a eficiência econômica na gestão fiscal.”

O novo regime fiscal teve sua aprovação finalizada no Congresso no último dia 22, em uma segunda votação na Câmara, depois de ter passado também pelo Senado. Pela nova regra, o crescimento das despesas será limitado a 70% do avanço das receitas, com piso de 0,6% e teto de 2,5% acima da inflação.

“Fica instituído regime fiscal sustentável para garantir a estabilidade macroeconômica do País e criar as condições adequadas ao crescimento socioeconômico”, diz a ementa da Lei Complementar 200, de 30 de agosto de 2023, publicada hoje.

Infomoney - SP   01/09/2023

Os indicadores industriais do mês de julho indicam a perda de dinamismo da atividade industrial em 2023. A pesquisa, divulgada nesta quinta-feira (31) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra queda no faturamento real da indústria da transformação, do número de horas trabalhadas na produção e do nível de utilização da capacidade instalada.

Segundo os Indicadores, o faturamento real recuou 0,9% em julho, na comparação com junho, na série livre de efeitos sazonais. Na comparação com julho de 2022, o índice apresenta queda de 6,8%.

“O indicador intercala resultados positivos e negativos desde o último trimestre de 2022. Contudo, os meses de crescimento não têm sido suficientes para reverter completamente os movimentos de queda, estabelecendo uma trajetória de queda ao longo de 2023”, destaca a CNI em nota.

Para a economista da CNI, Larissa Nocko, os números “refletem que a indústria de transformação permanece penalizada pela política monetária apertada e pelo ambiente de crédito desfavorável, e sem o impulso da recuperação produtiva que esteve presente em 2021 e 2022”.
As horas trabalhadas na produção recuaram 0,2% em julho na comparação com junho. Já em relação a julho de 2022, houve avanço de apenas 0,2% no indicador.

O indicador do emprego industrial ficou estável na passagem de junho para julho, variando apenas 0,1%.

O índice também vem intercalando recuos e avanços de baixa intensidade no ano, sinalizando “perda de dinamismo”, sem repetir os avanços de 2021 e 2022. Mas a CNI destaca que, apesar disso, a série se encontra em patamar superior ao verificado em 2022 e, em relação a julho do ano passado, houve um avanço de 0,4%.

A massa salarial também começou o segundo semestre estável. Segundo a pesquisa, em julho, a massa salarial real da indústria da transformação teve ligeiro avanço de 0,1% ante junho. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a alta é de 2,3%.

Já o rendimento médio real ficou estável em julho em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2022, o indicador apresenta alta de 1,9%.

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) continua com tendência de queda. Em julho, o indicador ficou em 78,2%, recuo de 0,3 pontos porcentuais em relação a junho. Se comparado a julho de 2022, o recuo é ainda maior, de 3,4 pp. “O resultado mostra continuidade da tendência de queda, observada na série desde 2021”, destaca a CNI.

IstoÉ Dinheiro - SP   01/09/2023

A inflação em 12 meses voltou a avançar em julho nos Estados Unidos, a 3,3% contra 3% em junho, segundo o índice PCE, a medida preferida pelo Federal Reserve americano (Fed, Banco Central), e o mercado volta a se perguntar se o Fed vai manter os juros ou elevá-los para contrabalançar a alta dos preços.

“Os preços dos bens caíram 0,3% e os preços dos serviços subiram 0,4%”, detalhou o Departamento de Comércio, que publicou os dados nesta quinta-feira (31).

O índice PCE segue a mesma tendência do índice de preços ao consumidor (CPI), publicado anteriormente e que situou a inflação em 3,2% em 12 meses em julho, contra 3% em junho.

Em comparação mês a mês, a inflação PCE manteve-se estável em 0,2%, em linha com as expectativas dos analistas.

Excluindo os preços da energia e dos alimentos, a chamada inflação subjacente também subiu, a 4,2% em um ano frente a 4,1% em junho, e se manteve estável em um mês, a 0,2%.

O Fed, responsável por controlar a inflação, elevou suas taxas de juros de referência 11 vezes desde março de 2022. Atualmente, em seu nível mais alto em 22 anos, elas estão no patamar de 5,25%-5,5%.

Juros altos encarecem o crédito e esfriam o consumo e os investimentos para tentar baixar a pressão sobre os preços.

O mercado se pergunta se o Fed continuará elevando os juros ou não.

“Uma moderação maior da demanda não ocorreu, apesar do forte aumento das taxas de juros”, afirmou Ben Ayers, economista da seguradora Nationwide.

Para ele, “o que é mais inquietante é a nova alta do PCE subjacente, já que os custos de moradia e dos serviços não parecem afetados pelas altas dos juros do Fed”. Isso pode “devolver à agenda um novo aumento de juros” na próxima reunião do comitê de política monetária do Fed, no final de setembro.

– Poupança mais volátil –

Por outro lado, Gregory Daco, economista-chefe da EY, espera “que o ciclo de ajuste do Fed tenha terminado”, já que, embora o aumento da receita “tenha assegurado a resiliência das despesas de consumo no último ano, a dinâmica parece se inverter à medida que o crescimento do emprego e dos salários se modera”.

O gasto das famílias cresceu 0,8% frente ao 0,6% de alta em junho, impulsionado por pagamentos de serviços financeiros e seguros, assim como aluguéis, que dispararam desde a pandemia. A receita aumentou menos (+0,2% frente a +0,3%).

A partir de outubro, muitos americanos que contraíram empréstimos para estudar deverão retomar os pagamentos, depois de três anos e meio de pausa por causa da covid.

Isso “provavelmente pesará muito sobre o consumo no quarto trimestre”, alertou Ian Shepherdson, economista-chefe da Pantheon Macroeconomics, em particular porque “mais de 75% da economia acumulada na pandemia já foram gastos”.

Os números de emprego nos Estados Unidos para agosto serão divulgados na sexta-feira. O mercado espera uma queda nas contratações e um aumento dos salários.

O Estado de S.Paulo - SP   01/09/2023

Pela narrativa dominante, no governo Lula o Brasil voltaria a figurar no radar internacional e a atrair os investidores estrangeiros, que haviam se afastado do País na gestão de Bolsonaro. Mas, a julgar pelo que mostram os números, há um tremendo abismo entre a narrativa que se propaga por aí e a realidade.

Segundo os dados mais recentes do Banco Central (BC), os investimentos diretos estrangeiros no País caíram 31,7% nos primeiros sete meses de 2023, para US$ 33,6 bilhões líquidos (deduzidas as saídas), ante os US$ 49,2 bilhões registrados no mesmo período de 2022. Em julho, isoladamente, o tombo foi ainda maior. De acordo com o BC, o volume de investimentos na produção no mês passou de US$ 7,2 bilhões em 2022 para US$ 4,2 bilhões este ano – uma queda de 42%.

Diante das incertezas existentes em relação aos rumos da economia no governo Lula, a retração acentuada nos aportes externos não chega a ser uma surpresa. Além das dúvidas sobre o equilíbrio das contas públicas e a viabilidade das metas fiscais anunciadas pela Fazenda, o atual governo tem deixado os investidores estrangeiros apreensivos ao defender a revisão da privatização da Eletrobras, da reforma trabalhista e da autonomia do Banco Central. Também tem gerado muito ruído ao colocar políticos e dirigentes partidários no comando das estatais, burlando a legislação que regula a questão com base numa liminar concedida pelo STF (Supremo Tribunal Federal), entre outras medidas controvertidas implementadas ou propostas desde a posse de Lula.

Hoje, não falta capital no exterior para ajudar o Brasil a modernizar sua infraestrutura, promover a transição energética e reforçar a sua posição como potência dos alimentos no mundo. Seria um bom caminho para realizar os investimentos necessários, em vez de deixar o Orçamento federal no vermelho, como pretende fazer o governo. Mas, pelo andar da carruagem, parece improvável que, na atual gestão, o País aproveite a oportunidade para acelerar o desenvolvimento, oferecendo mais segurança aos investidores estrangeiros.

MINERAÇÃO

Valor - SP   01/09/2023

Indústria promove encontro internacional para debater com ativistas, indígenas e empresas estratégias para a construção de uma agenda verde na Amazônia

Rosane Santos, da Bamin: produção de ferro com 65% de teor de pureza — Foto: Divulgação

A mineração está na mira do governo. No começo deste mês, a Secretaria Geral da Presidência criou uma mesa de diálogo para debater os impactos sociais, culturais, ambientais e econômicos da atividade minerária com representantes do setor e de organizações da sociedade civil. O objetivo é produzir um relatório anual com o que for coletado ao longo do trabalho.

No início de agosto, a Cúpula da Amazônia, que envolveu oito países com fronteiras na região, abordou o tema em sua declaração final em cinco dos 113 parágrafos. O documento, entretanto, foi criticado e classificado como “frustrante” por ambientalistas. “É lista de desejos, e os desejos são insuficientes”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

Embora corresponda a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de 2021, a indústria extrativa mineral é estratégica para o Brasil devido à abundância dessas commodities em território nacional.

Atraídos por essa riqueza, garimpeiros clandestinos se espalharam por áreas protegidas, sobretudo na Amazônia Legal. De acordo com estudo de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade do Sul do Alabama, dos EUA, a atividade cresceu 1.217% em 35 anos somente em terras indígenas: de 7,45 km², em 1985, para 102,16 km² em 2020. A questão se agravou a partir de 2017, quando o garimpo ilegal ocupava 35 km². Ou seja, a extensão invadida praticamente triplicou nos três anos seguintes.

A situação ganha contornos graves com a entrada do crime organizado na exploração mineral. Facções do tráfico de drogas expandem sua atuação e miram a extração de ouro e cassiterita em locais preservados. Documento obtido com exclusividade pelo Valor comprova a atuação de um grupo criminoso paulista na Terra Indígena Yanomami, em Rondônia, agora cobiçada por invasores com farto poderio bélico e interesse nas fronteiras transnacionais. “O isolamento geográfico dificulta a atuação do Estado brasileiro”, conta um agente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que prefere não ter sua identidade revelada. “Há uma nova corrida do ouro na Amazônia.”

Lucas Pavarina, presidente do Instituto Mineral de Tapajós, no Pará, diz que, desde 2015, tornou-se interessante usar ouro como moeda de lavagem de dinheiro. “Há cerca de mil frentes de garimpo em Itaituba, Novo Progresso e Jacareacanga. Dessas mil frentes, em torno de 20% a 22% eram feitas em áreas que não poderiam ser feitas, como parques ou áreas indígenas. Mas isso já caiu para metade por conta das fiscalizações.”

Em meio aos problemas do setor, entidades vêm tentando ajustar suas atividades às demandas de um mundo mais sustentável. O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) organizou a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, que acontece em Belém (PA) de 30 de agosto até 1º de setembro, a fim de discutir a transição para a construção de uma agenda verde na região. Com participação de Ban Ki-moon, ex-secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o evento reúne ativistas, indígenas e empresas de mineração.

Internamente, companhias já vêm fazendo ajustes em suas cadeias de produção. Carlos Neves, vice-presidente de operações da Hydro, elenca diversas medidas para redução das emissões de carbono em 30% até 2030 e meta de zero emissões até 2050, como investimento em pesquisa de biodiversidade, reflorestamento, reaproveitamento de água e energias renováveis. “O alumínio é infinitamente reciclável. Queremos entregar um produto final com zero emissões de carbono”, afirma. A Hydro Circal, informa ele, é a marca de alumínio reciclado feito com um mínimo de 75% de sucata de alumínio pós-consumo. “Recuperado, ele é limpo e classificado para que apenas os materiais de sucata mais finos sejam colocados de volta em circulação”, declara.

A ArcelorMittal também aposta em sucatas e carvão vegetal em seus investimentos para descarbonização. A mineradora anunciou investimento de R$ 4,2 bilhões junto com a Casa dos Ventos na construção do Complexo Eólico Babilônia Centro, no sul da Bahia. “Este empreendimento fornecerá energia renovável e limpa para as operações da ArcelorMittal em um contrato de 267 megawatts médios, volume de energia superior à média de consumo de Estados como o Amapá”, afirma Guilherme Abreu, gerente-geral de sustentabilidade.

Helena Brennand Guerra, diretora de sustentabilidade da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), diz que o braço de mineração da empresa mantém mais de 550 hectares sendo recuperados e reflorestados com vegetação nativa para recuperação das áreas quando do encerramento das atividades extrativistas. “A produção detém um dos menores indicadores de emissão de carbono por tonelada de minério de ferro. Toda a energia elétrica utilizada na mineração é proveniente de fontes renováveis, com zero emissões de carbono para o escopo 2”, aponta a executiva, acrescentando que a CSN Mineração não opera com barragens de rejeito, já que usa tecnologia de filtragem e empilhamento seco desse material.

Ações diversas de descarbonização também são feitas na Bamin. Segundo Rosane Santos, diretora de ESG, as operações produzem ferro com 65% de teor de pureza em pequena escala, “o que permite a redução das emissões de CO2 no processo de siderurgia”. A capacidade produtiva atual da empresa é de até 2 milhões de toneladas por ano, com processamento a seco da hematita, que não gera rejeitos e não utiliza água durante o processo. “Vamos investir em processo de filtragem de rejeitos e empilhamento a seco para eliminar a necessidade de uso de barragens”, afirma ela.

Marcada pelos rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho (MG), a Vale informa que vem ajustando suas barragens de acordo com protocolos internacionais, além de desenvolver “ações preventivas, corretivas e de monitoramento”. “Ao todo, 10 barragens deixaram o nível de emergência desde o início de 2022 e a previsão é não ter nenhuma estrutura em condição crítica de segurança (nível de emergência 3) até 2025”, disse a empresa, em nota.

A Vale assinou um acordo de recuperação integral de Brumadinho no valor de R$ 5 bilhões, e acrescentou que isso vem sendo acompanhado por autoridades. Para mitigar os impactos ambientais e em sua própria reputação, a empresa vem investindo em reflorestamento, energias renováveis e mapeamento de biodiversidade, mas informou que não é possível calcular o que essas ações representam em relação à produção e ao faturamento total da companhia.

Infomoney - SP   01/09/2023

A Vale (VALE3) iniciou testes com carga da primeira fábrica de briquetes de minério de ferro na unidade de Tubarão, em Vitória (ES), e se prepara para começar a atender uma fila estimada de 18 meses de clientes interessados em testar grandes volumes do inédito produto desenvolvido pela empresa, capaz de reduzir em até 10% as emissões de CO2 na siderurgia.

Os testes de carga fazem parte do comissionamento da planta de 2 milhões de toneladas de capacidade e são uma das últimas etapas antes do início da produção, previsto para este ano, disse o vice-presidente-executivo de Soluções de Minério de Ferro, Marcello Spinelli, à Reuters.

Uma segunda unidade, com capacidade para produzir 4 milhões de toneladas, deve entrar em operação no início de 2024, somando investimentos de 1,2 bilhão de reais.

“Se colocar em fila todos os clientes, há pedidos que serão atendidos ao longo dos próximos 18 meses… é um produto novidade”, disse Spinelli.

O executivo pontuou que clientes europeus, japoneses e coreanos deverão receber primeiro o produto — que terá um prêmio de qualidade.

Os preços dos briquetes, segundo Spinelli, têm uma correlação com a pelota de minério de ferro (produto de maior valor agregado), mas dependendo do acordo que for feito com os clientes a precificação pode ser diferente.

“Não tem chance de ganhar essa batalha, essa guerra… se não for com parceria. É impossível fazer a descarbonização no mundo se não tiver uma interação forte cliente e fornecedor”, explicou ele, enquanto a companhia busca descarbonizar também suas operações e diversificar para produtos com maior valor.

A Vale já assinou mais de 50 acordos com clientes para oferecer soluções de descarbonização, que são responsáveis por 35% das emissões de escopo 3 da empresa.

O briquete, que começou a ser desenvolvido pela Vale há cerca de 20 anos e foi anunciado em 2021, é produzido a partir da aglomeração a baixas temperaturas de minério de ferro de alta qualidade utilizando uma solução tecnológica de aglomerantes, que confere elevada resistência mecânica ao produto final.

O produto poderá substituir sinter, pelota e granulado em altos-fornos e pelota em fornos de redução direta, reduzindo em até 10% a emissão de gases do efeito estufa na produção de aço em relação ao processo tradicional no alto-forno. A siderurgia é responsável por cerca de 8% das emissões do mundo.

O briquete reduz ainda a emissão de particulados e de gases como dióxido de enxofre (SOX) e o óxido de nitrogênio (NOX), além de dispensar o uso da água na sua fabricação.

Testes com o produto já foram realizados anteriormente em siderúrgicas no exterior, mas em volumes menores, produzidos em uma pequena planta da companhia em Pindamonhangaba (SP), com capacidade de 110 mil toneladas por ano.

“A diferença entre os testes do passado é que faziam testes em escala menor, de 20 mil toneladas, agora vou poder mandar um navio de 180 mil toneladas, 200 mil toneladas, o cliente consegue testar por um mês, é muito mais longevo”, adicionou.

MERCADO DE PELOTAS

A iniciativa faz parte da estratégia da Vale para reduzir em 15% as suas emissões de escopo 3 até 2035, mas também de alavancar sua competitividade frente a suas principais concorrentes australianas.

O VP de minério de ferro afirmou que as siderúrgicas buscam cada vez mais por aglomerados de minério de ferro de alta qualidade, para descarbonizar e aumentar a eficiência.

A companhia, que já é a maior produtora global de pelotas, calcula que no fim da década haverá uma demanda de quase 70 milhões de toneladas de briquete ou pelota para a rota de redução direta (que gera menos emissões).

“O mercado hoje está justo, mas com chances de ficar em falta. Por isso estamos correndo para criar essas alternativas de briquetar e também de aumentar nossa capacidade de concentrar produtos que vão suprir esses 70 milhões de toneladas de demanda que estão vindo pela frente”, disse Spinelli.

“Quando olha o mercado, não tem ninguém (além da Vale) anunciando grandes investimentos nessa linha e tem essa diferença de oferta e demanda.”

Além das unidades que totalizarão 6 milhões de toneladas de capacidade de briquetes — com a segunda fábrica em operação até o início de 2024 –, a Vale planeja aprovar ainda neste ano mais dois empreendimentos do gênero e outros três no próximo ano, somando cinco novas unidades no Brasil e no exterior, com início da produção em dois ou três anos, adiantou Spinelli.

NOVAS UNIDADES E MODELO DE NEGÓCIOS

O executivo destacou que a nova tecnologia é flexível em termos de capacidade de produção e em modelos de negócios, o que permite a instalação, por exemplo, dentro de usinas siderúrgicas de clientes ou até em complexos industriais.

“Vão existir essas soluções quase que híbridas, uma planta minha com a do cliente, o máximo de simbiose, de sinergia, para atacar o inimigo em comum que é a emissão de CO2”, afirmou o executivo, prevendo soluções que quebrarão “muitos paradigmas”.

Entre os acordos assinados com clientes, três deles visam a instalação de “mega hubs” em países do Oriente Médio (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Omã) para produzir “hot-briquetted iron” (HBI), visando suprir os mercados locais e transoceânico, com redução significativa das emissões de CO2.

Espera-se que nos hubs a Vale construa e opere as plantas de concentração e briquetagem de minério de ferro, fornecendo a matéria-prima para as plantas de HBI, que serão construídas e operadas por investidores e/ou clientes.

A Vale também estuda a criação de hubs semelhantes no Brasil, mas ainda não há definição de localização.

Valor - SP   01/09/2023

A commodity deve alcançar esse preço mesmo com o início das operações do projeto de Simandou, na Guiné, feito pela rival Rio Tinto

A BHP acredita que o aumento da inclinação na curva de custos do minério de ferro vai apoiar o preço a entre US$ 80 e US$ 100 a tonelada, mesmo com o início das operações do projeto de Simandou, na Guiné, feito pela rival Rio Tinto.

O banco Jefferies afirma, após reunião com liderança da mineradora australiana, que a BHP reiterou expectativa de queda na demanda da China por minério de ferro no médio prazo.

Segundo a BHP, a menor produção de aço e maior uso de sucata na fabricação do metal vão reduzir a demanda chinesa por minério de ferro, mitigando crescimento na procura pela commodity em outras regiões.

Diário do Comércio - MG   01/09/2023

A Justiça de Minas Gerais homologou o plano de recuperação judicial da Samarco, responsável pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (região Central), ocorrido em 2015. Agora, a mineradora terá que dar início às ações, que, conforme a empresa, vão permitir com que ela continue investindo em um nível sustentável para ampliar suas operações com segurança.

Hoje, a Samarco opera com 30% da sua capacidade produtiva, o que corresponde a cerca de 9 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro, por ano. Para isso, estão em operação de uma planta de pelotização e um concentrador.

O plano prevê que a Samarco, joint venture da brasileira Vale com o grupo australiano BHP, emita até US$ 3,566 bilhões em novas notas com vencimento em junho de 2031 para credores financeiros que optarem por receber esses papéis em troca do cancelamento de seus créditos. Essas notas pagarão juros de 9% a 9,5% ao ano e não contarão com garantias.

Além disso, a mineradora pode optar por capitalizar os juros ao valor da dívida principal integralmente até 2025 e parcialmente em 2026 e 2027, conforme informou a mineradora anteriormente. Posteriormente, todos os juros serão pagos em dinheiro.

Os credores financeiros também podem optar por um tratamento alternativo que troque seu crédito existente por um novo instrumento de dívida com vencimento em 2035.

Credores da classe trabalhista com créditos de até R$ 1,5 milhão serão pagos integralmente pela Samarco, de acordo com o plano de recuperação judicial, assim como credores micro e pequenas empresas e fornecedores estratégicos titulares de créditos quirografários.

O documento estabelece ainda que quaisquer acordos com autoridades públicas brasileiras relacionados à remediação e reparação de acidentes pela Samarco devem ser preservados. A homologação foi assinada pelo juiz Adilon Claver Resende.

Procurada, a Samarco disse, por nota, que precisa avaliar o teor da decisão da Justiça mineira para se manifestar. E reforça que o PRJ Consensual, como apresentado, permite que a companhia continue investindo em um nível sustentável para ampliar suas operações com segurança. “Essa solução consensual também garante e reforça o compromisso da Samarco com as ações de reparação”, consta no documento.
Repactuação do acordo de Mariana entre Samarco e instituições

Enquanto isso, a repactuação do processo de reparação dos danos causados pelo desastre segue sem novidades. As tratativas se arrastam desde o ano passado e, segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), as partes envolvidas aguardam uma posição da nova gestão do governo federal, para dar continuidade ao processo. Já a Advocacia-Geral da União (AGU) diz que o governo já se posicionou e sustenta que há divergências ainda não superadas entre os envolvidos.

O rompimento da barragem figura como o maior desastre ambiental do Brasil – e um dos maiores do mundo – e provocou danos econômicos, sociais e ambientais graves para além do território de Minas Gerais, se estendendo até o litoral. Além disso, tirou a vida de 19 pessoas.

No episódio, foram liberados cerca de 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos que escoaram pela bacia do Rio Doce e impactaram dezenas de municípios mineiros e capixabas. Passados mais de 7 anos da tragédia, as medidas de reparação são consideradas insatisfatórias tanto pelas entidades que representam os atingidos, como por representantes das instituições de Justiça e dos governos envolvidos.

A mineradora retomou as atividades no final de 2020 após cinco anos de paralisação devido ao rompimento da barragem. (Com informações da Reuters e da Agência Brasil).

Valor - SP   01/09/2023

Principal matéria-prima do aço cotada na quinta-feira (31) em alta de 1,5% no norte da China, a US$ 118,20 a tonelada, o nível mais elevado desde 20 de abril

Os preços do minério de ferro se recuperaram em agosto, em meio à percepção de que a China não deve impor limites à produção de aço bruto neste ano, e encerraram o mês com alta de 7,4%, apagando as perdas acumuladas em 2023. Agora, a principal matéria-prima do aço exibe leve ganho, de 0,7%, no acumulado do ano no mercado à vista.

Em julho, segundo relatório da World Steel Association (WSA), a produção chinesa de aço bruto saltou 11,5%, para 90,8 milhões de toneladas, e a percepção no setor siderúrgico brasileiro é a de o ritmo não foi reduzido em agosto. “A boa performance do minério de ferro em agosto veio muito na esteira de notícias recentes que mostram que o governo chinês parece estar menos propenso a colocar limites na produção de aço”, diz o analista Daniel Sasson, do Itaú BBA.

Segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro foi cotado na quinta-feira (31) em alta de 1,5% no norte da China, a US$ 118,20 a tonelada - o nível mais elevado desde 20 de abril. Na Bolsa de Commodities de Dalian (DCE), os contratos mais negociados para janeiro subiram 3,54%, a 849 yuan a tonelada, maior valor registrado desde 1º de agosto.

Segundo Sasson, em 2021 e 2022, quando Pequim impôs limites à produção de aço, houve queda no volume produzido. Havia expectativa de Pequim pudesse formalizar novos cortes neste ano, mas o desaquecimento da economia doméstica pode ter levado à mudança de estratégia.

“A leitura de alguns players do mercado é que o governo não vai impor um limite neste ano dado que é um setor da economia que está indo bem. A produção de aço está forte, apesar do setor de propriedades, e eventuais limites teriam impacto negativo na economia como um todo”, diz Sasson.

Ainda assim, pondera o analista, preços ao redor de US$ 118 por tonelada no mercado à vista não são sustentáveis e, no fim do ano, devem estar mais perto dos US$ 100 por tonelada.

O petróleo também subiu em agosto, à medida que o mercado aposta em aperto maior da oferta global nos últimos meses de 2023. O barril do WTI, referência americana, com entrega prevista para outubro subiu 2,45% ontem, a US$ 83,63. Já o barril do Brent, eferência global, para novembro, avançou 1,87%, a US$ 86,83. No acumulado de agosto, as altas foram de 2,24% e 1,64%, respectivamente.

Passadas as preocupações com uma desaceleração mais drástica das economias desenvolvidas, a commodity encontra na perspectiva de oferta insuficiente um fator para impulsionar a demanda no mercado futuro. Segundo Warren Patterson, estrategista-chefe de commodities do ING, tal tendência deve ser confirmada.

“Cortes de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), em particular os cortes voluntários da Arábia Saudita, levam o mercado a um esgotamento de reservas. Nós esperamos que essa tendência continue até o fim do ano, o que sugere que os preços ainda têm espaço para subir além dos níveis atuais”, avalia Patterson. Ele nota, porém, que há dois principais riscos para tal previsão: o dólar forte, sob a expectativa de juros altos por um longo tempo nos EUA e a decepção com o cenário macroeconômico da China. (com colaboração de Gabriel Caldeira)

Diário do Comércio - MG   01/09/2023

O período-limite de 60 dias para a Agência Nacional de Mineração (ANM) iniciar o pagamento dos novos percentuais da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos (Cfem) aos municípios afetados pela mineração pode ser insuficiente para que, de fato, os repasses sejam efetuados. O prazo a ser cumprido pelo órgão regulador da atividade foi estabelecido ontem em um normativo assinado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Conforme o consultor de Relações Institucionais e Desenvolvimento Econômico da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig), Waldir Salvador, antes de realizar o pagamento desses royalties, a autarquia terá que cumprir uma série de processos legais. Ele recorda, no entanto, que os colaboradores da ANM permanecem em estado de greve, reivindicando uma reestruturação da agência, o que pode impactar no não cumprimento do prazo.

Salvador explica que a ANM deverá colher sugestões das entidades, analisá-las, realizar uma audiência pública, publicar os resultados em uma resolução e fazer uma lista provisória de quem ganha e quem perde com os novos critérios, pois os municípios têm o direito legal de questionar. Caso as cidades entrem com recurso, haverá um período para averiguá-los e julgá-los em primeira e segunda instância, passando ainda por uma aprovação em um colegiado interno da agência.

“Se imaginarmos os processos que deverão ser percorridos nesses 60 dias, vai exceder o prazo legal de organização ou vai tirar o direito de participação da sociedade. Não sei se essa portaria está combinada com a agência. Se tiver, será uma surpresa. Mas no nosso entendimento, por acompanhar isso durante tantos anos, será muito difícil viabilizar dentro desse prazo”, disse.
Mesmo com o cumprimento dos processos, royalties podem não ser repassados

Na avaliação do consultor da Amig, mesmo com o cumprimento dos processos no período estipulado pelo governo federal, existe uma grande probabilidade dos repasses da Cfem não serem executados, justamente, em função da paralisação dos funcionários da ANM.

“Supondo que exista um esforço extraordinário, ninguém questione e fique pronto, mas a ANM ainda esteja em greve? O que vai acontecer daqui a 60 dias? Ela não vai pagar, porque a agência está parada, está quebrada, sem funcionários, sem recursos financeiros e sem sistema”, ressaltou.

“O grande problema continua sendo a falência estrutural da Agência Nacional de Mineração. Enquanto ela não tiver estruturada, tudo que o governo faça, é uma incógnita se será realizado, porque não adianta um carro de pequeno porte andar em uma pista de Fórmula 1 sem o motor adequado. Então, no momento, tudo que o governo fez ainda nos deixa cheio de dúvidas, pois a única certeza que temos há anos, é que a ANM não tem estrutura para trabalhar”, salientou.

Para Salvador, seria mais benéfico do que essa normatiza, a notícia de que o Ministério de Minas e Energia (MME) e o Ministério de Gestão e Inovação conseguiu, finalmente, abrir vagas de trabalho na agência e que disponibilizou verba para estruturar a autarquia.
Repasses da Cfem para municípios mineradores continuam em atraso

Como os critérios para os repasses da Cfem seriam alterados, as cidades afetadas pela mineração estão sem recebê-los neste ano, segundo Salvador. Ele também diz que os municípios mineradores também continuam sem receber em dia, sendo que julho e agosto não foram repassados, o que soma R$ 2 bilhões de royalties em atraso.

AUTOMOTIVO

Exame - SP   01/09/2023

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, disse nesta quinta-feira, 31, que o governo deve assinar "nos próximos dias" a segunda fase do Rota 2030, regime que estabelece metas e incentivos ao desenvolvimento de novos carros no País. As montadoras aguardam o anúncio para definir um novo ciclo de investimento.

Durante participação em seminário sobre inovação e desenvolvimento tecnológico na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), adiantou que o programa deve incluir R$ 3 bilhões em incentivos anuais à mobilidade e transição energética.

Juros e estimulos

No evento, o vice-presidente anunciou que as empresas podem agora contar com juros de 4% nos financiamentos à inovação, a menor taxa da história.

Alckmin aproveitou ainda a passagem pela sede da Fiesp para informar que vem discutindo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a depreciação acelerada dos investimentos.

Bandeira de entidades industriais, incluindo a Fiesp, o projeto prevê abatimento tributário mais rápido, em apenas um ou dois anos, dos investimentos em máquinas e equipamentos. Seria, assim um incentivo à modernização do parque produtivo.

Para o governo, a medida reduziria o fluxo de arrecadação no curto prazo, já que hoje a dedução dos investimentos no imposto devido é diluída, a depender do setor, ao longo de até 20 anos. No longo prazo, porém, o efeito nas contas públicas é neutro. Por isso, a medida não é considerada uma renúncia fiscal.

"Sabemos da dificuldade fiscal, mas a depreciação acelerada não abre mão de imposto, apenas do fluxo", declarou Alckmin na Fiesp.

CONSTRUÇÃO CIVIL

SEGS.com.br - SP   01/09/2023

A Casa Mirador, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, possui 60 toneladas de aço empregadas em seus 850 m² de área construída

No mundo da arquitetura, a criatividade é a força motriz que impulsiona a evolução do design e a busca incessante por soluções arrojadas e esteticamente cativantes, além de funcionalmente eficazes. Nesse cenário, o sistema construtivo em aço se apresenta como uma opção capaz de dobrar-se às mais extravagantes demandas criativas, dando vida a estruturas que desafiam até mesmo a gravidade e rompem com paradigmas estabelecidos. Um desses exemplos, é a Casa Mirador, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, projeto planejado para manter a topografia original do terreno e, por isso, praticamente flutua na copa das árvores, apoiada sobre uma esbelta estrutura metálica.

Com 60 toneladas de aço empregadas em seus 850 m² de área construída, a casa está inserida em um local encantador, extremamente arborizado, próximo ao Rio Guaíba e que conta com uma praia deserta, ao mesmo tempo que está a cinco minutos de um dos bairros mais movimentados da zona sul de Porto Alegre. Ivo Kieling, do escritório KS Arquitetos, responsável pelo projeto arquitetônico da obra, explica que a utilização do aço se deu em razão do pouco intuito de interferir no terreno, além do desejo em querer trabalhar com uma estrutura leve, que vencesse grandes vãos. “Os perfis esbeltos pintados em preto se mimetizam com o entorno verde da natureza e tornam a edificação parte da paisagem, como uma grande casa na árvore”, analisa.

Além da estrutura metálica aparafusada, a residência conta com lajes em steel deck, painéis de madeira e esquadrias em alumínio. Os fechamentos externos são em blocos de concreto, enquanto as divisórias internas, em drywall. Ivo também comenta que, trabalhar com estruturas metálicas em arquitetura residencial já traz a ideia de inovação, permitindo vencer vãos grandes, com vigas e pilares mais delgados, conferindo leveza e precisão ao projeto. “Algo que marcou na parte de inovação estrutural foi a forma como resolvemos os balanços da área social, principalmente na face que olha para o rio”, afirma.

A área social da Casa Mirador é um amplo espaço integrado com grandes aberturas, de um lado para o pátio coberto sob o volume da garagem e de outro para o Rio Guaíba, descreve o arquiteto. “É um ambiente de cores sóbrias e estrutura aparente, assim como os demais materiais que o compõe, o aço e os blocos de concreto estão presentes a todo momento. O sistema permite ainda que o verde do entorno, o rio e o céu, que pode ser visto através das grandes claraboias, proporcionem cores diferentes a cada momento do dia. Um espetáculo vivo”.

Para o Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA), a Casa Mirador é um exemplo de como o aço pode não apenas fortalecer os ideais criativos, mas também contribuir fortemente no tema sustentabilidade, sempre ajudando a reduzir o impacto no meio ambiente, integrando as obras com o espaço em que estão inseridas. A estrutura metálica evita ainda o desperdício de água, além da geração de resíduos que precisariam ser descartados. “Assim, a precisão e a velocidade da construção em aço contribuíram para que o projeto de Porto Alegre fosse uma obra limpa e racional, com o manejo de vegetais também levado muito a sério, já que poucas plantas precisaram ser removidas”.

Sobre o CBCA

O Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) é uma entidade de classe, criada em 2002, com o objetivo de ampliar a participação da construção industrializada em aço no mercado nacional, realizando ações para sua divulgação e apoiando o seu desenvolvimento tecnológico no Brasil.

O CBCA tem como gestor o Instituto Aço Brasil e não é uma entidade comercial. Para acessar os últimos dados divulgados pela entidade, acesse: www.cbca-acobrasil.org.br/site/estatisticas.

Diário do Comércio - MG   01/09/2023

As vendas de apartamentos novos na capital mineira e em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), chegaram a 2.850 unidades no primeiro semestre deste ano, segundo dados do Censo do Mercado Imobiliário, realizado pela Brain Consultoria, para o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon–MG). Foi o segundo melhor resultado da série histórica para o período, inferior somente ao registrado no ano 2021, quando o País viveu um forte ciclo de atividades no mercado imobiliário em função do auge da pandemia.

Na comparação com os seis primeiros meses de 2022, a comercialização cresceu 26,89%, o que correspondeu a uma alta superior a registrada pelos lançamentos no mesmo período (8,78%).

A assessora econômica do Sinduscon-MG, Ieda Vasconcelos, explica que o resultado das vendas do primeiro semestre sofreu influência do mês de junho, quando foram comercializadas 955 unidades residenciais nas cidades, patamar recorde dentro do Censo do Mercado Imobiliário. “O cenário de incertezas no início do ano pode ter inibido e represado as vendas. Assim, no encerramento do semestre, com a perspectiva de redução dos juros e a melhora do cenário econômico, as vendas se destacaram”, diz.

Somente em Nova Lima, a comercialização de apartamentos novos apresentou expansão de 115,9%, resultado que pode ser explicado pela expansão de 233,8% nos lançamentos., enquanto que na RMBH as vendas recuaram 20,9%, o que, segundo a economista da entidade, pode ser reflexo das dificuldades do programa Minha Casa, Minha Vida, já que somente em julho foram anunciadas as novas condições para 2023. Esse mesmo fator pode ter contribuído para o recuo de 15,9% nos lançamentos das cidades do interior do Estado.

A economista destaca que em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, vendeu mais apartamentos novos (3.493) no primeiro semestre deste ano do que a capital mineira (2.511). Um fator que pode ter interferido no resultado foi a venda de imóveis de padrão econômico, que se destaca no interior.

E o Valor Global de Vendas (VGV) confirma essa análise. Enquanto o VGV de Uberlândia correspondeu a R$1,188 bilhão, em Belo Horizonte foi de R$2,008 bilhões. Depois de Uberlândia e Belo Horizonte, as cidades de Uberaba (1.068) e Contagem (802) foram as que apresentaram o maior número de unidades residenciais vendidas nos primeiros seis meses de 2023.
Venda no Estado chegam a quase R$ 6 bi

O Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) também divulgou ontem dados do mercado imobiliário do Estado no acumulado de janeiro a junho deste ano. De acordo com o censo realizado pela Brain Consultoria, nesse período foram vendidos 12.185 apartamentos novos em Minas Gerais, o que correspondeu a R$ 5,963 bilhões. Neste período, os lançamentos totalizaram 12.149 unidades correspondendo a R$ 6,401 bilhões.

O presidente da entidade, Renato Michel, destaca que foi a primeira vez que o sindicato divulga os resultados agregados para o mercado imobiliário do Estado, referentes a 30 cidades que juntas respondem por mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas.

A participação de Minas no número de unidades vendidas no País no primeiro semestre de 2023 chega a 8,2%, considerando os dados da Pesquisa do Mercado Imobiliário Nacional, divulgada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e que contempla 217 cidades. Em número de unidades lançadas, a participação mineira é de 10,1%.

No fim do segundo trimestre deste ano, a oferta de apartamentos novos no Estado chegou a 16.495. “Em Minas Gerais, o número de unidades vendidas no 1º semestre/23 foi pouco superior ao número de lançamentos”, observa a assessora econômica da entidade, Ieda Vasconcelos.
Participação

Do total de 16.495 apartamentos novos disponíveis para venda no Estado, 3.351 unidades ou 20,3% do total estão em Belo Horizonte. A capital mineira foi responsável por 20,6% do total das vendas em Minas no primeiro semestre de 2023, com participação no Valor Global de Vendas (VGV) de 33,7%. Com destaque para o perfil de imóveis de maior valor.

O mesmo cenário é observado em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O município responde por 2,8% das vendas e é responsável por 13,9% do total do VGV do Estado.

FERROVIÁRIO

Portos e Mercados - SP   01/09/2023

CRCC Internacional Investment Group Limited se reuniu com empresários de Chapecó A obra está prevista Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. O projeto foi elaborado pela TPF Engenharia e traz um impacto ambiental positivo. A licitação pública, na modalidade de leilão, será publicada assim que o projeto obter as licenças ambientais. A concessão para exploração da futura ferrovia terá prazo de 99 anos.
Integração ferroviária
A extensão da Ferroeste ligando Cascavel (PR) até Chapecó (SC), segundo estudo apresentado, terá 263 quilômetros de extensão, em pista simples, 18 túneis e 31 pontes e viadutos. A construção exigirá investimentos da ordem de R$ 6,4 bilhões para ficar concluída em 2032 se todos os prazos para cada etapa da obra forem cumpridos e se a obra, efetivamente, iniciar em 2024. A plenitude das operações com o uso de 100% da capacidade da ferrovia está prevista para 2044 quando, de acordo com as projeções, estarão em uso 395 vagões de grãos e 43 de contêineres nos 22 trens que estarão circulando.
A capacidade de transporte estará, então, em 8,8 milhões de toneladas por ano. “Além disso, temos o estudo de viabilidade de outra ferrovia que ligará Chapecó aos portos catarinenses, patrocinado pelo governo catarinense, e o estudo de viabilidade de outro ramal da Ferroeste de Chapecó até Passo Fundo (RS). Isso aumentaria o consumo de grão da região para 10 milhões de toneladas antes de 2028”, listou o presidente da ACIC.

NAVAL

Petro Notícias - SP   01/09/2023

A Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) promoveu um debate com lideranças do setor privado e com o governo federal, porque consideram que, embora tivesse havido avanços com a Lei dos Portos, será necessário adotar novas ações políticas para o desenvolvimento portuário. O secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, do Ministério de Portos e Aeroportos, Fabrizio Pierdomenico, que participou do evento, anunciou a elaboração de uma portaria para criação de grupo de trabalho voltado a promover o aperfeiçoamento da gestão portuária, a partir das demandas apresentadas pela ABTP: “A associação nos apresentou o que seria a evolução da lei 12.815, a terceira geração de regulação portuária, e que proporcionaria, de novo, um grande salto. Estou convicto de que é necessário, mais do que celebrar, permitir que a gente consiga tornar o marco regulatório uma peça dinâmica, que cresça com o setor portuário. A pedido da ABTP, estamos fazendo uma portaria; vamos nos debruçar sobre a proposta que veio da iniciativa privada.”

Diretor-presidente da ABTP, Jesualdo Silva (foto à direita), apontou a necessidade de continuidade da reforma portuária: “Verificamos que o previsto em 2013, para expandir a capacidade de movimentação portuária, foi cumprido, mas com relação à premissa da gestão, entendemos que ainda existe um gap. E a ABTP acredita que as ações que ainda precisam ser realizadas passam pelo fortalecimento da gestão da atividade portuária, para que seja possível fechar contratos, sobretudo de arrendamento, de uma forma mais flexível, tornar as Autoridades Portuárias mais enxutas, se liberando de atividades que podem, sim, ser transferidas para terceiros e com maior liberdade de ação”. A ABTP tem uma representação significativa do setor. É a maior entidade empresarial do segmento portuário e atua há 34 anos. Representa 79 empresas associadas, responsáveis pela gestão de 234 terminais portuários, sendo 131 arrendados, 86 terminais de uso privado e 17 estações de transbordo. Juntas, essas empresas são responsáveis por 76% da movimentação portuária nacional e 19% do PIB Brasileiro.

Secretário Fabrizio Pierdomenico

Para Roberto Oliva, presidente do Conselho Deliberativo da ABTP, ainda há pouca compreensão da complexidade e do risco que envolve a atividade. “Necessitamos de mais acessibilidade aos portos. Agora, o nosso problema é do porto para fora, para que as cargas possam sair e chegar, seja por acesso marítimo, fluvial, terrestre ou via férrea, e isso é uma carência muito grande, que está sendo enfrentada, mas que ainda dificulta a logística”,

Presidente da Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos (FPPA), o deputado Federal Paulo Alexandre Barbosa, destacou que o modelo de gestão é um grande desafio que pode e deve ser aprimorado. “Nós temos defendido bastante no parlamento a retomada do protagonismo dos Conselhos de Autoridade Portuária (CAPs), que tiveram um papel relevante nas decisões portuárias. Mas, nos últimos tempos, têm tido um papel sem relevância na tomada de decisões e é preciso retomar esse protagonismo ouvindo os municípios, os governos estaduais, mas ouvindo, também, o setor privado, a sociedade civil, para que as decisões sejam conectadas com a realidade à qual vive o segmento portuário”.

Para a ABTP, a importância da Lei dos Portos se justifica pelo fato de proporcionar um ambiente legal confiável para a operação, regulamentação e evolução das operações portuárias. O nível de competitividade das estruturas de logística, entre outras, que formam os portos, é determinante para definir a própria competitividade dos setores econômicos que utilizam os portos para seus negócios, com reflexos imediatos na balança comercial brasileira e no desempenho do PIB. “Mas, ainda há espaço para mais melhorias, criar ambiente sólido para que a segurança jurídica e políticas de estado possam prosperar. É essencial buscar aprimorar a competitividade do setor portuário, estabelecendo mecanismos simplificados e flexíveis voltados a viabilizar maiores volumes de investimentos”, explica Jesualdo Silva.

PETROLÍFERO

TN Petróleo - RJ   01/09/2023

A ANP lançou ontem (30/8) o Mapa de Tendência de Dados Técnicos e Atualizações de Áreas sob Contrato. O novo mapa, que será atualizado mensalmente, oferece dados que permitem acompanhar as atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural, bem como os dados técnicos mais solicitados pelas empresas à ANP, entre os que compõem o Banco de Dados de Exploração e Produção da Agência (BDEP).

O objetivo é que, a partir desses dados, a indústria, órgãos públicos e a sociedade possam fazer estudos, interpretações e identificar tendências do mercado, com relação a novas atividades e investimentos.

Na ferramenta, são apresentados recortes de mapas de todas as 16 bacias sedimentares brasileiras nas quais há atividade petrolífera, bem como um mapa geral do Brasil mostrando a localização de cada uma.

Nesses recortes, são mostrados os blocos exploratórios e campos de produção presentes na região, todos poços perfurados nessas áreas no mês em questão e os blocos e/ou campos novos ou devolvidos naquele mês.

O mapa traz ainda os cinco dados mais solicitados pelas empresas petrolíferas nos últimos 12 meses, relacionados a poços, sísmicas 2D e 3D e métodos não sísmicos (como gravimétricos e magnéticos).

A edição de agosto mostra que, nos últimos 12 meses, o poço que teve seus dados mais solicitados à ANP foi o 1-BRSA-1377-RJS, localizado na Bacia de Campos. Além dele, foram mais buscados três poços na Bacia de Pelotas (1-SCS-3B-SC, 1-SCS-2-SC e 1-BPS-7-BP) e mais um na Bacia de Campos (1-BRSA-1376D-RJS).

O mapa mostra ainda que, em agosto, foram incluídos 23 poços na base de dados da ANP, com as localizações de cada um nas respectivas bacias.

Já com relação às sísmicas mais solicitadas nos últimos 12 meses, os destaques são quatro levantamentos sísmicos 2D, sendo três na Bacia da Foz do Amazonas (0275_2D_SPEC_BFZ_PH1; 0275_2D_SPEC_BFZ_PH2; e R_0326_2D_SPEC_BM_FZA_PSDM) e um na Bacia de Campos (R0258_2D_SPEC_PSDM_BM_C), bem como um 3D na Bacia de Santos (0268_BM-S-39).

As novidades do mês relacionadas a campos e blocos são relativas à devolução integral dos campos Xerelete, Xerelete Sul (ambos na Bacia de Campos) e Noroeste do Morro Rosado (Bacia Potiguar), à devolução parcial do campo Gavião Carijó (Bacia do Parnaíba) e à devolução integral dos blocos exploratórios BAR-M-215, BAR-M-217, BAR-M-252 e BAR-M-254 (todos na Bacia de Barreirinhas).

Os dados utilizados no mapa são disponibilizados na página da ANP como arquivos geoespaciais (páginas https://www.gov.br/anp/pt-br/assuntos/exploracao-e-producao-de-oleo-e-gas/dados-tecnicos/shapefile-de-dados e https://www.gov.br/anp/pt-br/assuntos/exploracao-e-producao-de-oleo-e-gas/dados-tecnicos/acervo-de-dados) e em painel interativo de Businesse Intelligence (https://www.gov.br/anp/pt-br/centrais-de-conteudo/paineis-dinamicos-da-anp/paineis-dinamicos-sobre-exploracao-e-producao-de-petroleo-e-gas/painel-dinamico-de-dados-tecnicos). Com a nova publicação da ANP, eles passam a estar disponíveis também em mapa, facilitando a visualização das localizações das atividades.

A atualização mensal do Mapa, que manterá ainda o histórico dos arquivos dos meses anteriores, permitirá que, no futuro, possam ser acompanhadas as tendências relacionadas a esses dados técnicos ao longo do tempo.

Para acessar essa e as futuras publicações dessa série, além outros mapas de toda sua base de dados pública e gratuita, basta acessar página https://www.gov.br/anp/pt-br/assuntos/exploracao-e-producao-de-oleo-e-gas/dados-tecnicos/mapas-e-p.

Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira, poderá acessar os dados públicos armazenados no BDEP. Acesse a página https://www.gov.br/anp/pt-br/assuntos/exploracao-e-producao-de-oleo-e-gas/dados-tecnicos/acesso-aos-dados-tecnicos para mais informações.

Petro Notícias - SP   01/09/2023

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) aprovou hoje (31) o Plano de Desenvolvimento do campo de gás natural Gavião Mateiro, operado pela Eneva na Bacia do Parnaíba. O ativo fica localizado na cidade de São Domingos (MA), a 350 km ao sul da capital São Luís. Até a data de início de produção do campo, são esperados investimentos para a perfuração e completação de seis novos poços (sendo quatro produtores e dois exploratórios). Para o futuro, a empresa pode realizar a perfuração de um sétimo poço para investigar a ocorrência de outras acumulações na área de desenvolvimento.

O início de produção de Gavião Mateiro está previsto para julho de 2026. O volume esperado na área enquadra o ativo como campo de grande produção. Os investimentos no campo deverão viabilizar a produção das reservas no local, avaliadas em 4,74 bilhões de metros cúbicos de gás natural não associado, o que representará um fator de recuperação de 86%.

A Eneva prevê ainda realizar a construção de quatro clusters de produção e um gasoduto de 26 km de extensão para interligação com a estação de produção do campo de Gavião Belo.

Valor - SP   01/09/2023

O anúncio russo surge em meio a expectativas do mercado de que a Arábia Saudita prolongue o seu corte de fornecimento de 1 milhão de barris por dia até outubro

A Rússia chegou a um acordo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) para cortar de modo unilateral a produção de petróleo para mercados estrangeiros, informou nesta quinta-feira (31) a agência de notícias estatal Tass.

O acordo foi firmado pelo vice-premiê russo, Alexander Novak, que não descartou a possibilidade de novos cortes de produção até outubro. O anúncio do acordo ocorreu durante reunião entre Novak e o presidente Vladimir Putin.

A Rússia vem nos últimos meses reduzindo unilateralmente a produção local de petróleo. Em agosto o país reduziu a produção em 500 mil barris por dia e em setembro esse corte foi de 300 mil.

O anúncio da Rússia, um dos dois líderes de facto da Opep+, surge em meio a expectativas do mercado de que a Arábia Saudita prolongue o seu corte de fornecimento de 1 milhão de barris por dia por um mês, até outubro.

Embora os mercados petrolíferos globais estejam se contraindo na medida em que a demanda sobe para níveis recordes, a recuperação dos preços neste verão no hemisfério Norte se estagnou devido à crescente preocupação com o crescimento econômico na China — o maior importador do produto.

Os preços do petróleo dispararam para o nível máximo dos últimos dos últimos seis meses, acima dos US$ 88 por barril, em Londres, no mês passado. Mas desde então passaram a diminuir. A retração representa riscos para a economia dos sauditas, que viram as suas reservas cambiais caírem para o nível mais baixo desde 2009.

Embora Novak não tenha fornecido um valor de base preciso, dados obtidos pela Bloomberg mostram que a Rússia exportou em média de 4,86 milhões de barris por dia de maio a junho por via marítima e por oleodutos.

Valor - SP   01/09/2023

Região deve produzir 4,3 milhões de barris por dia no fim da década, volume 80% acima dos 2,4 milhões de barris diários de 2023

David Zylberstajn: “Há desperdício de gás natural por falta de infraestrutura” — Foto: Leo Pinheiro/Valor

O Brasil ainda deve viver o pico na produção do pré-sal antes de começar a ver o declínio da região a partir de 2030, segundo especialistas. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) projeta que o auge no pré-sal será atingido no fim desta década, quando a região vai produzir 4,3 milhões de barris de petróleo por dia. O volume, se confirmado, representará aumento de quase 80% sobre os 2,4 milhões de barris diários previstos, em média, para este ano. A partir de 2031, a previsão da EPE é que o volume comece a cair. Em 2032, o patamar de produção já poderá ter recuado para 4 milhões de barris por dia.

Luiz Carvalho, analista do UBS BB, diz que a Petrobras tem condições de estender o pico de produção do pré-sal, esperado para ocorrer entre o fim desta década e o começo da próxima: “No fim do dia, só sabemos de fato quanto petróleo tem dentro de um reservatório quando tirarmos a última gota.” Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) indicam que as reservas provadas de petróleo no país totalizam 14,856 bilhões de barris, sendo mais de três quartos do pré-sal.

Para manter e mesmo aumentar a curva de produção de petróleo nos próximos anos, o país tem que abrir espaço para a exploração de novas áreas. Heloisa Borges, diretora de estudos de petróleo, gás natural e biocombustíveis na EPE, acredita que o Brasil precisa avançar em novas fronteiras para sustentar a produção: “Temos potencial em novas bacias, o debate é como trazer essa riqueza de forma sustentável, com respeito ao ambiente, mas usando as reservas para impulsionar a transição energética. Vemos o quanto a sociedade brasileira recebeu de benefícios da produção de petróleo”, disse.

O ex-diretor-geral da ANP e presidente da Enauta, Décio Oddone, destaca que, a partir de 2017, as áreas para exploração e produção de óleo e gás não tiveram as mesmas descobertas “extraordinárias” vistas na primeira fase do pré-sal. Para ele, é bom saber de tais condições com a antecedência necessária para o país se preparar, incluindo essa variável na política energética e na expectativa de arrecadação da União e dos Estados e municípios, estes mais dependentes de royalties e participações especiais.

“Como as últimas áreas não tiveram resultados tão bons e não houve tanta descoberta [de petróleo] como no início, vamos ver um esgotamento da produção [do pré-sal] mais cedo do que o esperado”, afirmou Oddone. O também ex-diretor-geral da ANP e consultor em energia David Zylberstajn vê também como opção, para evitar o declínio das reservas, a substituição de produtos, caso dos derivados do petróleo pelo gás natural. Hoje, diz, há desperdício de gás natural por falta de infraestrutura.

“Se fosse possível deslanchar um pouco mais o gás natural, teríamos uma sobrevida, de alguma maneira, em termos de se substituir o óleo combustível e o óleo diesel por gás natural.” O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, recorda que entre a descoberta de uma jazida e a efetiva produção são precisos entre seis e dez anos para o desenvolvimento do campo. O petróleo descoberto hoje vai ser produzido, na melhor das hipóteses, em 2029, diz Ardenghy.

Para que a exploração do pré-sal se mantenha ou cresça, sugerem os especialistas, é preciso garantir a viabilidade dos projetos na região com a continuidade dos aperfeiçoamentos regulatórios.

O diretor de exploração e produção da Petrobras, Joelson Mendes, ressalta que já está em conversas com a ANP sobre a renovação da concessão do campo de Tupi, pioneiro do pré-sal, cujo contrato acaba em 2037. Para o executivo, é importante a sinalização antecipada sobre uma eventual renovação, de modo que se possa cogitar novos investimentos na produção. “Já que sabemos que vai ter óleo lá, se não tivermos visibilidade, não fazemos o investimento”, disse.

O investimento na indústria do petróleo leva muitos anos para se pagar, segundo ele, e fica inviável instalar uma nova plataforma, por exemplo, sem a perspectiva de continuidade no campo. “A gente precisa ter a renovação da operação, aprovar o sistema novo [de produção] que vai entrar em operação em 2030, e sete anos não é suficiente para se pagar”, explicou.

Valor - SP   01/09/2023

Área ajudou país a se tornar exportador de petróleo e aumentou peso do setor na economia

Joelson Mendes, da Petrobras: reservas dos campos envolvidos na cessão onerosa revelaram-se muito maiores do que o estimado pela companhia — Foto: Leo Pinheiro/Valor

Um bilhete premiado. Era assim como o pré-sal era chamado, no começo dos anos 2000. O título se justificou à época por ser a maior descoberta de petróleo desde que a Petrobras começou a explorar no mar, na década de 1970, na bacia de Campos (RJ). A nova fronteira exploratória, situada entre Santa Catarina e Espírito Santo, foi anunciada em 2006 e teve o primeiro óleo comercial produzido em 2 de setembro de 2008, há exatos 15 anos, data que se completa neste sábado. Seguiu-se um período de euforia, mas a criação de diferentes modelos de produção para o petróleo nos governos petistas trouxe incertezas aos investidores e fez com que o país ficasse cinco anos sem novos leilões de áreas regidas por contratos de concessão, entre os anos de 2009 e 2013.

A coexistência de diferentes regimes jurídicos para o setor de petróleo se tornou realidade em 2010, quando a União introduziu a partilha de produção e a cessão onerosa, que passaram a conviver com a já existente concessão. Essa conjuntura, aliada a uma política rígida de compras locais para o setor, acabou atrasando investimentos no pré-sal, na visão de especialistas. Mesmo assim, o pré-sal foi decisivo para o Brasil tornar-se exportador de petróleo, embora ainda dependa de importações de derivados.

Uma amostra de como o petróleo vem ganhando relevância na economia brasileira nos últimos anos está nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o instituto, a indústria extrativa, onde se enquadra o segmento de óleo e gás, aumentou a participação no Produto Interno Bruto (PIB) de 1,4%, em 2000, para 5,4% em 2022. O aumento foi fruto, em parte, do crescimento da produção de petróleo no pré-sal.

O economista Thiago Xavier, analista da Tendências Consultoria, disse que o comportamento da indústria extrativa se deu por efeitos estruturais e conjunturais tanto no petróleo quanto no minério de ferro: “O petróleo teve aumento de produtividade nos últimos anos, puxado pela exploração do pré-sal. Isso se traduziu em aumento das exportações.”

Em 15 anos de operação, o pré-sal produziu 5,5 bilhões de barris de petróleo. O volume corresponde a cerca de 25% dos 23 bilhões de barris extraídos desde que o Brasil começou a produzir a commodity, em 1941, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Se fosse um país, o pré-sal ocuparia o 11º lugar no ranking mundial de produtores de petróleo, diz a Petrobras.

Novas plataformas serão 100% elétricas ”

— Joelson Mendes

Esta é a primeira de uma série de reportagens que o Valor publica nas próximas semanas sobre o pré-sal e a indústria do petróleo no país. A primeira reportagem, publicada hoje, traz um panorama desta que é hoje a principal fonte produtora de petróleo e gás do país. A cada semana de setembro este jornal vai discutir aspectos da indústria de petróleo como a contribuição para as contas públicas e as exportações, a geração de royalties e os efeitos dessa riqueza para Estados e municípios bem como novas fronteiras, o que passa pela discussão da Margem Equatorial.

O pré-sal tem papel relevante na produção, embora se vislumbre um declínio dos volumes até o início da próxima década. Hoje o pré-sal responde por 78% da produção nacional de petróleo e esse percentual deve ultrapassar 80% em 2032, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). “Esperamos que a produção de petróleo no Brasil chegue ao fim de 2023 em cerca de 3,5 milhões de barris por dia e deve subir até 2028 para 5 milhões de barris por dia, impulsionado pelo pré-sal. Desses 5 milhões, o pré-sal deve representar 3,9 milhões em 2029”, disse Heloísa Borges, diretora de estudos de petróleo, gás natural e biocombustíveis na EPE.

O pré-sal é uma região geológica na qual a exploração e produção se dá em águas ultraprofundas. Na região, o leito marinho pode estar até 3 mil de metros de profundidade. Após atingir o fundo do mar, as sondas ainda precisam perfurar cerca de 5 mil metros de rocha ou mais, incluindo a camada de sal, até atingir o reservatório de petróleo.

O cenário atual da indústria é diferente da década de 1970, quando houve as primeiras descobertas de petróleo na bacia de Campos, no Rio. Naquela ocasião, o mundo vivia os choques do petróleo e o Brasil dependia das compras externas para produzir combustíveis. Antes de passar a produzir nas águas profundas da bacia de Campos, a atividade se deu primeiro em águas rasas e antes ainda em terra. O primeiro campo de petróleo offshore foi no mar de Sergipe, em 1969, com poço a 30 metros de profundidade. Houve uma mudança a partir de 1974, quando a Petrobras começou a produzir óleo na bacia de Campos, a profundidades que ultrapassaram 1 mil metros, no chamado pós-sal (camada geológica situada acima do pré-sal). Campos chegou a corresponder a mais de 80% do total de petróleo produzido no país.

O passo seguinte seria o desenvolvimento do pré-sal em águas ultraprofundas. Entre o primeiro óleo do pré-sal, em 2008, e a produção de 1 milhão de barris por dia na região, em 2016, passaram-se oito anos. Mas o avanço poderia ter sido mais rápido. Em 2007, um ano depois da descoberta, no segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras anunciou a maior descoberta do pré-sal até então, o campo de Tupi, na bacia de Santos, que começou a operar em 2009 e hoje lidera a produção na região. Mas na mesma data em que anunciou Tupi, o governo retirou de leilão 41 blocos da área de influência da nova fronteira exploratória. A medida tirou atratividade dos leilões.

Em 2010, a exploração e produção de petróleo no Brasil, que era baseada em contratos de concessão, passou a contar também com o regime de partilha para blocos nas áreas do pré-sal, segundo o qual a Petrobras seria o operador em todas as áreas, com participação mínima de 30%. No regime de partilha, as petroleiras atuam como prestadoras de serviços e destinam parte da produção ao governo na forma de “óleo-lucro”.

Nesse mesmo ano, a Petrobras assinou com a União o contrato da cessão onerosa, que deu o direito à estatal de explorar um volume de até 5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) em seis blocos do pré-sal na bacia de Santos mediante pagamento de US$ 42 bilhões à União. Os valores foram revistos em acordo assinado em 2019.

Agentes da indústria dizem que a existência de diferentes tipos de contrato resultou do interesse do governo à época de se apropriar de parte da riqueza do petróleo. A Pré-Sal Petróleo (PPSA) estima que a União vai receber cerca de US$ 344 bilhões em recursos dos contratos de partilha até 2031, sendo US$ 157 bilhões com a comercialização do óleo do pré-sal, US$ 100 bilhões em royalties e US$ 87 bilhões em tributos.

O problema é que a convivência desses distintos modelos gerou incertezas e paralisou os leilões por cinco anos. Só em 2013 seriam retomados os certames, incluindo dois de concessão e um de partilha que ofertou o megacampo de Libra, no pré-sal da bacia de Santos. Nele, houve um único ofertante, a Petrobras, em consórcio com outras empresas, incluindo petroleiras chinesas. Em 2016, a Petrobras foi desobrigada de atuar em todos os campos no regime de partilha. Na época, se flexibilizou a regra de exigência de conteúdo local.

O diretor de exploração e produção da Petrobras, Joelson Mendes, diz que as reservas dos campos envolvidos na cessão onerosa revelaram-se muito maiores do que o estimado pela companhia. Depois de negociações concluídas em 2019, a ANP realizou leilões do chamado excedente da cessão onerosa. “O acordo da cessão onerosa teve papel importante no desenvolvimento do pré-sal”, disse. O excedente envolveu a venda dos volumes acima de 5 bilhões de boe cedidos à Petrobras, em 2010.

A última evolução regulatória no setor se deu com a criação da oferta permanente, que substituiu o modelo de leilões tradicionais de áreas, o que traz como vantagem permitir que as petroleiras tenham mais agilidade para manifestar interesse em exploração de áreas.

O analista do UBS BB Luiz Carvalho diz que o pré-sal brasileiro é um dos melhores ativos do ponto de vista global em termos de qualidade: “Qualquer companhia gostaria de ter acesso a uma área como o pré-sal. Primeiro pelo tamanho dos reservatórios, que são grandes e produzem por muito tempo. Segundo pela produtividade do poço, que é uma das maiores do mundo. É um ativo acima da média global, com baixo custo de produção em função da produtividade. É bastante competitivo.”

O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, observa que o atual custo de extração de petróleo está um pouco acima de US$ 2/barril, 10% do que era estimado no passado. Décio Oddone, ex-diretor-geral da ANP, salientou que a cotação do petróleo para viabilizar projetos de exploração, o chamado “break-even”, era de US$ 65 quando o pré-sal foi descoberto, ao passo que hoje existem projetos com custo e viabilidade abaixo de US$ 30, resultado das evoluções verificadas ao longo dos anos.

“Depois de 15 anos, o pré-sal está trazendo o resultado que se esperava. Essa etapa da viabilidade técnica e econômica foi superada há muito tempo atrás”, disse Oddone. As áreas de produção estão concentradas entre as bacias de Santos e Campos, situadas em 22 campos. Alguns deles, inclusive, têm contratos de produção no pré e no pós-sal. Só a Petrobras possui 56 plataformas em operação, sendo 31 no pré-sal.

A previsão da Petrobras é de incorporar até 2027 mais 14 plataformas flutuantes do tipo FPSO, sendo 11 no pré-sal. A sigla designa unidades que produzem, estocam e escoam petróleo e gás.

Joelson Mendes, da Petrobras, acrescenta que as novas plataformas a entrar em operação serão elétricas, as chamadas “all electric”, em que as funções da própria unidade são executadas por energia elétrica, sem produção de gases de efeito estufa. Nesse sentido, a companhia defende que explorar o pré-sal tem uma vantagem ambiental por contar com um óleo com baixo nível de carbono, num cenário em que a descarbonização vem ditando a pauta energética.

Felipe Perez, analista da S&P Global, explica que a qualidade do petróleo retirado do pré-sal é uma das vantagens da área e permite que o Brasil ganhe notoriedade internacional. “O petróleo do pré-sal, do ponto de vista do refinador, é um bom material para o consumidor. É fácil de processar, bom para refinarias. O Brasil está entre os dez principais produtores do mundo e a descoberta do pré-sal reposicionou o país nessa participação mundial”, afirmou Perez.

Conforme dados da petroleira BP Energy, em 2021 a produção brasileira representava 3,3% do total de petróleo produzido no mundo. Era a maior fatia entre países das Américas do Sul e Central. Na época, o país produzia, em média, 2,9 milhões de barris por dia. Em 2011, esse volume era de 2,1 milhões de barris por dia. Entre 2011 e 2021, o crescimento da produção brasileira de petróleo foi de 3,2% por ano. Em 2021, os EUA respondiam por uma fatia de 18,5% da produção mundial de petróleo, a Arábia Saudita, por 12,2%, mesmo percentual da Rússia, e o Canadá, por 6%, por exemplo.

Hoje, segundo a Petrobras, o pré-sal responde por mais de um terço da produção da América Latina. O volume acumulado produzido desde o início da produção da região ultrapassa países reconhecidos como nomes tradicionais do setor, casos de México, Noruega e Nigéria.

AGRÍCOLA

Forbes Brasil - SP   01/09/2023

Nas imediações de Des Moines, a capital do estado de Iowa, no meio-oeste dos EUA, uma fazenda de testes de máquinas agrícolas e um centro de tecnologia e inovação que integram o ISG (Intelligent Solutions Group), são uma espécie de bunker da John Deere, marca que faturou no ano passado US$ 52,6 bilhões (R$ 257,25 bilhões na cotação atual), volume 19% acima de 2021.

As permissões para entrar na fazenda de testes são monitoradas a lupa e fotos de máquinas prontas para o mercado, ou em vias de, somente são possíveis com permissão e monitoramento, sendo proibidas para equipamentos em desenvolvimento. No centro de tecnologia, as regras de confidencialidade são ainda mais draconianas para que informações estratégicas e de valor não vazem.

Em vez de Ferraris, elas pilotam fantásticas máquinas agrícolas Máquinas autônomas entram no campo para acelerar resultados

“Hoje, temos cerca de 500 mil máquinas conectadas em todo o mundo. Nossa ambição é conectar mais de 1,5 milhão de máquinas até 2026”, diz Heather Richards Van Nest, diretora de sistemas de produção e agricultura de precisão na John Deere para a região três da companhia, área que compreende do México para baixo no mapa do mundo. “Trata-se de conectar todos os clientes, independentemente do sistema de produção agrícola em que se encontrem, sejam grãos, algodão, cana, culturas de alto valor como frutas cítricas ou café, laticínios e pecuária”. Na corrida pela agropecuária digital e robótica, a John Deere não está sozinha, disputando espaço com gigantes do setor como Case, Fendt, Massey Ferguson, New Holland e Valtra. E briga para estar à frente.

Heather Richards Van Nest diz que as tecnologias vão ganhar escala cada vez mais rapidamente

No centro de tecnologia da John Deere, localizado em Urbandale e onde trabalham 800 pessoas, é quase impossível entrar no prédio sem notar um arado logo na porta de entrada contrastando com a modernidade da estrutura. Outras peças que caberiam muito bem em um museu estão espalhadas por várias unidades. Neste caso, o arado data de 1874. Os objetos são representações do quanto a empresa investe globalmente, por dia: US$ 13,7 milhões (R$ 67 milhões) em P&D (pesquisa e desenvolvimento). No total, são US$ 5 bilhões por ano (R$ 24,4 bilhões).

São, também, uma sinalização de que a empresa familiar mantém a disposição para crescer, assim como ocorria na época de fundador. A John Deere nasceu em 1837 e, reza a lenda, que o primeiro arado feito pelo ferreiro John Deere, saiu de uma lâmina de serra quebrada, polida e afiada.

Na Forbes Global 2000 List 2023: The Top 200, publicada em junho, a Deere&Company – que reúne além da agricultura, equipamentos para construção e silvicultura –, está listada na posição 107, com um valor de mercado de mercado da ordem de US$ 112,92 bilhões, lucro de US$ 8,19 bilhões e ativos na casa de US$ 91,62 bilhões. No ranking, ela está à frente de marcas como as japonesas Honda e Mitsui e de suas famosas conterrâneas Visa, Ford, Airbus, Fedex e IBM.

Van Nest destaca que o estado da arte da pesquisa, e que deve ganhar escala nos próximos anos, está no que ela chama de quarta fase da onda de adoção de tecnologias, a etapa “sensoriar e agir” com soluções autônomas, aplicações de precisão e automação de plantio e de colheita. Na escala, já foram cumpridas as etapas que envolveram a adoção de softwares avançados, centros de operações e as tecnologias de fundamento, que são os hardwares.

“Vamos conectar todas as máquinas novas, as mais antigas e até as de outras cores”, se referindo às outras marcas de máquinas agrícolas. “Mas não é somente isso. Não são somente os tratores conectados, toda a logística, como os caminhões de apoio e transporte estarão também conectados.” Entre as apostas da companhia estão a colheita e a pulverização de precisão, além do avanço dos tratores autônomos nas operações de campo.
Futuro que está na precisão

Empresas como a John Deere são protagonistas de uma mudança em curso na produção de alimentos baseada em machine learning (ou aprendizado de máquina), IA (inteligência artificial), Iot (internet das coisas) e muita ciência agronômica para melhorar o desempenho da atual agricultura de precisão. Essa mudança, no caso do controle de ervas daninhas nas lavouras, está pronta para escalar mercado por meio de máquinas pulverizadoras em que a aplicação do herbicida é feita somente na planta invasora, deixando o pé de milho, soja ou outra cultura, livre do produto químico.

As ervas daninhas competem por água, luz e nutrientes com a cultura, reduzindo o desenvolvimento de plantas, produtividade além de servir de porta de entrada para pragas e doenças, dificultando a implantação e manejo da cultura. No mundo, do total utilizado de agro químicos (ou agrotóxicos), 95% são herbicidas, pesticidas e fungicidas, sendo que os herbicidas respondem por quase metade. Chamada de see & spray, a tecnologia da John Deere embarca sensores para a tomada de decisão na hora certa para atingir seu alvo, dando à operação um status de sustentabilidade infinitamente superior ao que ocorre hoje.

Na comparação com um medicamento humano, por exemplo, embora cada um tenha seu princípio ativo, ele atua em diferentes partes do corpo e não apenas onde está o problema, vindo daí os efeitos colaterais. Na lavoura ocorre o mesmo hoje. Herbicidas são aplicados em plantas sadias e ervas daninhas. Mas a John Deere aposta que os dias estão contados para que sua tecnologia, que hoje é de ponta, se popularize. Isso porque o pacote see & spray pode ser considerado um acessório que já sai de fábrica nos pulverizadores, mas também será possível a compra do kit para máquinas que já estão no campo.

Tiffany Ingersoll, gerente de produto, automação de aplicações e que está na John Deere desde 2011, explica que há 36 câmaras na máquina, como se fosse os olhos humanos conversando com os processadores e avaliando se o que está no foco é uma daninha ou um cultivo. A máquina também vai coletando dados para novos insights. “O que também há de novo é o que chamamos de camada de mapa de pressão de ervas daninhas”, diz ela. “E esperamos que isso mude a agricultura daqui para frente”.

O brasileiro Marcio Neutzling, engenheiro da John Deere que está em Des Moine desde 2019 e hoje é o gerente que supervisiona os estudos sobre pulverização, afirma que a tecnologia reduz o uso de herbicidas em 2/3 e que outras funcionalidades para o aperfeiçoamento da tomada de decisão pela máquina estão no radar das equipes de inovação.

“Também serão incorporadas outras competências, como integração com drones, aplicação também de herbicida, taxa variável, identificação das daninhas pela largura das folhas, e mais o que detectarmos como demanda do produtor”, afirma Neutzling. E mais ele não diz, por exemplo, quando essas novas tecnologias poderão estar à disposição dos produtores. Porém, sobre o stand da planta (número de plantas por metro quadrado) ele quase deixa escapar que essa pode ser uma das próximas inovações.

Vale registrar que a corrida por essa tecnologia foi escalada há poucos anos. Em 2017, por US$ 305 milhões (R$ 1,5 bilhão) a startup de robótica Blue River Technology, sediada no Vale do Silício, nos Estados Unidos. À época, o que ela fazia era construir robôs utilizando a lógica “olhe e pulverize”. De acordo com a empresa, as máquinas já estão em teste final de campo nos EUA e no Brasil, mas os locais da operação também são um segredo.

Valor - SP   01/09/2023

Grupo comercializou R$ 39,5 milhões em consórcios para máquinas e equipamentos agrícolas no primeiro semestre

A Wiz Parceiros, unidade de negócio do grupo Wiz Co, comercializou R$ 39,5 milhões em consórcios para máquinas e equipamentos agrícolas no primeiro semestre. O resultado é 21% maior que o de todo o ano passado, quando as vendas atingiram R$ 32,7 milhões.

Foram comercializadas 197 cotas de consórcio de veículos e implementos usados pelos produtores, como caminhões, tratores, colheitadeiras e acoplados ao sistema de tração, como plantadeiras.

“O resultado mostra que foi acertada a nossa entrada no mercado de pesados, nossa expertise consolidada com consórcios, portfólio qualificado e a capilaridade da rede de agentes parceiros levaram aos resultados neste primeiro semestre”, afirma Maira Fonseca, diretora da Wiz Parceiros.

Segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (Abac), a venda de novas cotas de consórcios de pesados cresceu 7,2% de janeiro a junho na comparação com o mesmo período de 2022, saltando de 119,84 mil para 128,51 mil. O volume financeiro em cartas de crédito comercializadas passou de R$ 18,49 bilhões para R$ 20,99 bilhões, alta de 13,5%.

Segundo a Wiz Parceiros, a alta foi puxada pelo crescimento do agronegócio em geral e pelo ambiente de taxa de juros ainda elevada, o que impulsiona a venda de consórcios para produtores interessados em adquirir bens sem se descapitalizar. “O consórcio tem uma grande vantagem competitiva no custo efetivo da transação. É a opção mais econômica para quem precisa fazer uma compra a prazo”, afirma a executiva.

Outro fator, diz, são os lançamentos de produtos pelas administradoras cada vez mais atrativos ao público do campo .

Para Maira Fonseca, o cenário vai se manter nos próximos meses. “Com o crescimento acelerado do agronegócio, a tendência é de crescimento na venda de novas cotas para a aquisição de maquinários agrícolas, como por exemplo, tratores e colheitadeiras”, projetou.

A empresa atua na distribuição de consórcios e produtos financeiros há seis anos e tem mais de 23 mil pontos de vendas em todo o país. A Wiz Parceiros detém 2,5% do market share do mercado de consórcios em geral do Brasil atualmente, com R$ 6,2 bilhões de cartas comercializadas.

Segundo ela, o crescimento na área de consórcios é acelerado por parcerias firmadas com agentes do mercado, como Banco do Brasil, Itaú, Santander, o grupo de consórcio para veículos pesados CNP, a Porto Seguro Bank e a Embracon. “A nossa meta para 2023 é ampliar o volume de venda de consórcios das instituições financeiras e empresas parceiras”, diz.

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