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01 de Junho de 2023

SIDERURGIA

Portal Fator Brasil - RJ   01/06/2023

A suíço-sueca ABB vai modernizar os sistemas de automação da fábrica de bobinas de aço da ArcelorMittal Construction em Contrisson, França.

Em comunicado, as empresas disseram ter firmado um contrato para equipar a unidade com novos sistemas de gestão de manufatura, além de controles de qualidade e de medidas, com implantação a ser concluída no primeiro trimestre de 2024.

— Na perspectiva da ArcelorMittal Construction da França, [a modernização] vai permitir oferecer a nossos clientes produtos ainda mais inovadores, descarbonizados e sustentáveis —afirmou no texto Frédéric Geoffroy, responsável pelo departamento de automação e processos da empresa.

Entre os sistemas que a unidade vai receber está o controle de manufatura baseado em analytics ABB Ability MOM4Metals. A solução foi desenvolvida especificamente para organizar as rotinas de produção, coletar e compartilhar dados e monitorar equipamentos das linhas de fabricação de diferentes tipos de metais.

A fábrica de Contrisson também vai receber soluções RGC, de prevenção a falhas de continuidade em lâminas de aço, e AGC, de padronização de medidas, para modernizar os controles de qualidade da instalação.

Há mais de um século, a ABB fornece soluções para a indústria de metais entre equipamentos elétricos, sistemas de automação e de gestão de processos de manufatura.

A empresa já modernizou anteriormente outras unidades da ArcelorMittal.

Money Times - SP   01/06/2023

As ações da Vale (VALE3) devem seguir pesadas no Ibovespa (IBOV). Dados fracos de atividade na China em maio atingiram em cheio os preços do minério de ferro negociado nos mercados internacionais e devem penalizar as exportadoras de commodities metálicas, como é o caso também de siderúrgicas.

Em Dalian, o contrato futuro mais negociado do minério de ferro, com vencimento em setembro, fechou em baixa de 1,61%, a 702,50 yuans a tonelada métrica após ajustes.

Já no mercado à vista em Singapura, o minério de ferro chegou ao final de maio abaixo de US$ 100, acumulando perdas de quase 6% neste mês, após um tombo de mais 16% em abril. Desde o pico de meados de março, o preço do metal básico acumula queda de 25%.

Aliás, os metais industriais caíram como um todo. O cobre, por exemplo, ampliou seu pior desempenho mensal em quase um ano e caminha para encerrar maio com perdas de quase 6% em Londres. O metal caiu mais de 13% em relação ao pico de janeiro.
China tem recuperação lenta, mas avança

O desempenho desses ativos reflete dados de atividade na China. O índice oficial dos gerentes de compras (PMI) da indústria caiu de 49,2 em abril para 48,8 em maio, na leitura mais fraca desde dezembro.

A fraqueza na demanda foi a principal culpada pelo recuo da atividade, com queda nos novos pedidos e nas encomendas de exportação. Já o PMI do setor de serviços caiu de 56,4 para 54,5 em base mensal.

Para a economista do Julius Baer, Susan Joho, a recuperação econômica após o fim das restrições contra a covid-19 concentrou-se na atividade de serviços. Já o setor industrial sofre com a demanda externa mais fraca e também com o consumo interno moderado, com as empresas tendo pouco interesse em comprar matéria-prima.

Ainda assim, os dados ainda indicam um crescimento econômico robusto, afastando o temor de que a economia chinesa esteja tão ruim quanto muitos temem. “Os PMIs oficiais sugerem que a recuperação econômica da China ainda estava em andamento em maio, embora em um ritmo mais lento”, avalia Julian Evans-Pritchard, da Capital Economics.

Para ele, ainda há espaço para melhora no consumo doméstico nos próximos meses, à medida que o mercado de trabalho ficar mais apertado e o crescimento dos salários aumentar. “Isso nos deixa confortáveis com nossa previsão de PIB acima do consenso de 6,5% para este ano”, conclui o especialista.

Grandes Construções - SP   01/06/2023

A empresa sueca Green Buffers foi a vencedora do Swedish Steel Prize 2023. O prêmio reconhece o uso altamente sofisticado de aços de alta resistência na absorção de energia para tornar os trens mais seguros e econômicos.

A cerimônia de premiação foi realizada em Estocolmo, na Suécia, no dia 11 de maio.

"Esse sistema utiliza perfis de aço de alta resistência para dissipar a energia de uma colisão de trens de maneira controlada", explica Eva Petursson, presidente do júri do Swedish Steel Prize e chefe de pesquisa e inovação da SSAB.

“Sua nova geração de tecnologias de acoplamento possibilita a criação de soluções sofisticadas com design sob medida, que salvarão vidas e reduzirão custos", completa.

Os padrões de segurança de gerenciamento de colisões de trens ainda são baseados em tecnologia da década de 60 ou 70, e mesmo acidentes leves resultam em descarrilamentos.

Inspirados na indústria automotiva, o CEO Roger Danielsson e seus colegas da Green Buffers desenvolveram um sistema de dissipação de energia baseado em aços de alta resistência.

O sistema passivo consiste em doze unidades deformáveis montadas nas interfaces de acoplamento ao longo de todo o trem.

Em uma colisão, os perfis de aço Strenx 700 MC instalados nas unidades dobram-se como um acordeão, absorvendo o impacto do choque em menos de um segundo.

Ao evitar a força de pico inicial e minimizar todas as outras forças, a energia de uma eventual colisão é distribuída de maneira controlada.

"Ao contrário dos carros, praticamente todas as colisões de trens são frontais", argumenta Roger Danielsson. “Isso confere uma importância enorme ao nosso sistema."

Para melhorias futuras, as unidades de absorção de energia podem ser fornecidas com sensores, de modo a fornecer ainda mais informações sobre a absorção de energia.

Os demais homenageados da edição de 2023 incluem as empresas DigJim (Noruega), Gestamp (Espanha), Levistor (Grã-Bretanha) e ZOOZ (Israel, em nomeação compartilhada).

ECONOMIA

Infomoney - SP   01/06/2023

O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da China recuou de 49,2 em abril para 48,8 em maio, informou nesta quarta-feira (31) o NBS, o escritório nacional de estatísticas do. A atividade não industrial também caiu no mês, de 56,4 para 54,5, embora tenha permanecido no patamar acima de 50,0, que separa o limite entre expansão e retração.

O consenso Refinitiv esperava um PMI industrial um pouco melhor no mês, de 49,4.

Entre os 21 subsetores pesquisados, 11 permaneceram na zona de expansão, segundo os dados oficiais. O índice de produção e o índice de novos pedidos ficaram em 49,6 e 48,3, respectivamente.

Zhao Qinghe, estatístico do departamento, disse à agência Xinhua que a economia da China ainda precisa consolidar sua base na atual fase de recuperação.

Os PMIs das indústrias de fabricação de equipamentos, manufatura de alta tecnologia e produtos de consumo ficaram em 50,4, 50,5 e 50,8, respectivamente.

O sentimento do mercado permaneceu estável, já que a subleitura para a expectativa de negócios ficou em 54,1, disse Zhao.

Já no PMI não manufatureiro, o subíndice do setor de serviços foi de 53,8 em maio, acima da leitura de 47,1 no mesmo mês do ano passado. Em particular, os subíndices de atividades empresariais de transporte, acomodação e alimentação ficaram bem acima de 55,0, uma vez que as viagens e o consumo off-line aumentaram durante o feriado de 1° de maio.

O setor de construção também manteve um crescimento acelerado neste mês, com seu subíndice para atividades comerciais chegando a 58,2, observou Zhao. O subíndice que mede as expectativas de atividades do setor ficou em 62,1, revelando forte otimismo das construtoras.

CNN Brasil - SP   01/06/2023

O setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 20,3 bilhões em abril, ante superávit de R$ 38,9 bilhões no mesmo mês de 2022. Os dados, que englobam as contas do governo federal, estados e municípios e empresas estatais — exceto Petrobras, Eletrobrás e bancos — fazem parte das estatísticas fiscais, divulgadas nesta quarta-feira (31) pelo Banco Central (BC).

O governo central e os governos regionais tiveram superávits primários de R$ 16,9 bilhões e R$ 4 bilhões, respectivamente, enquanto as empresas estatais foram deficitárias em R$ 1,7 bilhão. Nos doze meses encerrados em abril, o setor público consolidado obteve superávit de R$ 56,2 bilhões, equivalente a 0,55% do PIB, e 0,19 ponto inferior ao superávit acumulado até março.

O montante dos juros nominais do setor público consolidado, apropriados por competência, somou R$ 45,8 bilhões em abril de 2023, comparados a R$ 79,9 bilhões em abril de 2022.

Contribuiu para essa redução o resultado das operações de swap cambial, com ganhos de R$ 14,2 bilhões em abril de 2023 e perda de R$ 15,4 bilhões em abril de 2022.

No acumulado de doze meses, os juros nominais alcançaram R$ 659,5 bilhões (6,47% do PIB) em abril de 2023, comparativamente a R$ 489,4 bilhões (5,35% do PIB) nos doze meses até abril de 2022.

O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$25,4 bilhões em abril. No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$ 603,3 bilhões (5,92% do PIB), queda de 0,19 ponto porcentual do PIB em relação ao déficit acumulado até março.
Dívida

A dívida líquida do setor público atingiu 57,2% do PIB, ou R$ 5,8 trilhões em abril, estável como percentual do PIB.

Segundo nota do BC à imprensa, esse resultado refletiu, sobretudo, os impactos dos juros nominais apropriados da valorização cambial de 1,6% no mês, do superávit primário e do efeito da variação do PIB nominal.

No ano, o aumento de 0,1 ponto na relação entre a dívida e o PIB é consequência dos juros nominais apropriados, do efeito da valorização cambial acumulada de 4,2%, do crescimento do PIB nominal, do superávit primário, e do ajuste de paridade da cesta de moedas que integram a dívida externa líquida.

A dívida líquida do governo geral — que compreende governo federal, INSS e governos estaduais e municipais — atingiu 73,2% do PIB, ou R$ 7,5 trilhões, alta de 0,1 ponto em relação ao mês anterior.

Essa evolução no mês decorreu, principalmente, de juros nominais apropriados e do efeito da variação do PIB nominal.

No ano, o crescimento de 0,3 ponto na relação entre dívida do governo geral e PIB resultou, em especial, dos juros nominais apropriados, do efeito da variação do PIB nominal, dos resgates líquidos de dívida e do efeito da valorização cambial acumulada.

Globo Online - RJ   01/06/2023

O governo Lula pode conseguir gastar um “extra” de R$ 54,2 bilhões em 2024 por conta de duas regras inseridas no arcabouço fiscal aprovado na Câmara dos Deputados e em análise no Senado. Parte desse valor, porém, vai depender de um aumento de receitas. Os cálculos são da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados, em nota técnica divulgada nesta quarta-feira.

Uma dessas regras diz respeito ao cálculo da despesa e é atrelada a um eventual aumento de receita no próximo ano. Essa medida valerá apenas para 2024.

Pela regra geral do arcabouço fiscal, as despesas poderão crescer acima da inflação o equivalente a 70% da alta real da receita do ano anterior. Isso dentro de uma faixa de expansão das despesas entre 0,6% e 2,5% acima da inflação a cada ano.

Os cálculos dos técnicos da Câmara afirmam que isso representará uma alta real de 1,75% nas despesas no ano que vem.

Em cinco meses, atual presidente já se encontrou com mais chefes de governo do que seu antecessor em quatro anos

Para que esse índice seja maior, em 2024 haverá um adicional à regra geral do arcabouço. Pelo texto aprovado na Câmara, em maio do ano que vem o governo irá estimar quanto será sua arrecadação naquele exercício. Esse valor será comparado à arrecadação de 2023. A diferença vira um gasto extra.

A nota técnica da Câmara calcula que esse gasto extra será de R$ 16,7 bilhões.

Um outro “extra” que ocorrerá no ano que vem é decorrente do cálculo da inflação usada para corrigir as despesas. Essa inflação será calculada considerando os 12 meses encerrados em junho do ano anterior ao Orçamento.

Porém, haverá um bônus, considerando a inflação calculada entre janeiro e dezembro do ano anterior ao Orçamento. Se a inflação do ano cheio for maior, essa diferença poderá ser incorporada aos gastos.

Os técnicos da Câmara estimam que a inflação de janeiro a dezembro de 2023 será maior que o índice calculado entre julho de 2022 e junho de 2023. Essa diferença significa um gasto extra de R$ 37,5 bilhões, de acordo com a nota da Câmara.

Esses dois “bônus” dão um gasto de R$ 54,2 bilhões.

A nota técnica da Câmara afirma que essas mudanças foram necessárias para compensar o governo por medidas tomadas pelo governo no ano passado que reduziram a arrecadação e que reduziram a arrecadação federal. Dessa forma, o governo Lula começaria uma nova regra fiscal sendo afetado por medidas do governo Bolsonaro, o que justificaria o “bônus”.

Os técnicos da Câmara também chamam atenção para o desafio que será cumprir as metas fiscais nos primeiros anos do novo arcabouço. O governo tem como meta zerar o déficit nas contas públicas em 2024 e fazer superávit de 0,5% do PIB em 2025 e 1% do PIB em 2026.

“Ou se obtém mais receitas, ou as despesas terão que ser programadas em nível inferior ao dos limites”, afirma a nota. No próximo ano, a estimativa é que será necessário um crescimento real de 8% nas receitas para cumprir a meta fiscal.

CNN Brasil - SP   01/06/2023

O Banco Central reconheceu uma desaceleração da oferta de crédito no Brasil, mas disse ser um movimento “compatível” com a política monetária apertada, ao mesmo tempo que avaliou o sistema financeiro nacional como “resiliente” a cenários de estresse macroeconômico.

Na ata da última reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), de 23 e 24 de maio, publicada nesta quarta-feira (31), o BC disse que “o crescimento do crédito amplo continuou desacelerando nas diferentes modalidades… compatível com o atual estágio do ciclo de política monetária”.

A taxa Selic está atualmente em 13,75% ao ano, nível elevado que tende a restringir a atividade econômica e a oferta de crédito ao encarecer o custo de tomar empréstimos. O BC considera esse patamar de juros adequado para conter a alta dos preços e ancorar as expectativas de inflação.

Dados da véspera confirmaram uma tendência de desaceleração ao mostrarem que as concessões de empréstimos no Brasil recuaram 17,5% em abril na comparação com o mês anterior, com o estoque total de crédito caindo 0,1% no período, a R$ 5,363 trilhões.

Ainda assim, o BC disse na ata do Comef que “os preços dos ativos e o crescimento do crédito não representam preocupação no médio prazo, embora existam incertezas a serem acompanhadas”.

Segundo o documento, o sistema financeiro nacional “tem mantido capital e ativos líquidos suficientes para absorver potenciais perdas em cenários estressados e cumprir a regulamentação vigente”, mostrando resiliência nos resultados de testes de estresse.

“O impacto mais severo continua sendo o observado no cenário de quebra de confiança no regime fiscal, (mas) teste de análise de sensibilidade verificou que mesmo que os ativos problemáticos dobrassem em relação a seus níveis atuais, o sistema não apresentaria desenquadramentos relevantes”, disse o BC.

A autarquia alertou que o cenário global prospectivo é adverso e apresenta “riscos que podem levar à materialização de cenários extremos de reprecificação de ativos financeiros globais”, citando o colapso de bancos norte-americanos e alertando que, nos Estados Unidos, algumas instituições financeiras ainda enfrentam desafios na captação de depósitos e no gerenciamento de liquidez.

De qualquer forma, “os recentes eventos de resolução bancária observados nas economias avançadas não tiveram impacto relevante sobre o sistema financeiro brasileiro”, disse o BC na ata do Comef.

“O Comitê está atento à evolução dos cenários doméstico e internacional e segue preparado para atuar, de forma a minimizar eventual contaminação desproporcional sobre os preços dos ativos locais.”
Sistema financeiro global teve momentos de estresse relevante desde reunião anterior

O BC também chamou a atenção para a movimentação atípica do mercado financeiro global desde a reunião de março.

“Após a última reunião do Comef, o sistema financeiro internacional experimentou momentos de estresse relevante”, trouxe a ata divulgada há pouco.

O Comef salientou que a resolução de três bancos de porte médio nos Estados Unidos e questionamentos sobre a saúde financeira de um banco globalmente sistêmico na Suíça, que culminou na compra por outra instituição de grande porte, trouxeram preocupações sobre a estabilidade financeira nos países avançados.

A consequência foi o aumento da aversão global ao risco e impactos sobre os preços de diversos ativos financeiros.

Nos Estados Unidos, ressaltou o BC, algumas instituições financeiras ainda enfrentam desafios na captação de depósitos e no gerenciamento de liquidez.

“Desde o início do estresse até o momento, observa-se saída líquida de depósitos dos bancos americanos, especialmente os de médio porte, parcialmente direcionados para fundos de investimento (money market funds)”, frisou.

As incertezas sobre os desdobramentos futuros do estresse bancário, inclusive sobre concessões de crédito, são elevadas, segundo o BC. “Desde março, observa-se acentuada desaceleração no crescimento do crédito e, em alguns segmentos, como empréstimos a empresas (commercial and investment loans), há contração dos saldos na margem.”

A ata também analisou que a exposição do segmento de bancos médios ao setor imobiliário comercial, que continua sendo afetado pelos elevados níveis de vacância de escritórios desde a crise da Covid-19, e a importância do segmento para o crédito imobiliário em geral, são pontos de atenção.

As autoridades internacionais, segundo o BC, têm atuado para restaurar a confiança nos sistemas financeiros e evitar o contágio para outras instituições e outras jurisdições.

O Comef citou que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) tem provido suporte aos bancos mais afetados, por meio de linhas de liquidez, enquanto os reguladores americanos vêm apresentando propostas de medidas para endereçar as vulnerabilidades no sistema financeiro.
Apetite a risco por crédito para PJ e PF tem se reduzido; ambiente ainda demanda atenção

O Banco Central avaliou que o apetite ao risco das instituições financeiras na concessão de crédito às famílias e às empresas no Brasil tem se reduzido, mas o ambiente ainda demanda atenção.

No documento do Comef anterior, referente à reunião de março, a autoridade monetária havia feito a primeira avaliação sobre os impactos da crise dos bancos nos Estados Unidos para o sistema financeiro nacional e da turbulência gerada pela Americanas na área de crédito.

Em relação ao crédito para as famílias, o BC identificou que há uma desaceleração no ritmo de crescimento nas modalidades mais arriscadas, como cartão de crédito e crédito não-consignado.

“Na margem, observa-se maior conservadorismo nos critérios das novas concessões”, trouxe a ata. O Comef ressaltou que o comprometimento de renda e o endividamento permanecem em níveis historicamente elevados e a materialização de risco supera a do período da pandemia.

Com relação às empresas, houve desaceleração no ritmo de crescimento do crédito, mas o comitê salientou que não se percebe alteração relevante nos critérios de concessão.

“O Comef avalia que é importante os intermediários financeiros continuarem preservando a qualidade das concessões, levando em conta, notadamente, a exposição total dos seus clientes junto ao SFN”, trouxe a ata, citando o Sistema Financeiro Nacional.

O BC comentou também que persiste a aversão ao risco no mercado de títulos de dívida corporativa no país. “Eventos ocorridos no início do ano, aliados a condições financeiras mais restritivas, afetaram todo o mercado, e seus efeitos ainda não se dissiparam”, destacou o documento.

O volume de emissões e os prazos se reduziram, conforme a ata, e os spreads aumentaram. “O Comef segue acompanhando a evolução do mercado de crédito privado e está pronto para atuar em caso de disfuncionalidade.”

Na semana passada, o Comef manteve o Adicional Contracíclico de Capital Principal relativo ao Brasil (ACCPBrasil) em zero. O ACCPBrasil é uma parcela do capital a ser acumulada na expansão do ciclo de crédito e consumida em sua contração. O instrumento trata o risco sistêmico cíclico do crédito e dos preços dos ativos.

MINERAÇÃO

Valor - SP   01/06/2023

Mas a alta não foi suficiente para zerar as perdas acumuladas, e a principal matéria-prima do aço encerrou o mês com queda de 3,1% no mercado transoceânico

Os preços do minério de ferro voltaram a subir no último dia de negócios de maio, mas não com força suficiente para zerar as perdas acumuladas na semana passada. Com isso, a principal matéria-prima do aço encerra o mês com perdas de 3,1% no mercado transoceânico.

No norte da China, segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro encerrou o dia com ganho de 0,5%, para US$ 103,20 a tonelada.

Com isso, a commodity reduziu a 12,1% as perdas acumuladas em 2023.

Na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), os contratos mais negociados, com entrega em setembro, recuaram 0,42%, para 711 yuan por tonelada.

Money Times - SP   01/06/2023

De mais de 80 ações que compõem o Ibovespa, a Vale (VALE3) teve uma das piores performances em maio.

Os papéis da mineradora recuaram 11,86% no mês, reflexo da forte correção nos preços do minério de ferro, que têm sido penalizados conforme traders levam em consideração uma recuperação mais fraca na demanda por aço chinesa.

Nesta quarta-feira (31), dados de atividade na China voltaram a colocar pressão sobre a matéria-prima siderúrgica. O índice oficial dos gerentes de compras (PMI) da indústria caiu de 49,2 em abril para 48,8 em maio, na leitura mais fraca desde dezembro. A demanda fraca foi a principal responsável pela queda do índice, com novos pedidos e encomendas de exportação recuando.

Enquanto isso, o PMI do setor de serviços do país caiu de 56,4 para 54,5 em base mensal.

Não é de hoje a discussão sobre a sustentabilidade dos preços do minério de ferro em níveis acima de US$ 130 a tonelada. Analistas do mercado já sinalizavam que o rali do início do ano estava com os dias contados. Atualmente, o ingrediente siderúrgico é negociado abaixo dos US$ 100/tonelada.

Menos dividendos

Os dividendos das empresas brasileiras caíram no primeiro trimestre, com o impacto maior vindo da Vale, mostra a edição 38 do Janus Henderson Global Dividend Index, estudo que mapeia as tendências de dividendos a nível global.

A mineradora cortou US$ 1,8 bilhão em dividendos no período, a maior redução no pagamento de dividendos em todo o mundo, revela o levantamento.

O setor de mineração puxou os dividendos globais para baixo, e a expectativa é de que mais cortes sejam realizados nos próximos meses pelas empresas, segundo a Janus Henderson.

Fernando Siqueira, head de research da Guide Investimentos, explica que, com a queda nos preços do minério de ferro, o lucro a ser reportado será menor, o que consequentemente afetará o valor a ser distribuído pela empresa.
Hora de fugir de Vale?

A Guide começou a concentrar as posições de seus portfólios em ativos direcionados à economia doméstica, na expectativa de que os juros estão próximos de cair no Brasil.

O Goldman Sachs segue com postura de cautela para a maioria das ações do setor de mineração e siderurgia. Os ADRs (American Depositary Receipts) da Vale (VALE) levam recomendação “neutro”, de acordo com o banco.

Enquanto isso, o Credit Suisse reafirmou a recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”) para os ADRs da Vale. O banco suíço entende que a Vale está melhor posicionada que os pares para se beneficiar do processo de descarbonização da indústria nos próximos anos.

Veja as cinco maiores quedas do Ibovespa em maio:
Empresa Ticker Variação em maio (%)
Cielo CIEL3 -13,36
Assaí ASAI3 -12,53
Carrefour Brasil CRFB3 -11,91
Vale VALE3 -11,86
Bradespar BRAP4 -10,17

Valor - SP   01/06/2023

Principal matéria-prima do aço chegou a cair abaixo de US$ 100 por tonelada em maio

A piora dos dados econômicos na China nas últimas semanas e o desempenho aquém do esperado no setor de propriedades chinês, que desempenha papel importante no consumo local de aço, levaram pessimismo a analistas, investidores e participantes do mercado de minério de ferro em maio.

Como resultado, a principal matéria-prima do aço encerrou o mês em baixa e voltou aos níveis de preço vistos há seis meses - no momento mais crítico, a cotação no mercado transoceânico caiu abaixo de US$ 100 por tonelada. Produtos siderúrgicos também enfrentaram correção.

A desvalorização mais acentuada e a manutenção das incertezas quanto ao ritmo de retomada da economia chinesa lançaram dúvidas sobre o comportamento dos preços da matéria-prima na segunda metade do ano, que tipicamente é marcada pela maior oferta a partir do Brasil e da Austrália.

Ontem, no norte da China, segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro era negociado a US$ 103,20 por tonelada, com desvalorização de 3,1% em um mês. No ano, a baixa acumulada chegou a 12,1%.

De acordo com o analista Daniel Sasson, do Itaú BBA, o recuo de maio está associado a estatísticas mais fracas no setor de construção na China. “Dados relativos a novas construções iniciadas e a venda de propriedades vieram um pouco mais negativos, com desaceleração versus o início do ano”, comentou o especialista, lembrando que o setor responde por 30% a 35% de todo o aço consumido na China.

De forma geral, afirmou o analista, o mercado tem se mostrado mais cauteloso em relação à economia chinesa e a percepção é a de que o minério deve girar em torno dos US$ 100 por tonelada no curto prazo. “Há muita incerteza com o que pode acontecer no segundo semestre, se a demanda não melhorar e a oferta aumentar”, disse.

Em relatório de terça-feira (30), o Bank of America (BofA) destacou que os preços de exportação de bobinas laminadas a quente a partir da China recuaram US$ 20 em uma semana, para US$ 529 por tonelada, enquanto o vergalhão teve decréscimo de US$ 18, a US$ 542 por tonelada. No mercado doméstico, escreveram os analistas Caio Ribeiro, Leonardo Neratika e Guilherme Rosito, a demanda de aço permaneceu fraca na construção e na indústria.

Máquinas e Equipamentos

Terra - SP   01/06/2023

A indústria de máquinas e equipamentos teve queda de 10,5% na receita líquida total em abril em comparação com mesmo período no ano passado, segundo dados divulgados pela associação do setor, Abimaq, nesta quarta-feira.

O desempenho marca o décimo primeiro recuo consecutivo da receita mensal na base de comparação anual.

O consumo aparente de máquinas e equipamentos em abril recuou 7,6% frente a um ano antes, informou a entidade, enquanto o nível de utilização de capacidade instalada da indústria caiu 3,5% no mês passado ante março, para 75,2%.

"O consumo está fraco neste começo de ano" disse o analista de economia e estatística da Abimaq, Leonardo Silva, a jornalistas, atribuindo o cenário, entre outros fatores, à taxa de juros elevada no país.

"Isso dificulta a compra, dificulta os investimentos e acaba diminuindo o consumo de máquinas e equipamentos no Brasil", afirmou, acrescentando que os juros altos também têm impactado a capacidade instalada e o nível dos pedidos em carteira.

A carteira de pedidos da indústria brasileira de máquinas e equipamentos teve alta de 4,7% em abril ante março, para 10,9 semanas, mas um recuo de 5,7% ante o resultado de abril de 2022.

O nível observado de ocupação de capacidade da indústria é o mais baixo desde fevereiro de 2021, quando alcançou 75,3%, disse a entidade.

As vendas externas de máquinas e equipamentos subiram 9,5% em abril contra o mesmo período em 2022, a 982 milhões de dólares, mas recuaram 20,8% sobre março, quando superaram a marca de 1 bilhão de dólares.

O setor vinha de uma desaceleração da queda no mês de março, puxado por exportações, disse a diretora-executiva de economia, estatística e competitividade da Abimaq, Cristina Zanella.

"Esse fator ajudou bastante no aumento das receitas no mês de março", disse Zanella. "No mês de abril, por outro lado, as exportações caíram... então (isso) anulou parte daquele crescimento que teve em março e derrubou as receitas."

As importações atingiram 2 bilhões de dólares em abril, alta de 12,1% na comparação ano a ano, mas queda de 16,9% na base sequencial.

AUTOMOTIVO

O Estado de S.Paulo - SP   01/06/2023

O setor automotivo afirma que o mercado travou à espera dos detalhes do programa do governo Lula de incentivos tributários para baratear os preços dos automóveis. É claro que ninguém vai comprar um carro novo agora sabendo que, mais à frente, os preços podem cair em razão do socorro do governo para desovar os estoques no pátio das montadoras.

Essa é a consequência mais visível do fato de o anúncio ter sido feito de forma improvisada e sem que se saiba o tamanho do corte dos tributos, o tempo de duração e, principalmente, qual será a medida de compensação pela perda de arrecadação. Uma exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal que aparentemente não foi lembrada pelo governo na hora de preparar o programa.

É o típico filme Esqueceram de Mim. Está aí um exemplo de o que não fazer na hora de preparar uma medida que mexe com um setor econômico ainda relevante, mas muito atrasado no Brasil.

O erro principal foi terem vendido inicialmente a ideia de que se tratava de um plano de carros populares. Não tem como emplacar a marca de carro popular quando vai beneficiar automóveis já muito caros, de até R$ 120 mil.

O secretário de Desenvolvimento Industrial, Uallace Moreira, em entrevista ao Estadão, buscou corrigir essa rota: “A gente nunca falou em carro popular”.

O mais provável é que a estratégia da indústria fosse essa mesma: vender nos bastidores a proposta e tornar impossível o seu recuo pelo governo com o mercado travado. Eles não vão se contentar com quatro meses.

A compensação pela perda de arrecadação não pode ser anunciada depois do ato legal de redução do imposto. Tem de ir junto. A bola está com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que vai trabalhar para reduzir o tamanho do custo do programa.

Em meio às negociações para concluir a votação do arcabouço fiscal no Senado, não pega nem bem para o ministro carimbar a sua digital num programa que tira receita dos cofres do governo no momento em que a estratégia é aumentar arrecadação com corte de renúncias fiscais, para cumprir a meta de zerar o déficit em 2024.

As contas não fecham. Quem vai acreditar nesse compromisso se, antes mesmo da votação final da regra fiscal, a porteira está sendo aberta na direção contrária da promessa do ministro?

No Congresso, a lista de projetos próximos de votação, que contam com mais incentivos, é grande. Com a articulação política do governo perdida, as propostas de incentivos só aumentam.

Não há outra saída para o ministro Haddad a não ser administrar uma política de perdas e danos e enxugar o pacote no tamanho e também no prazo de duração. Um tiro errado com esse pacote para o setor automobilístico vai permitir que a boiada passe.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Infomoney - SP   01/06/2023

Os pedidos de hipotecas nos Estados Unidos caíram 3,7% na semana encerrada em 26 de maio em relação à semana anterior, de acordo com a pesquisa semanal da Mortgage Bankers Association (MBA). A taxa de juros média para hipotecas de 30 anos subiu de 6,69% para 6,91% em uma semana, o nível mais alto desde novembro.

O índice de refinanciamento diminuiu 7% em relação à semana anterior e está 45% abaixo do observado na mesma semana do ano passado.

O índice de compras ajustado sazonalmente caiu 3% em relação à semana anterior, enquanto o índice não ajustado recuou 4% e continua 31% menor do que na mesma semana do ano anterior.

Segundo Mike Fratantoni, vice-presidente sênior e economista-chefe da MBA, a inflação ainda está muito alta nos Estados Unidos e os dados econômicos recentes estão começando a convencer os investidores de que o Federal Reserve não cortará suas taxas tão cedo.

“Os volumes de aplicação para empréstimos de compra e refinanciamento diminuíram na semana passada devido a essas taxas mais altas. Enquanto a demanda de refinanciamento é quase inteiramente impulsionada pelo nível das taxas, o volume de compras continua limitado pela falta de casas no mercado”, comentou em nota.

O Estado de S.Paulo - SP   01/06/2023

As fileiras de prédios imponentes ocupando as margens do rio Gan são uma prova do boom imobiliário que transformou Nanchang, no leste da China, de um polo fabril empoeirado em um centro urbano moderno.

Agora esses arranha-céus são evidências de algo bem diferente: o mercado imobiliário da China está em crise, cambaleando após anos de crescimento desmedido.

Conforme a economia da China prosperava nas últimas duas décadas, Nanchang, capital da província de Jiangxi, construiu condomínios de apartamentos e torres de escritórios reluzentes para atender à demanda cada vez maior por residências e locais de trabalho. A cidade buscava a expansão urbana com um lema que destacava sua estratégia de crescimento a qualquer preço: “Avançar para o leste, estender para o sul, expandir para o oeste, integrar-se ao norte e prosperar no meio”.

Entretanto, a prolongada crise no setor imobiliário do país expôs rachaduras em cidades, como Nanchang, onde os anos de construção ininterrupta criaram oferta em excesso. Segundo estimativas, aproximadamente 20% dos imóveis em Nanchang estão desocupados — a maior taxa entre as 28 cidades de grande e médio porte do país.

Nanchang exemplifica os desafios enormes que os formuladores de políticas enfrentam ao tentar reanimar a economia da China. Durante as crises anteriores, Pequim recorreu aos gastos com imóveis e infraestrutura para alavancar a economia. Mas, dessa vez, isso não será fácil de se resolver. As construtoras estão atoladas em dívidas, as cidades estão repletas de imóveis vazios e as reservas dos governos locais estão esgotadas depois de arcarem durante anos pelos testes de covid.

Muitos dos apartamentos mais recentes de Nanchang permanecem desocupados porque as construtoras ficaram sem dinheiro e não concluíram os trabalhos nas unidades já vendidas. Alguns proprietários de imóveis estão se recusando a pagar pelas hipotecas até que seus apartamentos sejam concluídos, um ato de dissidência em todo o país que abalou o Partido Comunista da China.

Ao longo de 2022, Pequim e os governos locais liberaram incentivos para atrair de volta os compradores de imóveis, encorajando os bancos a concederem empréstimos generosamente e voltar atrás nas restrições impostas para esfriar um mercado imobiliário superaquecido antes da pandemia.

Os preços dos imóveis novos nas 70 maiores cidades da China aumentaram em cada um dos primeiros quatro meses do ano, revertendo uma queda que durou um ano no auge das restrições contra a covid. Mas a recuperação inicial está perdendo força. O aumento do preço dos imóveis desacelerou em abril.

E a recuperação não tem acontecido de forma homogênea. Os preços voltaram a subir em cidades maiores como Pequim e Xangai. Em outras um pouco menores, como Nanchang, a recuperação foi mais discreta e até mesmo inexistente nas cidades menores.

Os problemas com habitação da China são mais evidentes fora das principais cidades porque o excesso de construção tem sido mais generalizado em cidades menores, de acordo com um artigo de Kenneth Rogoff, professor de economia da Universidade Harvard, e Yuanchen Yang, economista do Fundo Monetário Internacional.

Rogoff disse que o boom imobiliário da China foi baseado em “crescimento rápido infinito”, entretanto, em muitas cidades menores, a economia não acompanhou o ritmo da construção de moradias.

“A China vem construindo imóveis e apoiando a infraestrutura num ritmo alucinante há décadas”, disse ele. “Mais cedo ou mais tarde, você se depara com retornos em queda.”

O boom imobiliário da China começou no final dos anos 1990, nas maiores cidades, antes de se espalhar por áreas urbanas menores, como Nanchang, uma década depois. Em 2000, a China construiu cerca de dois milhões de apartamentos. Em meados da década de 2010, o país estava construindo mais de sete milhões de apartamentos por ano. O setor imobiliário rapidamente se tornou a espinha dorsal da economia da China, sendo responsável por cerca de um quarto de todas as atividades.

O setor criou empregos, ajudou as finanças dos governos locais que alugavam direitos de propriedade de terrenos para novos edifícios e proporcionou uma das poucas opções de investimento confiáveis para os chineses comuns que pretendiam acumular bens. Conforme a economia se tornava mais dependente do setor imobiliário, Xi Jinping, presidente da China, fechou o cerco contra as incorporadoras endividadas e declarou que “casas são para morar, não para especulação”.

Em lugares como Nanchang, havia mais construções do que o crescimento populacional sozinho poderia dar conta. Na década anterior a 2021, o número de construções de imóveis por ano na cidade praticamente dobrou, enquanto a população cresceu 25%.

Kuang Wei, corretor de imóveis já concluídos em Nanchang, disse que os preços nas regiões mais remotas da cidade tinham caído regularmente, 25% desde 2019.

A expectativa dele é que os valores caiam ainda mais porque muitas pessoas estão tentando vender imóveis. Algumas pretendem se mudar para apartamentos mais novos, enquanto outras querem se desfazer das propriedades nas quais investiram antes que um imposto previsto para os imóveis seja aprovado. Kuang disse que cerca de 80% de seus clientes ainda se recusam a reduzir os preços, na esperança de que o mercado se recupere.

“O mercado de hoje não é como era há muitos anos”, disse ele.

A taxa de imóveis residenciais desocupados de Nanchang, 20%, ficou acima da média de 12% entre a amostra nacional, de acordo com um relatório de agosto do Instituto de Pesquisa Beike da China. O número cada vez maior de imóveis vagos chama muita atenção porque confirma que os problemas no setor imobiliário da China eram maiores do que Pequim havia dado a entender.

Após a publicação do relatório, o Instituto de Pesquisa Beike excluiu o documento, dizendo que tinha coletado informações “de forma incorreta” e que os dados “não refletiam a situação real”.

Tradicionalmente, a economia de Nanchang dependia dos setores de manufatura e construção. A cidade tentou gerar empregos com melhores salários com a economia digital e o setor de tecnologia, mas não teve muito sucesso.

Conhecida como a cidade onde os rebeldes do Partido Comunista da China derrotaram os Nacionalistas pela primeira vez, há quase um século, Nanchang está cercada por outras cidades que são opções mais atraentes para escritórios.

Nanchang tinha o mesmo número de edifícios com mais de 200 metros, ou mais ou menos 60 andares, que Pequim em 2022. No entanto, a população de Pequim era três vezes maior, além de ser a cidade com o segundo maior produto interno bruto. Nanchang, por outro lado, é a 36ª. Em 2021, a JLL, empresa de consultoria imobiliária comercial, disse que a taxa de imóveis desocupados em Nanchang era de 40%.

Cinderella Fang, 28 anos, nasceu e cresceu em Nanchang. Quando era criança, a maioria dos prédios tinha poucos andares e nada de elevadores, e não existiam comunidades planejadas. Ela disse que a área próxima à casa onde passou a infância se transformou numa expansão de condomínios de apartamentos de 30 andares.

Depois de se mudar para Pequim para estudar na universidade, Cinderella voltou para Nanchang em 2019 com a esperança de encontrar um emprego e talvez comprar uma casa com preço acessível. Mas ela acabou se mudando para Xangai um mês depois, porque o único trabalho que conseguiu na área de marketing pagava um terço do que ganhava em Pequim.

“O mercado de trabalho em Nanchang não é dos melhores”, disse Cinderella.

Outras pessoas que se mudaram para Nanchang foram atraídas pela perspectiva de apartamentos com preços razoáveis e escolas públicas de boa qualidade — mas acabaram se deparando com construtoras que não conseguiram entregar os imóveis que prometeram.

Pouco depois do nascimento da filha em 2019, Andie Cao, que vive e trabalha em Xangai, comprou um apartamento que ainda não tinha sido finalizado em Nanchang. O imóvel ficava mais perto de sua cidade natal, na zona rural da China, e ela planejava se mudar para Nanchang depois da finalização do projeto pela construtora, prevista para o final de 2021.

Porém a construtora teve problemas financeiros e interrompeu os trabalhos em julho de 2021. Depois de continuar pagando a hipoteca durante um ano, Andie e outros proprietários organizaram um boicote às hipotecas em julho do ano passado.

Andie disse que os vendedores também lhe disseram que o apartamento ficava em um dos melhores distritos de Nanchang, com boas escolas; entretanto, na verdade, estava zoneado em uma área vizinha e menos desenvolvida na periferia da cidade.

“Todos foram enganados”, disse ela. “Caso contrário, por que haveria tantas pessoas comprando uma casa na periferia?”

Ela disse que continuava com o boicote ao pagamento da hipoteca porque os imóveis ainda não tinham sido finalizados. Segundo Andie, a polícia foi até a casa de seus pais para dizer que ela parasse de se manifestar. Os bancos agora estão processando alguns de seus vizinhos que também boicotam o pagamento das hipotecas.

“É como se um ovo estivesse sendo esmagado contra uma rocha”, disse Andie. “Não esperava que esse tipo de coisa acontecesse com pessoas comuns como nós.”

Zou Shengji, corretor de imóveis, disse que a publicidade negativa sobre os apartamentos inacabados tinha deixado muitos possíveis compradores de imóveis “receosos e preocupados”.

Durante o feriadão do dia do trabalho, no início de maio, um período que costuma ser movimentado para a venda de imóveis, a equipe de Zou vendeu menos de 20 apartamentos, disse ele. Dois anos atrás, eles tinham vendido o triplo disso no mesmo período.

Os clientes em potencial dizem que vão vir dar uma olhada nos apartamentos, mas não aparecem, afirmou. Eles estão relutantes em comprar porque os imóveis parecem muito arriscados no momento.

“Muitas pessoas estão em cima do muro agora”, disse Zou. “É possível que seja realmente difícil vender os imóveis no futuro.”

FERROVIÁRIO

Exame - SP   01/06/2023

O projeto de construção da Ferrogrão, que ligaria o Centro-Oeste aos portos do Norte do país, está parado no Supremo Tribunal Federal (STF) desde o fim do ano passado devido a riscos de desmatamento durante a obra. Na avalição do governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), esse debate só chegou ao Judiciário porque o Congresso Nacional deixou de fazer a sua parte em relação a marcos regulatórios ambientais e de infraestrutura. O estado que ele governa seria um dos mais beneficiados com ferrovia, que terá 1.000 quilômetros.

"O Congresso Nacional tem deixado de fazer fazer a sua parte com grandes marcos e isso tem transferido para o Judiciário o poder absoluto de decidir temas que deveriam ser decididos pelo Legislativo", disse Mendes durante a 3ª edição do EXAME SUPERAGRO, evento que reuniu as principais autoridades e lideranças do agronegócio brasileiro em São Paulo, na terça-feira, 30.

Na semana passada, o governador se reuniu com ministros do STF para destravar o projeto. Do lado do governo federal, George Santoro, secretário-executivo do Ministério dos Transportes, se encontrou com lideranças de povos originários e ambientalistas para também debater o tema. "Queremos ver as alternativas possíveis em relação ao traçado da Ferrogrão para minimizar esses impactos ambientais e sociais", disse ele também no SUPERAGRO em um painel ao lado do governador do Mato Grosso.

Santoro ainda defendeu uma ação da Advocacia-Geral da União (AGU) que questiona parte do traçado da ferrovia. O argumento é para considerar inconstitucional a lei que alterou os limites do parque Jamanxim, aumentando o tamanho da BR-163. A proposta original é que a ferrovia passe ao lado da estrada. O secretário-executivo diz que os estudos de impactos socioambientais foram feitos em 2013 e precisariam ser readequados.

"A visão do Ministério é que a gente precisa atualizar os estudos da Ferrogrão. O que pedimos para a AGU é que qualquer que seja a decisão tomada precisaríamos ter autorização para atualizar os estudos, que são de 2013. É necessário ter bem claro quanto vai custar, o que precisa ser feito e quais as alternativas possíveis em relação ao traçado, para minimizar esses impactos ambientais e sociais", afirmou.

Julgamento no STF

A presidente do STF, Rosa Weber, incluiu o julgamento sobre os impactos ambientais da Ferrogrão para a sessão de plenário nesta quarta-feira, 31. O andamento do projeto foi paralisado em 2021 pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, movido pelo partido Psol.

O STF vai ter nos próximos dias outras pautas do tema agro. Para o dia 7 de junho está marcado o julgamento do marco temporal de demarcação de terras indígenas. O debate central é se apenas as terras indígenas ocupadas na data promulgação da Constituição, em outubro de 1988, podem ser reivindicadas.

O julgamento está suspenso por pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes. Até o momento, foram proferidos dois votos: o do relator, ministro Edson Fachin, que se manifestou contra o marco temporal, e o do ministro Nunes Marques, a favor.

Agência Brasil - DF   01/06/2023

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quarta-feira (31) enviar para conciliação judicial a discussão sobre a construção da Ferrogrão, nova ferrovia que ligará Sinop, no norte de Mato Grosso (MT), a Itaituba, no Pará (PA).

A análise definitiva do caso estava prevista para a sessão de hoje, mas não foi apreciada em função do julgamento que condenou o ex-presidente Fernando Collor.

Pela decisão, a questão será avaliada pelo Centro de Soluções Alternativas de Litígios do próprio STF.  No mesmo despacho, Moraes manteve sua decisão, que suspendeu, em março de 2021, a Lei nº 13.452/2017. A norma alterou os limites do Parque Nacional do Jamanxim para permitir a construção da ferrovia.

"A redução do patamar de proteção ambiental decorrente da exclusão de aproximadamente 862 hectares do Parque Nacional do Jamanxim, durante o processo legislativo, justifica a manutenção da suspensão da eficácia da lei, uma vez que há plausibilidade do risco de que o ato impugnado venha a produzir efeitos irreversíveis", decidiu o ministro.

O caso chegou ao Supremo por meio de uma ação protocolada pelo PSOL, que questionou o descumprimento de medidas ambientais.

Na semana passada, a Advocacia-Geral da União (AGU) enviou um parecer ao Supremo no qual mudou seu posicionamento e passou a defender a inconstitucionalidade da lei.  No governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o órgão foi favorável à lei.

A construção da Ferrogrão é articulada desde o governo do ex-presidente Michel Temer. São esperados investimentos de R$ 8,4 bilhões no projeto de concessão. Com 933 quilômetros de extensão, o projeto da ferrovia pretende resolver problemas de escoamento da produção agrícola do Mato Grosso para o norte do país.

PETROLÍFERO

Money Times - SP   01/06/2023

Os preços do petróleo caíram nesta quarta-feira, pressionados por um dólar norte-americano mais forte e dados fracos do principal importador de petróleo, a China, que alimentaram temores de demanda.

O petróleo Brent para entrega em agosto caiu 1,11 dólar para 72,60 dólares o barril. O petróleo nos EUA (WTI) caiu 1,37 dólar, ou 2%, para 68,09 dólares.

Nas mínimas da sessão, ambos os contratos de referência caíram mais de 2 dólares para os menores patamares em várias semanas. Na terça, ambos caíram mais de 4%.

Os preços do petróleo caíram depois que dados chineses mostraram que a atividade manufatureira contraiu mais do que o esperado em maio, com o enfraquecimento da demanda reduzindo o índice oficial de gerentes de compras (PMI) da manufatura para 48,8, de 49,2 em abril, abaixo da previsão de 49,4.

O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, teve suporte do arrefecimento da inflação europeia e do progresso em um projeto de lei bipartidário do teto da dívida dos EUA, que avançará para a Câmara dos Deputados para debate.

Com a aprovação pela Câmara, o projeto seguirá ao Senado, onde o debate pode se estender até o fim de semana, conforme o prazo de 5 de junho se aproxima.

Um dólar mais forte torna o petróleo mais caro para os compradores que possuem outras moedas.

O Estado de S.Paulo - SP   01/06/2023

Esta margem litorânea vai do Amapá ao Rio Grande do Norte. Inclui a foz do Rio Amazonas, que fica ao sul do Amapá. À esquerda deste Estado no mapa da região norte da América Latina fica a Guiana Francesa, depois o Suriname e a Guiana (antiga Guiana Inglesa), país onde foi encontrado petróleo em grande quantidade nos anos recentes, o que lhe trouxe uma forte fase de crescimento do seu produto interno bruto (PIB). Ainda à esquerda vem a Venezuela, há muito tempo uma grande produtora. Creio que essa presença do petróleo na região é o que atrai o interesse de empresas como a Petrobras.

Recentemente, no noticiário, a foz do Amazonas foi objeto de muita discussão, voltada para a conveniência ou não de a Petrobras buscar petróleo em águas profundas na frente marítima dessa foz. A discussão foi desencadeada com a recusa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em atender a pedido da Petrobras para perfurar mar adentro na foz do Amazonas.

O governo está dividido quanto a essa questão, pois a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, tem posição contrária à autorização, enquanto o ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, revela-se favorável. Segundo o jornal Folha de S.Paulo de sábado passado, o vice-presidente Geraldo Alckmin também defende o avanço da exploração na foz do Amazonas.

Conforme a mesma matéria, o Ibama negou a autorização porque os planos apresentados pela empresa eram insuficientes para garantir a segurança do projeto e que não foi apresentada uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS), usada em casos semelhantes. Ainda segundo a mesma reportagem, na quinta-feira passada a Petrobras reapresentou seu pedido, presumivelmente cobrindo esses aspectos, e também vai apresentar novas propostas para a segurança ambiental.

O senador Randolfe Rodrigues, do Amapá, atualmente sem partido, também tem se destacado na defesa da exploração de petróleo na foz do Amazonas. Entre outros argumentos, depois de apontar que o local da perfuração é muito distante da foz e da costa do seu Estado, ele afirma que “(...) em remoto caso de acidente com vazamento, o que seria inédito da Petrobras – ainda mais na fase de sondagem –, a mancha de óleo não viria para a costa, não atingiria os manguezais. Essa é a conclusão de estudos aprofundados elaborados no processo de licenciamento, modelagem esta elogiada pelo próprio Ibama”.

Depois de tudo o que li sobre o assunto, minha posição também é favorável à exploração de petróleo pela Petrobras na região citada. Vou listar mais argumentos, inclusive de caráter macroeconômico. Começando por eles, vale lembrar que o Brasil está economicamente estagnado desde a década de 1980, entendendo-se como estagnação um crescimento do PIB abaixo do seu potencial, ficando atrás até mesmo da média de países do bloco dos emergentes. Mas ele não reage diante disso e a política econômica de sucessivos governos não conseguiu retomar o caminho do crescimento. Atualmente, ela está de novo tomada com as dificuldades mais imediatas, com a busca de um ajuste fiscal e a política monetária usando uma enorme taxa de juros para abater uma inflação que se tornou preocupante.

Pouco se fala na necessidade de retomar maiores taxas de investimentos público e privado, pois é isso que de fato leva ao crescimento sustentável. O governo carece de recursos suficientes para tanto e o setor privado vê-se diante de incertezas quanto aos rumos governamentais e de custos de financiamento muito altos, além do onipresente e permanente custo Brasil.

Mas, no caso em discussão, o que vemos é a Petrobras, que tem recursos para investir e precisa fazê-lo, porque soube que o pré-sal já não possui áreas interessantes para explorar, ao mesmo tempo que, apesar da busca de substitutos, a demanda por petróleo continuará se expandido por muito tempo e sua exploração permanece um bom negócio.

A Petrobras, segundo notícia publicada neste jornal na terça-feira passada, dispõe de US$ 3 bilhões para investir na bacia da foz do Amazonas. Se isso não for feito, “(...) esses recursos poderão tanto impulsionar a transição energética quanto ajudar na volta da internacionalização da estatal, em busca de novas reservas”. A reportagem também cita o professor Edmar Almeida, do Instituto de Energia da PUC-Rio: “Não podendo fazer exploração na área, metade do potencial exploratório da Petrobras desaparece. A empresa vai decidir (...) se vai usar esse investimento no Brasil ou não”. Se não, os candidatos que ele aponta são Guiana, Suriname e Namíbia, na África.

Como já disse, o Brasil carece muito de investimentos. Espero que a Petrobras tenha apresentado ao Ibama os esclarecimentos exigidos e que o governo Lula não compactue com a intransigência no seu âmbito, se perceber que os que insistem no contrário apoiam-se apenas em argumentos subjetivos e obstáculos administrativos para marcar suas posições.

IstoÉ Online - SP   01/06/2023

A produção de petróleo bruto dos EUA aumentou em março para 12,696 milhões de barris por dia (bpd), a maior desde março de 2020, de acordo com os dados da Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês) do Departamento de Energia (DoE) divulgados nesta quarta-feira, 31. Em fevereiro, a média diária foi de 12,525 bpd.

No total mensal, foram produzidos 393,561 milhões de barris em março, contra 350,702 milhões em fevereiro.

Valor - SP   01/06/2023

Apesar da pouca volatilidade esperada no exterior, no Brasil há incertezas sobre possibilidade de reajustes da Petrobras

Ainda sob os efeitos da guerra na Ucrânia, o petróleo tipo Brent caiu 30,87% em maio na comparação anual, fechando o mês aos US$ 72,60 por barril, segundo cálculos do Valor Data. Para especialistas, a perspectiva é de que a commodity se mantenha com pouca volatilidade até o encerramento do primeiro semestre e também no fechamento do ano. No mercado doméstico, a novidade no mês passado foi a divulgação da nova política de preços da Petrobras, ainda cercada de incertezas.

Após a queda de 9% do Brent em maio em relação a abril, junho não deve trazer tantas surpresas, dizem analistas do setor. A commodity ainda se recupera das instabilidades do período da pandemia e das restrições de oferta na Europa como resultado da guerra da Rússia na Ucrânia. Com a previsão de relativa estabilidade nos preços, as atenções se voltam para fatores que podem mudar esse cenário a partir deste mês, como os possíveis novos cortes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+). No Brasil, as cotações dos combustíveis devem ser afetadas pelas mudanças na cobrança de tributos.

Em maio, o petróleo foi influenciado pela desaceleração das economias americana e chinesa, com temor de que os Estados Unidos entrem em recessão e as expectativas de alta de juros. Especialistas dizem que o corte de produção anunciado em abril pela Opep+ entrou em vigor somente no mês seguinte.

Analistas ouvidos pelo Valor acreditam que o petróleo tipo Brent, referência de mercado, deve ficar entre US$ 70 e US$ 81 por barril em junho. O mês começa com a reunião do cartel de produtores e exportadores no domingo (4), mas a expectativa é que não haja novos cortes de oferta por enquanto, uma vez que os efeitos da última redução ainda estão sendo acompanhados. “Em maio tivemos algumas oscilações, com dados macroeconômicos nos Estados Unidos, o medo de que o Federal Reserve eleve taxas de juros e o receio sobre a instabilidade dos bancos americanos”, explica Julia Passabom, economista do Itaú Unibanco. “O corte da Opep+ ajudou a elevar os preços, mas os fundamentos mais pessimistas sobre a situação macro global impedem altas maiores.”

Passabom diz que os recuos expressivos em maio na comparação anual são explicados pelos altos níveis de preços em 2022. “O preço do Brent estava acima dos US$ 100 no ano passado. A guerra gerou receio de que o mundo ficaria sem a oferta da Rússia, um produtor e exportador importante. Agora, com menos sanções sobre a Rússia, percebeu-se que essa exportação não foi reduzida, mas redirecionada - parou de ir para a Europa e passou para a Índia e a Ásia.”

No Brasil, o foco se volta para a Petrobras e os próximos passos da empresa sob a nova estratégia de preços dos combustíveis, que agora não tem mais a obrigatoriedade de seguir o Preço de Paridade de Importação (PPI). No dia em que anunciou a mudança na política, ela reduziu o diesel em R$ 0,44 e a gasolina A em R$ 0,40 por litro nas refinarias. Passabom diz que, por conta dessa mudança na formação de preços, ainda não se sabe como a companhia pode agir nos próximos meses: “Ainda tem incertezas do que vai ser feito com a política de preços. Pelos nossos cálculos, com base no PPI, mesmo com a queda do petróleo no mês, não vemos espaço para cortes.”

Marcus D’ Elia, sócio da Leggio Consultoria, avalia que os preços do petróleo indicam variação menos intensa, sem as quedas abruptas verificadas na pandemia, nem os saltos de 2022 resultantes da eclosão da guerra na Ucrânia. “Não prevemos grandes variações, nem para baixo, nem para cima”, disse D'Elia. O ponto de atenção, diz, está na transferência dos custos de exploração e produção, pela Petrobras, para o mercado doméstico de refino e comercialização.

Felipe Perez, analista da consultoria S&P Global, entende que ainda existe uma defasagem global entre oferta e demanda: “Para a segunda metade do ano, esperamos que se mantenha um cenário de demanda maior que a oferta, o que deve sustentar os preços do Brent ao redor dos US$ 80, com variações entre US$ 75 e US$ 90”, diz. “No Brasil, o cenário é de estabilidade de preços em nível relativamente alto, com um ambiente favorável para exportação, principalmente por ser um dos principais ‘players’ do setor que não compõe a Opep+.”

Infomoney - SP   01/06/2023

A Petrobras (PETR3;PETR4) iniciou nesta quarta-feira (30) a produção da plataforma, do tipo FPSO, Almirante Barroso, no campo de Búzios.

A unidade tem capacidade de produzir diariamente até 150 mil barris de óleo e 6 milhões de m³ de gás.

O FPSO Almirante Barroso contribuirá para a produção de óleo do campo de Búzios, cuja média atual é de 560 mil barris por dia, o equivalente a cerca de 17% da produção nacional.
“Búzios sintetiza o quanto o pré-sal é representativo para a produção da Petrobras, além de ser importante para a segurança energética do país. Até 2025, quando o FPSO Almirante Barroso estará próximo de sua capacidade máxima e teremos a entrada de outras unidades, a produção do campo deve chegar próximo da marca de 700 mil barris por dia”, declarou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

A plataforma Almirante Barroso é uma unidade afretada junto à Modec, e está localizado a 180 km da costa do Rio de Janeiro, e opera sua produção em uma profundidade de água de 1900 metros. É a quinta plataforma a entrar em operação no campo de Búzios, onde já estavam em produção as unidades P74, P-75, P-76 e P-77.

Búzios é o maior campo em águas profundas do mundo e o conceito atual de desenvolvimento contempla 11 plataformas. Atualmente, seis unidades estão em processo de construção (FPSO Almirante Tamandaré, P-78, P-79, P-80, P-82 e P-83).

A estatal é a operadora do campo com 88,99% de participação na jazida compartilhada de Búzios, tendo como parceiras a CNOOC com 7,34% e a CNODC com 3,67%.

AGRÍCOLA

Canal Rural - SP   01/06/2023

No caso das máquinas agrícolas, a queda foi ainda maior, chegando a 24,4% em relação ao mês anterior.

As exportações tiveram queda de 13,9% no mês, mas registraram alta de 8% no acumulado do ano. Já as importações de máquinas agrícolas recuaram 41,4% em abril e 76% no acumulado do ano.
Máquinas agrícolas: queda na receita e nos postos de trabalho

Além disso, os postos de trabalho na indústria brasileira de máquinas diminuíram quase 1%, com mais de 2.500 demissões em abril.

De acordo com a Abimaq, o setor de máquinas agrícolas vem registrando queda desde o último semestre do ano passado, pelas incertezas políticas e econômicas enfrentadas pelo país. A alta na taxa de juros também impactou o mercado.

A entidade espera uma melhora no fechamento do mês de maio, pela disponibilização da linha de crédito dolarizada e as vendas na Agrishow, feira de tecnologia agrícola realizada em Ribeirão Preto (SP). Há ainda uma expectativa de antecipação do lançamento do novo plano safra para a primeira quinzena de junho.
Alta nas exportações no acumulado do ano

Apesar da queda nas exportações e importações de máquinas agrícolas em abril, o acumulado do ano apresenta alta de 8% nas exportações. Já as importações recuaram 76% no acumulado do ano.

A diretora-executiva da Abimaq, Cristina Zanella, destaca que as incertezas políticas e econômicas afetam não só o setor agrícola, mas também outros setores da economia. Ela ressalta que a antecipação do Plano Safra pode dar um respiro ao setor.

IstoÉ Online - SP   01/06/2023

A balança comercial do agronegócio paulista apresentou superávit de US$ 6,02 bilhões nos primeiros quatro meses deste ano, o que corresponde a um aumento de 4,0% em comparação com igual período do ano passado (US$ 5,79 bilhões). O levantamento é de pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), José Alberto Angelo, Carlos Nabil Ghobril e Marli Dias Mascarenhas Oliveira, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado.

Nos primeiros quatro meses deste ano, a exportação do agronegócio paulista foi de US$ 7,75 bilhões, aumento de 4,3% ante igual período de 2022 (US$ 7,43 bilhões). Já as importações do agronegócio paulista no primeiro quadrimestre de 2023 foram de US$ 1,73 bilhão, crescimento de 5,5% ante 2022 (US$ 1,64 bilhão).

A participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado é de 37,7%, enquanto a participação das importações setoriais é de 7,2%.

Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista no primeiro quadrimestre de 2023 foram: complexo sucroalcooleiro (US$ 1,95 bilhão), sendo que desse total o açúcar representou 79,5% e o álcool etílico – etanol -, 20,5%), complexo soja (US$ 1,55 bilhão, tendo a soja em grão 88,7% de participação no grupo), setor de carnes (US$ 931,76 milhões, em que a carne bovina respondeu por 78,6%), produtos florestais (US$ 883,40 milhões, com participações de 53,5% de celulose e 38,4% de papel), e sucos (US$ 682,17 milhões, dos quais 97,3% referentes a suco de laranja). Esses cinco agregados representaram 77,4% das vendas externas setoriais paulistas.

Já o grupo de café, tradicional nas exportações paulistas, aparece na sétima posição (atrás do grupo dos demais produtos de origem vegetal), com vendas de US$331,70 milhões (69,3% referentes ao café verde).

Segundo os pesquisadores do IEA, de janeiro a abril de 2023, na comparação a igual período de 2022, houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos da pauta paulista, com aumentos para os grupos de sucos (+29,4%), florestais (+7,0%), complexo sucroalcooleiro (+5,9%) e complexo soja (+1,0%), e queda nos grupos de carnes (-18,9%) e café (-9,9%). Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados, explicou o IEA.

Nos primeiros quatro meses de 2023, o setor sucroalcooleiro teve a maior participação (25,2%) nas exportações do Estado com 5,9% a mais em valores, porém, apresentou recuou de 10,7% em volumes exportados, por causa da diminuição nas vendas externas do açúcar.

O complexo soja registrou desempenho positivo no período com elevação nos embarques (2,4%) e em valores (1,0%). Já a soja em grão, principal produto do grupo, apresentou variações negativas de valores (-0,8%), mas com aumento em volumes (+0,6%), enquanto o grupo de carnes apresentou perdas em valores (-18,9%) e pequeno ganho em volume (+0,1%).

O destaque ficou para a carne suína que apresentou resultado positivo em valores (+89%) e na quantidade embarcada (+53,5%). Os produtos florestais tiveram ganhos de 7% em valores e de 8,1% na quantidade em relação a 2022. As exportações dos produtos de celulose, principal item do grupo, apresentaram elevação nos valores (+17,6%) e nos embarques (+19,5%).

Os principais produtos de importação do setor agronegócio paulista no primeiro quadrimestre de 2023 foram: salmões (US$ 136,96 milhões), seguido de papel (US$ 133,1 milhões) e trigo (US$ 120,07 milhões).

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